Comunicação com os Mortos, o Inconsciente a Explica?
Basta um único corvo branco para provar que nem todos são negros. (LOEFFLER).
Introdução
Há tempos vimos querendo encontrar pelo menos um só caso que fosse de comunicação
com os mortos acontecido fora do meio Espírita que viesse a contradizer a hipótese
em que atribuem ao inconsciente como a sua causa geratriz.
Hoje é a Parapsicologia que estuda os fenômenos psíquicos e sobre ela diz-nos
Herculano Pires:
Parapsicologia é o processo científico de investigação dos fenômenos inabituais,
de ordem psíquica e psicofisiológica. É uma disciplina científica, mas não propriamente
uma ciência, pois o seu lugar científico é nos quadros da Psicologia. (in. Parapsicologia
Hoje e Amanhã, pág. 21).
A Parapsicologia possui duas correntes. Uma, a que se pode chamar de verdadeiramente
científica, sob inspiração de J. B. Rhine, tem em seus seguidores pessoas totalmente
abertas sem qualquer tipo de preconceito, aceitam ser possível a existência desses
fenômenos, assim realizam as suas pesquisas partindo dessa premissa. Os que a segue
esperam que essas pesquisas possam chegar a um bom termo, estão dispostos a aceitar
qualquer tipo de resultado que possa vir delas, seja ele o que for. Na outra corrente
se encontram agregados os discípulos de Robert Amadou, convicto católico ortodoxo,
que não admitia a comunicação com os mortos. Infelizmente, muitos religiosos seguem
esse francês, cuja posição paradoxalmente caberia mais a um materialista que a um
espiritualista, como obviamente deveriam ser todos os religiosos.
Alguns pseudo-parapsicólogos que vivem em solo brasileiro, tendo como base essa
escola francesa, ficam a vociferar para todos os cantos que as comunicações com
os mortos são produto do inconsciente, que se não for o da própria pessoa, seria
do inconsciente coletivo. Admitem que todos nós possuímos a capacidade de acessar
esse inconsciente para retirar as informações que irão compor a mensagem do “morto”.
Até o presente momento tudo é retórica, já que ninguém provou cientificamente isso,
portanto, tudo fica à conta do subjetivismo e conjecturas, coisas incompatíveis
com os princípios de uma verdadeira ciência. Gostaríamos até que explicassem, por
exemplo, como agiu o inconsciente, qualquer um deles, para redigir uma mensagem
em inglês recebida por um médium escrita de trás para frente, que para ser lida
necessita-se do auxílio de um espelho como aconteceu, por exemplo com o Chico Xavier,
Divaldo P. Franco e outros.
“A Parapsicologia se fundamenta na pesquisa científica de laboratório, arduamente
realizada, com todos os rigores necessários do controle científico, obtendo resultados
que são submetidos a tratamento matemático para que possam ser legitimamente avaliados.
Fora disso, o que temos é simples empirismo, charlatanismo ou ingenuidade” (PIRES,
1987).
Na fala acima, Herculano Pires dá-nos a exata dimensão daquilo que se pode realmente
chamar de Parapsicologia, não é mesmo o que alguns querem que ela seja, já que a
têm como instrumento de perseguição religiosa aos que não comungam com seus postulados
dogmáticos.
Como as coisas não acontecem por acaso, recentemente estivemos numa livraria
e o título de um dos livros expostos nos chamou a atenção, acabamos por comprá-lo.
Qual não foi a nossa surpresa ao ver que o autor que está defendendo a comunicação
com os mortos é nada mais nada menos que um católico, ou seja, continha justamente
o que estávamos à procura. Esse livro tem o título Conversando com os Espíritos,
em cujas páginas estão relatadas as experiências pessoais do médium norte-americano
James Van Praagh, oportuno que o recomendemos aos interessados nesse assunto. James
descreve, nesse livro, os casos mais importantes que lhe aconteceram quando exercia
a sua mediunidade em benefício do próximo. Sobre a sua Igreja, tem o seguinte pensamento:
A Igreja Católica mantém um sistema de crenças extremamente arcaico. Em vários
aspectos, sustenta uma mentalidade do século XV. E a vida está sempre mudando e
evoluindo.
