Ensinamentos da Doutrina Espírita desfazem medos e tabus.
Apenas dois anos após o lançamento de O Livro dos Espíritos – ocorrido
em Paris no dia 18 de abril de 1857, Allan Kardec publica na Revista Espírita de
abril de 1859 (ano II, vol. 4, edição da Edit. Edicel, tradução de Júlio Abreu Filho)
em Editorial com o título Quadro da Vida Espírita, considerações importantes
sobre a base da Doutrina Espírita: a imortalidade do espírito.
O bem elaborado texto vem acrescentar argumentos nos ensinamentos contidos na
obra básica acima citada, desenvolvendo a velha questão da sobrevivência – enigma
e causa de sofrimentos para os que desconhecem a Doutrina Espírita. Portanto, deixemos
que fale o Codificador:
“Todos nós, sem exceção, atingimos, mais cedo ou mais tarde, o termo fatal da vida;
o que é certo é que nenhum poder subtrair-nos-ia a essa necessidade. Muitas vezes
as preocupações do mundo nos desviam do pensamento daquilo que se passa além-túmulo;
mas ao chegar o momento supremo, não são poucos os que perguntam em que se vão transformar
(…). Vá lá que tenhamos uma alma. Mas o que é a nossa alma? Ela tem forma e aparência?
É um ser limitado ou indefinido? (…) Ensina-nos ainda a religião que seremos felizes
ou infelizes, conforme o bem ou mal que houvermos feito. Mas qual é essa felicidade
que nos espera no seio de Deus? (…) a missão do Espiritismo é precisamente esclarecer-nos
sobre esse futuro, fazendo-nos, por assim dizer, tocá-lo e vê-lo, não pelo raciocínio,
mas pelos fatos. Graças às comunicações espíritas, ela já não é uma presunção ou
uma probabilidade, (…) é a própria realidade que nos aparece, pois são os próprios
seres de além-túmulo que nos vêm descrever a sua situação, dizer-nos o que fazem
(…). Extinguindo-se as forças vitais, o Espírito se desprende do corpo no momento
em que cessa a vida orgânica. Mas a separação não é brusca ou instantânea. Por vezes
começa antes da cessação completa da vida; nem sempre é completa no instante da
morte (…). Ao entrar no mundo dos Espíritos, é acolhido pelos amigos que o vêm
receber, como se voltasse de penosa viagem. (…) Aí encontra os conhecidos, mistura-se
aos que o amam e com ele simpatizam e, então, para ele começa verdadeiramente sua
nova existência.”
Este aspecto consolador altera todo o panorama desolador da morte. Não existe
a morte e isto a Doutrina Espírita vem afirmar em bases sólidas da lógica, do bom
senso, da própria razão. E não só isso, a coerência da revelação espírita vem demonstrar
o Amor do Criador pelos seus filhos, que, ao invés de destruí-los, permite-lhes
viver e continuar aprendendo para desfrutar dos objetivos de viver.
Porém, para alcançar-se o pleno entendimento de toda a questão – a fim de evitar-se
o desfalecimento diante da partida de alguém querido e ao mesmo tempo inteirar-se
da questão até por interesse próprio, é preciso pensar sobre o assunto. Não se trata
de pensar sobre a morte, mas de pensar num futuro certo, que inevitavelmente virá
para todos. A imortalidade é patrimônio herdado por todos os filhos de Deus. E para
pensar, é preciso estudar.
Todas essas considerações, demais informações, raciocínios e argumentos, podemos
encontrar nas obras básicas da Codificação de Allan Kardec. Basta buscar as questões
pertinentes, encontráveis em O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho
Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese, Obras Póstumas e no acervo contido
na Revista Espírita.
Um estudo continuado dessas obras mostrará a ilusão da morte e a solidez da imortalidade,
que abre outras novas perspectivas, como a comunicabilidade dos espíritos, a reencarnação
e outros temas. Isto trará o entendimento e a compreensão de muitas dúvidas que
ainda atormentam a mente popular, afugentando muitas aflições desnecessárias. E
melhor: trará a orientação para direcionarmos nossos esforços no sentido de progredir
e promover o progresso de nossos irmãos. Sem sofrimento, sem lágrimas e lamentações.