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Momento de transformações

Momento de transformações

Vivemos momentos conturbados na Terra, onde os valores são invertidos, e o ter,
possuir, é mais importante do que o ser. O desprezo pelos valores morais é tão grande
que desanima os mais fracos, que, tímidos para fazer o que os ousados fazem, sofrem
o domínio dos mais fortes.

Virtudes como lealdade, bondade, solidariedade são esquecidas e ridicularizadas.
Levar vantagem em tudo, odiar os mais fortes e menosprezar os mais fracos é a ordem
presente. Até as religiões entram nesse jogo sujo do poder, e procuram conquistar
prosélitos a qualquer preço, porque é necessário para a própria sobrevivência da
instituição.

Porém não está tudo perdido. É grande o número de homens honestos, virtuosos,
compreensivos e que equilibram a balança. Se temos a impressão que o mal vence sempre,
é porque os bons não são bastante ousados para mostrar o que fazem e como fazem.

Se você é capaz de amar não esconda o seu amor. Lute contra a crueldade. Manifeste-se
contra as injustiças. Valorize a vida.

Muitas pessoas pensam que as coisas estão assim porque está perto o fim do mundo.
São muitos os que invocam as profecias catastróficas que existem há milênios, e
trazem como argumento o duvidoso dilúvio universal narrado na Bíblia, muito parecido
com o dilúvio grego de Deucalião e Pirra, onde com certeza se inspirou.

A humanidade marca a sua jornada evolutiva por períodos ou ciclos. Certamente
estamos próximos do final de um ciclo evolutivo para início de outro. Como aconteceu
em Sodoma e Gomorra haverá cataclismos internos à nossa personalidade. Temos que
destruir os altares consagrados ao gozo, aos desmandos, aos vícios, assim como destruir
as estátuas dos deuses que insuflam ao prazer, ao egoísmo, à rapinagem.

Cansados de sofrer o domínio da matéria e de desgastar-nos na intemperança, acolhemos
com prazer a destruição. Entretanto era gostoso ter o poder, a glória, a soberba,
e por isso olhamos para traz para ver se sobrou ao menos a estátua de um Deus, ou
um altar a Moloch, e nos petrificamos, como a esposa de Lot, e teremos que esperar
mais um ciclo evolutivo para libertar-nos das inferioridades e erguer-nos a um patamar
mais alto.

Se abordamos este assunto é porque vemos muita gente desanimada, triste, cabisbaixa,
como se acreditasse que Deus perdeu o controle da sua criação. Na verdade está tudo
sobre controle. Deus, que é onisciente, isto é, tudo sabe, tem o conhecimento de
tudo que acontecerá a cada um de nós, e qual o tempo que levaremos para alcançar
a perfeição.

Jogue para longe a sua tristeza, o seu medo e suas angústias e mostre o seu valor.
Somos seres existentes e podemos mudar nossa vida. Confie! Ame! Lute para que o
bem predomine na Terra. O mal não tem vida própria. Vamos deixar de vitalizá-lo,
e vamos crescer no bem.

Apesar de toda violência e maldades da época atual, vivemos um momento extraordinário
na jornada humana, um momento de transformações e com certeza nosso mundo será melhor
porque o faremos melhor.

Terá o Espiritismo alguma influência nessas mudanças? Sem dúvida que sim. O Espiritismo
nos dá a certeza da continuidade da vida, da imortalidade, da reencarnação, e desperta-nos
para a solidariedade, a fraternidade e o amor, que ampliam os nossos horizontes.

(Jornal Verdade e Luz Nº 185 de Junho de 2001)