Ele se sente plenamente feliz com o seu trabalho mediúnico, tendo em vista o
consolo e o alívio que proporcionou especialmente aos inconformados com a perda
de algum ente querido. Inúmeros desesperados mudaram de ponto de vista que possuíam,
entre os quais vários que se sentiam culpados pela morte da pessoa amada, fazendo-as
ver que existe uma força superior que rege tudo no Universo e que absolutamente
nada acontece sem Sua permissão.
O caso
James dá o título de Não é o que você pensa ao caso que iremos
transcrever literalmente do seu livro (pág. 74 a 78):
Quando estava escrevendo este livro, precisei rever muitos anos de minha atividade,
um número incontável de sessões, com o objetivo de apresentar o que considerava
como sendo os tipos mais comuns de encontros entre pessoas saudosas e aqueles que
haviam atravessado o véu da morte. Nessa minha pesquisa, deparei-me com determinadas
sessões que se destacavam das demais. Talvez por serem muito particulares, ou por
demonstrarem certos poderes miraculosos dos espíritos, ou porque a comunicação mantida
durante essas sessões trouxera fatos ou revelações surpreendentes.
A sessão a seguir exemplifica magnificamente esse último caso. É a história de
um casal cuja vida foi despedaçada pela morte de seu filho. Foi uma morte que provocou
mais perguntas do que respostas. O espírito de seu filho ficou extremamente agradecido
pela oportunidade de esclarecer seus pais a respeito dos incidentes controversos
que cercaram sua morte. Ao final da sessão, foi não só apenas capaz de restabelecer
a paz de espírito de seus pais como também, o mais importante, sua alma, finalmente,
pôde descansar.
Allan e Sandra vieram até mim por recomendação de amigos. Pareciam muitos céticos
e muito inseguros quanto a se envolverem em algo tão insólito (para eles) quanto
o espiritualismo. Eu fiz a minha introdução de costume, explicando como recebo as
informações, o que se pode e o que não se pode esperar. Eles escutaram com atenção
e entenderam que deveriam estar preparados para o que quer que fosse acontecer.
A primeira pessoa que captei foi a mãe de Sandra. Eu avisei:
– Sandra, sua mãe está aqui. Ela a acompanha muito de perto e diz para você ter
cuidado com aquela faca na cozinha.
– Meu Deus! – exclamou Sandra. – Eu a estava afiando hoje e quase cortei meu
dedo. Ela estava me observando?
Eu respondi:
– Só podia ser a sua mãe, porque eu não estava na sua cozinha. Sandra sorriu
e sua mãe continuou me enviando mensagens.
– Sua mãe diz que gostou muito dos novos móveis do pátio.
– Sim, isso mesmo. Acabamos de comprar alguns móveis. Minha mãe gostava muito
de sentar-se no pátio quando morava conosco.
– Ela tem muito senso de humor. Acabou de dizer que se sentava ali esperando
a morte.
Subitamente, fui interrompido pelos pensamentos de outro espírito que insistia
em ser ouvido.
– Sim, eu escuto você… – disse ao espírito. – Há alguém com sua mãe, Sandra.
É um jovem… alguém que viveu muito pouco. Sua mãe me diz agora que você esteve
chamando por ele.
Os olhos do casal encheram-se de lágrimas. Prossegui, perguntando:
– O nome Steven quer dizer alguma coisa para vocês?
Eles ficaram pálidos e começaram a chorar. Steven era o filho do casal e, aliás,
a principal razão de terem vindo me ver.
– Steven está muito agitado! – continuei. – Ele não se sente em paz. Tem tentado
chegar a vocês há algum tempo. Ele teria falecido há dois anos, aproximadamente?
– Não… faz apenas dez meses, quase um ano.
– Hum… Ele diz que sabe que sua morte destruiu a vida de vocês também e diz
que lamenta muito pelo que passaram. Ele tentou corrigir um erro… Não sei do que
está falando. Vocês entendem?
– Acho que sim – disse Allan. – O que mais ele está dizendo?
– Nossa… Ele está me enviando uma sensação fortíssima de ardência. Sinto como
se minha cabeça fosse estourada… reduzida a pedaços. Sinto muito, mas essa é a
sensação que ele está me transmitindo. Ele levou um tiro? Foi isso?
– Sim…
– Steven diz que foi encontrado morto em seu quarto…
– Foi isso mesmo!
Ambos enxugaram os olhos.
– Sinto muito ter que lhes contar isso… Mas creio que seu filho estava envolvido
com drogas… ou pelo menos que as vinha experimentando.
