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Debate com o Pregador

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Estamos colocando à apreciação de nossos leitores um debate com um protestante, que queria de todas as maneiras nos convencer que a reencarnação não existe.

Elegemos a você, leitor, para ser o Juiz deste debate. Analise-o friamente, sem qualquer espécie de preconceito religioso, e decida onde se encontra a lógica.

Não vamos nos alongar mais, pois o debate já é por demais longo.

De: mm
To: pauloneto@redevisao.net
Sent: Tuesday, February 12, 2002 10:08

ESPIRITISMO X CRISTIANISMO

Caro Paulo Neto:

Depois de ler a tua página na Internet (www.redevisao.net/sedahome/crente2.htm), tive a sensação de que as palavras de Jesus, a segunda revelação de Deus aos homens segundo o espiritismo, assim como os profetas, estavam todos errados. Toda a revelação estaria errada, Moisés errou, Jesus errou, os profetas erraram. Sim, porque – segundo a Bíblia – Jesus é o Salvador prometido por Deus aos homens. As profecias da vinda do Messias se cumpriram em Jesus. No entanto, o Espiritismo desfaz isso, dizendo a salvação não vem mediante Cristo, mas por mérito próprio.

Somos, eu os demais que creram em Cristo ao longo dos anos, o mais miseráveis dos homens, pois cremos numa mentira. No entanto, os teus ataques à Bíblia nada mais são do que um reforço à minha fé. Jesus disse aos saduceus: “Errais, não conhecendo as Escritura, nem o poder de Deus. Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.” (Mateus 22:29-30). Ora, na ressurreição não voltaremos para o mesmo corpo, mas para um novo corpo transformado, incorruptível (v. 1 Coríntios, a partir do vs. 12). Daí, te digo, erras não conhecendo as escrituras. Jesus jamais suscitou dúvidas à Bíblia. O espiritismo, no entanto, desfaz dela e, paradoxalmente, a utiliza para a defesa da sua doutrina. Quanta incoerência! Se a Bíblia sofreu alterações, os textos usados na defesa da mediunidade e da reencarnação também poderão ter sofrido, daí tudo é duvidoso, nada é absoluto. Mas, certamente, embora haja muitas aberrações, 99% dos textos bíblicos, comparados, possuem semelhança na tradução. E não me venha citar textos da Bíblia católica (tu citas pelo menos quatro traduções católicas); essa realmente não merecem confiança (v., a propósito, o site: www.zeuekela.hpg.ig.com.br/Paginas_Pessoais/1/interna_hpg3.html).

Não quero me delongar. Mas dou-te a conhecer o texto do Livro A REENCARNAÇÃO À LUZ DA BÍBLIA que, embora sintético ao tratar de um assunto tão vasto, traz provas irrefutáveis da inexistência da doutrina da reencarnação diante da Bíblia.

Ah, só mais uma coisa: Se queres ver a alva, procure conhecer realmente a Bíblia. Peça orientação ao Espírito Santo de Deus, sem preconceitos, busque a Verdade e a Verdade te libertará. Mas abra o seu coração; de coração fechado, jamais poderemos encontrar o Caminho: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (…) Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. (…) Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1:18, 23 e 25).

Cuide-se!

Jesus te ama e eu também.

Um forte abraço.

MM

Em 13 Feb 2002, Paulo da Silva Neto Sobrinho escreveu:

MM,

O que ainda não conseguiu entender é que para os Espíritas a “salvação” provem de Jesus sim. Não como querem os teólogos dogmáticos, mas no sentido de seguirmos os seus ensinamentos, já que é por aí que, segundo Jesus, seremos julgados: “A cada um segundo suas obras”.

Sobre a questão da ressurreição estamos anexando um texto sobre este assunto.

A questão da Bíblia é bem simples, pois apesar de nela ver algumas revelações, não a temos revelada de capa a capa, já que não podemos admitir que Deus tenha errado revelando coisas divergentes.

Veja o texto “A palavra de Deus na Bíblia”.

Sugerimos o livro “Analisando as Traduções Bíblicas” do Dr. Severino Celestino da Silva, Ed. Idéia, onde ele prova que as traduções das Bíblias em português estão muito longe dos textos originais.

Por outro lado, não aceitamos nada que vá contradizer o que Jesus disse. Muitos dos seus ensinamentos foram deturpados pelos homens que movidos por interesses próprios desvirtuaram-nos com suas interpretações. Veja o texto: “O Antigo Testamento foi revogado por Jesus?” e tire as suas conclusões.

E se formos perguntar aos católicos sobre a Bíblia, eles dirão exatamente como você, ou seja, que a sua Bíblia é que não merece confiança.

O texto que nos enviou, não conseguimos abrir, pois se pede uma senha para abri-lo.

Entretanto se você realmente quiser pesquisar sobre a Reencarnação é necessário ver outras opiniões, principalmente dos que não estão compromissados com sua própria religião. Assim, se me permite, sugiro a você os seguintes livros:

1 – “Você já viveu antes”, Dra. Edith Fiore, Ed. Nova Era/ Record;

2 – “Nós somos todos imortais”, Patrick Drouot, Ed. Nova Era / Record;

3 – “Muitas vidas muitos mestres”, Brian L. Weiss; Ed. Salamandra;

4 – “Reencarnação baseada nos fatos”, Karl E. Muller, Edicel;

5 – “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, José Reis Chaves, Ed. Martin Claret;

6 – “Reencarnação – O Elo perdido do Cristianismo”, Elizabeth Clare Prophet, Ed. Nova Era.

Podemos ainda acrescentar a essa lista o livro do pesquisador brasileiro Dr. Hermani Guimarães Andrade, Casa Editora o Clarim.

E, finalmente, lhe recomendamos o livro “O Espiritismo e as Igrejas Reformadas” do ex-pastor Jayme Andrade.

Queremos, antes de terminar, dizer-lhe que os textos que fizemos foram apenas para defender a Doutrina Espírita dos ataques recebidos, que não entendemos porque, já que não atacamos ninguém. Se você é feliz em sua religião, continue assim meu caro, isso pouco importa, pois “Deus não faz acepção de pessoas”, assim o que estamos lhe enviando não tem sentido de convencê-lo ou convertê-lo.

Abraços

Paulo Neto

De: MM
Para: pauloneto@redevisao.net
Sent: Wednesday, February 13, 2002

Prezado Paulo:

Fiquei muito feliz em receber a sua mensagem/resposta. Estou enviando novamente o livro A REENCARNAÇÃO À LUZ DA BÍBLIA, desta vez sem a senha.

Futuramente, pretendo enviar-te um pequeno comentário sobre alguns pontos controvertido. No que diz respeito às Bíblias católicas, tu mesmo vistes os erros nas traduções. Esses erros podem ser também verificados em algumas traduções “evangélicas”, pois baseiam-se no mesmo texto utilizado pelas Bíblias católicas (textus criticus [acho que é assim que se escreve]).

Os eruditos da Bíblia reconhecem, quase que à unanimidade, que o chamado textus receptus [acho que é assim que se escreve] é o mais aceitável. Já li diversos livros espíritas. São fortes, convincentes, de bons argumentos, mas nada encontrei que superasse a Bíblia (apesar de supostas contradições que espero explicá-las para ti em breve). Não deixe de abrir o livro anexo [desta vez sem senha]. Espero que ele possa te ajudar em alguma coisa.

Grato,

MM

Em 14 Feb 2002, Paulo da Silva Neto Sobrinho escreveu:

MM,

Como você pode ver em nosso e-mail anterior não nos restringimos a pesquisar sobre o assunto reencarnação só na Bíblia. Lemos tudo que aparece. Recentemente, algo foi mostrado na TV sobre o Delegado de Polícia de Curitiba, Dr. João Alberto Fiorine, cuja especialidade é impressão digital. Segundo é aceito pelo meio científico não há duas impressões digitais iguais, daí em nossa carteira de identidade tê-la para nossa identificação. Ele apresentou um caso onde uma criança diz ter sido seu avô, confrontado as duas impressões, a dele com a do seu avô, verificou-se serem as mesmas. Como explicar isso sem a reencarnação?

Adquirimos uma fita de vídeo com a reportagem “Comunicação com os recém-nascidos e sua influência na formação do homem”, do médico Dr. Ribamar Tourinho (ribamartourinho@uol.com.br) de Teresina (PI). Em síntese ele tentou se comunicar com bebês recém-nascidos, para saber se haveria algum tipo de resposta, pois quando aplicava a regressão de memória em seus pacientes detectou que muitos dos problemas atuais surgiram quando a pessoa ainda estava no útero materno, como por exemplo, sentimento de rejeição. Assim resolveu conversar com os bebês prematuros no hospital onde trabalhava. Após falar alguma coisa com o bebê pedia para que se ele estivesse entendendo lhe desse um sinal levantando a perna direita, ou braço esquerdo, ou abrir a mão (coisas deste gênero), e por incrível que parece houve respostas positivas. A pergunta que poderemos fazer é: como um bebê prematuro sabe o que é perna, braço, mão? De onde vem a noção de direito e esquerdo? Não seria porque é um espírito reencarnado? Teria outra explicação lógica para isso?

O pesquisador Ian Stevenson, possui inúmeros casos de crianças que lembraram espontaneamente de uma encarnação anterior, comprovadas pelas informações obtidas nos relatos e depois verificadas a sua veracidade.

O texto ainda não conseguimos abrir, quando tentamos abri-lo dá uma mensagem “este programa executou uma operação ilegal e será fechado”, assim gostaríamos que você abrisse o texto em seu computador, salvasse no Word. Tentasse abrir para ver se deu certo. Se sim, envie-nos este.

Abraços

Paulo Neto

De: MM
Para: pauloneto@redevisao.net
Sent: Wednesday, February 27, 2002

Prezado Paulo:

Perdoe-me não ter respondido antes.

Recomendo-te o livro Reencarnação ou Ressurreição?, de John Snyder, Edições Vida Nova. Vejo que tens argumentos aparentemente fortes em favor da reencarnação. Snyder, no seu livro acima, nos dá várias explicações possíveis apresentadas pelos estudiosos desses fenômenos. Em Mateus 24:24 Jesus profetiza a realização de prodígios nesses tempos finais. Em 2ª Tessalonicenses, somos advertidos a respeito do surgimento do iníquo, “a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem…” (vs. 8-12). Várias são as passagens da Bíblia nas quais somos advertidos a respeito dos sinais dos tempos, quando Satanás se revelará ao mundo e enganará a muitos.

Gostaria de saber que tu não serás mais um dos enganados (e esta enganação haverá até entre pessoas que se dizem “crentes” ou salvas). Cuide para que não venhas a perecer diante de uma doutrina de aparência boa e verdadeira (nem todo aquele que diz: “Senhor, Senhor” entrará nos reinos do céu): “porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Timóteo 4:3-5).

Pense bem: se Kardec tivesse razão sobre a reencarnação, Jesus não teria ressuscitado; pelo contrário, vemos que na Bíblia há relatos verdadeiros (sobre a ressurreição de Cristo) de homens que deram a sua vida pelo amor do evangelho de Cristo. E se Cristo veio apenas pregar uma nova moral, e não morrer para salvar os que haverão de ser salvos, então todas as profecias ao seu respeito constantes da Bíblia nada valeriam; e nem a sua morte – predita anos antes – teria sentido. De que valeria então o sangue dos mártires mortos por amor a Jesus, se esse não ressuscitou? E se não há ressurreição, então foi falso os ensinamentos de Jesus a esse respeito. Veja, a propósito, o que Paulo diz: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos… Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo” (1 Coríntios 15:3-7).

Mais adiante ele acrescenta: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15:12-22).

E acrescenta mais: “Se, como homem combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. (…) Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. (…) E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. (…) Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, também há corpo espiritual. (…) Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:32-33, 35-37, 40, 42-44, 51-52).

O fato de que Cristo ressuscitou foi testemunhado por tantos, que se tornou incontroverso. No entanto, o Kardecismo ensina que o retorno da vida ao próprio cadáver não é possível, pois a ciência assim demonstra. Ora, “aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mateus 19:26) – Palavras de Jesus. Todo aquele que não crê na ressurreição erra não conhecendo as Escritura, nem o poder de Deus (Mateus 22: 29) – Palavras de Jesus. A ressurreição se dará em um novo corpo, transformado e incorruptível.

Veja que, em Hebreus 9, a Bíblia demonstra que Jesus morreu somente uma vez, um único sacrifício por todos; caso contrário, seria necessário que ele tivesse sofrido [ou morrido] muitas vezes desde a fundação do mundo, o que jamais ocorreu: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (vs. 24-26). A expressão “De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo” está dizendo “Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo”. Nos livros de Romanos e 1 Pedro vemos que há uma confirmação desta afirmativa: “Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.” (Romanos 6:9-10); “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificados, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1 Pedro 3:18).

Ainda em Hebreus 9, as Escrituras ensinam que, da mesma maneira como Jesus veio ao mundo uma só vez, também ao homem está ordenado morrer uma única vez: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. Portanto, não há na Bíblia qualquer referência à reencarnação; antes, há expressa referência à ressurreição: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita entre vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Romanos 8:11). Não entendo como é que uma pessoa possa trocar relatos tão maravilhosos e coerentes como esses por uma nova “revelação” contrária aos ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos, os quais receberam diretamente de Jesus os ensinos que hoje compõem o novo testamento.

Amigo Paulo: aceite a Cristo como único e suficiente Salvador e saias da grande Babilônia para que a tua alma não venha a perecer junto com os que não o querem aceitar: “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:2-4). Se tu és um dos eleitos, SAI DELA, DA GRANDE BABILÔNIA E DA SUA PROSTITUIÇÃO.

Meu amigo Paulo: não sejas como as virgens loucas, que não estavam preparadas para a chegada do esposo; mas sejas como a virgem prudente, que prepararam as suas lâmpadas e não foram pegas de surpresa. Lembre-se: JESUS TE AMA MUITO. NÓS TAMBÉM. POR ISSO QUEREMOS VER-TE ENTRE OS REMIDOS, SUBINDO TRIUNFANTES COM O SEU SENHOR, JESUS DE NAZARÉ, O CRISTO DE DEUS.

Deus te abençoe!

Do amigo

MM

Em 27 Feb 2002, Paulo da Silva Neto Sobrinho escreveu:

Prezado MM,

A questão da reencarnação, mesmo que nada tivesse no Evangelho, para nós é pura lógica. Sem ela não há como entender a Justiça Divina. Em nossos estudos lemos muita coisa de vários autores que não eram espíritas nem fanáticos religiosos que só enxergam o que querem. Acompanhamos algumas pesquisas científicas na área. E não há como mudar de pensamento, pois tudo o que nos apresentam contrário à reencarnação fere o princípio básico de justiça.

Veja bem, a teoria do inferno, de origem pagã acabou sendo incorporada ao Cristianismo, é absurda, pois não há com conceber Deus colocando alguém para pagar eternamente pelos erros cometidos numa existência aqui na Terra de no máximo uns cem anos. Aos que não querem ver esta lógica, sinto muito mas não podemos fazer nada. Na afirmativa de Jesus: “Se vós, então, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos céus…” (Mt 7, 11), podemos ver um Deus de amor e de infinita misericórdia (Parábola do Filho Pródigo). Ora, misericórdia infinita não se coaduna com castigo eterno.

Recentemente lendo a Bíblia nos ocorreu um pensamento, por que será que Deus, ao ditar os Dez Mandamentos, não disse também que se não os cumpríssemos iríamos para o inferno ou um castigo eterno? Sabe por que? É porque ele não existe, isso é pura invenção dos homens. Você poderá dizer que Jesus falou no inferno. Não somos nós que iremos negar, só que, normalmente, é esquecido que inferno era apenas uma figura de linguagem para demonstrar que os pecadores serão punidos, e a palavra eterno, conforme já disse, anteriormente significava um tempo longo. Em Mateus 5, 26: …”de lá não sairás enquanto não pagares o último centavo”, o que equivale dizer que após pago sairemos de lá.

Jesus certa feita disse: “Porque o reino de Deus está dentro de vós” , via de conseqüência o “inferno”, também está dentro de nós. A Igreja Católica, ao que parece, já anda dizendo a mesma coisa.

Você tenta sutilmente colocar a Doutrina Espírita como obra de Satanás. Não há de ser nada, pois até Jesus foi chamado de príncipe dos demônios, quem dirá nós.

Mas, veja bem, no tempo de Jesus os que mais lhe faziam oposição, eram justamente os que tinham conhecimento religioso. Entretanto, agarrados demais à lei Mosaica, não puderam sentir os ensinamentos de Jesus. Hoje a mesma coisa acontece com o Espiritismo, que não veio senão explicar, sem dogmas e preconceitos, os ensinamentos de Jesus, é atacado da mesma forma como fizeram ao nosso Mestre. Se atacaram ao Mestre que dirá aos que se esforçam para seguí-lo.

Não estamos aqui para convencer ou converter ninguém, que cada um siga o caminho que escolheu (ler Romanos 14, 22).

Quando do seu último e-mail, queremos fazer alguns reparos, pois o que você coloca não condiz com o que dizemos.

Você diz: se Kardec tivesse razão sobre a reencarnação, Jesus não teria ressuscitado… Gostaríamos que entendesse a nossa posição. Primeiro Jesus encarnou aqui na Terra mas não reencarnou, por que já era um Espírito Puro, e não estava sujeito ao ciclo da reencarnação. Nessa condição de Espírito Puro só veio por abnegação e amor ao Pai.

A ressurreição existe sim. Só que para nós ela se dá em dois momentos. O primeiro quando desencarnamos, o nosso Espírito, preste bem atenção, Espírito, ressuscita no plano espiritual, com o seu corpo espiritual (o mesmo de que fala Paulo) toda vez que passar pelo estágio da morte. A segunda, e definitiva, é a ressurreição plena, quando o Espírito, por ter alcançado o ápice da evolução, não necessita mais reencarnar.

A morte de Jesus não livra ninguém do pagamento dos seus erros, já que Ele disse: “a cada um segundo suas obras”. A idéia de que o sangue de Cristo remiu nosso pecado, voltamos a dizer, é a manutenção da idéia que tinham os hebreus sobre os sacrifícios de expiação pelo pecado. Sacrificavam um touro ou um cordeiro ou cabrito querendo com isso obter o perdão de Javé. Supunham que, satisfeito com o cheiro de carne assada, pois não era mais que isso, Javé os perdoariam dos seus pecados. Assim, essa idéia simplória foi transferida a Jesus, que se transformou para alguns “no cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.

