A Quem Já Abortou
Errar é aprender. Ao invés de se fixar no remorso, aproveitar a experiência
como uma boa aquisição para discernimento futuro.
Agir na mesma área para crescer em créditos espirituais.
As amargas conseqüências pelos crimes não são castigos infligidos pela
espiritualidade — e sim, reparações para com as Leis Universais objetivando o
necessário equilíbrio das almas endividadas. Já foi dito que ninguém chega aos
pés de Deus carregando uma mochila de erros.
É preciso também saber que a lei de causa e efeito não é uma estrada de mão
única. É uma lei que admite reparações; que oferece oportunidades ilimitadas
para que todos possam expiar seus enganos.
O débito cármico ocasionado pelo aborto provocado precisa ser desfeito por
qualquer modo e quem não o desfizer através do Amor, terá de desfazê-lo através
da Dor.
Os meios através da Dor, podemos resumi-los rapidamente:
Arrependimentos, remorsos, dores morais. Doenças adquiridas que não conseguem
ser detectadas pela medicina comum. Morte prematura que serão consideradas
suicídio. Longo tempo em profundo sofrimento na vida após a morte. Difícil
reencarnação, geralmente se tornando um espírito abortável. Ao reencarnar, é
possível não ter filhos, ou perdê-los ainda pequeninos ou ainda ter filhos
portadores de anomalias graves.
Através do Amor é muito mais fácil o reequilíbrio de uma alma.
Segundo Pedro, “A caridade cobre uma multidão de pecados”.
A caridade pura e simples portanto, é o caminho para estas mães.
Não apenas para a mãe que buscou o aborto.
Mas também ao pai do mesmo bebê abortado.
Também ao “fazedor de anjo”.
Também às amigas e parentes que induziram ou facilitaram o ato.
Também os pais, que obrigaram a filha ou a nora a cometê-lo.
A todos os que se viram, de uma maneira ou outra, envolvidos criminosamente
na rejeição e expulsão de um espírito reencarnante.
O antídoto contra o mal do aborto é a caridade.
Mas não aquela caridade humilhante que faz o recebedor sentir-se ainda mais
diminuído do que já é, e sim aquela que eleva quem oferece e não envergonha quem
recebe.
Não aquela caridade de levar uma cesta à favela, regada à reclamação.
Não aquela caridade de fim de ano quando, para aliviar a própria consciência
e poder festejar sem remorsos, distribui presentinhos às crianças — e pronto!
sua obrigação está feita até o ano que vem!
Não aquela caridade vaidosa que convida jornal e TV para que o mundo saiba o
quanto se é “bonzinho”.
A caridade que cobre uma multidão de pecados é aquela que arregaça as mangas
e vai trabalhar, de verdade, em benefício de pessoas necessitadas e em silêncio.
E, como o erro foi em conseqüência de um aborto provocado, onde se rejeitou
uma criança, então a dívida poderá ser melhor e mais rapidamente
saldada através de ajuda a crianças.
Mesmo que se tenha provocado um aborto, é possível quitar os débitos ainda
nesta existência corporal, sem ter de passar pelos sofrimentos dos umbrais ou
vales espirituais de dores, sem precisar passar pelas amarguras todas já
descritas.
Por que não tentar?
Por que esperar a vida do lado de lá para, em sofrimentos superlativos,
apagar uma mancha que poderá ser apagada de forma mais branda se for de maneira
espontânea?
Por que não começar agora, já, aqui, nesta existência e reparar o erro, de
maneira mais suave, à sua escolha?
Veja como:
1.- Oração:
Oração significa: Luz em ação.
Quem ora em benefício de alguém, esta mandando Luz para esta pessoa. Luz
é o contrário de trevas.
Quem ora também anda dentro da Luz, porque é impossível acender uma
fogueira e não sentir o seu calor, não se iluminar também.