– Nós descobrimos isso também! – afirmou Sandra.
– Seu filho é muito forte. Ele está gritando… foi Ronnie! Quem é Ronnie?
– Era um de seus amigos.
Foi então que transmiti a informação que mudou completamente a atmosfera daquela
sala, não apenas os sentimentos do casal, mas mesmo os meus.
– Seu relógio. Ele está falando sobre seu relógio de ouro…
– Não conseguimos encontrá-lo, depois que Steven morreu – explicou Allan. – E
procuramos em todos os cantos.
– Seu filho o deu a Ronnie, como pagamento. Ronnie estava muito zangado. Sabem
se houve alguma briga entre eles?
– Não…
– Steven está gritando para mim: “Eu não me matei. Foi Ronnie. Foi ele que fez
isso comigo!”
Baixou um silêncio quase mortal entre nós. Não conseguíamos acreditar no que
havia sido dito. É muito raro um espírito vir até nós para revelar o nome de seu
assassino. Nesse caso, Steven queria justiça. Recostei-me em minha cadeira e tentei
me recompor, antes de continuar.
– Steven está dizendo alguma coisa sobre suicídio. Vocês acreditam que ele cometeu
suicídio?
Ambos confessaram que sim…
– Seu filho está tentando dizer que estão enganados. Ele não se mataria. A polícia
chegou a questionar a hipótese de suicídio?
– Não – disse Sandra. – Foi o que todos acreditamos. Que Steven se matou porque
estava envolvido com drogas. Acharam drogas em suas roupas.
– Estou captando com muita clareza que seu filho e esse garoto chamado Ronnie
tiveram uma briga a respeito de drogas e de dinheiro. Allan, você possui uma pistola?
Uma arma pequena?
– Sim… foi essa a arma utilizada…
– Ele me disse que a apanhou de uma gaveta do fundo do armário. É isso mesmo?
– Jesus Cristo! Como é que você poderia saber disso? Sim, foi isso mesmo.
– Sabem se esse Ronnie tem antecedentes criminais?
– Acho que não… – falou Sandra.
– Seu filho continua a me mostrar uma briga, por causa de dinheiro. Steven devia
dinheiro a Ronnie. Este rapaz estava realmente perturbado, sob efeito de alguma
substância, na hora. Seu filho agora está me mostrando uma garagem. É uma garagem
de tijolos, com uma porta branca. Tem três janelas pequenas. Ele a abre e vai em
direção a uma parede lateral, para a esquerda.
– Mas nós não temos uma garagem. O que quer dizer isso?
– Não sei. Mas guardem isso… Por favor. Pode fazer sentido mais tarde. Seu
filho está bem e feliz agora, por ter lhes contado isso. Ele disse que vocês compreenderão
tudo, algum dia. Peguem o tal Ronnie. Steven está mencionando um nome… Sharon,
ou Sherry…
– É a irmã de Ronnie – informou Allan.
– Ela acabou de ter um bebê, por acaso?
– Não…
-Bem, não sei o que significa. Mas guardem a informação e verifiquem se fará
sentido, mais tarde. Sua mãe está entrando de novo. Ela diz que vocês ajudaram
muito ao Steven. Ele está bem, agora.
– Obrigada… – murmurou Sandra.
– Está me mostrando agora alguma coisa… que tem a ver com descascar batatas…
– Eu estava fazendo ontem uma sopa de batatas. A receita é da minha mãe. Pensei
muito nela.
-Ela me disse que ficou uma delícia.
Ambos sorriram. A sessão prosseguiu por mais um pouco. Steven falou a respeito
do seu funeral e quanto desejou que sua mãe não sofresse tanto, à beira do túmulo.
Enfim, encerramos e nos despedimos. O casal estava convencido de que fizera contato
com seu filho. Garantiram que escutariam a fita outra vez para tentar entender melhor
a incrível informação recebida.
Muitos meses mais tarde, recebi um telefonema de Sandra. Ela queria agradecer
a ajuda que sua família recebera de mim e me pôr a par de tudo o que acontecera,
nesse ínterim. Eles haviam contatado a polícia e conversaram com um detetive que
sabia da morte do seu filho. O detetive foi investigar a história de Ronnie. Quando
visitou a casa de Ronnie, encontrou a garagem de tijolos com as três janelas. À
esquerda, por trás de um painel de parede, havia um quilo de heroína escondida,
além de outras drogas, e o relógio de outro de Steven. O detetive levou Ronnie em
custódia e, depois de interrogado, o rapaz finalmente admitiu que Steven lhe devia
algum dinheiro, por compra de drogas. Steven ofereceu-lhe seu relógio como pagamento.