Entretanto, não se aperceberam do ridículo dessa afirmativa, pois estaríamos diante do seguinte absurdo: Jesus (=Deus) encarnando na Terra, morre na cruz, em sacrifício a Deus (=Jesus), ou seja, Deus oferece a si mesmo para pagar os nossos pecados. Sentimos muito, é difícil acreditar que ainda exista quem acredite nesse absurdo teológico. A morte de Jesus foi por intransigência dos sacerdotes de sua época, nada mais que isso.

A própria questão da divinização de Jesus é cópia da cultura religiosa dos povos que dominaram os hebreus. Quem não acredita é só ler os livros de história e verá.

Difícil ainda é para muitos compreenderem que a ciência é de Deus. Tudo o que o homem descobre o desenvolve é porque Deus o permite : “Não se vendem dois passarinhos por um centavo! Entretanto nenhum deles cai no chão sem permissão do vosso Pai! Quanto a vós, até os cabelos de vossa cabeça estão contados!” (Mt 10, 29-30), ou seja, nada acontece sem a permissão e o conhecimento de Deus. Assim, a ciência nunca conseguirá derrubar qualquer lei divina, mas lançará ao chão as interpretações equivocadas que os homens dão a elas, isso não resta a menor dúvida.

E, em nossa maneira de ver, existe uma coisa que é impossível a Deus. Sabe o que é? É mudar algo que Ele tenha feito, pois isso equivaleria dizer que não tenha feito com perfeição. Isso não quer dizer que não possa, poder Ele pode, entretanto como Ele é imutável por natureza, isto se torna impossível. Sabemos que isso é difícil de ser compreendido. Mas, se tivermos Deus como Senhor do Universo, que é Infinito, e não o Senhor da Terra, como normalmente nos colocam as religiões dogmáticas, fica fácil entender do que estamos falando.

A passagem de Hebreus 9, 27 é citada inúmeras vezes, como argumento contra a reencarnação. Se o autor tivesse querendo dizer que temos uma só vida, por que ele não disse assim: ao homem está determinado viver uma só vez? Se usam desta passagem contra a reencarnação, nós poderemos usá-la contra a ressurreição. No Novo Testamento é narrada a ressurreição da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim e de Lázaro. Se de fato houve essas ressurreições vale dizer que eles morreram duas vezes, e aí como ficamos diante da afirmativa citada?

Ademais, o autor da passagem, não estava de forma alguma combatendo a reencarnação, não é o contexto da narrativa. Mas, por outro lado, não deixa de ser uma verdade, já que o corpo que possuímos em cada reencarnação realmente morre somente uma vez.

Ao que parece existe uma diferença substancial entre o Espiritismo e outras correntes religiosas. Nós queremos de qualquer forma realçar que o Espírito é mais importante, assim é ele que ressuscita e também reencarna. Ao passo que para os dogmáticos a importância é do corpo, é nele que esperam ressuscitar um dia, o que fica incompatível com a reencarnação. Nós preferimos ficar com Jesus que disse: “O espírito é que dá vida; a carne de nada serve” (Jo 6, 63).

Se você prefere ficar com o autor da passagem que diz: “ao homem está destinado morrer uma só vez”, nós preferimos ficar com Jesus que disse: “Importa-vos nascer de novo”.

Estaremos lançando brevemente o livro “A Bíblia à Moda da Casa” onde provamos, categoricamente, que, apesar dela conter revelações Divinas, está impregnada de erros, mitos, lendas, coisas impossíveis de acontecer. Estaremos usando como argumento as próprias informações que os tradutores colocaram nela. Assim, nós procuramos, na medida do possível, seguir somente os ensinamentos de Jesus, tentando retirar deles as interpretações equivocadas e interesseiras de alguns, de conveniência de outros e, principalmente, dos teólogos do passado que não tinham as luzes do conhecimento que as pessoas dos dias atuais possuem.

E, para finalizar, não estamos querendo lhe convencer de nada, apenas estamos expondo o que pensamos, respeitamos sua maneira de pensar, e isso não nos incomoda de forma alguma, pois sabemos que apesar de muitos não gostarem “Deus não faz acepção de pessoas”, por isso todos nós um dia seremos salvos, temos a eternidade para isso, iremos reencarnar quantas vezes se façam necessárias. Sabemos que o caminho é longo, entretanto preferimos este ao do “fogo do inferno”.

No mais, gostaríamos que refletisse sobre estas passagens:

Mt 7, 1: “Não julgueis os outros, para não serdes julgados, porque com o julgamento com que julgardes, sereis julgados, e com a medida que medirdes sereis medidos”.

Mc 9, 38-40: “João lhe disse: ‘Mestre, vimos um fulano expulsando demônios em teu nome. Queríamos impedi-lo, porque não nos seguia’. Mas Jesus disse: ‘Não deveis proibi-lo. Ninguém há que faça algum prodígio em meu nome e logo depois possa falar mal de mim. Pois quem não está contra nós está a nosso favor”.

Atos 5, 38: “Por isso, agora vos digo: não façais nada contra estes homens. Deixai-os em paz. Porque, se este plano ou esta obra vem dos homens, fracassará na certa. Mas, se vem de Deus, então nunca podereis destruí-la. Pois neste caso estareis lutando contra Deus”.

Paz em Cristo!

Paulo Neto

De: MM
Para: pauloneto@redevisao.net
Sent: Monday, March 11, 2002

Prezado amigo Paulo:

No teu último e-mail, tu tentas demonstrar que a reencarnação é pura lógica,questão de justiça. Eu perguntaria: Qual a justiça, a dos homens ou a de Deus? A pergunta, logicamente, é para demonstrar que a tua idéia de justiça é diferente do conceito de justiça para Deus, senão vejamos: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10:3-4). Podemos assim dizer, em resposta à sua mensagem, que os espíritas sim “só enxergam o que querem”.

Assim é com a “teoria do inferno” que tu dizes de origem pagã, foi ensinada claramente por Jesus. Ai tu me dizes: “não há como conceber Deus colocando alguém para pagar eternamente pelos erros cometidos numa existência aqui na Terra de no máximo uns cem anos”. Ora, suponhamos que eu queira te dar uma casa nova ou um carro zero quilômetro, mas tu rejeitas a minha dádiva; Nada posso fazer para te obrigar, pois essa foi a tua escolha. Deus dá ao homem diversas oportunidades em uma única vida; mas se este não aceita e prefere viver a sua vida de pecados, sem arrepender-se e nem aceitar a Cristo como seu Salvador, que poderá Deus fazer? (a propósito, veja a parábola do rico e de Lázaro – Lucas 16:19-31). É o livre-arbítrio, o direito de escolha concedido ao homem.

Quanto ao texto de Mateus 7:11, nada há ali falando sobre o inferno. Jesus, na verdade, está falando da oração, um momento de comunhão entre o homem e Deus. E na parábola do filho pródigo, houve arrependimento oportuno e foi-lhe concedido o perdão. O que Jesus quis dizer foi que, ainda que erremos, havendo sincero arrependimento, haverá perdão, sem necessidade de reencarnações. Tanto é que, ao malfeitor na cruz, Jesus disse “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (v. Lucas 23:39-43). TEXTO SEM CONTEXTO É PRETEXTO PARA HERESIAS.

Sabes por que Deus, ao ditar o Decálogo, não disse também que se não o cumpríssemos iríamos para o inferno? Porque já estava implícito. Em toda a Bíblia, vemos que Deus nos chama para a salvação, dando-nos a liberdade de escolher entre céu e inferno, vida e morte, Jesus Cristo e Allan Kardec: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a benção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:19); “Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá. Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá”.

Se o inferno for invenção, será invenção de Jesus e não dos homens. Jesus o ensinou sim, e de forma clara (Mateus 5:22, 29 e 30, 10:28, 11:23, 16:18, 18:9, 23:15 e 33; Marcos 9:43, 45 e 47; Lucas 10:15, 12:5, 16:23; etc). A passagem bíblica que diz “de lá não sairás enquanto não pagares o último centavo” não se refere ao inferno, mas à prisão comum (veja o versículo anterior). O ensinamento de Jesus é no sentido de que os que para lá [inferno] vão jamais sairão (Lucas 16:19-31; Apocalipse 20:10 e 15).

Outro equívoco na tua mensagem está em afirmar que Jesus disse que, assim como o reino de Deus, o inferno também está dentro de nós. A propósito, convém informar que a expressão “dentro em vós” pode tanto significar “dentro” como “no vosso meio”. O que Jesus quis dizer não foi que o reino de Deus estava dentro dos fariseus incrédulos, mas sim que Sua pessoa e obra já atuava no meio deles [nesse sentido, o inferno JÁ está no meio dos perdidos]. Tanto é que, já no versículo 23, Ele diz que haveria tempo em que os discípulos desejariam ver um dos dias do Filho do Homem e não veriam. Veja o texto completo para melhor compreensão: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem, e não vereis. E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Não vades, nem os sigais; Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia”.

Quando Jesus diz que não virá o reino com aparência exterior, mas que “o reino de Deus está entre vós”, Ele deixa claro isso. Jesus estava no meio dos fariseus, mas estes esperavam um rei sentado no trono de Davi. Esse foi o contexto e essa foi a verdade. O que a mãe das heresias (a Igreja Católica) diz pouco importa. O importante é a mensagem de Cristo ao seu povo.

Quanto à sua comparação do Espiritismo a Jesus (quando este foi chamado de príncipe dos demônios), a diferença é que Jesus não ensinou nenhuma heresia e nem levantou dúvida quanto a veracidade dos textos bíblicos. Veja, por exemplo, a história do profeta Jonas (Jn, caps. 1 e 2), segundo a qual ele esteve no ventre do peixe por três dias e três noites. Jesus confirma a veracidade da mesma ao dizer: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra” (Mateus 12:39-40; v. tb. Mateus 16:4 e Lucas 11:29). Ao comparar a história de Jonas com a sua morte e ressurreição, Jesus autentica-a, ao mesmo tempo em que confirma a crença na ressurreição.

Talvez o amado amigo não creia no relato bíblico da história de Noé e do dilúvio [vários espíritas suscitam dúvida dessa e de outras histórias da Bíblia chamando-as de lenda], que destruiu a vida sobre a terra. Cristo tanto cria como a confirmou em Mateus 24:38-39: “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (v. tb. Lucas 17:26-27). Jesus também legitima a narrativa bíblica da criação, enquanto o Kardecismo corrobora a falsa a teoria da evolução: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez…?” (Mateus 19:4).

Jesus afirmou a solidez e a inspiração plenária da Bíblia. Em João 17:17, orando ao Pai, Ele diz: “A tua palavra é a verdade” [cf. Salmo 119:160]. Quando tentado, sempre usando a expressão “está escrito”, Ele responde citando o texto de Deuteronômio 8:3: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4). Em Mateus 24:35 diz: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Ele sempre usou a Bíblia para ensinar, redargüir ou instruir em justiça.

Aos Saduceus, os quais não criam na ressurreição, Jesus respondeu: “Errais, não conhecendo as Escritura, nem o poder de Deus. Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas de vivos” (Mateus 22:23-33).

Na parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16:19-31), Jesus mais uma vez demonstra a sua convicção na Palavra ao narrar a resposta dada pelo pai Abraão ao rico, quando este lhe pedira que enviasse Lázaro aos seus irmãos: “Disse-lhe Abraão: Tem Moisés e os profetas; ouçam-nos”. Aqui Moisés representa a lei ou o Pentateuco (os cinco primeiro livros da Bíblia) e os Profetas as demais revelações dadas por Deus na Bíblia. Jesus quis dizer que nenhuma outra forma de revelação poderia ser apresentada aos homens [inclusive a mediúnica], pois já lhes foi dada a verdadeira revelação – a Bíblia.

Não há registro de alguma palavra de Cristo levantando suspeita sobre qualquer parte das Escrituras. Assim, tudo aquilo que suscite dúvida sobre a Bíblia não provém de Deus e deve ser rejeitado pelo autêntico cristão: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Isaias 8:20). Daí o erro de pensar que, se Jesus foi chamado de príncipe dos demônios, é normal que chamem ao Espiritismo de obra de Satanás. Um e outro falam línguas diferentes; Jesus ensinou coisa totalmente diferente do Espiritismo.

Realmente, os que mais fizeram oposição a Jesus foram os que tinham conhecimento religioso. Negaram a divindade de Cristo, assim como os espíritas negam; negaram a ressurreição do corpo (Mateus 22:23-33), assim como os espíritas negam; blasfemaram de Jesus tantas vezes, assim como o Espiritismo tem blasfemado da sua morte expiatória, dos seus ensinamentos sobre morte, inferno, condenação eterna… Os espíritas não se esforçam em seguir a Jesus, mas sim a Kardec; caso contrário, não desfariam tantas coisas que o Mestre Jesus ensinou. Tentar explicar os Seus ensinamentos não é desfazer deles. Pense bem.

Vejamos agora os “reparos” que tu fazes ao meu anterior e-mail. Quando eu disse que Jesus havia ressuscitado, é porque realmente Ele ressuscitou. Jesus encarnou aqui na Terra sim, mas realmente não reencarnou – não simplesmente porque era um espírito puro, mas porque a reencarnação não existe. Veja que, em Hebreus 9, a Bíblia demonstra que Jesus morreu somente uma vez, um único sacrifício por todos; caso contrário, seria necessário que ele tivesse sofrido [ou morrido] muitas vezes desde a fundação do mundo, o que jamais ocorreu: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (vs. 24-26). A expressão “De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo” está dizendo “Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo”.

Nos livros de Romanos e 1 Pedro vemos que há uma confirmação desta afirmativa: “Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.” (Romanos 6:9-10); “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificados, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1 Pedro 3:18).

Ainda em Hebreus 9, as Escrituras ensinam que, da mesma maneira como Jesus veio ao mundo uma só vez, também ao homem está ordenado morrer uma única vez: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. Portanto, não há na Bíblia qualquer referência à reencarnação; antes, há expressa referência à ressurreição: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita entre vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Romanos 8:11). Tu tentas usar o texto acima contra a idéia da ressurreição; ora, basta uma simples leitura do texto completo para ver que há uma comparação entre a morte de Jesus (=evento único) com a morte do homem (=evento único).

O autor do texto de Hebreus 9:27 não disse que ao homem está determinado viver uma só vez porque isso implicaria em dizer que, com a morte do corpo, morre também o espírito. Quanto ao morrer, não haverá outros eventos, exceto a ressurreição. A idéia de que o corpo que possuímos em cada reencarnação morre somente uma vez também não se encaixa no texto acima. Paulo sempre demonstrou que, após a morte, vem a ressurreição do corpo (preste bem a atenção – DO CORPO e não DO ESPÍRITO).

No e-mail passado eu te falei que o ponto central do Evangelho apostólico é que Cristo morreu por nossos pecados: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos… Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo” (1 Coríntios 15:3-7).

O Apóstolo Paulo demonstra claramente que, se não há ressurreição, em vão se faz a fé cristã: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15:12-22).

Mais adiante, o Apóstolo arremata: “Se, como homem combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. (…) Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. (…) E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. (…) Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, também há corpo espiritual. (…) Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:32-33, 35-37, 40, 42-44, 51-52).

Veja novamente o equívoco da tua interpretação. Paulo está dizendo, como criam os judeus e cristãos, que o evento ressurreição será único, ante a última trombeta. Essa estória de que a ressurreição será espiritual é mais uma invenção. O corpo espiritual que Paulo se refere é um corpo semelhante ao de Cristo após a Sua ressurreição.

A forma como tu usas o texto de Mateus 16:27 está igualmente amoldada à doutrina espírita sem preocupação com a verdadeira mensagem ali exposta. Jesus não coloca as obras como fonte de salvação. O que Ele está dizendo é que, quando voltar nas nuvens com poder e grande glória [parte do texto que tu ocultas], dará aos salvos conforme a obra de cada um. Os que recusarem a salvação, nada receberão, pois somente ressuscitarão na segunda ressurreição, que é a ressurreição para a morte, como veremos adiante.

As nossas obras, por si só (veja bem: “por si só”), de nada servem para a nossa salvação. É o que se apregoa amplamente na Bíblia: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gálatas 2:16); “[Deus], que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (2 Timóteo 1:9); “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9); “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra” (Romanos 11:6); “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5). Portanto, não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras.

Tu negas que a morte e ressurreição de Cristo remiram o pecador do seu pecado. Mas isso serve de prova de que os espíritas não seguem a Cristo, pois Ele mesmo se disse o Salvador. Para os que se perdem, realmente a idéia de um Salvador pessoal é ilógica e absurda: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (…) Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. (…) Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1:18, 23 e 25).

Cuidado meu amigo Paulo, se tu realmente te esforças em seguir a Cristo, siga-o plenamente, porque “…entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2 Pedro 2:1). Se tu amas ao Cristo, ame-o incondicionalmente, sem procurar questioná-lo ou contestar o plano de salvação de Deus através de Jesus. Nós não temos poder para isso: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Romanos 9:20) “Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe” “Ai daquele que contende com o seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?” (Isaías 29:16 e 45:9). Se Deus assim o quis, assim foi e assim sempre será: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” (Isaías 46:9-10). “Lembrai-vos perpetuamente da Sua aliança e da palavra que prescreveu para mil gerações” (1 Crônicas 16:15).

Tu ainda dizes que a própria questão da divinização de Jesus é cópia da cultura religiosa dos povos que dominaram os hebreus. Esse mais um erro que tu apresentas. Pelo contrário, sabemos que Satanás sempre copiou ou forjou as coisas de Deus para enganar os povos. Mas isso é outra história. Em toda a Bíblia podemos ver que Jesus é Deus, senão vejamos: “Eu [Jesus] e o Pai somos um” (João 10:30). Aqui o vocábulo grego “um” está no gênero neutro, que se refere a uma única substância, e não no masculino [que significaria, então, “uma só pessoa”]. A qualidade divina de Jesus resulta de dizer que o Filho é igual ao Pai – da mesma maneira que um filho possui a qualidade humana do seu pai, assim Jesus possui o atributo da divindade.

