“Os animais selvagens nunca matam por divertimento. O homem é a única criatura para quem a tortura e a morte dos seus semelhantes são divertidas por si.” – (JAMES ANTHONY FROUD )
Os animais selvagens são menos evoluídos que os animais domésticos?
Esse é um questionamento que tem sido feito repetidamente nos últimos meses, até porque, uma das situações mais corriqueiras é falarmos sempre dos animais que nos rodeiam, como se os considerados ” selvagens” – porque possuem certa liberdade, não fossem iguais aos domesticados, de quem a liberdade foi retirada.
Antes vamos compreender o termo selvagem.
Nós humanos costumamos nomear de selvagem todo aquele que não segue o “nosso” padrão de vida, ou seja, aquele que não segue regras, que não é civilizado ou domesticado, aquele que é livre para viver como bem desejar. Atrelamos porém ao termo alguns pesos ruins como “matadores violentos”, “seres sem compaixão”, “extremamente instintivos” e “pouco inteligentes” . Simplificando:
Selvagem é todo aquele que não segue as regras de convivência que nós criamos.
Para Rousseau, filósofo, o homem selvagem era sim o homem que era considerado naturalmente bom, pois nascera livre. Sua maldade surgiu com o aparecimento da sociedade que lhe impunha servidão -domesticação-, tirania, escravidão e ambição – surgimento das desigualdades e exploração do ser humano pelo próprio ser humano.
Evitamos pensar , porém, o que significa domesticação para os animais: impor a limitação para eles. Não há mais uma sociedade na qual eles possam viver, contudo há novos aprendizados que podem obter ao nosso lado, aprendizados bons ou ruins, dependendo do humano que encontrarem pela frente.
Os animais selvagens[1] igualmente possuem alma, estão também numa caminhada evolutiva e são seres sencientes. A evolução não é uma reta (vide Origem e Evolução do Princípio Inteligente) , ou seja,não há que se passar por todos os reinos aracnídeos para daí partir para outro reino, nem por todos os reinos dos felinos, dos canídeos e assim por diante até se conseguir passar para outro reino.
A evolução faz essa “troca” conforme a necessidade de cada alma/espírito. Em cada reino ele aprende mais devagar ou mais rapidamente e pula para aquele onde o espírito tenha necessidade de novo aprendizado.
Não podemos afirmar que todos os animais domésticos são mais evoluídos do que os animais considerados selvagens, basta olharmos para os chimpanzés, gorilas , baleias e golfinhos para notarmos que são tão ou mais evoluídos que muitos animais domésticos.
Poderemos arriscar uma sequencia evolutiva dizendo que do gato a alma passa a habitar o cão, deste para o cavalo e deste para um primata, já que a comunicação do cão não seria tão perfeita quanto a comunicação de um primata que já consegue aprender a linguagem dos sinais(libras) .
Galileu Galilei no livro psicofonado por João Berbel nos diz o seguinte:
“… um pequeno felino.Para que ele chegue evolutivamente até o estágio de primata não é necessário que passe por outros estágios de espécies, como de um equino ou de um elefante, se um peixe experiencia o seu estágio pisciforme, não é necessário que encarne em todas as espécies de estirpe ictiológica para adquirir a evolução que lhe permita alcançar um filo mais desenvolvido da escala animal.”
Não podemos traçar limites para a evolução, ela caminha por onde a alma/espírito necessita caminhar para aprender, é claro que há certos reinos menos evoluídos do que outros, um cão não poderá retornar ao reino dos anfíbios ou dos insetos,nem um inseto pular de seu reino para o reino dos mamíferos, mas basta olharmos os animais e poderemos ver que a evolução não cessa.
Muitas pessoas , talvez pelo peso que o termo selvagem ainda carregue, acreditam que se um cão passar deste reino para um reino primata(considerado selvagem), será uma involução. Mas , como já explicamos, nós é que colocamos o termo selvagem apenas como ato instintivo, quando na verdade ele significa liberdade(até certo ponto) de ação.
Vamos supor que o cão ou até mesmo um suíno considerado muito mais inteligente que um cão, tenha aprendido tudo o que lhe foi necessário nesta roupagem, mas ainda não saiba conviver em sociedade ou apanhar objetos com as mãos ou mesmo começar a ficar ereto; nem sua linguagem ainda está totalmente completa.Em qual reino ele obteria tudo isso?
No reino “selvagem” dos primatas. Mas seria uma involução?
