Transcrevemos abaixo dois pensamentos que caracterizam a alegria da data de 18
de abril:
“(…) seu objetivo é o melhoramento moral da Humanidade; enquanto não
vos afastardes disso, jamais sereis enganados, porque não há duas maneiras de se
compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom-senso pode admitir. Os Espíritos
vêm vos instruir e vos guiar no caminho do bem, e não no das honrarias e da fortuna,
ou para servir às vossas paixões mesquinhas.(…)”
“(…) pensamento comum: o amor de Deus e a prática do bem. (…) o objetivo
final é o mesmo, e o meio de atingi-lo é também o mesmo: fazer o bem (…)”
Ambas as transcrições são de O Livro dos Médiuns, respectivamente itens
303 e 302 do capítulo. XXVII. Elas definem bem o objetivo do Espiritismo. Este livro
foi lançado por Allan Kardec, em 1861. Mas ele é um desdobramento da obra principal,
O Livro dos Espíritos, lançado em 18 de abril de 1857, alcançando,
portanto, neste ano de 2004, 147 anos de publicação.
O livro foi lançado em Paris, na França, e seu Codificador (organizador da obra),
definiu sua característica: “(…) Como especialidade, O Livro dos Espíritos
contém a Doutrina Espírita; como generalidade, ele se prende à doutrina espiritualista
da qual apresenta uma das fases.(…)”. E apresenta seu perfil: “(…) Diremos,
pois, que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo têm por princípios as relações do
mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível (…)”.
Importante é considerar que dessas relações abrem-se imensas perspectivas e conseqüências,
com proposta absolutamente alicerçada no Evangelho, capaz de modificar o rumo da
história humana, embora num processo lento, pois que passível de assimilação ao
longo do tempo.
Da publicação da Codificação, surgiram os adeptos da Doutrina, que deram origem
aos grupos espíritas que se espalharam pelo mundo. Atualmente destaca-se o Brasil
pela inumerável quantidade de entidades, grupos, iniciativas e ações inspiradas
e mantidas em nome do Espiritismo. Esses grupos refletem o conhecimento de seus
dirigentes e integrantes, advindo daí algumas distorções e distanciamento dos reais
objetivos da Doutrina. Porém isso não causa dano, pois que à Causa não podem ser
creditados os desvios e distorções praticados por aqueles que desconhecem o Espiritismo
em suas bases essenciais. De outra forma, ficam sim creditados às Casas e grupos
os frutos do desconhecimento.
Numa visão macro, desaparecem esses problemas e questões, resolvíveis através
do tempo com o crescimento e amadurecimento de grupos e pessoas, e permanece a visão
ampla e libertadora da DOUTRINA ESPÍRITA, verdadeiro farol a iluminar o caminho
humano.
Por essas razões todas, simples no enunciado, mas de grande alcance na vida humana,
a Doutrina Espírita merece respeito e sua data maior, a da publicação de O LIVRO
DOS ESPÍRITOS, precisa sempre estar em nossas mentes e corações, lembrada e comemorada
pelos Centros, ensinada às crianças, recordada nos estudos. É uma data para estar
na memória dos espíritas como o marco de Uma Nova Era para a Humanidade.