Em Colossenses 2:9, Paulo diz: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Os termos “Pai” e “Filho” não está transmitindo, na Bíblia, o nosso conceito de subordinação e superioridade, nem o de dependência ou origem de existência (gr. teknos). As expressões, na verdade, transmitem o conceito semítico e oriental de semelhança ou identidade de natureza e de igualdade do ser (gr. huios). Os termos “Pai” e “Filho” são expressões judaicas com esse último significado (semelhança ou identidade de natureza e de igualdade do ser); por isso, o termo “Filho de Deus” está dizendo que Jesus é Deus Filho.

Daí porquê João declara: “O verbo era Deus” (João 1:1). Por isso o profeta Isaías o chama de “Deus forte” (Isaías 9:6). Por isso também Tomé exclamou: “Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28). Jesus, na qualidade de Filho de Deus, possui vários atributos divinos: Imutável (Hebreus 13:8), onipotente (Colossenses 1:17; Mateus 28:18), eterno (Miquéias 5:2; Mateus 2:4-6; João 1:1, 2 e 14), Onipresente (Mateus 18:20; João 1:18, etc).

Cremos, portanto, com base nas Escrituras, que Jesus é a segunda pessoa da Trindade, o Deus forte (Isaías 9:6), o Verbo [Deus] encarnado (João 1:1), o Salvador (Atos 4:12), o Filho unigênito de Deus (João 3:16), o Todo-Poderoso (Apocalipse 1:8), o Eterno (Apocalipse 22:13) e o Criador de todas as coisas (João 1:3, 10).

Leia também os livros de história (e a própria Bíblia) e verás que também a reencarnação é uma adaptação do paganismo, uma introdução fraudulenta de Kardec ao cristianismo.

Bem, a ciência [no teu entendimento] é de Deus, porém a Bíblia não… Ora, a falácia de que “tudo o que o homem descobre ou desenvolve é porque Deus permite” deveria se encaixar em todas as coisas, inclusive na Bíblia [se Deus permitiu, então é boa]. Deus permitiu que a ciência desenvolvesse armas e venenos para matar a muitos – então isso é de Deus. A ciência sempre foi usada para satisfação da ganância e interesses medíocres dos homens – então isso é de Deus…

Ora, meu querido amigo, o texto de Mateus 10:29-30 é precedido de outro [v. 28], no qual Jesus adverte-nos para que temamos aquele [o Diabo] que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. Por que somente o texto seguinte serviria-nos de lição? É certo que Deus a tudo vê e permite. Ele é onisciente, onipotente e onipresente. Mas Deus também permite que os homens busquem a sua própria corrupção e o erro.

A Bíblia leciona que Satanás usa de todo o poder, sinais e prodígios de mentira, enganando a todos quantos não receberam o amor da verdade para se salvarem: “E então será revelado o iníquo… a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, como todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade” (2ª Tessalonicenses 2:8-12).

Haverá muitas coisas que a ciência não poderá provar. Por exemplo, quem se manifesta nos centros espíritas são espíritos dos mortos ou forças demoníacas? A Bíblia nos responde dizendo que Satanás aparece aos homens como espírito de luz: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14). Em 1 Pedro 5:8 lemos: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Saia do meio deles, meu amigo, para que não sejas cúmplice de Satanás nessa mentira abominável.

Como vimos acima, o próprio Jesus nos adverte das astúcias de Satanás. A ciência, pois, pode ser instrumento nas mãos de Satanás. Não dês tantos crédito à ciência. A Bíblia ensina-nos que a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia” (1 Coríntios 3:19); Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1:25). A ciência muda de opinião quase que diariamente; Deus não!

Veja só, meu amigo Paulo, alguns anos atrás li na Revista Veja (salvo engano) que a ciência tinha descoberto que toda a raça humana provém de um único casal, mas que não eram o Adão e Eva da Bíblia. Os cientistas disseram que toda a raça humana, no processo de “evolução”, havia desaparecido (ou coisa parecida) restando esse casal, o Adão e a Eva do evolucionismo. De certa forma, a ciência vem a corroborar a Bíblia, mas busca rejeitá-la ou desacreditá-la. Outras histórias da Bíblia são confirmadas pela ciência, mas pouco se fala sobre isso.

Mas, de todas as descobertas, as que mais nos alegra e nos faz manter firmes na fé está na arqueologia. Sabemos hoje que existem mais de cinco mil documentos do Novo Testamento e fragmentos deles, ultrapassando quaisquer outros do mundo grego-romano. Isso significa dizer que o Novo Testamento é mais confiável que qualquer outra fonte manuscrita de informações.

Muitos dos que fizeram uma jornada de investigação para desautorizar a Bíblia acabaram defensores dos manuscritos. Assim foi com o estadista Gal. Lew Wallace (escritor de Bem Hur) e com William Ramsay, um dos maiores arqueólogos da Ásia Menor. Frederic Kenyon e W.F. Albright também foram firmes defensores da confiabilidade essencial do N.T. “Acabaram-se os dias em que havia-se de ‘provar a Bíblia’.”.

John Snyder assevera que, “enquanto há poucas gerações passadas era crença geral que os documentos foram produções posteriores da igreja, geralmente escritos em nome de algum apóstolo algum tempo após a sua morte, estudos recentes dentro e fora da comunidade cristã apontam que o Novo Testamento foi realmente completado antes da morte das testemunhas oculares originais” (Reencarnação ou Ressurreição?, Edições Vida Nova, p. 64). Assim, a ciência pode servir ao bem e ao mal, a Deus e a Satanás.

Não colocamos Deus como Senhor apenas da Terra.

O fato de que Lázaro, a filha de Jairo e outros hajam ressuscitado não desautoriza a passagem de Hebreus 9:27. Pelo contrário, autentica a doutrina da ressurreição, pois são provas evidentes do poder de Deus. Quando Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escritura, nem o poder de Deus.” (Mateus 22:29), Ele deixa bem claro que o que aos homens é impossível a Deus é possível (Mateus 19:26). Jamais colocamos a importância no corpo; mas Deus não fez um dissociado do outro.

Vejamos outro texto sem contexto: Em João 6:63, Jesus disse que o espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita. Anteriormente, Jesus fala da ressurreição do último dia (v. 44). Ressuscitará a carne, pois o espírito não morre. Assim é que o espírito vivifica a carne. Ou seja, um não subsiste sem o outro.

Nessa mesma passagem bíblica, Jesus ensina a doutrina da eleição (ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer); após, Ele se declara o único Salvador ao dizer: “aquele que crê em mim tem a vida eterna” (v. 47), e ao acrescentar logo após: “eu sou o pão da vida” (48) [o que dele comer TEM A VIDA ETERNA – v. 49]. Ora, se estes versos não te servem, muito menos o do versículo 63, pois nele Jesus ensina a ressurreição e a vida para os que a Ele aceita. TEXTO SEM CONTEXTO É PRETEXTO PARA HERESIAS!

Tu dizes que prefere ficar com Jesus. Mas eu pergunto: qual Jesus? Pois o da Bíblia, que disse: “importa-vos nascer de novo” (João 3:2-8), não professou em qualquer momento a reencarnação. No texto citado, o Mestre ensina a Nicodemos que ele deveria ter uma nova vida [mudança de hábitos] e não uma nova reencarnação. Basta ver todo o contexto Bíblico para tirar essa verdadeira conclusão.

Biblicamente, nascer de novo (=nascer do alto – grego Ánoothen) é abandonar as velhas práticas pagãs e seguir a Cristo; é despir-se do velho homem, deixar que morra e nasça dentro de si uma nova criatura. O novo nascimento é, pois, espiritual, jamais físico ou reencarnacionista. Se uma pessoa nasceu apenas da carne, ele é carne; mas se nasceu do Espírito, ou melhor, se teve um novo nascimento em Cristo, ele é espírito, já não age pela carne: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17); “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios, na vaidade da sua mente. (…) quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renovais no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:17 e 22-24); “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gálatas 6:15).

Quanto à essa regeneração, Tiago escreveu: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18). E em 1 Pedro 1:23 ensina-se que fomos de novo gerados [e não reencarnados] de semente incorruptível, pela palavra de Deus [reencarnar significa pagar débito de vida anterior, o que seria uma semente corruptível]: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”. Receber a Cristo como único e suficiente Salvador é nascer de novo: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12-13).

Outros textos bíblicos que falam sobre a transformação [e conseqüente santificação] daqueles que recebem a Cristo: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus. (…) Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é vitória que vence o mundo, a nossa fé.” (1 João 5:1 e 4). “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 João 4:7). “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 João 5:18). “Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.” (1 João 2:29). “E disse [Jesus]: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mateus 18:3). “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2:12). “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:9-10). “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6:6-11). “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 36:27).

Não se pode confundir regeneração, que é um novo nascimento moral e interior [espiritual], com a reencarnação, que seria o retorno da alma a outro corpo. O ensino de Jesus é no sentido de ser uma nova pessoa, transformada pelo poder de Deus. Lembramos que, no momento em que falou a Nicodemos, Jesus havia expulsado mercadores do templo, quando os judeus lhe perguntaram: “Que sinal nos mostras para fazeres isto?” Jesus responde: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (João 2:18-19). Jesus falava do Seu corpo (v. 21), referindo-se à sua ressurreição três dias após à sua morte (v.22), o que dá a certeza de que Ele não se referia à reencarnação quando falou à Nicodemos.

Mais adiante (vs. 23-25), antes da conversa com Nicodemos, o Evangelista testemunha a onisciência de Jesus: Ele não confiava nos que nEle creram vendo os sinais que fazia, pois conhecia-os, sabia o que se passava em seus corações. Nestes incluía-se Nicodemos, a quem Jesus ensinou o novo nascimento, ou seja, a conversão do velho homem em um novo homem, regenerado pelo poder transformador de Deus.

Dizes que estás lançando um livro para provar que a Bíblia está impregnada de erros, mitos, lendas, coisas impossíveis de acontecer. Lembre-se: “o que aos homens é impossível, a Deus é possível” (Mateus 19:26) – Palavras de Jesus. Perderás tempo, enganando e sendo enganado. As mais inacreditáveis histórias da Bíblia foram corroboradas por Jesus, “a segunda revelação”. Acredite se quiser; a escolha é tua. Nada disso servirá para desfazer desse Livro, o mais amado, o mais lido e o mais atacado da face da Terra. “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu”; “A tua palavra é a verdade desde o princípio…” (Salmos 119:89 e 160). “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 40:8). “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1 Pedro 1:23).

Certa feita alguém disse a uma jovem cristã: “como você pode acreditar que uma baleia tenha engolido um homem. A ciência prova que a garganta da baleia é menor que as medidas de um homem normal”. A menina lhe respondeu: “se a Bíblia dissesse que esse homem engolira uma baleia eu acreditaria, quanto mais o contrário”. A Bíblia não possui lendas. O homem, sim, é que é pequeno demais para crer no poder de Deus. Portanto, interpretações equivocadas e interesseiras são feitas pelos espíritas, que citam texto fora do contexto para tentar justificar o seu erro.

Sim, amado amigo, Deus não faz acepção de pessoas. Assim sendo, tome a decisão certa, pois o ensinamento de Cristo foi outro, diferente de Kardec e seus apóstolos. Se preferes a salvação ao inferno, então esta é a sua oportunidade. Pense bem: a salvação espírita independe de religião; por isso, se escolheres a salvação através de Cristo, nada haverá de prejuízo para ti. Mas, se as palavras que te digo forem a verdade (e são, com a garantia de Jesus), então jogas fora uma boa oportunidade de abraçá-la. Cuide-se; pode não haver outra ocasião.

Refleti sobre as passagens bíblicas citadas por ti no final e conclui: escreverás um livro só para julgar e condenar a Bíblia que o próprio espiritismo usa naquilo que lhe convém – não julgues para não sejas julgado; não condenes para que não sejas condenado. Na passagem de Marcos 9:38-40 o fulano expulsava DEMÔNIOS, reforçando a nossa tese de que os anjos caídos podem possuir o corpo de uma pessoa, o que ocorre nas sessões mediúnicas.

Quanto ao conselho de Gamaliel, três observações: 1. ele se referia aos apóstolos, os quais buscavam fazer realmente a vontade de Mestre e cumprir a Bíblia (diferentemente dos espíritas) – Atos 5:29; 2. Eles (Apóstolos) criam no Jesus ressurreto, o “remidor” dos pecados (vs. 30-31); 3. Quantas heresias foram instaladas ao longo dos anos e que estão ai até hoje?

Prezado Paulo: O Evangelho anunciado pelos apóstolos não é segundo os espíritos, mas segundo Jesus Cristo: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gálatas 1:11-12). ACEITES O VERDADEIRO EVANGELHO E SEJA UM REMIDO, UM SALVO POR CRISTO.

Que Deus te abençoe!

MM

Em 30/03/2002, Paulo da Silva Neto Sobrinho, escreveu:

MM

Primeiramente queira nos desculpar por nosso texto ter ficado um pouco extenso. É que nós dois não concentramos a nossa discussão num só tema, e por isso as coisas seguiram por um caminho mais longo.

A questão que você coloca em dúvida quanto à reencarnação se ela é justiça de Deus ou dos homens, poderemos afirmar-lhe que sem ela a Justiça Divina não tem como ser aplicada. E quando falamos de Justiça Divina não é a que os teólogos acham que é, mas uma justiça onde todos, repito, todos possuem os mesmos direitos e deveres para com Deus. Mas para que fique bem claro é melhor definir o que entendemos por Justiça Divina: equidade moral, imparcialidade no trato com Suas criaturas.

Gostaríamos que você explicasse, utilizando argumentos lógicos e coerentes com esse conceito de justiça, por que algumas pessoas nascem cegas, aleijadas, pobres, miseráveis? Por que umas pessoas vivem muitos anos, outras morrem na infância? Por que vemos pessoas más tendo longa vida e pessoas boas não? Por que pessoas nascem gênios, outras não? Se fôssemos continuar com essa lista dos “por quês” seria extensa, assim paremos por aqui.

Agora, a Justiça de Deus não é como querem alguns e nem a que algumas vezes encontramos na Bíblia, já que este livro reflete muito mais o pensamento de seus autores e dos que querem impor preceitos, a fim de dominar seus fiéis, chegando inclusive a modificar os textos, adulterando-os, já que colocam neles algo que nem existia na época em que foram escritos.

Nós Espíritas só enxergamos o que tem lógica, pouco nos importa se consta da Bíblia ou não, já que até mesmo ela deverá passar pelo crivo: “julgai todas as cousas, retende o que é bom” (1 Tes 5, 21).

Muitas pessoas nos dizem que somos incoerentes por citarmos textos bíblicos para justificar nossos pensamentos. Não existe nenhuma incoerência nisso, pois estamos “retendo o que é bom” e também preferimos utilizar a mesma fonte que usam como sendo a pura verdade.

Conseguimos perceber qual é o nível de moralidade e evolução de uma pessoa pelo vocabulário que ela usa. Palavreado de baixo calão, comparações ridículas, tudo isso é próprio de seres de nível intelectual e moral atrasados, como por exemplo, uma frase assim: “Lembrando o seu tempo de moça, quando se prostituía e se entregava apaixonadamente a seus homens que têm pênis como de jumentos e orgasmo como o de garanhões”. Só que infelizmente somos forçados a dizer que, de acordo com o seu pensamento, essa frase foi inspirada por Deus, já que consta da Bíblia. Quer a prova, é só você ler Ezequiel 23, 20, e encontrará algo muito próximo disso.

Se fizermos algo que necessite de uma testemunha, devemos escolher uma que possa ter plena condição de relatar fielmente aquilo que presenciou, isto é o lógico e racional. Teria algum sentido alguém escolher uma pedra como testemunha? Será que se convocada a dar o seu testemunho ela conseguirá falar? Bom, sabe que este absurdo, tão ao pé da letra como muitos querem, consta da Bíblia? Leia a passagem Josué 24, 27: “Eis que esta pedra nos será testemunha, pois ouviu todas as palavras que o Senhor nos tem dito; portanto será testemunha contra vós outros para que não mintais a vosso Deus”.

Tem mais, já que você sempre dá a entender a inerrância da Bíblia, nos explique:

1- Você cumpre TODAS AS OUTRAS DETERMINAÇÕES constantes da Bíblia, sem exceção de nenhuma? Como essas por exemplo:

Gen 17, 9-11: Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência:todo macho entre vós serás circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós.

Gen 17, 14: – O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança.

Ex 20, 24: – Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e os teus bois; em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei.

Ex 21, 2: – Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça.

Ex 21, 12: – Quem ferir a outro de modo que este morra, também será morto.

Ex 21, 15: – Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto.

Ex 21, 17: – Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãeserá morto.

Ex 22, 2: – Se um ladrão for achado arrombando uma casa, e, sendo ferido, morrerquem o feriu não será culpado do sangue.

Ex 31, 14: – Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo.

Lev 11, 7-8: – Também o porco, porque tem unhas fendidas, e o casco dividido, mas não rumina; este vos será imundo, da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver; estes vos serão imundos.

Lev 11, 21-22: – Mas de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas sobre a terra, estes comereis. Deles comereis estesa locustasegundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie.

Lev 19, 26: – Não comereis cousa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis.

Lev 19, 27: – Não cortareis o cabelo em redondonem danificareis as extremidades da barba.

Lev 20, 9: – Se um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãeserá morto: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue cairá sobre ele.

Lev 20, 10: – Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera.

Lev 20, 13: – Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.

Lev 20, 18: – Se um homem se deitar com a mulher no tempo da enfermidade dela, e lhe descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrira a fonte do seu sangue, ambos serão eliminados do meio do seu povo.

Lev 21, 9: – Se a filha dum sacerdote se desonra, prostituindo-se, profana a seu pai: com fogo será queimada.

Lev 21, 17-20: – Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes nas suas gerações, em quem houver algum defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus Pois nenhum homem em quem houver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, de rosto mutilado, ou desproporcionado, ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado.

Deut 21, 15-16: – Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem aborrece, e uma e outra lhe derem filhos, e o primogênito for da aborrecida, no dia em que fizer herdar a seus filhos aquilo que possuir, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da aborrecida, que é o primogênito.

Deut 21, 18-21: – Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz: é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti: todo o Israel ouvirá e temerá.

Deut 23, 2: – Nenhum bastardo entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará nela.

Deut 23, 13: – Dentre as tuas armas terás um pau; e quando te abaixares fora, cavarás com ele, e, volvendo-te, cobrirás o que defecaste.

Deut 24, 1: –Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado cousa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão e a despedir de casa;

Deut 25, 5: – Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer, sem filhos, então a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.

