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Cuidados com a mediunidade

A mediunidade é uma ferramenta que permite auxiliar pessoas em dificuldades.
Não é dom, nem privilégio e sim uma possibilidade a mais de aprendizado e reparo
dos erros do passado. É o que ensina o Espiritismo. Lamentavelmente, a
mediunidade por vezes cria alguns problemas, porque tanto o médium como os que
vivem à sua volta, desconhecem sua importância e responsabilidade.

Da parte do portador da faculdade, ela pode ser motivo de vaidade sempre que
o médium se considerar especial e presenteado por Deus com dotes extras, o que o
transformaria numa pessoa incomum. Nessas condições, não conseguirá controlar a
faculdade nem selecionar o que deve ou não ser divulgado. Da parte dos amigos
que o rodeiam, constata-se com freqüência os malefícios que estes lhe causam. Há
médiuns que de modo inconseqüente, são usados como porta-vozes de notícias do
Além e mesmo para fornecerem informações sobre o que acontecerá no futuro.
Pessoas que nem conseguem viver o presente e já estão preocupadas com um tempo
que talvez nem chegue.

O Centro Espírita, o local correto para a atividade mediúnica, precisa
orientar os que atuam no campo da mediunidade, para que não se percam. Explicar
aos medianeiros que tem pouca utilidade a mensagem repetitiva, falada ou
escrita, que já consta do Evangelho e está fartamente complementada por
respeitável literatura espírita e que importa naquele momento, atender aos
Espíritos sofredores para libertá-los das trevas. É inadiável o trabalho de amor
ao próximo.

Em despretensiosa recomendação aos médiuns, poderíamos sugerir o seguinte:

  1. Jamais repita o erro do “velho espírita” que menospreza o estudo e fica só
    envolvido com a prática mediúnica. Como entender-se com Espíritos quem não
    fala a língua deles. Participe de reuniões que visem melhorar seus
    conhecimentos.
  2. Não tenha pressa em relatar a vidência envolvendo problemas dos outros.
    Isso irá ajudá-los pouco e é provável que você esteja vendo “errado”. Vidência
    é mediunidade restrita à capacidade evolutiva de cada médium.
  3. As informações que criem pânico ou possam semear discórdia jamais devem
    ser divulgadas. Só Espíritos de natureza inferior dão este tipo de recado.
  4. Nunca se envaideça com elogios quanto à sua mediunidade. O mérito é dos
    Espíritos que usam o médium para o socorro, sob a assistência de Jesus. Elogio
    que chega em exagero sempre esconde segundas intenções.
  5. Analise sempre o que diz, para que suas mensagens sejam transmitidas com
    equilíbrio. Não se esqueça que é dos Espíritos a autoria das palavras.
    Reproduza-as com a maior fidelidade possível e cuide para não denegrir a
    imagem daqueles que do plano invisível o assiste, evitando influenciar seus
    pensamentos com as próprias palavras.
  6. Dê exemplos de educação e brandura, porque o médium, mais do que um
    procurador dos Espíritos, é propagandista do Espiritismo. Melhor que falar é
    mostrar lições por atitudes. Não exija o que você mesmo não consegue fazer
    porque os obsessores gostarão de testá-lo. Uma pessoa aflita, ansiosa, não
    pode ser médium da Luz. Controle-se!
  7. Não falte às reuniões. As programações espirituais incluem a sua presença
    e isso não condiz com os princípios da caridade que os médiuns propõem viver.
  8. Evite fazer de seu lar um ponto de reunião mediúnica para atender assuntos
    particulares. O Centro Espírita é o local indicado, porque além da divulgação
    do Evangelho ali há maior auxílio dos responsáveis pela casa, encarnados e
    desencarnados.
  9. O médium deve esforçar-se para ser exemplo, em casa, na rua, na escola ou
    no trabalho. O espírita é mais cobrado entre os religiosos porque tem mais
    informações e deve aplicá-las no dia-a-dia, em benefício próprio e dos
    semelhantes. É preciso viver o Evangelho vinte e quatro horas por dia.
  10. O médium deve evitar o ciúme, o rancor, a inveja, a indiferença ou
    qualquer sentimento negativo em relação aos demais companheiros. Estes
    sentimentos desarmonizam a equipe e nenhuma organização da Espiritualidade
    encontrará o “feixe de varas” citado por Kardec, para realizar os trabalhos
    com segurança. Se ainda é impossível nos amarmos em plenitude, ao menos
    respeitemo-nos, compreendendo as limitações próprias da nossa condição
    evolutiva.

Médium, telefone que deve estar sempre disponível para que a chamada se
complete. Andam sempre ocupados e Deus vem tendo dificuldades para falar aos
seus filhos, através desses emissários. É preciso paz, vigilância e harmonia na
colméia desses mensageiros do Além.