A mediunidade é uma ferramenta que permite auxiliar pessoas em dificuldades.
Não é dom, nem privilégio e sim uma possibilidade a mais de aprendizado e reparo
dos erros do passado. É o que ensina o Espiritismo. Lamentavelmente, a
mediunidade por vezes cria alguns problemas, porque tanto o médium como os que
vivem à sua volta, desconhecem sua importância e responsabilidade.
Da parte do portador da faculdade, ela pode ser motivo de vaidade sempre que
o médium se considerar especial e presenteado por Deus com dotes extras, o que o
transformaria numa pessoa incomum. Nessas condições, não conseguirá controlar a
faculdade nem selecionar o que deve ou não ser divulgado. Da parte dos amigos
que o rodeiam, constata-se com freqüência os malefícios que estes lhe causam. Há
médiuns que de modo inconseqüente, são usados como porta-vozes de notícias do
Além e mesmo para fornecerem informações sobre o que acontecerá no futuro.
Pessoas que nem conseguem viver o presente e já estão preocupadas com um tempo
que talvez nem chegue.
O Centro Espírita, o local correto para a atividade mediúnica, precisa
orientar os que atuam no campo da mediunidade, para que não se percam. Explicar
aos medianeiros que tem pouca utilidade a mensagem repetitiva, falada ou
escrita, que já consta do Evangelho e está fartamente complementada por
respeitável literatura espírita e que importa naquele momento, atender aos
Espíritos sofredores para libertá-los das trevas. É inadiável o trabalho de amor
ao próximo.
Em despretensiosa recomendação aos médiuns, poderíamos sugerir o seguinte:
- Jamais repita o erro do “velho espírita” que menospreza o estudo e fica só
envolvido com a prática mediúnica. Como entender-se com Espíritos quem não
fala a língua deles. Participe de reuniões que visem melhorar seus
conhecimentos. - Não tenha pressa em relatar a vidência envolvendo problemas dos outros.
Isso irá ajudá-los pouco e é provável que você esteja vendo “errado”. Vidência
é mediunidade restrita à capacidade evolutiva de cada médium. - As informações que criem pânico ou possam semear discórdia jamais devem
ser divulgadas. Só Espíritos de natureza inferior dão este tipo de recado. - Nunca se envaideça com elogios quanto à sua mediunidade. O mérito é dos
Espíritos que usam o médium para o socorro, sob a assistência de Jesus. Elogio
que chega em exagero sempre esconde segundas intenções. - Analise sempre o que diz, para que suas mensagens sejam transmitidas com
equilíbrio. Não se esqueça que é dos Espíritos a autoria das palavras.
Reproduza-as com a maior fidelidade possível e cuide para não denegrir a
imagem daqueles que do plano invisível o assiste, evitando influenciar seus
pensamentos com as próprias palavras. - Dê exemplos de educação e brandura, porque o médium, mais do que um
procurador dos Espíritos, é propagandista do Espiritismo. Melhor que falar é
mostrar lições por atitudes. Não exija o que você mesmo não consegue fazer
porque os obsessores gostarão de testá-lo. Uma pessoa aflita, ansiosa, não
pode ser médium da Luz. Controle-se! - Não falte às reuniões. As programações espirituais incluem a sua presença
e isso não condiz com os princípios da caridade que os médiuns propõem viver. - Evite fazer de seu lar um ponto de reunião mediúnica para atender assuntos
particulares. O Centro Espírita é o local indicado, porque além da divulgação
do Evangelho ali há maior auxílio dos responsáveis pela casa, encarnados e
desencarnados. - O médium deve esforçar-se para ser exemplo, em casa, na rua, na escola ou
no trabalho. O espírita é mais cobrado entre os religiosos porque tem mais
informações e deve aplicá-las no dia-a-dia, em benefício próprio e dos
semelhantes. É preciso viver o Evangelho vinte e quatro horas por dia. - O médium deve evitar o ciúme, o rancor, a inveja, a indiferença ou
qualquer sentimento negativo em relação aos demais companheiros. Estes
sentimentos desarmonizam a equipe e nenhuma organização da Espiritualidade
encontrará o “feixe de varas” citado por Kardec, para realizar os trabalhos
com segurança. Se ainda é impossível nos amarmos em plenitude, ao menos
respeitemo-nos, compreendendo as limitações próprias da nossa condição
evolutiva.
Médium, telefone que deve estar sempre disponível para que a chamada se
complete. Andam sempre ocupados e Deus vem tendo dificuldades para falar aos
seus filhos, através desses emissários. É preciso paz, vigilância e harmonia na
colméia desses mensageiros do Além.