Deut 25, 11-12: – Quando brigarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar o marido da mão do que o fere, e ela estender a mão, e o pegar pelas suas vergonhascortar-lhe-ás a mão: não a olharás com piedade.

Mc 16, 18: Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.

At 2,44-45: Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam as propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.

At 10, 34-35: Então falou Pedro, dizendo: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.

Rm 2, 11: Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.

Tg 2, 9-10: Se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometereis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.

At 15, 20: Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.

Rm 2, 1: Portanto, és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque, no que julgas o outro, a ti mesmo te condenas, pois praticas as próprias cousas que condenas.

Rm 7, 6: Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.

Rm 13, 6-8: Por esse motivo também pagais tributos: porque são ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem o tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honraA ninguém fiqueis devendo cousa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.

Rm 14, 1-5: Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreza ao que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.

1 Cor 11, 5-6: Toda mulher, porém, que ora, ou profetiza, com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso que rape o cabelo.

1 Cor 14, 34-35: Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seus próprios maridos, porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.

Ef 4, 29: Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem.

Col 3, 25: Pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.

1 Tes 2, 9: Porque vos recordais, irmãos, no nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.

2 Tes 3, 7-10: Pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão, de graça, à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes. Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também não coma.

1 Pe 5, 2-3: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho.

Tg 3,13-14: Quem entre vós é sábio e entendidoMostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se pelo contráriotendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade.

2 Pe 2, 12-14: Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco, tendo olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos.

2 Pe 3, 16: Ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.

2 – Uma pergunta especial lhe faremos: A Igreja que você freqüenta exige dos seus adeptos do sexo masculino atestado de virilidade (ou de macho se preferir)? Se não, então é feito algum exame na genitália deles para verificar se o são? Você pode falar: é um absurdo esse tipo de pergunta. É de fato, admitimos. Entretanto, é o que de certa forma exige a passagem de Deuteronômio 23, 1: “Aquele a quem forem trilhados os testículosou cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor”.

3 – E, considerando que você aceita a Bíblia como totalmente inspirada por Deus, sem nenhum erro, nos explique as divergências a seguir:

Genealogia de Jesus

Mt 1:1-17 – Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos; Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este de Rute gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que foi mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa; Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias; Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio em Babilônia. Depois do exílio em Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel, a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; Eliúde gerou a Eleázar; Eleázar, a Matã; Matã, a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao desterro para a Babilônia, catorze; e desde o desterro para a Babilônia até Cristo, catorze.

Lc 3:23-38 – Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Heli, Heli filho de Matã, Matã filho de Levi, Levi filho de Melqui, este filho de Janai, filho de José, José filho de Matatias, Matatias filho de Amós, Amós filho de Naum, este filho de Esli, filho de Nagaí, Nagaí filho de Máate, Máate filho de Matatias, Matatias filho de Semei, este filho de José, filho de Jodá, Jodá filho de Joanã, Joanã filho de Resá, Resá filho de Zorobabel, este filho de Salatiel, filho de Neri, Neri filho de Melqui, Melqui filho de Adi, Adi filho de Cosã, este de Elmadã, filho de Er, Er filho de Josué, Josué filho de Eliézer, Eliézer filho de Jorim, este de Matã, filho de Levi, Levi filho de Simeão, Simeão filho de Judá, Judá filho de José, este filho de Jonã, filho de Eliaquim; Eliaquim filho de Meleá, Meleá filho de Mená, Mená filho de Matatá, este filho de Natã; Natã filho de Davi, Davi filho de Jessé, Jessé filho de Obede, Obede filho de Boaz, este filho de Salá, filho de Naassom; Naassom filho de Aminadabe, Aminadabe filho de Admim, Admim filho de Arni, Arni filho de Esrom, este filho de Faréz, filho de Judá; Judá filho de Jacó, Jacó filho de Isaque, Isaque filho de Abraão, este filho de Terá, filho de Nacor; Nacor filho de Seruque, Seruque filho de Ragaú, Ragaú filho de Fáleque, este de Éber, filho de Salá; Salá filho de Cainã, Cainã filho de Arfaxade, Arfaxade filho de Sem, este filho de Noé, filho Lameque; Lameque filho de Matusalém, Matusalém filho de Enoque, Enoque filho de Jarete, este filho de Maleleel, filho de Cainã; Cainã filho de Enos, Enos filho de Sete, e este filho de Adão, e Adão, filho de Deus.

Percebe-se claramente que não são concordes as genealogias narradas por Mateus e Lucas. Algumas pessoas querem, para que não fique evidenciada essa divergência, que a de Lucas esteja baseada em relação à Maria, entretanto se esquecem que naquela época as mulheres não tinham nenhum valor, e todas as genealogias da Bíblia são colocadas em relação aos homens e não sobre as mulheres.

Lugar onde seus pais moravam

Mt 2:1 – Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.

Mt 2:13 – Tendo eles partido, eis que aparece um anjo do Senhor a José em sonho, e diz: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para matar.

Mt 2:21-23 – Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe, e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de se pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito, por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno.

Lc 1:26-27 – No sexto mês foi o anjo Gabriel enviado da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.

Lc 2:1 – Naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se.

Lc 2:3-5 – Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.

Pelo relato de Mateus, a família de Jesus morava em Belém, só depois é que se mudou para Nazaré. Entretanto Lucas coloca a cidade de Nazaré como se fosse o local onde vivia a sagrada família, que teve que ir à Belém apenas para atender ao decreto do recenseamento.

O servo do centurião

Mt 8:5-6 – Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.

Lc 7:1-2 – Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. E o servo do centurião, a quem este muito estimava, estava, quase à morte.

Vejam que Mateus diz que o servo do centurião se encontra deitado em casa sofrendo muito, pois era paralítico. Já Lucas diz que o servo estava quase à morte.

O possesso de gedara

Mt 8:28 – Tendo ele chegado à outra margem, á terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho.

Mc 5:1-3 – Entrementes chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo.

Lc 8:26-27 – Então rumaram para a terra dos gerasenos, fronteira da Galiléia. Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros.

Mateus diz tratar-se de dois endemoninhados, ao passo que Marcos e Lucas dizem ser apenas um.

Cura de um paralítico

Mt 9:1-2 – Entrando Jesus num barco, passou para a outra banda, e foi para a sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito.

Mc 2:1-4 – Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente.

Lc 5:17-19 – Ora, aconteceu que num daqueles dias, estava ele ensinando, e achavam-se ali assentados fariseus e mestres da lei, vindos de todas as aldeias da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar. Vieram então uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus. E não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus.

Na narrativa de Mateus o paralítico é levado a Jesus, deixando a entender que não houve nenhum obstáculo para isso. Mas, Marcos e Lucas, dizem que tiveram que descer tal paralítico do telhado, pois a multidão não deixava que o levassem a Jesus. Mateus diz que Jesus chegou à sua cidade. Seria Nazaré? Marcos diz ser Cafarnaum. Quanto a Lucas não diz em qual cidade.

Filha de Jairo

Mt 9:18 – Enquanto estas cousas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou, e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a tua mão, e viverá.

Mc 5:22-23 – Eis que se chaga a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostra-se a seus pés, e insistentemente lhe suplica: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá.

Lc 8:41-42 – Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam.

Diferentemente de Marcos e Lucas que dizem que a filha de Jairo estava quase morrendo, Mateus já a tem como morta.

Cego e mudo?

Mt 12:22 – Então lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver.

Lc 11:14 – De outra feita estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiraram.

Mateus diz ser o homem cego e mudo, mas Lucas diz tratar-se apenas de um mudo o que estava possesso.

Cegos de Jericó

Mt 20:29-30 – Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!

Mc 10:46-47 – E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho. E, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!

Lc 18:35-38 – Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. E, ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo. Anunciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno. Então ele clamou: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!

Aqui temos Mateus dizendo que eram dois cegos em contradição com Marcos e Lucas que afirmam ser apenas um. Por que somente Marcos identifica quem era este cego?

Mulher com alabastro

Mt 26:6-7 – Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa.

Mc 14:3 – Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosismo perfume de nardo puro, e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.

Lc 7, 36-38 – Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, corando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento.

Jo 12:1-3 – Seis dias antes da páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa. Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com perfume do bálsamo.

Mateus e Marcos relatam que Jesus estava em casa de Simão, o leproso, e que uma mulher havia derramado o vaso de alabastro na cabeça de Jesus, não identificando quem era ela. Só que João diz que a mulher era Maria a irmã de Lázaro, que o fato acontecia na casa de Lázaro e que ao invés de jogar o perfume na cabeça, ela ungiu os pés de Jesus. Em Lucas temos que esta mulher é uma pecadora, portando não poderia ser a Maria irmã de Lázaro.

Ressurreição

Mt 28:1 – No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.

Lc 23:54-56 – Era o dia da preparação e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo de Jesus ali foi depositado. Então se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E no sábado descansaram, segundo o mandamento.

Lc 24:1 – Mas, ao primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.

Jo 20:1 – No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida.

Mateus diz que Maria Madalena e uma outra Maria, foram ao sepulcro. João diz que somente Maria Madalena tinha ido, e Lucas diz ter sido as mulheres que tinham vindo com Jesus desde a Galiléia, sem especificar quais eram essas mulheres.

Quem apareceu às mulheres?

Mt 28, 2-3: E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago e a sua veste alva como a neve.

Mc 16, 4-5: E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande. Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito, vestido de brando, e ficaram surpreendidas e atemorizadas.

Lc 24, 2-4: E encontram a pedra removida do sepulcro; mas, ao entrar, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes.

Jo 20, 11-12: Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se e olhou para dentro do túmulo, e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés.

Vejam a divergência na quantidade e na forma da aparição. Apesar dela ser registrada por todos os evangelistas, Mateus diz ser um anjo, Marcos, um jovem, Lucas, dois varões e João dois anjos.

Carregar a cruz

Mt 27:32 – Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.

Mc 15:21 – E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.

Lc 23:26 – E como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.

Jo 19:17 – Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, sal para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico.

Mateus, Marcos e Lucas dizem que o cireneu chamado Simão foi obrigado a carregar a cruz de Jesus, enquanto que João diz que foi o próprio Jesus quem levou a cruz.

Continuemos.

O fato de Jesus ter utilizado uma linguagem figurada ou mesmo aproveitando o que na época acreditavam não quer dizer necessariamente que Ele tenha sancionado idéias equivocadas a respeito da Justiça Divina. Assim ao falar de inferno não estava sancionando o que hoje alguns entendem como tal. Acompanhando toda a Bíblia, conforme já o dissemos, percebemos que a palavra inferno se referia simplesmente a uma região inferior onde acreditavam que, os que morriam passariam a habitar a “morada dos mortos”, sheol (xeol) ou hades.

Se para Deus “mil anos é como se fosse um dia” não há como castigar eternamente alguém pelo erro de menos de um dia. Não existe lógica nesta absurda justiça a não ser para os interesseiros que querem a todo custo amedrontar seus seguidores para lhes venderem o “Reino dos Céus”. Se Jesus disse que devemos perdoar “setenta vezes sete”, cujo significado é que devemos perdoar sempre, como Deus não segue as próprias recomendações dadas por Jesus? Pior fica, já que você considera Jesus o próprio Deus, ou seja, Ele mesmo não segue o que nos manda fazer como norma de conduta.

Na parábola do filho pródigo, o pai não mandou o filho, que malbaratara a sua parte na herança, para os “quintos dos infernos”, mas simplesmente o abraçou recebendo novamente como um filho.

Ademais a palavra eterno não tinha o significado que tem hoje de ser para sempre ou perpetuamente, mas dizia respeito a um período longo do qual não se sabia o fim. Para provar isso recorremos a uma passagem onde se diz que devemos bendizer a Deus de eternidade em eternidade (Sl 106, 48). Ora, como não existe mais de uma eternidade, assim o significado seria de tempos em tempos.

Muitas pessoas querem interpretar a Bíblia sem verificar o contexto cultural da época dos acontecimentos, e é por isso que não compreendem a essência simbólica de inúmeras passagens bíblicas.

O grande erro dos teólogos é querer que Deus tenha uma “ira” eterna. Além de ser uma falta de bom senso admitir tal coisa, é pegar da Bíblia o que interessa, pois ela diz exatamente que: “O Senhor não retém sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia” (Miquéias 7, 18). Mais claro fica ainda em Sl 103, 8-9, que diz: “O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira”.

Se existe salvação de graça, onde fica: “a cada um segundo suas obras” (Jesus)? Nas passagens Sl. 62, 12; Jr 17, 10; Jr 32, 19; Mt 16, 27; Rm 2, 6; Ap 20, 13 e Ap 22, 12, você verá que essa expressão se aplica a julgamento mesmo.

A parábola do rico e Lázaro significa que os egoístas irão ser responsabilizados pelos seus atos. Ele foi para o “inferno” porque não praticou a lei de amor: amar ao próximo como a si mesmo. Não foi porque não aceitou Jesus como seu salvador ou porque não pertencia a uma determinada Igreja, como pensam alguns sobre a questão da salvação.

Em Mateus 7, 11, apesar de falar sobre a oração, temos que ver o sentido mais importante e muito mais amplo, qual seja, se nós mesmos sendo maus sabemos dar boas coisas aos nossos filhos muito mais Deus que é infinitamente superior a nós. Assim pergunto qual pai humano que daria um castigo eterno ao seu filho?

Não sei se você sabe mas um dos princípios da Doutrina Espírita é o livre-arbítrio de que você fala. Temos plena liberdade de escolher o que acharmos melhor para nós, entretanto, se a semeadura é livre, a colheita é obrigatória.

Vejamos a passagem Nm 14, 18: “O Senhor é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração” Observar que mesmo perdoando a iniqüidade e a transgressão não inocenta o culpado, ou seja, o culpado deverá pagar pelos seus erros. Isso fica mais claro pela tradução da Bíblia Edição Pastoral que assim traz esta passagem: “Javé, paciente e misericordioso, que perdoas a culpa e a transgressão, mas não nos deixas sem castigo…” (ver idêntico pensamento em Na 1, 3).

Quanto à questão de “visitar a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração” pela própria Bíblia não podemos admitir como sendo justo os filhos pagarem pelos erros dos pais, conforme podemos constatar em Deut. 24, 16: “Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais: cada qual será morto pelo seu pecado”. (ver também Ez 18, 2-4 e Ez 18, 20).

Mas, afinal qual dos textos é o verdadeiro, pois se comparamos um com os outros veremos que existe uma contradição entre eles; um fala que os filhos pagarão pela iniqüidade dos pais, enquanto que os outros falam que não, que cada um pagará pelos próprios erros. Entretanto, podemos afirmar que não existe contradição alguma entre esses textos, o que ocorreu foi uma adulteração vergonhosa para retirar da Bíblia toda e qualquer idéia que pudesse sugerir a reencarnação. No texto Nm 14, 18, mudaram a preposição “na” por “até”, já que na terceira ou quarta geração o indivíduo poderia reencarnar como seu próprio neto ou bisneto. Ou seja, a justiça divina atingiria realmente o próprio culpado, já que o devedor estaria reencarnado como neto, e nessa condição, sofre as conseqüências de seus próprios pecados. E, sendo assim, não entraria em conflito com a passagem narrada em Deuteronômio.

Vejamos as narrativas relativas ao tal “bom ladrão” constante no Evangelho:

Mt 27: 38 e 44 – E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificado com ele.

Mc 15:27 e 32 – Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.

Lc 23:39-43 – Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhes respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

Jo 19:18 – Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.

Mateus, Marcos e João nada relatam sobre qualquer diálogo entre os três crucificados. Os dois primeiros, ou seja, Mateus e Marcos, dizem que os ladrões estavam, isto sim, entre os que escarneciam de Jesus. Só Lucas diz que Jesus teria dito para um deles que “hoje estarás comigo no Paraíso”. Se isso aconteceu temos uma contradição de Jesus, pois ele mesmo disse: a cada um segundo suas obras (Mateus 16, 27), bem como em outras passagens da Bíblia que se diz exatamente a mesma coisa, conforme já dissemos um pouco atrás. Quando do episódio com Madalena, após a ressurreição, Jesus disse a ela: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20, 17). Ora, se Jesus, três dias após sua morte, ainda não tinha subido ao Pai como ele poderia ter afirmado ao “bom ladrão” que hoje estarás comigo, ou seja, justamente no dia de sua morte na cruz. Por outro lado ao reconhecer que “nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez” ele está aceitando a justiça dos homens, por mais forte razão aceitaria a justiça de Deus que lhe daria uma pena merecida. Também ele não aceitaria uma recompensa por algo que não tenha feito, não é mesmo? Já falamos várias vezes, mas não custa repetir, coloquemos a frase do seguinte modo: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso? Veja como uma simples vírgula muda por completo o sentido do texto. É muito mais condizente com a justiça divina, pois somente irá para o Paraíso quando tiver realizado as obras que venham a fazê-lo merecer este paraíso, não importando quanto tempo levará para isso.

Vamos supor que essa pessoa ao invés de ser esse “bom ladrão” ele fosse um criminoso. Que fosse o criminoso de guerra Hitler por exemplo? Perguntamos: Seria justo ele ir para o paraíso juntamente com Jesus?

De mais a mais, na passagem não há arrependimento de ninguém, apenas um dos ladrões reconheceu que ele e o outro mereciam a condenação, pois eram culpados de seus crimes, e reconheceu que Jesus era um inocente sendo condenado injustamente. E ao dizer: “lembre-se de mim quando estiveres no paraíso” ele, o “bom ladrão”, comportou-se como todos os puxa-sacos, que mesmo sem competência ou merecimento querem receber “favores” das pessoas mais importantes que ele.

É vocabulário comum dos religiosos sectários, os que se julgam únicos donos da verdade, utilizarem a palavra heresia. Mas para nós HERESIA maior é não utilizar a inteligência que Deus nos deu, pois é justamente ela que nos difere dos animais irracionais. Não utilizá-la seria se comportar como eles. O taxar aos outros de herético é uma forma de agressão barata que utilizam, principalmente quando não possuem argumentos lógicos para sustentarem suas idéias.

A passagem de Lucas a respeito do “bom ladrão” mostra-nos exatamente que quem vive fora do contexto são exatamente aqueles que nos acusam de tal comportamento.

