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Adolescência

A Revista da Folha, de domingo dia 8 de abril, trouxe um interessante
trabalho sobre adolescência, e as dificuldades dos que são diferentes, para
permanecerem na turma, serem aceitos, e não serem discriminados, perseguidos,
não raro, com crueldade, pelos demais.

A reencarnação é uma oportunidade preciosa de reconstruir a vida, no seu
sentido paligenésico, e demanda sacrifícios e medos de fracassar novamente, ou
de enveredar por caminhos ínvios.

Os jovens espíritas, a não ser quando já são espíritos marcadamente
diferentes pela evolução alcançada, passam pelas mesmas dificuldades de
adaptação, necessidade de afirmação e, não raro, fortes conflitos, ante o início
da sua vida sexual.

Hoje, que existe uma maior liberalidade e até permisividade sexual, a batalha
íntima é muito maior que a de gerações anteriores. Os rapazes ainda imberbes, e
as mocinhas que mal passaram pela “menarca”, se vêem à frente da iniciação
sexual, e são alvos das pilhérias dos mais avançadinhos, que já se consideram
veteranos no assunto, mas nada sabem do amor verdadeiro.

Pior do que isso, porque mais cedo ou mais tarde, a maioria faz a sua
iniciação feliz ou desastrada, é a questão das dependências: fumar ou beber,
para ser aceito pela turma, ou ainda usar drogas ilícitas, que podem destruir a
presente reencarnação.

Não tenhamos a ilusão que os jovens espíritas, atuantes nas chamadas
“mocidades”, estejam isentos dessas dificuldades existenciais. A adolescência é
quase um rito. É o início da Estação Verão, com a sua temperatura quente, as
emoções a flor da pele, os desejos sopitando, e as lembranças de vidas passadas,
quais reverberações soturnas na mente, a pedir novos caminhos de realizações.

Existem adolescências pacíficas, calmas, como a travessia de barco sobre as
águas plácidas de um lago, mas há aquelas tempestuosas, cheias de dúvidas e de
lágrimas, prenhe de medos, complexos, rebeldias.

O que fazer? Acreditamos que ainda é muito necessário diálogos francos,
amistosos, porém firmes quando necessário. É preciso que os adultos partilhem o
amor com esses jovens. É preciso colocar limites, fazê-los compreender que
aqueles que agem cruelmente por causa das suas diferenças, estão escamoteando as
próprias diferenças. Além disso é preciso que compreendam que todos somos
diferentes uns dos outros.

Seja qual for a personalidade dos seus filhos, lembrem-se que eles são
imortais e vieram de jornadas mais ou menos difíceis, e contam hoje com a sua
mão firme no leme de sua vida. Ame-os, por mais estranhos que eles lhes pareçam.