Quando ouço ou leio alguma crítica trabalho psicográfico de Chico Xavier-
digo ao trabalho psicográfico, porque não creio que, em sã consciência, alguém,
principalmente sendo espírita, tenha coragem de criticá-lo em sua vida pessoal
-, fico pensando que, em primeiro lugar, o crítico deveria sentir-se na
obrigação de fazer mais e melhor que ele!
Evidentemente, não ser perfeito o homem, não há de ser perfeito o médium, mas
questiona-se sob a mesma lógica: onde o crítico que não externasse em suas
opiniões a sua visão imperfeita das coisas?
A crítica sincera nunca é mordaz. No caso específico dos críticos de Chico
Xavier – daqueles que têm apontado senões na obra de sua lavra mediúnica – o que
se pretende ao meu ver, sem tirar e nem pôr, é autopromoção. De quando em
quando, não surgem do Movimento Espírita os que propõem revisões na obra de
Allan Kardec, que consideram ultrapassada?
Os verdadeiros intelectuais espíritas – creio que os temos, pois não? – são
mansos e puros de coração; não se prevalecem agora da natural fragilidade física
do médium aos quase 91 de idade, para destratá-lo, nivelando-o a qualquer um
deles ou… de nós.
Ora, Chico está acima disto tudo.
Não pensem que estou aqui a defendê-lo. Quem sou eu para tanto? Este singelo
arrazoado é um apelo contra o ridículo – sim, um alerta pra os que, sem terem
ainda consertado a si mesmos, querem consertar Chico Xavier!…
Como são destituídos que espiritualidade e… pontaria os que atiram pedras
com a língua!… Mas o grande povo é sábio e não os escuta – Emmanuel, André
Luiz e Humberto de Campos continuam vendendo os seus livros e difundindo as suas
idéias.
Chico está dando cabal cumprimento à sua missão. Como é de seu desejo,
ninguém o obriga ir às sessão do “Grupo Espírita da Prece”; gradativamente,
desvincula-se do corpo físico em franca atividade, qual só acontece com os
verdadeiros missionários.
As críticas a ele envelhecerão com o papel de categoria inferior em que, para
baratear o seu custo, os jornais espíritas habitualmente são impressos – um ou
outro talvez ainda venha a ser útil num boteco de legumes e frutas…
Quando a mim – escrevendo pouco, porque também sei qual vai ser, em breve, o
destino deste meu artigo – , digo-lhes, antes de levar em consideração qualquer
crítica à obra psicográfica de Chico Xavier, por mais erudito o seu autor,
perguntaria pelas suas credenciais na Doutrina e pediria para ver o seu
currículo.
(Jornal A Flama Espírita – Nov. 2000)