E muitas vezes vão mais além, pois até onde não existe uma idéia no texto a colocam como é o caso do inferno está “implícito” . Entretanto quanto à idéia de nascer de novo (reencarnar) que está claramente explicita não a enxergam. Foi por essa razão que Jesus advertiu de antemão: “Ouça quem tem ouvidos de ouvir”. Aliás as maldições de Deus para quem não cumprissem os Seus mandamentos e estatutos são coisas que ocorreriam aos infratores na condição de vivos, não eram para a situação após a morte. Assim, se tem alguma coisa implícita é a questão da reencarnação, já que Ele sabia de antemão que não conseguiríamos pagar tudo de uma vez só.

Questionamos um pouco atrás, citando várias passagens constantes da Bíblia para saber se as cumpre. Se a resposta for negativa para qualquer uma delas, você não está guardando todos os estatutos Divinos, deverá ir para o inferno? Veja o que encontramos a respeito disso: “Aquele que observa a Lei toda, mas falha num só ponto, torna-se culpado de violar a Lei inteira” (Tg 2, 10).

Em Tiago 3, 10 encontramos: “de uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim. Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” Ora, isso é contrário ao que dizem de Deus, já que lemos em vários textos bíblicos muitas “maldições” provindas Dele. E aí como é que ficamos?

O inferno não é invenção dos teólogos cristãos, esses apenas o copiaram da mitologia pagã, mais especificamente do Zoroastrismo, pela influência que os persas exerceram sobre o povo hebreu.

Em 1 Pedro 3, 19, lemos: “no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão”. Nessa passagem vemos o termo prisão igual ao conceito que lemos em Mateus 5, 25-26. Mas, outra coisa interessante nós podemos deduzir dela, é que se Jesus foi pregar aos espíritos em prisão é porque eles poderiam mudar de atitude, caso contrário não há sentido algum em pregar para quem não poderia mudar de atitude. Já dissemos anteriormente que Deus não castiga perpetuamente, conforme ensinamento bíblico. Preferimos ficar com isso a aceitar um Deus tipo o que você quer que ele seja. Essa atitude de Jesus condiz com a passagem: “…abençoado por Javé, que não deixa de ter misericórdia pelos vivos e pelos mortos” (Rt 2, 20)

A passagem citada de Lucas 16, 19-31, não diz que o lugar de tormento é eterno. Mas se querem tudo ao pé da letra diremos: que Abraão é Deus pois foi para o seio dele que Lázaro foi; que todos os ricos irão para o inferno; que somente os pobres que tem suas chagas lambidas pelos cães irão para o céu; que, apesar de muitos afirmarem ao contrário, nós temos consciência e podemos até conversar após a morte; que o julgamento é imediato à morte – e assim sendo, onde ficará o juízo no final dos tempos? -; que não existe a ressurreição da carne; que os mortos podem se comunicar com os vivos, entretanto isso é inútil pois não lhes darão ouvidos (não é o que exatamente acontece com os espíritos nos dias de hoje?).

Não podemos tomar todas as passagens ao pé da letra temos que observar que em muitas delas há um sentido simbólico, até mesmo porque Jesus achou melhor não modificar tudo de uma só vez: “tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16, 12).

A questão que você coloca que tenhamos cometido um equívoco ao afirmamos que Jesus tenha dito que o inferno também está dentro de nós, prova que você não entendeu o que estávamos querendo dizer; se Jesus disse que o reino dos céus (não se referia a rei como quer) está dentro de nós a conseqüência lógica é que o inferno também está, já que ambos são estados de consciências, e não lugares físicos. Se pensar ao contrário, nos diga onde se encontra localizado o céu? Quase todas as pessoas, que acreditam estar ele em algum lugar, normalmente apontam para o alto, correspondendo ao céu azul que vemos. Entretanto, observe que, sendo a Terra redonda, cada pessoa apontará o céu em uma direção completamente diferente de outra. Assim pergunto: qual delas aponta para o local certo?

Veja o esquema abaixo. As setas apontam para cima no céu. Cada uma representa a posição que pessoa se encontra aqui na Terra:

A questão de significar uma coisa ou outra, realmente pode acontecer, visto a pobreza da língua, entretanto no caso em questão e pelo contexto o significado não poderá ser o outro, mas apenas o de “dentro em vós”.

Ao se referir à Igreja Católica você a coloca como a mãe das heresias, entretanto quase todas as denominações cristãs têm sua origem nela, talvez até a que você abraça. E muitos dos dogmas católicos (batismo, ressurreição da carne, céu e inferno, divindade de Jesus, trindade, virgindade de Maria, só quem a segue está salvo, não existe a reencarnação, etc.) foram adotados pelas outras ramificações que derivaram dela, pois todas adotam as decisões dos concílios católicos. De uma forma ou de outra, as recentes denominações cristãs são filhas ou netas dela.

Você disse uma verdade incontestável: “o importante é a mensagem do Cristo”, não o que querem impor as religiões dogmáticas, que passam longe dos verdadeiros ensinamentos de Cristo. Não o vemos em momento algum desprezar ou condenar qualquer sentimento religioso de alguém, nem tampouco querer convencer a “ferro e fogo” as pessoas a seguí-lo, sempre disse: “quem quiser me seguir tome sua cruz e siga-me”, ou seja, respeitou o livre-arbítrio de cada um.

A passagem de Jonas é um simbolismo que normalmente pegam ao pé da letra, em verdade significa que o império Babilônico (baleia) não conseguiria conter por muito tempo o povo hebreu (Jonas), que um dia se liberta deste domínio (jogado na praia). Jesus, voltamos a afirmar, aproveitou dos conceitos vigentes, não quis modificar muita coisa, esperando a própria evolução espiritual para que pudessem suportar coisas mais elevadas. E usando de um simbolismo também aplicou essa passagem também a Si mesmo, já que sempre usava desse expediente como podemos ver em suas parábolas.

Quanto ao dilúvio, podemos colocar, alguns argumentos de nosso texto “A Arca de Noé”:

Iremos estudar, numa análise crítica, longe do fanatismo religioso, a Bíblia para que tenhamos uma visão sobre este assunto: ficção ou realidade?

Tomaremos, para isto, o Livro Gênesis.

Faze para ti uma arca de madeira resinosa, dividi-la-ás em compartimentos e a untarás de betume por dentro e por fora. E eis como o farás: seu comprimento será de trezentos côvados, sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta. Farás no cimo da arca uma abertura com dimensão dum côvado. Porás a porta da arca a um lado, e construirás três andares de compartimentos”. (Gênesis 6, 14-16).

No livro A História da Bíblia, de Hendrik Willem Van Loon, tradução de Monteiro Lobato podemos ler o seguinte: “Noé e os filhos puseram-se ao trabalho, sob a chacota dos vizinhos. Que estranha idéia construir um navio num lugar onde não havia água – rio nenhum, e o mar a mil milhas distante!”. Ora, se uma milha equivale a 1.609 metros, temos, então, que estavam a 1.609 km do mar. Pela distancia que moravam do mar é bem provável que não tivessem a menor experiência sobre construção naval, não é mesmo? Assim, como conseguiram construí-la?

Conforme pudemos apurar nas notas explicativas o côvado equivale a 45 cm. Então temos: comprimento 45 cm x 300 = 135 metros, largura 45 cm x 50 = 22,5 metros e altura 45 cm x 30 = 13,5 metros. Como cada um dos três andares mediria 3.037,5 metros quadrados, a área total da arca estaria pelos 9.112,5 metros quadrados. Área muito pequena para caber tudo o que Deus ordenara a Noé colocar lá dentro. Como veremos na passagem seguinte.

De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo. De cada espécie de aves, e de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possa conservar a vida. Tomarás também contigo de todas as coisas para comer, e armazená-los-as para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais”.(Gênesis 6, 19-21).

Imaginemos: Noé com sua família eram 8 pessoas, soma-se mais um casal de todos os animais vivos e mais alimentação para as pessoas e os animais que teria de durar por um ano, qual seria o peso e o volume disto tudo? Caberia nestes poucos mais de 9.000 metros quadrados? Além de que a diversidade da alimentação dos animais, como colocar isto dentro da arca? Mais ainda, não foi ordenado a Noé colocar água dentro da arca, como os seres viveram por pouco mais de um ano sem água para beber? E o que se come não é eliminado pelo organismo? Aonde foram jogados os dejetos dos homens e dos animais, pois a arca estava quase que totalmente fechada? E o ar lá dentro, como deveria estar? Haveria ainda oxigênio para se respirar nesta arca? Será que somente 8 pessoas conseguiriam alimentar os animais existentes na arca todos os dias, sem um único dia para o descanso, durante o período de um ano e pouco?

O dilúvio caiu sobre a terra durante quarenta dias. As águas incharam e levantaram a arca, que foi elevada acima da terra. As águas inundaram tudo com violência, e cobriram toda a terra, e a arca flutuava na superfície das águas. As águas engrossaram prodigiosamente sobre a terra, e cobriram todos os altos montes que existem debaixo dos céus; e elevaram-se quinze côvados acima dos montes que cobriam”.(Gênesis 7, 17-20).

Na terra encontramos o elemento água nos rios, nos mares, na atmosfera, nas nuvens, nos lençóis subterrâneos e, em forma de gelo, nas altas montanhas e nos pólos. As que se encontram na superfície correm para as partes mais baixas do planeta, formando os mares. E segundo a ciência 2/3 do nosso planeta é composto de água. Ora, para se ter água a ponto de cobrir todos os montes da terra, temos duas hipóteses:

1ª – afundamento de toda a superfície de terra; ou…

2ª – as águas da chuva vieram de outro lugar que não a Terra, pois a água do nosso planeta é pouca para cobrir todos os montes altos (Monte Everest 8.848 metros de altura).

Se considerarmos um dilúvio localizado, em determinada região da Terra, e não nela toda, é bem possível a 1ª hipótese, fora disto só em filmes de Steven Spielberg.

Interessante a nota de rodapé constante, nesta passagem, na Bíblia Sagrada, Editora Vozes: O dilúvio não foi universal mas uma grande inundação que cobriu o horizonte geográfico de Noé. A existência de histórias do dilúvio em outros povos primitivos mostra que há uma consciência geral sobre uma catástrofe que ameaçou a humanidade dos primórdios. Ótimo, confirma a possibilidade de ser localizado, entretanto o que não compreendemos é que apesar disso ainda teimam em dizer que ele foi universal.

No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do mês, romperam-se naquele dia todas as fontes do grande abismo e abriram-se as barreiras dos céus”.(Gênesis 7, 11).

No ano seiscentos e um, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, as águas tinham secado sobre a terra. Noé descobriu o teto da arca, olhou e viu que a superfície do solo estava seca. No segundo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, a terra estava seca”. (Gênesis 8, 13-14).

Do início do dilúvio até o dia em que a terra estava toda seca, passaram-se 1 ano e 10 dias (considerando-se o mês de 30 dias). Período confirmado pelo nascimento de Canaã, neto de Noé, filho de Cam.

Observar que Noé descobriu o teto da arca, o que leva a crer que neste período todo a arca estava completamente fechada, numa escuridão total. Como viveram os que lá estavam, neste período todo, sem a luz do sol?

Assim concluímos, que existem fatos na Bíblia que fogem ao censo lógico e científico. Podemos aceitar que a história de Noé como relatada é fantasiosa, entretanto como a questão do dilúvio parece constar da cultura de outros povos, poderemos até aceitar, mas somente se ele tiver sido algo localizado e não sobre a terra toda.

E para confirmar que a história de Noé, não passa de uma lenda, vamos ver o que consta da Revista Galileu, Fevereiro/2001, nº 115:

As raízes de Noé.

Lendas sobre grandes dilúvios estão espalhadas entre diferentes culturas. Estima-se que cerca de 300 histórias desse tipo já tenham sido registradas. A de Noé, no entanto, é a mais famosa na civilização ocidental.

Estudiosos apontam que o Dilúvio, parte do livro do Gênesis, tenha sido escrito entre 550 a.C. e 450 a.C., período em que os judeus mais influentes de Jerusalém foram aprisionados na Babilônia. “O Gênesis cumpria o papel de reforçar a identidade desse povo”, explica Fernando Altemeyer, professor de teologia da PUC. Inspirado na literatura babilônica, o livro mostrava que os judeus tinham uma história e um passado respeitável e deveriam buscar seu futuro a partir daqueles ensinamentos de seus antepassados.

A história de Noé tem muito em comum com um poema babilônico escrito por volta de 1600 a.C., que faz parte do Épico de Gilgamesh. O poema trata de um rei mítico chamado Atrahasis, que é avisado a tempo pelos deuses de que um dilúvio está prestes a destruir a humanidade. Atrahasis constrói então uma enorme embarcação, e nela coloca sua família, seus pertences e alguns animais. As semelhanças entre o Gênesis e Gilgamesh são muitas. A lenda babilônica, por sua vez, também não é original, mas baseada em uma história suméria cerca de mil anos mais antiga, provavelmente assimilada pelos babilônicos durante a conquista da região.

A versão babilônica não influenciou somente o Antigo Testamento. Entre os gregos, a lenda era muito popular, pois eles mesmos já tinham presenciado a fúria das águas devido à erupção de um vulcão no século 15 a.C. Dos gregos, a história passou aos romanos, e dessa vez, quem assume a autoria do dilúvio é o deus Júpiter, enfurecido com a má conduta humana.

Quanto à teoria da evolução, colocaremos o que escrevemos recentemente sobre esse assunto: Evolucionismo e Criacionismo.

Em A Gênese, cap. IV, Kardec faz as seguintes colocações:

“A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a da sua religião; por isso, os seus primeiros livros foram livros religiosos; e, como todas as religiões se prenderam ao princípio das coisas, que são, também, o da Humanidade, deram, sobre a formação e disposição do Universo, explicações em relação com o estado dos conhecimentos da época, e dos seus fundadores. Disso resultou que os primeiros livros de ciência, como foram, durante muito tempo, o único código das leis civis”.

Ao querer colocar a Bíblia como um livro de ciência, o homem reproduziu o que seu conhecimento podia lhe dar a respeito das leis da Natureza.

Isso é compreensível, não devemos condená-los por esse motivo. Entretanto, querer manter a Bíblia como um livro em que se encontra toda a ciência do Universo é querer pensar como os nossos ancestrais pensavam. Devemos abrir nossa mente para aceitar esta verdade insofismável.

Continua, Kardec:

“A Bíblia contêm, evidentemente, fatos que a razão, desenvolvida pela ciência, não poderia hoje aceitar, e outros que parecem estranhos e repugnam, porque se prendem a costumes que não são mais os nossos. Mas, ao lado disso, haveria parcialidade não reconhecendo que ela encerra grandes e belas coisas. A alegoria, nela, tem lugar considerável, e, sob esse véu, esconde verdades sublimes, que aparecem se se procura o fundo do pensamento, porque, então, o absurdo desaparece”.

Querer segurar o avanço da ciência é de uma infantilidade pueril, para não dizermos ignorância sem tamanho. Por mais que avance a ciência ela irá sempre desvendar as leis que regem os fenômenos da Natureza. Ora, como quem criou a Natureza e suas leis foi Deus, o que o homem descobrir sobre elas, via de conseqüência, são Leis Divinas.

Interessante uma colocação de Kardec a esse respeito:

“Apenas as religiões estacionárias podem temer as descobertas da ciência; essas descobertas não são funestas senão àquelas que se deixam ultrapassar pelas idéias progressivas, imobilizando-se no absolutismo das suas crenças; em geral, fazem uma idéia tão mesquinha da Divindade que não compreendem que assimilar as leis da Natureza reveladas pela ciência, é glorificar a Deus por suas obras; mas, em sua cegueira, nisso preferem fazer homenagem ao Espírito do Mal. Uma religião que não estivesse, em nenhum ponto, em contradição com as leis da Natureza, nada teria a temer do progresso e seria uma religião invulnerável”.

Percebe-se, claramente, que na realidade os adeptos do criacionismo, garantido pela Bíblia, no Livro Gênesis, estão a lançar anátema sobre a Teoria da Evolução, pelo menos por dois motivos:

1º – Por não querer (ou poder?) mudar a opinião sobre a Bíblia já que dizem ser ela infalível.

2º – Por repugnar a muitos a idéia de que possamos ter vindo do macaco.

Não abrindo mão de Adão e Eva serem o primeiro casal humano, ficamos diante de algo que não têm como explicar. Se, após matar Abel, Caim vai para outra região e lá encontra uma mulher, tendo um filho com ela, e pouco depois chega mesmo a fundar uma cidade, na qual põe o nome do seu filho. Ora, que mulher é essa, que povo é esse? Já que para se fundar uma cidade temos que pressupor que existam pessoas para habitá-la.

Entretanto, se admitirmos que Adão e Eva eram apenas um símbolo, que eles não foram o primeiro casal humano, as coisas passam a se encaixar quanto à questão da mulher de Caim e para os habitantes da cidade que ele fundou, isso sem qualquer tipo de problema. Mas com isso a teoria criacionista cairia por terra.

Recorreremos, novamente, a Kardec, que diz:

“A lei que preside à formação dos minerais conduz, naturalmente, à formação dos corpos orgânicos”.

“A análise química nos mostra todas as substâncias, vegetais e animais, compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos. Aqueles, desses elementos, que desempenham o principal papel são o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono; os outros aí não se encontram senão acessoriamente. Como no reino mineral, a diferença de proporção na combinação desses elementos produz todas as variedades de substâncias orgânicas e as suas diversas propriedades, tais como: os músculos, os ossos, o sangue, a bile, os nervos, a matéria cerebral, a gordura nos animais; a seiva, a madeira, as folhas, os frutos, as essências, o azeite, as resinas, etc., nos vegetais. Assim, na formação dos animais e das plantas, não entra nenhum corpo especial que não se ache igualmente no reino mineral”.

(…) “Uma vez que os elementos constitutivos dos seres orgânicos e dos seres inorgânicos são os mesmos que vêm incessantemente, sobe o império de certas circunstâncias, formam as pedras, as plantas e os frutos, pode-se disso concluir que os corpos dos primeiros seres vivos se formaram, como as primeiras pedras, pela reunião das moléculas elementares em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições de vitalidade do globo foram propícias a tal ou tal espécie”.

É fácil, agora, concluir que do ponto de vista dos elementos que nos compõem temos os mesmos elementos encontrados no barro e no macaco. Entretanto, é mais racional admitirmos ter vindo de um ser vivo que de uma matéria inorgânica, até mesmo por respeito às próprias Leis Divinas.

