Considerações Sobre a Sabedoria e o Amor
Temos sido diariamente alertados pelos imortais da vida maior, de que
necessitamos desenvolver as duas asas que nos levarão à sublimação como seres
eternos da criação que somos do nosso Pai Celestial,que são: a asa do amor e
a asa da sabedoria, para planarmos em esferas mais elevadas do que a que ora
nos movimentamos em termos de moralidade.
Ensinam-nos eles que: “A sabedoria sem amor, é campo
aberto ao materialismo, ao passo que o amor sem sabedoria, se constitui
portas abertas ao fanatismo”.
A sabedoria sem o amor, é como marco no deserto escaldante, que aponta o caminho
de saída ao viajante exausto, mas não lhe retira a sede do momento,
ao passo que o amor sem a sabedoria poderia se transformar em água
cristalina em lugar escuro, que retira a sede do viajante, mas não lhe dá
o caminho de saída.
Temos pois, necessidade de amor e sabedoria em perfeito equilíbrio. Daí
a necessidade de um Amor que saiba e de uma Sabedoria que ame.
Pois só com o correto equilíbrio entre o amor e a sabedoria, em igualdade de
desenvolvimento seriam capazes de nos harmonizar com as Leis universais da criação,
e para justificar esse raciocínio, apresentam inúmeras ocorrências
que bem nos dão uma pequena amostra de como procedemos normalmente, em decorrência
da desigualdade de proporção entre a nossa maneira de saber e de amar.
Temos inteligência mas não possuímos amor, por isso somos perversos; nossa noção
de justiça não leva em conta o amor, por causa disso somos implacáveis; nossa interpretação
para a diplomacia não se baseia no amor, por conta disso nos tornamos hipócritas;
o êxito que alcançamos em qualquer atividade que exerçamos não considera o amor,
e por essa razão somos arrogantes; a riqueza da qual desfrutamos não contém nenhuma
dose de amor, é então que nos tornamos avarentos; a nossa externa docilidade não
contém amor, por isso nos tornamos servis; a pobreza que nos ensina não é recebida
com amor, por isso nos torna orgulhosos; a beleza com que a natureza nos brinda
não contém o tempero do amor, por isso nos fazemos ridículos; a autoridade que nos
foi confiada não é exercida com amor, por isso nos tornamos tiranos; o trabalho
desmedido a que nos entregamos não contém a dosagem equilibrada do amor, por isso
nos faz escravos da ganância; a simplicidade que ostentamos sem a devida dosagem
de amor, nos deprecia; a Lei exercida sem o equilíbrio do amor, nos escraviza; a
política exercida sem a presença do amor, nos faz egoístas.
E para que bem compreendamos o valor da sabedoria exercida com amor os espíritos
superiores nos esclarecem que a nossa vida “sem a bênção do amor não faz sentido”.
No Capítulo VI do Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito de Verdade nos
alerta para que observemos estes dois ensinamentos: “Espíritas amai-vos, este
o primeiro ensinamento; Espírita instruí-vos este o segundo”, que não deveremos
jamais negligenciar sob pena de não alcançarmos o esperado êxito na nossa passagem
por este planeta que nos abriga e nos concede a grande oportunidade de crescimento
e desenvolvimento tendo como roteiro para nosso triunfo os ensinamentos contidos
no evangelho de Jesus Cristo.
Cabe-nos, portanto, levar em consideração que precisamos imediatamente despertar
para a prática das lições que a doutrina espírita nos fornece, e fazer uso de nossa
força de vontade para empreendermos o quanto antes a tão necessária modificação
de comportamento, abandonando em definitivo o procedimento milenar do homem velho
que sempre fomos, e buscarmos agir o quanto antes com os ensinamentos contidos nas
mensagens de Jesus, se pretendemos atingir a nossa finalidade maior que é sem dúvida,
o progresso do ser espiritual que somos.