Ronnie fiou com ele, mas ainda exigia mais – queria dinheiro. Certo dia, Ronnie
foi à casa de Steven querendo receber, e Steven pegou o revólver de seu pai para
se proteger. Quando Steven disse a Ronnie que não tinha mais dinheiro, Ronnie tomou-lhe
a arma e disparou-lhe um tiro na cabeça. Ronnie admitiu também que estava sob efeito
de drogas, na ocasião. Ele foi julgado e está cumprindo sentença de prisão perpétua
em uma penitenciária estadual.
Considerações sobre o caso
Um fato interessante é que o casal, Allan e Sandra, buscou o médium para tentar
entrar em contato com o filho que já havia morrido, segundo todos pensavam, por
suicídio. Mas o primeiro espírito que se apresenta à sessão é o da mãe de Sandra,
estranho, pois ela não foi ali para isso.
A questão que podemos colocar é: será que após a morte nós deixaremos de pensar
em nossos filhos? Se isso acontecer, devemos pressupor que não seremos mais, no
outro lado da vida, a mesma individualidade que se encontrava encarnada ou que então
passaremos a ser indiferentes com os que amávamos quando vivos. Assim, perguntamos:
de que valeriam as relações de amor que estabelecemos com os nossos familiares e
amigos, se depois da morte não nos lembrarmos mais deles? Se é verdade isso, seria
muito mais prático nascermos e vivermos como alguns animais, sem qualquer vínculo
um com o outro, nem mesmo o familiar.
Mas o relato nos diz que a mãe de Sandra apesar de desencanada continua a se
preocupar com a filha, por isso a acompanhava em seus afazeres e que as duas mantinham-se
sempre ligadas pelo pensamento, uma vez que, nem mesmo com a morte, os laços de
amor se rompem. E, em princípio, ficaremos com essa hipótese até que alguém possa
nos provar cientificamente o contrário.
Vejamos agora a manifestação de Steven, filho do casal. Percebemos claramente
que o médium passa a sentir as sensações que esse espírito estava vivenciando naquele
momento. Observar que a certa altura relata o médium James sobre Steven: “Ele não
se sente em paz”, ao final, após o desabafo dele, volta a esse assunto, dizendo
aos pais: “Seu filho está bem e feliz agora, por ter lhes contado isso”. Será que
o inconsciente produziria uma coisa assim? Será que essa atitude é consciente ou
inconsciente?
Em que pese todos acreditarem que Steven tenha se suicidado, ele revela que isso
não ocorreu, mas que foi o seu amigo Ronnie quem o teria matado, após brigarem por
dinheiro relacionado a pagamento de drogas. Será que isso foi captado do inconsciente
de Ronnie? Que mesmo em condições inexplicáveis ele, o inconsciente de Ronnie, estaria
delatando-o aos genitores do seu amigo? Alguém em sã consciência faria uma coisa
desta? Não seria mais provável que o instinto de conservação iria inconscientemente
nos defender de qualquer acusação, mesmo que tenhamos praticado um crime?
Como foram passadas as informações da garagem de tijolos e da parede lateral
à esquerda? Em que inconsciente teria isso sido captado, senão na informação da
própria vítima, Steven? Por que motivo foi citado o relógio de Steven, que os pais
achavam perdido e que segundo ele, foi entregue a Ronnie como pagamento de droga,
fato depois confirmado por Ronnie à polícia? De que inconsciente essa informação
foi tirada? A questão do lugar onde o revólver se encontrava guardado, também foi
tirada do inconsciente dos pais de Steven? Se alguém disser que sim, poderá provar
isso? Mas por que não do próprio Steven?
Enfim, inúmeras questões não seriam respondidas pela hipótese do inconsciente,
entretanto todas seriam perfeitamente explicáveis se aceitarmos que o próprio Steven
veio pessoalmente em espírito para dizer-lhes tudo isso, bem como o que mais lhe
amargurava o coração. Dizem que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, isso
nos leva à conclusão que somos espíritos já que “Deus é espírito” (Jo 4, 24). Entretanto
quando o Espiritismo vem dizer a todos que é exatamente assim, aparecem os contraditores
materialistas, entre eles, por estranho que pareça, vários líderes religiosos, juntamente
seguem-lhes a maioria dos seus fiéis.
