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O conhecimento do futuro

Se a lembrança das vidas passadas e o conhecimento do
futuro fossem de essencial importância para o progresso do homem encarnado, a
natureza teria-nos dotado de um sentido para tal.

Vejamos, então, o que nos falam os Espíritos sobre o conhecimento futuro.

Nas questões 868 a 871. de “O Livro dos Espíritos”, eles tratam desse
assunto. Dizem-nos eles que em princípio o futuro é oculto ao homem e só em
casos raros e excepctonais permite Deus que seja revelado.

A finalidade de se conservar o futuro oculto ao ser humano reside no fato de
que, se o conhecêssemos, negligenciaríamos o presente e não obraríamos com a
liberdade com que agimos, porque nos dominaria a idéia de que, se uma coisa tem
que ocorrer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraríamos obstar a que
tal coisa não acontecesse.

A certeza de um acontecimento venturoso nos lançaria na animação e a de um
acontecimento infeliz nos encheria de desânimo. Não podemos esquecer de que uma
das provas pela qual o espírito passa é a do livre arbítrio.

Se nossa liberdade de agir fosse influenciada por alguma coisa, aponto de
entravá-la, a responsabilidade da ação seria menor ou nula. Por isso é que tanto
o nosso passado espiritual quanto o conhecimento sobre o nosso futuro só são
revelados em casos excepcionais e de forma natural, e isso quando o conhecimento
prévio facilite a execução de alguma coisa.

Além de tudo, nunca devemos nos esquecer de que assim como os acontecimentos
do presente, têm sua causa na nossa vida passada, os acontecimentos do futuro
têm como base as nossas ações presentes. É a lei de Ação e Reação.

Assim, não há razões para o homem viver em busca de informações sobre seu
futuro. Tal atitude revela falta de confiança nos desígnios divinos. O que
ocorre é que, na maioria das vezes, encontrará exploradores e enganadores da boa
fé alheia.

Se cremos em Deus, por conseqüência cremo-lo justo e infinitamente bom. Nada
melhor que, em todos os lances da vida, exercitarmos a confiança irrestrita
nele.