Encontramos em Atos 10, 15, uma frase muito interessante que podemos apresentar aos que ainda se repugnam em aceitar que possamos ter vindo, por evolução, de uma espécie animal inferior, vejamos: “O que Deus purificou, tu não deves chamar de impuro”. Analogamente, poderíamos dizer que não existe nada que Deus tenha criado que poderíamos classificar de coisa repugnante, não é mesmo?

Mas veja como o homem se comporta: muitos medicamentos somente puderam ser úteis ao homem, porque foram antes testados em animais, tais como: macacos e ratos; deveria, por coerência, se repugnar, quando forem utilizar tais remédios.

Para uma melhor compreensão do estudo, teremos que voltar a Kardec, quando ele diz:

“Do ponto de vista corporal, e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais não difere senão por nuanças na forma exterior; de resto, a mesma composição química que todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução; ela nasce, vive e morre nas mesmas condições, e, em sua morte, seu corpo se decompõe como o de tudo o que vive. Não há em seu sangue, em sua carne, em seus ossos, um átomo diferente daqueles que se encontram no corpo dos animais; como estes, em morrendo, retorna à terra o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono que estavam combinados para formá-lo, e vão, por novas combinações, formar novos corpos minerais, vegetais e animais. A analogia é tão grande que se estudam as funções orgânicas sobre certos animais, quando as experiências não podem ser feitas nele mesmo”.

“Na classe dos mamíferos, o homem pertence à ordem dos bímanos. Imediatamente abaixo dele vêm os quadrúmanos (animais de quatro mãos) ou macaco, dos quais uns, como o orangotango, o chimpanzé, o mono têm certos comportamentos do homem, a tal ponto que, há muito tempo, são designados sobre o nome de homens da floresta; como ele, caminham eretos, servem-se de bastões, constroem suas cabanas, e levam os alimentos à boca com a mão, sinais característicos”.

“Por pouco que se observe a escala dos seres vivos do ponto de vista do organismo, reconhece-se que, desde o líquen até a árvore, e depois do zoófito até o homem, há uma corrente se elevando gradualmente sem solução de continuidade, e da qual todos os anéis têm um ponto de contato com o anel precedente; seguindo-se passo a passo a série de seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior. Uma vez que o corpo do homem está em condições idênticas aos outros corpos, química e constitucionalmente, que ele nasce, vive e morre do mesmo modo, deve ter sido formado nas mesmas condições”.

“Quanto isso possa custar ao seu orgulho, o homem deve se resignar a não ver, em seu corpo material, senão o último anel da animalidade sobre a Terra. O inexorável argumento dos fatos aí está, contra o qual protestaria em vão”.

“Mas, quanto mais o corpo diminui de valor aos seus olhos, mais o princípio espiritual cresce em importância; se o primeiro o coloca ao nível do animal, o segundo o eleva a uma altura incomensurável. Vemos o círculo em que se detém o animal: não vemos o limite onde pode chegar o Espírito do homem”.

As considerações de Kardec foram por nós verificadas recentemente, quando a TV Escola passou, há uns poucos dias, um documentário a respeito de experiências e observações com chimpanzés. Na questão da fala, ele somente não consegue pronunciar os sons das palavras, porque a anatomia de sua boca não permite. Mas, isso não impediu que eles se comunicassem. Foi desenvolvido um aparelho (lexograma, se entendemos corretamente) cheio de vários desenhos e símbolos aleatórios. Quando se aperta um símbolo qualquer o aparelho emite os sons da palavra que aquele símbolo corresponde Assim, através deste método, até mesmo muito rudimentar, estabeleceu-se um determinado nível de comunicação entre os chimpanzés e os pesquisadores.

Em outra situação, ensinavam certos sinais, que correspondiam a um tipo de ação, eles, os chimpanzés, foram capazes de combinar esses sinais para se expressarem. Uma das experiências que achamos muito interessante foi quando colocaram apenas um chimpanzé num cercado, e lá dentro, num local alto colocaram uma banana. O chimpanzé observou o que estava à sua volta, pegou um cubo de madeira foi empurrando-o até ficar bem debaixo da banana, entretanto não conseguiu apanhá-la, pois a altura não era ainda suficiente. Assim que percebeu isso, foi buscar outro cubo, colocou-o por cima do anterior, conseguindo com isso, pegar a banana. Depois colocaram outros chimpanzés naquele lugar, colocando outra banana, o chimpanzé que tinha conseguido pegar a banana, mesmo percebendo a dificuldade dos outros para pegar a banana, fingiu que nada sabia. Entretanto, esses outros chimpanzés utilizaram um novo método, pegando uma vara comprida, bateram na banana, que, imediatamente, caiu. Com esta experiência fica provado que eles podem desenvolver um tipo de planejamento e pensar na maneira, mais fácil ao seu alcance, de resolver o problema à sua frente.

Em termos de comportamentos é pouca a diferença entre eles e os seres humanos. Ao se aproximar um do outro, cumprimentam-se, com abraços ou beijos. As mães fogem para outra tribo para que o pai não venha a cometer o incesto com a filha. Na relação sexual a posição mais tradicional dos humanos é a que eles usam. Existem casos de homossexualismo entre macho e macho e fêmea com fêmea. Quando andam eretos, a similaridade com o homem é muito grande.

Enfim, quem teve a oportunidade de assistir tal documentário não ficou com a menor dúvida que se não descendemos deles, a nossa origem é a mesma.

Mas as evidências não param por aí, veja o que a Revista “Isto É” 1679/-5/12/2001, publica na coluna “Século 21” a seguinte nota:

“Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução”.

Ora, isso vem fortalecer ainda mais a origem comum entre nós e os macacos.

Quando o homem perceber que o que é mais importante é o nosso espírito, e com isso decida a dar menos valor ao corpo físico, talvez passe a admitir que tenha vindo de animais inferiores. Mas, até que isso venha acontecer, muitos ficarão irritados ao afirmarmos que viemos do macaco. Pobres macacos evoluídos!

Querer colocar a Bíblia como um livro de ciência é puro fanatismo. Baseando-se na Bíblia o homem acreditou no princípio que a Terra era o centro do Universo, quando Galileu Galilei, desenvolvendo a teoria de Copérnico, concluiu que não era, quiseram queimá-lo na fogueira. Era um HERÉTICO, entretanto hoje nós aceitamos essa teoria “herética” na maior naturalidade. E por falar em herético, Jesus foi o maior deles, pois contestava os sacerdotes de sua época, os que achavam ser os únicos donos da verdade. O tempo passa, mas algumas coisas parecem não mudar nunca.

Se Jesus tivesse confirmado a Bíblia, Ele não poderia ter dito: “Ouviste que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5, 43-44). Aqui houve uma revogação de um ensinamento bíblico anterior. Se os ensinamentos Divinos são imutáveis, como é que ficamos diante disso? Se Jesus veio confirmar as escrituras isso não é o que acontece aqui, não é mesmo? Todas as vezes que disse “escritura”, queria apenas citar alguma passagem específica, não a Bíblia toda, pois se fosse deste jeito não poderia modificar nada. E, mais, se Jesus é Deus, fica evidente que Ele mudou de opinião.

Em Lucas 16, 16-18, Jesus disse: A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra, do que cair um til sequer da lei. Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.

Se a Lei e os profetas vigoraram até João é porque depois de João está vigorando algo diferente, uma nova lei. Ela é nada mais nada menos que o Evangelho, ou seja, o Novo Testamento. A questão: de toda a lei e os profetas serem cumpridos, se refere a tudo que há neles com relação às profecias sobre a vinda de Jesus. Assim, os acontecimentos que iriam ocorrer com Ele é que seriam cumpridos e não, como querem alguns, que todas as ordenações contidas lá devam ser rigorosamente seguidas. Até mesmo porque, especificamente algumas delas, Ele as alterou profundamente, como é o caso, por exemplo, da questão do “olho por olho”.

A passagem de Mateus 22, 23-33, é clara no que se refere à ressurreição. Não é a ressurreição física que tanto dizem, a não ser que nos provem que Abraão, Isaque e Jacó tenham ressuscitado fisicamente. O que Jesus está dizendo é da ressurreição espiritual, ou seja, é apenas o espírito que ressurge da morte. E isso está absolutamente certo, já que ressuscitar é voltar à vida, e para os que pensavam que com a morte tudo se acabava, viver em espírito era voltar à vida. Interessante também é que sempre dizem que iremos ressuscitar (voltar ao corpo físico) somente no dia do juízo final, o que não fica comprovado por essa passagem. E, mais ainda, Paulo diz que “a carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus” (1 Co 15, 50) em contradição com a ida de corpo e alma para o reino dos céus, como querem os teólogos dogmáticos.

A passagem do rico e Lázaro, já falamos anteriormente, entretanto, cumpre ressaltar que por ela não se pode dizer que a comunicação com os mortos não existe, mas apenas, conforme o contexto, que eles não serão ouvidos, pois não ouviram nem mesmo os vivos (Moisés e os profetas). O que é a mais absoluta verdade, pois é o que acontece com os espíritos que ditaram a Kardec os princípios do Espiritismo. Sobre a mediunidade não poderia Jesus falar nada dela até mesmo porque esta palavra não existia em sua época, mas sobre a comunicação com os mortos ele próprio é o maior atestado disso, pois depois de morto voltou e se comunicou com os homens. Também realizou uma sessão mediúnica no Monte Tabor, quando na presença de Pedro, Tiago e João, estabeleceu diálogo, com os espíritos Moisés e Elias. E não venha com a história que Elias foi arrebatado ao céu, pois Jesus disse que “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem” (Jo 3, 13) que podemos completar com “a carne e o sangue não podem herdar o reino do céu”, já citada.

Conforme já citamos anteriormente: Se a lei e os profetas vigoraram até João é porque depois de João Batista está vigorando outra coisa, que não é senão os ensinamentos de Jesus. Veja que em Hebreus 8, 6-7 e 13, lemos: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer”. O que em outras palavras quer dizer que se o Antigo Testamento (primeira aliança) tivesse sem defeito não precisaria de uma nova aliança (Novo Testamento) que é superior a aliança anterior. Assim qual é a dúvida?

Um problema sério, na questão religiosa, é que os teólogos do passado incorporaram no Cristianismo várias coisas realizadas ou aceitas pelas religiões ditas pagãs. E ao longo da história essas “verdades” foram impostas chegando aos dias de hoje como absolutas. Quem quer que queira estudar a Bíblia sem nenhum espírito sectário, sem nenhum medo de descobrir a verdade, verá que o povo hebreu acabou por incorporar em sua cultura muitas coisas da cultura dos povos que os dominaram. Só como escravos no Egito ficaram por 430 anos, seria impossível sair de lá culturalmente ileso. Assim é que todos os povos que dominaram os hebreus tinham três deuses (trindade), havia sempre um deus (Espírito Santo) que se relacionava com uma mulher virgem (virgindade de Maria), gerando um semideus (Jesus). Mas, somente pessoas de mente aberta é que percebem tais coisas, os fanáticos são cegos, ou não querem enxergar para não ter que mudar de opinião.

E a questão da trindade pode ser contestada pelas passagens: Há outro Deus além de mimNão, não há outra Rocha que eu conheça” (Is 44, 8) e “Eu sou o Senhor, que faço todas as cousas, que sozinhoestendi os céus, e sozinho espraiei a terra;” (Is 44, 24). Aliás a palavra trindade não é citada em nenhum momento na Bíblia. E, já que virou moda, consultamos também no Alcorão dos mulçumanos e encontramos o que diz Alá pela boca do Profeta:

Na Nissa v. 171: Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio de Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus mensageiros e digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós, sabei que Deus é Uno. Glorificado seja!

Al Maída v. 73: São blasfemos aqueles que dizem: Deus é um da Trindade!, portanto não existe divindade alguma além de Deus Único. Se não desistirem de tudo quanto afirmam, um doloroso castigo açoitará os incrédulos entre eles.

Contam que diante de uma tribo de índios um bandeirante, afamado, ameaçou-os que se não lhe entregassem todas as pedras preciosas que tinham iria colocar fogo no rio. E para provar que podia realizar tal ameaça, despejou o conteúdo de uma garrafa de álcool numa vasilha e ateu fogo. Os índios diante desse fato inusitado entregaram tudo ao “poderoso” bandeirante capaz de colocar fogo na água. É esse, normalmente, o comportamento do ser humano diante de fatos desconhecidos. Na Doutrina Espírita existem provas de materializações de espíritos, cujo corpo, nessa condição de materializado, pode ser medido, tocado, pesado, etc. Assim, para nós foi o que aconteceu com Jesus, mas muitos ainda preferem se comportar como os índios.

A condição de Jesus é infinitamente superior a todos nós seres humanos. Aqui na Terra não veio senão em especialíssima missão que Deus lhe confiou. Pela sua condição espiritual não mais estava sujeito ao ciclo das reencarnações, como nós espíritos atrasados estamos.

Em Hebreus 5, 8-9, lemos: “Embora fosse Filho, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que padeceu. E, tendo-se tornado perfeito, fez-se causa de salvação eterna para todos quantos lhe obedecem”. Esta passagem está falando de Jesus, se Ele aprendeu a obediência e tornado perfeito é porque passou por um aprendizado, não há a menor dúvida.

O que não percebem é que querem colocar Jesus da mesma forma que os antigos entendiam com os sacrifícios pelo pecado. Ofereciam a Deus um boi em holocausto, pressupondo que Deus ao sentir o “odor agradável” da carne queimada, iria se sensibilizar e em reconhecimento os perdoariam de seus pecados. Neste contexto cultural de época é que afirmam que Jesus morreu para pagar o nosso pecados. Se assim for, podemos fazer o que quisermos, pois os nossos pecados já foram pagos por antecipação.

A citação de 1 Pedro 3, 18, parece não ser a mesma a tradução, veja: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (Bíblia Anotada – Editora Mundo Cristão). Vivificado no espírito é completamente diferente de vivificado pelo espírito. No primeiro caso o espírito é que foi vivificado, ou seja, voltou a viver. Já no segundo, fica a impressão que o espírito vivificou a carne, ou seja, deu vida à carne. Ora, isso não faz o menor sentido diante de “a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus”.

Novamente vem a questão de Hebreus 9, 27. Vamos juntar a essa passagem a do rico e Lázaro e a que fala que Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, e veremos que se de fato ocorre o juízo depois da morte, como explicar a questão do juízo final onde serão julgados os vivos e os mortos. Ora, os mortos já foram julgados, qual a necessidade de um segundo julgamento? A não ser que você fale que há mesmo dois julgamentos, mas com base em quê?

Realmente na Bíblia não há qualquer referência à reencarnação. Mas sabe por que? É porque esta palavra não existia naquela época, entretanto a idéia de “nascer de novo” (que para nós é a mesma coisa que reencarnar) está claro para os que têm “olhos de ver”.

Quando Jesus pergunta aos discípulos sobre o que o povo pensava a respeito dele, obteve a seguinte resposta: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou alguns dos profetas” (Mateus 16, 14). Como explicar essa resposta se eles não acreditavam que alguém que já tinha morrido pudesse voltar a viver. Aqui embora para nós o nascer de novo é explicito, poderemos utilizar como argumento o que você usou na questão do inferno, é IMPLÍCITA a reencarnação. Aqui nessa passagem fica claro que eles também não tinham a menor idéia como isso ocorria, já que especificamente quanto a João Batista, Jesus não poderia ser ele reencarnado, pois foram contemporâneos. Podemos acrescentar também a passagem do cego de nascença, que ao vê-lo, os discípulos perguntam a Jesus: “Mestre, quem pecou, para este homem nascer cego, foi ele ou seus pais?” Se essa pessoa nasceu cega onde poderia estar seu pecado a não ser numa vida anterior? Também aqui a idéia de voltar a viver (reencarnar) existe, se você ainda acha que não, diremos então: está IMPLÍCITA. E, finalmente, mais peremptório que as palavras de Jesus não pode ser: “Eu, porém declaro que Elias já veio, e não o reconheceram” (Mateus 17, 12) e noutra oportunidade em se referindo a João Batista disse: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir”. Tão certo que ainda muitos não conseguiriam entender que falava explicitamente que João Batista era o Elias reencarnado que completa: “Quem tem ouvidos que ouça”. Se aqui você vier com algum “mas”, lhe responderemos: está IMPLÍCITO.

É deveras interessante, como conseguem ver algo onde não está, mas onde existe alguma coisa tão objetiva não enxergam. O que confirma o velho ditado: “O pior cego é aquele que não quer ver”.

A ressurreição que Jesus se referia era a do espírito (não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos). Paulo em sua 1ª carta aos coríntios (15, 35-50), desenvolve seu pensamento a respeito da ressurreição fazendo uma comparação do corpo físico com uma semente. A semente lançada ao solo não tem o mesmo corpo que a planta que dela brota. Assim, conclui Paulo, o corpo físico que se lança à sepultura não é o mesmo que ressurge, pois “semeia-se na corrupção (corpo físico) ressuscita na incorrupção (corpo espiritual)”, conclui seu pensamento dizendo: “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”. A idéia de Paulo é tão clara a respeito do corpo espiritual que é até difícil imaginar que alguém não a possa ter entendido. Mas como você só parece enxergar as coisas que não estão no texto….

Em Eclesiastes 12, 6-7, encontramos: “antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu , deixa-nos bem claro que o corpo físico voltará ao pó, mas o espírito voltará a Deus. Saiba, de uma vez por todas, que o espírito não prescinde do corpo para viver, ele é imortal, é ele que ressurge após a morte do corpo físico, e é no corpo espiritual que nos fala Paulo que ele retorna. Em João 4, 24 é dito que Deus é Espírito, e é nessa condição que somos a imagem e semelhança de Deus, ou seja, somos também espíritos, só que criados por Ele. Se um materialista dissesse que o espírito não vive sem o corpo poderemos até compreender, mas vindo de uma pessoa que se diz espiritualista é inconcebível.

Mas vejamos o que diz o profeta Jeremias (1, 5): “Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei para fazer de você um profeta das nações”. Essa passagem confirma a preexistência da alma (ou espírito), já que Deus conhecia o espírito que tomaria o nome de Jeremias antes que ele fosse formado no ventre da mãe. Com isso provamos, mais uma vez, que o espírito não prescinde do corpo físico para viver.