Conclusão
Hoje sabemos perfeitamente ser possível a telepatia, inclusive é fato já comprovado
cientificamente. A telepatia é a transmissão ou comunicação extra-sensorial de pensamentos
e sensações, à distância, entre duas ou mais, não tendo, conseqüentemente, qualquer
articulação verbal, podendo acontecer mesmo se as pessoas envolvidas estiverem a
milhares de quilômetros umas da outras.
Como a ciência ainda não pode afirmar que o espírito não sobrevive à morte do
corpo físico e até que essa prova em contrário apareça, podemos aceitar por intuição,
por fé ou qualquer outra coisa, que o espírito sobrevive à morte do corpo físico.
Esse princípio é defendido por todas as correntes espiritualistas, entre elas, as
religiosas. Se há telepatia entre os vivos, por que não haveria também entre um
vivo e um “morto”, considerando que nossa individualidade continue a existir na
dimensão espiritual? O que na verdade nós somos? Somos um espírito habitando temporariamente
um corpo físico. É o espírito que transmite o seu pensamento a outro, pouco importa
a condição que este outro se encontra, quer esteja encarnado ou não.
A hipótese do inconsciente cai como uma luva para um materialista convicto, mas,
por coerência, não deveria existir no meio dos que acreditam que em nós há algo
mais que só um corpo físico. Mas apesar disso, ainda encontramos pessoas que se
nos afiguram de muita religiosidade, abdicando dessa espiritualidade para se aliarem
aos materialistas no combate ferrenho contra qualquer idéia que possa ter cunho
espiritual.
Poderíamos até apresentar um outro interessantíssimo caso: o do advogado italiano
Dr. Lino Sardos Albertini, que segundo seu currículo foi presidente da Academia
de Estudos Jurídicos e Econômicos “Cenáculo Triestino”, presidente da Junta Diocesana
de Ação Católica de Trieste, vice-presidente nacional da União Pan-européia Italiana
e presidente do Arqueoclube de Trieste, mas teríamos que indicar o seu livro
O Além Existe, Testemunho extraordinário rigorosamente documentado. É mais um
católico, como dito na apresentação do livro; praticante, que teve contato com um
filho, quem nem sabia exatamente da morte, pois desapareceu misteriosamente após
sair, sem rumo certo, para uns dias de férias. Entretanto seriadifícil para um leitor
comprovar, já que esse livro só foi editado aqui no Brasil em uma única edição.
A editora (Edições Loyola) eminentemente católica ao cair em si sobre o que tinha
realmente publicado, preferiu jogar a verdade para debaixo do tapete a aceitar algo
que viesse colocar em contradição princípios religiosos de sua Igreja. Fato importante
é que a apresentação do livro está assinada por Pe. Pascoal Magini, teólogo, epistemólogo
e escritor. Além deste, devemos citar mais um outro que é o texto A Igreja ante
os fenômenos paranormais que leva a assinatura de Pe. João Martinetti, estudioso
da paranormalidade, que ao final diz:
Os inúmeros e significativos reflexos positivos nas consciências, obtidos por
meio de O Além existe, demonstram a necessidade que tem o homem de sinais
exteriores e de provas objetivas que ajudem a Fé, hoje mais difícil, e o dever para
nós que acreditamos, de estudar este caso relevante e todo o imenso e complicado
campo paranormal, deixando a atitude de desinteresse e de estranheza que, no último
século, por influência do positivismo dominante, caracterizou boa parte da cultura
católica.
Encerramos repetindo essa frase de Jesus: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
(Mc 4,9).
Paulo da Silva Neto Sobrinho
Mar/2004.
Referência Bibliográfica
- ALBERTINI, L. S. O Além existe, testemunho extraordinário rigorosamente
documentado. São Paulo: Loyola, 1989. - LOEFFLER, C. F. Fundamentação da Ciência Espírita. Niteroi, RJ: Lachâtre,
2003. - PIRES, J. H. Parapsicologia Hoje e Amanhã. São Paulo: Edicel, 1987.
- VON PRAAGH, J. Conversando com os Espíritos. Rio de Janeiro: Sextante,
1998.