Não, o afastamento da domesticação para nós humanos pode até parecer um retrocesso, mas o cão/suíno/cavalo jamais poderá usufruir de um livre arbítrio um pouco maior enquanto permanecer sobre a tutela humana.Tal mudança pode ou não ocorrer no planeta Terra, segundo Galileu, este salto, esta mudança não ocorreria somente aqui.
Os primatas são, talvez, a passagem do reino animal para o reino hominal que ocorre em outros mundos e não aqui na Terra.
A ciência nos mostra o quanto somos próximos dos primatas, nos mostra uma evolução nestes irmãos que nos surpreende a cada dia com a construção de ferramentas, a facilidade na aprendizagem dos sinais e a grande capacidade de memorizar e planejar.
Sabemos que os animais domésticos igualmente fazem isso, mas não com uma capacidade tão estendida quanto a dos primatas.
A evolução perpassa o momento totalmente instintivo dos aracnídeos, anfíbios, répteis, insetos, peixes, aves e até de muitos mamíferos como dos grandes felinos, vemos momentos quase humanos nos elefantes ao velarem por seus mortos, aprendemos muitos com nossos mamíferos domésticos, mas nada se compara com a capacidade que é adquirida pelos primatas no estado selvagem.
Para esclarecer mais trazemos as palavras de Leon Denis:
“Todos esses invólucros efêmeros não são mais que vestuários que vem ajustar-se a sua forma fluídica permanente.Cobre-os com vestuários para representar os numerosos atos do drama da evolução no vasto campo do Universo.”
E Galileu Galilei confirma:
“Instinto e inteligência vão administrando o seu dinamismo no amplo espaço da vida, sem um padrão rígido de escalonamento das espécies.”
Portanto não podemos afirmar se de cão a alma que ali habita pode passar a habitar o corpo material de um equino ou suíno, pois dependerá de sua experiência de vida naquele corpo material, e como o escalonamento das espécies não é algo rígido, igualmente, dentro de nosso conhecimento, não podemos afirmar que de animais considerados domésticos a animais considerados selvagens seria uma passagem impossível, não são nossos desígnios nem nossas suposições, mas são desígnios e leis Divinas – que muitas vezes não nos é permitido conhecer – já que a escalada evolutiva de todos não se processa num único Planeta.
Galileu, porém traz uma opinião diferente para esta questão:
“… um cão que há se tornado dócil, que há exercitado bastante a sua inteligência no convívio do homem, alcança a passagem da raça canina a dos primatas.mas na terra, tal pulo evolucionário não ocorre[…] Assim temos que aquele animal já avançado no reino animal, alcançando já a condição de passar à estirpe primata, ou deste pata humanoide, cumprirá tal pulo evolutivo noutro planeta que lhe ofereça tal condição”
Mas vejamos o que outro amigo espiritual nos diz sobre a mesma questão:
” A evolução tem caminhos que nós não compreendemos por completo. Eu digo que a nomenclatura e a questão de julga-los domésticos é unicamente uma visão humana e nada mais. Simplesmente por que retiramos eles da natureza e colocamos sobre nossa tutela não quer dizer que estão melhor. A “domesticação” seria melhor interpretada se fosse uma “tutelação” o que deveria ser um facilitador de sua evolução, mas por enquanto não é assim. O maior beneficiado são os humanos que exploram e utilizam os animais.”
Quando questionado se um animal doméstico poderia passar deste estado para o considerado selvagem :
“Eu diria que sim, um primata que vive em sociedade, mesmo que seja uma sociedade relacionada com seus iguais e por isso não seja considerada “civilizada” por observadores de outra especie, são mais “evoluídos” que cães e gatos.” (Tier, mensagem psicofonada pelo amigo Ricardo Capuano)
Como podemos ver a questão do “ser selvagem” é uma questão humana, assim como o marcar do tempo, o tempo existe no humano não no animal, por isso alegar que um não pode transitar pelo reino do outro, nos parece um pensamento muito inflexível.
Notas
1- Somos o que comemos, isso é verdade. Os animais selvagens devoram suas presas, muitas vezes ainda vivas. Eles caçam para sobreviver, podemos notar que sua evolução espiritual é extremamente Instintiva. Eles são selvagens ainda devido ao forte instinto que os mantém vivos.
Ps.: Os conceitos aqui emitidos não expressam necessariamente a filosofia FEAL, sendo de exclusiva responsabilidade de seus autores.