Comece orando a Deus por seu filho — aquele que você rejeitou e que poderá
estar em sofrimento, cheio de dores nalgum lugar do espaço. E poderá estar
odiando você. Ele está precisando de orações para sentir alívio pelas dores
morais e físicas que você lhe propiciou.
Ore também por outros bebês abortados.
Ore também por mulheres grávidas, para que não recorram ao aborto.
Ore a Deus, pedindo perdão pelo seu ato.
Ore pelas crianças abandonadas pelas ruas, enquanto não se decidir qual tipo
de atividade deseja exercer em benefício delas.
Ore por todos os filhos do mundo inteiro: crianças, adolescentes, drogados,
doentes, presidiários — e pelas mães doentes, pelas mães dos presidiários, pelas
mães dos drogados, por todas as mães sofredoras.
Ore com sentimento, com calor no coração, evitando a frieza das preces
decoradas.
E continuar orando pela vida afora por seu filho e por todos os filhos.
2.- Atividade benfeitora:
Fazer opção por uma atividade onde possa estar em contato direto, corpo a
corpo com crianças necessitadas de carinho, de amparo, de colo, de cuidados
pessoais em creche, em escola, em APAE, em hospital, em orfanato ou em quaisquer
outras instituições que cuidam de crianças pobres, abandonadas ou doentes.
Mas é enfiar a mão na massa e não apenas construir um orfanato e deixar para
outros a tarefa de lidar com aquela gente pequenina.
A atividade voluntária neste sentido, sem remuneração, fará com que os erros
sejam reparados muito mais rapidamente. De acordo com certo autor espiritual, as
horas de trabalho com crianças são contadas em dobro.
3.- Adoção:
Não há obrigatoriedade mas, se houver oportunidade, adote uma ou mais
crianças e trate-as como verdadeiros filhos, sem diferença alguma entre eles e
os seus filhos de sangue. Doe-se a uma criança abandonada ou sem mãe.
Muitas vezes, com a adoção, está se abrindo a mesma porta que foi fechada
pelo aborto.
Por vezes, volta pelos inesperados caminhos da vida, ao mesmo lar, aquele que
foi ontem rejeitado.
Se você, mesmo não tendo praticado aborto algum nesta vida, sentir-se
inclinada à adoção, adote!
A adoção é, talvez, a maior obra de amor que alguém pode praticar.
4.- Amparo às mães:
Outras atividades que reequilibram carmicamente a quem tenha errado no
sentido de desprezar um bebê não nascido, é no amparo às mães solteiras, mães
miseráveis, mães que não têm condições de criar seus filhinhos.
Quantas mãezinhas estão necessitando de um carinho? De uma palavra de afeto?
De um auxílio em forma de enxovalzinho? Em forma de comida?
Converse com elas. Oriente. Evite que elas abortem…
Costure, borde, faça enxovaizinhos a quem não tem como fazê-los.
Ampare uma destas criaturas. Ou mais de uma, de acordo com suas
possibilidades.
Amparando mães você estará, automaticamente, propiciando vida melhor para um
porção de crianças.
5.- Votos:
Faça votos de nunca mais vir a praticar algum aborto.
E cumpra estes votos!
Numa próxima gravidez, ame seu filho em dobro, para compensar aquele que, por
ignorância, não soube valorizar.
É difícil a reconquista da paz interior ainda nesta existência, através da
caridade? Através do trabalho cansativo em benefício de crianças necessitadas?
Não, não é!
É muito mais difícil a reconquista desta mesma paz através do sofrimento
ainda nesta existência e em existências futuras.
Portanto, se você tiver débito a ser saldado, comece hoje!
Comece agora para que a morte não a encontre desprevenida.
A morte poderá estar por perto e você ainda não fez nada para se reequilibrar
espiritualmente.
Enquanto não se decide, comece a orar.
Ore com entrega total.
E seja feliz tendo a consciência tranqüila.
Trechos do livro “Depois do Aborto…” de Cleunice Orlandi de Lima – Mirassol
(017) 242-1437