Jesus, reafirmamos, não morreu por nossos pecados. Ele morreu por intransigência dos sacerdotes, dos fariseus e saduceus de sua época, os que como você, acham que estão absolutamente certos que se deveriam eliminar todos os que não pensam como você. Como o tempo da inquisição já passou e matar alguém dá cadeia, querem, pelo menos, mandar-nos para o inferno eterno, como eterna é a ignorância daqueles que o aceitam sem questionamento.

Se o próprio Jesus disse: “Aprendam, pois, o que significa: Eu quero misericórdia e não sacrifício” como podemos aceitar o seu sacrifício a Deus para pagar os nossos pecados.

Você poderá nos mostrar inúmeras passagens onde existe a idéia de que Jesus morreu para pagar nossos pecados, é um fato. Entretanto a questão cultural da época não se pode deixar de levar em conta. É uma opinião do autor bíblico ou uma revelação Divina? Se Jesus resolvesse encanar novamente para completar seus ensinamentos (tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora – João 16, 12) sabe o que iria acontecer. Você, e os que pensam como você, iriam chamá-lo de herético, iriam dizer que Ele agia por obra de satanás, e é bem provável que Ele fosse morto por vocês. Quem sabe se não serão vocês os intransigentes de outrora reencarnados nos dias de hoje?

Jesus não disse que era a salvação, a verdade e a vida, mas que era o caminho, a verdade e a vida. Ora, sendo Ele o caminho, significa dizer que era um roteiro que indicava como cada um poderia se salvar, sem que isso exclua o esforço próprio que cada um deve fazer para se salvar, pois a própria idéia de caminho indica a necessidade do viajante ter que andar por ele.

Sobre a questão do corpo natural e espiritual, você diz que Paulo está dizendo, como criam os judeus e cristãos, que o evento ressurreição será único, ante a última trombeta. Então nos explique: como o espírito Samuel apareceu a Saul? Como o espírito de Moisés e Elias apareceram a Jesus? Como na parábola do rico e Lázaro não se esperou o dia do julgamento final para irem para o céu ou inferno? Se Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, quando Abraão, Isaque e Jacó ressuscitaram? Quando ocorreu a ressurreição de Abraão (parábola rico e Lázaro), já que ele se encontrava no céu?

Se “também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais e outra a dos terrestres” eles na sua constituição não são semelhantes. Se aqui na Terra cada criatura tem um corpo apropriado à condição em que ela vive, não há como conceber um corpo físico na dimensão espiritual. Voltamos a dizer, somos a imagem e semelhança de Deus, é já que Deus é espírito, somos portanto em essência espíritos, temporariamente revestidos de um corpo carnal, que será devolvido ao pó quando morrermos.

A grande dificuldade às vezes é não ver o conjunto dos ensinamentos de Jesus, querem sempre pegar parte isolada para daí tirar suas conclusões. Na passagem Mateus 16, 27, lemos: “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme suas obras” é uma outra forma de dizer que irá julgar a todos e dará a cada um segundo suas obras, mas veja que essa idéia nós podemos confirmar em Mateus 25, 31-46, que se inicia assim: “Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” é a passagem que simboliza o juízo final. Não é idêntica à outra? Mas se nós continuarmos lendo a passagem em questão iremos verificar que os que foram para a direita foram os que fizeram o bem ao próximo (obras) e os para a esquerda os que não fizeram nada, os egoístas que só se preocupavam consigo mesmo. A conclusão desta passagem não é outra senão que o julgamento será pelas obras praticadas a favor do próximo. E, para confirmar ainda mais essa idéia, podemos incluir a parábola do bom Samaritano (Lucas 10, 25-37), onde Jesus nos recomenda fazer justamente o que esse HERÉTICO fez, ou seja, ajudar ao próximo necessitado. Nesta passagem o sacerdote e o levita – os donos da verdade, os que não se acham heréticos e os que diziam conhecer muito bem as escrituras – não fizeram absolutamente nada em favor do pobre samaritano caído à beira da estrada, não é o exemplo deles que Jesus nos recomenda seguir quando diz: “Vai e faze o mesmo”.

Se ainda assim, afirma que não são as obras que salvam, não podemos fazer nada, mas em todas as circunstâncias preferimos ficar com os ensinamentos de Jesus a de qualquer outra pessoa, mesmo que este pensamento possa estar na Bíblia, pois ninguém poderá ser superior ao Mestre. Se existem textos que podem querer fazer crer que não são as obras que salvam, outros existem que não deixam a mínima dúvida, como por exemplo o que diz Tiago: “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tg 2, 17).

Se você tiver um pouco mais de atenção verificará que quando Paulo fala das “obras da lei” ele está se referindo às obras do Antigo Testamento, não sobre os ensinamentos de Jesus. Veja que ele também disse: “Mas agora, livres da Lei, estamos mortos para aquilo que nos conservava prisioneiros, de sorte que podemos servir a Deus conforme um espírito novo e não segundo a letra antiga”. Colocando assim os ensinamentos de Jesus (Novo Testamento) como o que devemos seguir.

Em momento algum Jesus disse que era o salvador ou que seria a salvação, em todas as passagens bíblicas onde podemos encontrar essas duas palavras verificaremos que elas não saem da boca de Jesus, mas de outras pessoas. A única vez que Ele diz a palavra salvação foi nesta passagem de Lucas 19, 9: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão”. Jesus disse isso após Zaqueu ter dito: “Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres. E se extorqui alguma coisa de alguém, vou lhe restituir quatro vezes o seu preço” (v. 8). A salvação entrou naquela casa porque Zaqueu resolveu fazer a caridade doando parte de sua fortuna aos pobres e também porque assumiu o compromisso de restituir tudo que poderia ter tirado de alguém. Assim, mais clara fica a questão das obras e mais importante ainda é que temos que pagar pelo que fizemos de mau ao semelhante, o arrependimento puro e simples de nada vale. Por outro lado podemos ver que Jesus não teve o mínimo de preconceito para com Zaqueu que era um detestado publicano cobrador de impostos. Mas, sobre ele disse Jesus: “este também é filho de Abraão”.

Não creio que Jesus ficaria preocupado se viéssemos a questionar a Bíblia, muito antes pelo contrário, já que não concordava com a visão fanática dos sacerdotes, dos fariseus e saduceus, pessoas que exigindo o fiel cumprimento da Lei, provocaram o seguinte comentário de Jesus: “Fechais o reino dos céus aos homens! Porque vós mesmos não entrais, nem deixais entrar aqueles que quereriam!” (Mateus 23, 13).

O plano de salvação de Jesus não é senão outro que: “amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo”, a esse ensinamento acrescenta uma coisa importante que passa desapercebido por muitos, qual seja: “Nestes dois mandamentos resume toda a Lei e os Profetas”. Isso em outras palavras quer dizer que o Antigo Testamento se resume nestes dois mandamentos. Como regra de ouro nos recomenda: “tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei o mesmo também vós a eles: nisso está a Lei e os Profetas”. Essa é a vontade de Deus, portanto não é a salvação de graça.

Quanto à questão da divinização de Jesus, já lhe encaminhamos um texto a respeito desse assunto. Somente poderíamos reforçar que se “Eu e o Pai somos um” significa que Jesus é Deus como você quer interpretar, poderemos dizer que também somos deuses, pois podemos usar a narrativa de João 17, 20-22: “Não rogo somente por eles, mas também por todos aqueles que hão de crer em mim pela sua palavra. Que todos sejam um! Meu Pai, que eles estejam em nós, assim como tu estás em mim e eu em ti. Que sejam um, para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes dei a glória que tu me deste,para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitamente unidos, e o mundo conheça que tu me enviaste e que os amaste como tu me amaste”.

Jesus o tempo todo disse que veio cumprir a vontade daquele que O enviou, fato que demonstra uma subordinação ao Pai, isso é fartamente demonstrado no Evangelho, só quem não quer ver que não vê.

Dizemos que infelizmente o ser humano, de uma maneira geral, tem pensado pequeno em relação a Deus. Querem que Ele seja apenas o Deus do Planeta Terra, não O vêem como o criador do Universo. Quanto o tivermos na sua plenitude veremos que a Terra é um insignificante planeta no cosmo, e é fora de propósito que Deus tenha como objeto de Sua preocupação somente a nós, os míseros habitantes deste minúsculo grão de areia cósmico.

Veja a que absurdo chegam essa afirmativa de Jesus ser igual a Deus. Deus (=Jesus) o Senhor o Universo sem fim, se propõe a encarnar na terra como Jesus (=Deus) com a missão de morrer na cruz. Esse rito de expiação significa que Jesus (=Deus) é oferecido a Deus (Jesus), ou seja, Deus oferece a Si mesmo para pagar os pecados do ser humano. Pobres ignorantes, quando é que vão entender o que é Deus.

Por outro lado, em momento algum encontramos citada na Bíblia a trindade admitida por alguns segmentos cristãos. Aliás a trindade é um dogma imposto pela Igreja Católica, que os protestantes copiaram para os seus princípios. Voltamos a dizer, fatores culturais influenciaram o povo hebreu de tal forma que colocaram como verdades religiosas muitas coisas que viram no paganismo, e a trindade é uma delas. É só pesquisar a história e verá que todos os povos que dominaram este povo possuíam três deuses. É o fato de fácil comprovação. Entretanto, se, ainda assim, prefere acreditar na trindade, não podemos fazer nada, até mesmo porque você tem o livre-arbítrio de crer naquilo que quiser.

A esmagadora maioria das pessoas que atacam o Espiritismo nada sabe a respeito dele. Normalmente são indivíduos que ouviram algum de seus líderes dizerem um punhado de asneiras a respeito do Espiritismo. Como acham que tais pessoas são sérias, que pesquisaram o assunto sem qualquer tipo de preconceito ou sectarismo religioso, aceitam suas opiniões. Entretanto, fatalmente não passam de fanáticos religiosos que querem a qualquer custo que todos entendam a Bíblia pela viseira que possuem. Não estamos dispostos a aceitar tais argumentos desse bando de fanáticos, e como diz um ditado: “Só lobo cai em armadilha de lobo”.

Dito isso, vamos ver a opinião de Kardec a respeito da reencarnação, publicada na Revista Espírita de fevereiro de 1862, diz ele: Quando nos foi revelado, ficamos surpresos, e o acolhemos com hesitação, com desconfiança: nós combatemos durante algum tempo, até que a evidência nos foi demonstrada. Assim, esse dogma, nós o ACEITAMOS e não INVENTAMOS, o que é muito diferente”. Assim, quem na verdade usa de falsidade é você.

Como já afirmamos várias vezes a reencarnação é clara na Bíblia, mas apenas para os que “tem olhos de ver”. Mas talvez você não tenha conhecimento das adulterações que se fizeram na Bíblia, veja, por exemplo:

Levítico 19, 31: (= Levítico 20, 6).

Vozes: Não recorrais aos médiuns, nem consulteis os espíritos para não vos tornardes impuros. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Ave Maria: Não vos dirijais aos espíritas nem adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.

Pastoral: Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos, porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês.

Paulinas: Não vos dirijais aos magos, nem interrogueis os adivinhos, para que vos não contamineis por meio deles. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Sabe o que é interessante nisso tudo? É que os termos médiuns e espíritas que estão empregados em duas delas foram criados por Kardec em 18 de abril de 1857, quando lança o Livro dos Espíritos, assim, tais termos não poderiam constar de Bíblia alguma, a não ser por adulteração barata e grosseira com o objetivo de denegrir o Espiritismo. Esses sãos os que dizem seguir os exemplos de Jesus. O termo correto dessa passagem é necromantes, que eram os que faziam a evocação dos mortos para fins de adivinhação, coisa muito diferente do que fazemos.

Sobre a questão de a ciência ser de Deus podemos tirar de Eclesiástico 38, 6: “O Senhor deu aos homens a ciência para que pudessem glorificá-lo por causa das maravilhas dele”, assim como pode ver é de Deus sim. Você poderá falar que sua Bíblia não tem este livro, então poderá nos provar que a sua Bíblia é que seria a verdadeira?

Deus permitiu que o homem escrevesse a Bíblia, entretanto quantas guerras, quantos homicídios, quantas atrocidades não se fizeram em nome de Deus usando a Bíblia como fonte, aí também lhe pergunto isso é de Deus?

Ao que você diz: A ciência sempre foi usada para satisfação da ganância e interesses medíocres dos homens, nós acrescentamos e a RELIGIÃO também. Então isso é de Deus?

Se até os cabelos de nossas cabeças estão contados, conforme nos diz Jesus, então com mais forte razão poderemos dizer que tudo o que acontece, acontece porque é do conhecimento de Deus. E, sendo tudo do conhecimento dEle, o que acontece foi porque Ele o permitiu.

Aos que querem ver satanás em tudo, não posso fazer nada. É o livre-arbítrio de cada um. Há os que ainda acreditam em mula sem cabeça… Se quiser saber sobre satanás leia a reportagem “Satã Vive” na revista Super Interessante, edição 174, do mês de Março/2002.

Temos visto algumas vezes em programas religiosos que passam na TV, os líderes citarem mais o nome de satanás do que o de Deus. Como se o tal de satanás tivesse mais poder que o próprio Deus. É pura ignorância.

Gostaria que nos mostrasse onde na Bíblia diz que nos Centros Espíritas só se manifesta “satanás”, já que você insinua isso. O grande problema seu, e todos os que pensam da mesma maneira, sabe o que é? É menosprezar a inteligência dos outros; é menosprezar a capacidade que outras pessoas têm de compreender e interpretar a Bíblia; é menosprezar o discernimento que outras pessoas possuem para distinguir o que é o bem e o que é o mal, enfim vocês são os “donos da verdade”.

Já que você afirma que o satanás pode se transfigurar em anjo de luz, quem nos garante que não são vocês que estão sendo enganados por ele, já que possuem tantas “revelações divinas” em seu meio.

Na pergunta 625 de “O Livro dos Espíritos” Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: Qual é o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo? Cuja resposta concisa foi: Vede Jesus. Completa Kardec: “Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra. § Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus, algumas vezes a extraviaram por meio de falsos princípios, foi por se deixarem dominar, eles mesmos, por sentimentos muito terrestre e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com aquelas que regem a vida do corpo. Vários deram como leis divinas o que não eram senão leis humanas criadas para servir às paixões e dominar os homens”.

Veja que interessante: o tal de “satanás”, esse que você insinua que se manifesta aos Espíritas, está nos dizendo que devemos seguir a Jesus, identificando ser Ele o guia e modelo que Deus nos enviou. Devemos supor que “satanás” tenha evoluído, tornando-se bom conselheiro? Ou que até por questão de lógica, se, segundo o conceito seu, Deus permite que “satanás” se manifeste para nos tentar, por mais forte razão permitiria aos anjos virem em nosso socorro. Uma vez que não poderia haver algum tipo de justiça se agisse de outra maneira?

Recordamos agora, que antigamente era muito comum os nossos pais dizerem que se não procedêssemos bem iriam nos dar para o bicho-papão. Hoje não acreditamos mais nisso. Entretanto é o que percebemos em relação a esse “satanás” dos diabos que alguns querem a todo custo fazer com que, até mesmo pessoas adultas acreditem. Lembrando de Paulo: “Assim, quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança; mas quando me tornei homem, deixei as coisas de crianças” (1 Cor 13, 11). Aos que ainda querem falar e sentir como criança, só podemos dizer: respeitamos o seu livre-arbítrio.

E se formos pela sua linha de raciocínio podemos afirmar que o autor bíblico que colocou na Bíblia o dilúvio foi fraudulento, já que se trata de uma lenda, conforme provamos anteriormente.

Após Deus expulsar Adão e Eva do paraíso colocou um querubim para guardar o caminho da árvore da vida. Segundo o conceito vigente no meio cristão querubim é um ser da classe dos anjos. Se for, gostaria que nos explicasse a passagem: “Ele (Javé) inclinou o céu e desceu, tendo aos pés uma nuvem escura; cavalgou um querubim e voou, planando sobre as asas do vento” (2 Sm 22, 10-11). Ora, se querubim for realmente um anjo como explicar que Deus tenha montado num anjo para planar por aí como se estivesse numa asa delta? Entretanto, meu caro, querubim nunca foi anjo como querem os bibliólatras, mas um ser mitológico. São seres da mitologia babilônica, metade homem e metade animal. Eram seres mistos representados com rosto humano e corpo de leão ou touro ou outros quadrúpedes com asas, vindo portanto a ser uma espécie de esfinge.

E para provar mais a questão de lendas colocadas na Bíblia, perguntamos: Quem e em que data foi escrito o livro de Jó? Quem foram os seus pais? Qual o nome de sua mulher? Como se chamavam todos os seus dez filhos? Preste bem atenção como se inicia a narrativa a respeito de Jó: “Era uma vez um homem…” (em algumas traduções: havia um homem), tal e qual as historinhas infantis que aprendemos na escola, como por exemplo: Era uma vez, três porquinhos…

E mais, no Livro de Jó é falado sobre o Leviatã (40, 25 a 41, 13) que: “de sua boca irrompem tochas acesas e saltam centelhas de fogo. De sua narinas jorra fumaça, como de caldeira acesa e fervente. Seu bafo queima como brasa, e sua boca lança chamas”. É uma descrição de um DRAGÃO cuspidor de fogo, será que existiam no tempo de Jó? A verdade é que Leviatã é um monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia, ou seja, puramente um ser mitológico.

Você diz: A Ciência muda de opinião quase que diariamente; Deus não! Entretanto, diremos que não é propriamente a ciência que muda de opinião, são alguns cientistas orgulhosos que imaginam tudo saber é que são obrigados a mudar de opinião. Mas, por outro lado, é necessário que a própria Ciência mude mesmo de opinião, pois o progresso dela depende exatamente disso. Se não mudasse estaríamos ainda pensando que a Terra era o centro do Universo, somente porque alguns teólogos, apoiados na Bíblia, queriam sustentar essa idéia.

Considerando que no Livro de Josué (10, 13-14) Deus tenha parado o sol por quase um dia inteiro e que a ciência diz ser impossível. Como explicar tal fenômeno, uma vez que não se encontra registrado em nenhum outro lugar do mundo, pois fenômeno de tal ordem fatalmente seria percebido no mundo inteiro. E como explicar que isso não causou desordem de espécie alguma no Universo? Mais, em 2 Reis 20, 8-11 o profeta Isaías conseguiu, após invocar Javé, fazer que a sombra recuasse dez degraus (não é dez graus, é degraus mesmo) do quarto superior da casa de Acaz. Explicar como isso pode ter ocorrido sem causar um caos no cosmo? E como tal fato não foi também registrado por nenhum outro povo?

