Tamanho
do Texto

Leis, regras, normas, itens…

Sim, precisamos de leis, regras, normas, porque nossa evolução ainda não permite que tenhamos uma sociedade, um agrupamento humano, uma empresa, uma família, amizades… e as atividades e convivências correspondentes, na qual todos saibam e escolham o bem comum, sem prejuizo pessoal.

A questão é que esse recurso de compatibilidade existencial abre espaço para que haja excesso de  controle, normatizações e domínio, sempre que a pequenez moral, a ambição, o orgulho e o egoismo imperem. Tudo feito em nome da organização e da ordem…

Observemos que leis e princípios gerais deixam margem a que se entenda como se pode ou quer. E disso nascem, tanto os abusos como as mais variadas interpretações; mas também, o discernimento, pois essa é a estrutura básica do arbítrio, da liberdade pessoal e da autonomia, que precisamos desenvolver e estimular nos demais, crianças e adultos.

É o caso da máxima: fazer ao outro o que quer para si, usada até pra se impor a própria vontade…

Observemos também, que quanto mais uma

pessoa quer dominar, mostrar-se superior, capacitada e fazer subordinados, admiradores ou adeptos, mais ela cria detalhamentos nas regras, normas, estatutos e leis.

Vemos isso, por exemplo, em livros espíritas que querem orientar reuniões, estudos e atividades.

Ah, dirão, sem detalhamentos alguém pode ir por um caminho, honesto e funcional ou não. É verdade! Mas os detalhamentos implicam em que uma ideologia pessoal ou grupal se torne a verdade absoluta e induza pessoas não observadoras, sem que percebam…

Sem saída?

Kardec propugna pela educação dita moral, de modo que  nos grupos humanos, escolas, lares, haja estudos conjuntos e ensino, envolvendo todas as pessoas, de como viver respeitando e valorizando a si, a todos e a tudo, através de um comportamento amoroso e observador. Não se trata de normatização  ou amedrontamento, e sim de firmar nossa liberdade total, e discernir que o respeito sem submissão é o único caminho racional, justo e funcional.

 

Autora: Cristina Sarraf