É comum obtermos como resposta para coisas impossíveis de acontecer: Para Deus tudo é possível. Entretanto se esquecem que existe uma coisa que para Deus é impossível. Sabe o que é? É Ele mudar algo que tenha feito (lembra-se que você afirmou que Deus não muda, e até mesmo a Bíblia diz isso – Ml 3, 6), já que isso implicaria dizer que não fez tudo perfeito.

Quanto à questão de Deus não mudar, não é o que podemos tirar da Bíblia, e nossa crítica a ela é justamente por isso, pois não podemos admitir, em hipótese alguma, Deus mudando de opinião. Vejamos, então, essa questão na Bíblia:

Gn 6, 6: “então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra…”.

Ex 32, 14: “Então se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo”.

2 Sm 24, 16: “Estendendo, pois, o anjo do Senhor a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, arrependeu-se o Senhor do mal, e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, retira a tua mão”.

1 Sm 15, 29: “Também a Glória de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é homem, para que se arrependa”.

E não nos venha dizer que arrepender não é mudar, pois o Aurélio diz que arrepender é mudar de atitude, de procedimento, de parecer; voltar atrás em relação a compromisso assumido.

Supondo-se que Adão e Eva sejam o primeiro casal como julga. Gostaria de saber de onde veio a mulher que Caim tomou para sua companheira, já que após matar seu irmão Abel, só existiam, segundo relatado na Bíblia, Adão, Eva e o próprio Caim? A não ser que admitamos o absurdo de alguém construir uma cidade para si mesmo. De onde veio o povo para habitar a cidade que Caim construiu, a qual denominou de Henoc? Essas respostas nós gostaríamos que você nos provasse pela Bíblia, é claro.

Quanto à questão da ressurreição da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim e de Lázaro não desautorizar a passagem de Hebreus 9, 27, desautoriza sim, porque eles teriam duas mortes, e lá só diz que o homem está destinado a morrer uma só vez. Na passagem em que é narrada a ressurreição da filha de Jairo, Jesus disse: “a menina não está morta, mas dorme” (Mt 9, 24) e na do filho da viúva de Naim nada é dito. A narrativa da ressurreição de Lázaro, citada apenas por João (11, 1-44), é contraditória, pois primeiramente Jesus diz que a doença de Lázaro não é para a morte (v. 4), e novamente afirma que: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo”(v.11) para depois dizer que realmente Lázaro havia morrido (v.14) não dá para entender. Depois de passar por tantas traduções e tantas interpolações isso nos parece mais uma delas do que qualquer outra coisa. Médicos de hoje seriam considerados milagreiros diante do povo daquela época. A catalepsia não teria sido a causa da morte de Lázaro? Qual o conhecimento da medicina da época sobre essa questão? Assim, vemos todas essas ressurreições apenas como curas, onde Jesus conseguiu que o espírito (ou alma) dessas pessoas voltasse ao corpo físico, já que não tinham morrido de verdade. Se tivesse acontecido ressurreição, seria um fenômeno tão extraordinário que ficamos a pensar porque será que inúmeras mães não perseguiram a Jesus pedindo para que também ressuscitasse os filhos delas que já haviam morrido? Sabe por que? É porque foi mesmo uma cura.

Se você não quer ver é porque não quer mesmo, pois a afirmativa de Jesus de que o espírito é que vivifica e a carne de nada aproveita é a valorização do espírito. Paulo também afirmou que “a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Cor 15, 50). Nos versículos anteriores (35-44) não há como ser mais claro do que Paulo, já que distinguia perfeitamente o corpo físico do corpo espiritual, que uma era a natureza do corpo físico outra a do espiritual. É o que o Espiritismo diz, já que ele afirma que temos dois corpos um o físico que se decomporá (ao pó pois tu és pó) e o espiritual. É com este último que nós viveremos na dimensão espiritual, já que para cada situação Deus nos dá um corpo apropriado.

Numa outra oportunidade Jesus disse “porque na ressurreição nem casam nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22, 30). Se na ressurreição nós não iremos casar para que o corpo físico, já que não haverá procriação? Se após a ressurreição seremos como os anjos no céu, a não ser que alguém prove que os anjos tenham corpo físico, entendemos que seremos seres espirituais, ou seja, só viveremos na nossa condição de pleno espírito sem corpo físico. Também poderemos trazer para nossos argumentos a passagem em que Jesus diz que Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, quando se referia a Abraão, Isaque e Jacó, que por terem morrido já viviam na dimensão espiritual e que não há prova bíblica da ressurreição deles. E até mesmo porque para alguns ela somente ocorrerá no final dos tempos, e como ele ainda não chegou….

Quanto à idéia de que o espírito não sobrevive sem o corpo, além de ser um erro de interpretação das escrituras, demonstra falta de conhecimento do aspecto científico do Espiritismo, que provou categoricamente essa possibilidade. E mais ainda, afirmamos que somos na verdade espíritos, viemos do mundo espiritual e para lá retornaremos quando morrermos.

Jesus quando retornou (ressuscitou em espírito) do túmulo apareceu em seu corpo espiritual, num fenômeno de materialização, e nessa condição o espírito pode ser tocado, medido e até pesado. Seria muito esperar que àquela época o povo viesse a entender um fenômeno deste, se ainda hoje existem muitos que ainda nada entendem do mundo espiritual imagine naquele tempo. Nas bíblias normalmente fala-se em “aparições” de Jesus após a morte, indicando ser mesmo um ser espiritual, pois é o termo usualmente utilizado para dizer sobre aparição de fantasmas (espíritos de pessoas que já morreram).

A doutrina da eleição é tão sectária que é inconcebível alguém acreditar que Deus, que não faz acepção de pessoas, tenha elegido um povo em detrimento do resto da humanidade. Se você acredita nisso, então lhe diremos que conforme o ensinamento bíblico o povo eleito de Deus é o povo judeu, assim o restante da humanidade estaria perdida, não importando o que ela pudesse fazer de bem. A salvação de graça continua contrária ao “a cada um segundo suas obras”.

A questão da reencarnação nós já falamos por demais. Entretanto, devemos acrescentar apenas o que você diz a respeito da palavra grega “anoothen”. Como não sabemos nada de grego e nem aramaico (e muitas outras línguas), preferimos buscar quem tem conhecimento desse assunto, para não dar uma idéia de que “estamos querendo arrotar camarão quando na verdade o que comemos foi sardinha”.

O Livro “Analisando as Traduções Bíblicas” do Dr. Severino Celestino da Silva, no capítulo XVII – A Reencarnação no Novo Testamento, se referindo à passagem de João 3, 1-12, trata essa questão da seguinte forma

“Este é o texto que tem dado mais trabalho aos exegetas que querem negar a Reencarnação. No entanto, é o mais claro e contundente de todos, por isso, existe um verdadeiro malabarismo por parte destes, no sentido de obscurecer o verdadeiro e claro sentido desta passagem. Iniciamos pelo vocábulo “anóten” que em grego pode significar “de novo” “do alto”.

“Nesta passagem, esse vocábulo significa realmente “de novo”, porém a maioria dos exegetas emprega o termo “do alto” para justificar a sua descrença na Reencarnação. Este malabarismo envolve também a questão gramatical na tradução do texto, como veremos mais adiante. Colocaremos, aqui, muitas observações e conceitos empregados, sobre este texto, feitos por Torres Pastorino na sua obra“Sabedoria do Evangelho”, com relação ao texto grego. Concordamos plenamente com todos os seus conceitos, razão por que o usaremos para reforçar nossa exegese. A análise do texto hebraico é de autoria e responsabilidade nossa”.

“Muitos começam com a afirmação de que Jesus teria dito: “AQUELE QUE NÃO NASCER “DO ALTO”. Observe, no entanto, que a pergunta feita por Nicodemos, em seguida, denota que ele entendeu que Jesus falava realmente em nascer “de novo” e não “do alto”: Como pode “o homem, depois de velho, entrar pela segunda vez (duteron) no ventre materno?”.

“Esta ambigüidade de entendimento só acontece na língua grega, porque no hebraico, que foi realmente a língua em que Jesus dialogou com Nicodemos, este problema não existe. O texto é bem claro e jamais pode significar “do alto”. Diz o seguinte: (“im lô iauled ish mimkôr ‘al lô-iukal lirôt et-malkut haelohim”) im=se, =não, iualed=incompleto do grau qal[1] do verbo “nolad”=nascer, ish=um homem, mimikôr=palavra composta, formada por mi=de + makôr=fonte de água viva, origem. Existe a expressão hebraica “Mekôr chaim” que quer dizer “fonte da vida”. Observe que não existe nada referente “ao alto”, no texto grego, como muitos querem se fazer entender. Assim, o Cristo fala que aquele que não nascer em origem, no sentido de se voltar à fonte original da vida, ou seja, nascer novamente, “não poderá” (lô-iuchal=incompleto do verbo iachôl=poder) ver o reino de Deus (lirôt et-malkut haelohim)”.

“Assim, no diálogo, a palavra grega “anóten” tem o sentido e significado de “de novo”, portanto, Jesus falava de retorno, ou seja, de Reencarnação mesmo, como foi visto no texto hebraico”.

“Lembramos, ainda, que Nicodemos já era um cidadão de idade avançada e o Cristo lhe fala da Reencarnação (Nascer de Novo), como uma esperança e reconforto para ele, mostrando-lhe que a vida não termina com a morte, nem os velhos devem temer a morte, pois podem renascer e começar tudo novamente”.

“Na seqüência, Cristo confirma que era isso mesmo que Ele queria dizer: “Quem não nascer de água (materialmente, com o corpo denso, dado que o nascimento físico é feito através da bolsa d’água do líquido aminiótico), veja o cap. VII deste livro, Salmo 23 e de espírito (pneumatos), ou seja, que adquira nova personalidade no mundo terreno, em cada nova existência, a fim de progredir). Se Nicodemos entendeu ao pé da letra as palavras de Jesus, o Mestre as confirma ao pé da letra e reforça o seu ensino. Com efeito, o espírito, ao reentrar na vida física, pode ser considerado o mesmo espírito que reinicia suas experiências, esquecido de todo passado”.

“A questão gramatical: No texto em grego não há artigo diante das palavras “água” (ek ydatos= de água) “e espírito” (kai pneumatos), portanto, o texto fala em nascer “de água e de espírito”. Não é portanto, nascer da água do batismo, nem do espírito, mas de água (por meio da água) e de espírito (pela Reencarnação do espírito).

“O primeiro versículo do Gênesis (1:1) fala que no princípio criou Deus os Céus e a terra. A palavra “céus” em hebraico “Shamaim” ([2] )- significa: “Carrega água”“Ali existe água”“fogo e água”que misturados um ao outro, formaram o Céus”.

“Como podemos observar, tudo começou com as águas. Água é vida e essa era a crença geral naquela época. É lógico que o Cristo não falava de batismo e sim de retorno através da água. Lembramos ainda que 99% da constituição das células reprodutoras são água”.

“Daí a explicação que segue: “o que nasce da carne (ek tês sarkos) com artigo (tês) em grego, é carne”, isto é com corpo físico, com toda a hereditariedade física herdada do corpo dos pais; “e o que nasce do espírito (ek tou pneumatos) é espírito”, ou seja, o espírito que reencarna provém do espírito da última encarnação com toda a hereditariedade pessoal (cármica) que traz do passado”.

E Jesus prossegue: “Por isso não te admires de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo”. Observe a diferença de tratamento: “dizer-TE” no singular, e “é-VOS” no plural, porque o renascimento é para todos, não apenas para Nicodemos. E mais: “o espírito sopra (isto é, age, reencarna, se manifesta onde quer), e não sabes de onde veio (ou seja, sua última encarnação), nem para onde vai (qual será a próxima)”.

“As palavras de Jesus foram de modo a embaraçar Nicodemos, que indaga: “como pode ser isso”? E Jesus: “Tu que (entre nós dois) é Mestre de Israel, te perturbas com estas coisas terrenas? Que te não acontecerá então, se te falar das coisas celestiais (espirituais)?”.

Logicamente Jesus não podia esperar que Nicodemos entendesse as interpretações mais profundas desse ensinamento, nem tão pouco estava querendo ensinar-lhe o batismo, nesta passagem, como muitos querem justificar”.

“Se o Cristo falava realmente do batismo para Nicodemos, por que não o convidou a se batizar? E por que o próprio Cristo não o batizou? Leia em João 4:2 que Cristo não batizava, quem batizava eram os discípulos. E por que diante de tantas curas, milagres e encontros, como no da “Adúltera”, com “Zaqueu”, com o “Centurião”, com a “Cananéia”, Cristo nunca falou em batismo? Não seria uma oportunidade para este convite? No entanto, sua recomendação era para a mudança interior: “vai e não peques mais para que coisa pior não te venha acontecer”.

“E Jesus conclui exemplificando: “como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim o Filho do Homem será erguido da Terra”. (Veja a história da serpente erguida no deserto no Livro Números – vicrá- 21:4-9)”

“Aqui o Cristo prevê o que aconteceria a Ele, ou seja, a sua morte na cruz para que hoje seja erguido na terra como filho de Deus e dirigente de toda a nação terrena”.

“Paulo, em sua epístola a Tito 3:4-5, interpreta bem esta citação do Cristo: “Mas quando apareceu a vontade de Deus, nosso salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras da justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da reencarnação, e pelo renascimento de um espírito santo”.

“Aqui, Paulo deixa bem claro que Deus nos salvou não porque o tivéssemos merecido, mas por Sua misericórdia, servindo-se da reencarnação a qual é um “lavatório” (de água) e um “renascimento do espírito”. A palavra grega do texto a que se refere Paulo é … (a palavra está em grego que não temos condições de reproduzir) “Palingenesia” – isto é, “renascimento”, “Novo Nascimento”,REENCARNAÇÃO”. (os grifos são do original)

A nossa filosofia é bem diferente da de muitos, sabe por que? Porque os católicos elegeram o Papa como infalível, os protestantes, por sua vez, escolheram como infalível a Bíblia, entretanto, nós, os espíritas, preferimos ficar como sendo infalível somente Deus. As duas outras formas são apenas convenção dos homens para, de uma forma ou de outra, manter sob seu domínio as pessoas que não têm capacidade de por si só entender ou expressar a sua própria religiosidade. O tempo é implacável e dia virá, pela própria evolução das coisas, que será aplicado no estudo da Bíblia um ensinamento dela mesma: “Examinai tudo e retende o que é bom”.

Não seja preconceituoso já que você nem sabe o que colocamos em nosso livro para dizer que estamos enganados. Somos dos que buscam a verdade onde quer que ela esteja, pouco nos importando as opiniões interesseiras e dogmáticas de muitos. Se o homem não exercesse a capacidade de questionar tudo, talvez ainda estaríamos no tempo das cavernas. E a Bíblia fatalmente não escapará deste questionamento, pois a própria reencarnação irá colocar na Terra espíritos com mais conhecimento e de inteligência mais desenvolvida, verão o que as gerações anteriores não quiseram enxergar ou se obstinaram em não enxergar.

Não mais encontraremos fanáticos que pegam as coisas simbólicas como se fossem fatos acontecidos. Se eu tivesse um filho que acreditasse piamente na história de Jonas e a baleia daria o caso como perdido, pois daí poderia acreditar em saci-pererê, mula sem cabeça, lobisomem, vampiros, etc..

E usando a mesma passagem de Marcos que você cita ao final, completamos: “Ninguém há que faça algum prodígio em meu nome e logo depois possa falar mal de mim. Pois quem não está contra nós está a nosso favor”. Essa passagem aliás deveria servir para os que se acham os únicos donos da verdade, já que os discípulos de Jesus queriam que o mestre proibisse o “fulano” de expulsar o demônio, argumentando, como os de hoje dizem, que era porque não nos seguia. Ao que tiveram a fulminante resposta de Jesus: “NÃO DEVEIS PROIBI-LO. …POIS QUEM NÃO ESTÁ CONTRA NÓS ESTÁ A NOSSO FAVOR”.

E ao se referir a essa passagem você fala em anjos decaídos. Todos os que acreditam em anjos, os aceitam como criados puros e perfeitos. Assim, gostaria de saber como um ser criado puro e perfeito pode decair? Será que houve algum defeito de fabricação? Ou quem sabe se Deus cometeu algum deslize ao criá-lo?

Quanto à questão de Gamaliel, vamos explicar, pois parece que você não entendeu nada. Deixem o Espiritismo de lado, pois se ele vem dos homens, fracassará na certa. Mas, se vem de Deus, então nunca podereis destruí-lo.

E para finalizar, pedimos que cumpra a determinação que se encontra em Romanos 14, 22: “A convicção que tens, guarda-a só contigo e aos olhos de Deus”. Se você está feliz no lugar em que se encontra ótimo, mas pelo AMOR DE DEUS nos deixe ser feliz no que nos encontramos. Tenha um pouco de caridade e respeite o direito das outras pessoas de pensarem como elas bem entendem, respeite-lhes o livre-arbítrio, já que eles somente prestarão contas de seus atos a Deus.

Não perca o seu tempo querendo encabrestar-nos, pois nunca abriremos mão do nosso direito de pensar diferente e, como as nossas fontes de estudo não são somente de pessoas que se encontram ligadas ao Espiritismo, já que assim nossa visão estaria direcionada, podemos dizer que é impossível você me convencer que a reencarnação não existe, ponto inicial de toda essa discussão.

Mar/2002.

Esperamos que você tenha tido paciência de ter lido até aqui.

Informamos que os textos que citamos neste debate se encontram no site: www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/index.html.

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Abr/2002.

 


[1] Esclarece-nos o autor do livro, Dr. Severino que: O termo QAL ou qal é uma palavra hebraica que significa “Fácil” que tem o sentido gramatical de “forma fácil” ou “simples” de conjugação do verbo na língua hebraica. O verbo em hebraico possui sete graus de conjugação (Qal, nif’al, piel, pual, hif’iil, haf’al e hitpa’el.) Nesse caso específico foi colocado com relação ao verbo nascer (nolad-em hebraico). O incompleto que é o futuro do verbo na forma QAL que é a mais simples das conjugações.
[2] ) Neste ponto Dr. Severino coloca a palavra em grego, na fonte SIL EZRA, que não colocamos por não a possuirmos.
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