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Desenvolva a Paciência

Desenvolva a Paciência

 

“Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más
inclinações?”
“Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta
é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
(“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, Questão n. 909- Ed. FEB.)

Diante de certos problemas, algumas vezes, sua inteligência pode não indicar
outra solução que não seja a submissão à Vontade de Deus, levando-o a aceitar as
situações que não pode mudar.

No entanto, nem sempre isso ocorre. Na maior parte dos casos você pode usar a
paciência como uma virtude ativa, que lhe dará serenidade para providenciar a
solução de problemas evitando tensões excessivas, irritação, cólera, ódio, medo,
depressão e angústia, permitindo que você saia de situações aflitivas aprendendo
e progredindo espiritualmente.

Dizem os dicionários que a paciência é: “o estado de perseverança tranqüila”.
Portanto, diante de situações adversas e aflitivas é indispensável manter o
equilíbrio emocional e agir ou reagir com serenidade.

Você deve, então, esforçar-se para desenvolver o autodomínio ou autocontrole.

Como agir diante dos pequenos problemas que o afetam todos os dias?

Como conseguir o equilíbrio emocional junto a familiares, chefes ou
subordinados que, por exemplo, recusam-se a assumir seus deveres e, ao se
omitiram ou transferiram tarefas, indevidamente o sobrecarregam?

O primeiro passo é a compreensão.

Compreender o que está acontecendo.

Perceber o que querem as pessoas e por que agem daquela maneira. Se estão
desequilibradas, se são inexperientes ou se têm má intenção.

O segundo passo é manter o sentido de realidade.

Não exagerar o que está acontecendo, apavorando-se.

Julgar com serenidade para saber o que fazer.

O terceiro passo é agir.

Movimentar providências e recursos para resolver 0 problema.

Nessa fase, é fundamental o entendimento através do diálogo.”

O exercício da paciência e fundamental para o seu bem-estar espiritual e
necessita de outros estados mentais como: a obediência e a resignação como
forças ativas”

Conversar claramente sobre a questão surgida para estabelecer como você deve
agir junto para a necessária solução.

As conclusões tiradas do diálogo devem ser bem definidas, memorizadas ou até
escritas para depois serem avaliadas, a fim de se saber se todos estão cumprindo
sua parte no estabelecido.

Assim, você não terá no lar, no serviço ou no grupo uma falsa harmonia,
construída sobre o injusto sacrifício.

Para ajudá-lo na compreensão mais ampla sobre a importância da paciência,
trazemos de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, o seguinte
trecho da mensagem de Um Espírito:

“Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de
caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na
esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais
penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus
colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos
porem à prova a paciência.” (Cap. IX, Item 7, Ed. FEB.)

Mais adiante, na mesma obra, assim diz o Espírito Lázaro:

“A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a
resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os
homens erroneamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A
obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do
coração, forças ativas ambas, porquanto carreguem o fardo das provações que a
revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo
que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação
dessas virtudes que a antigüidade material desprezava (…)” (Op. cit.-g.n.).
(Destaque nosso.)

Como você pode concluir, o exercício da paciência é fundamental para o seu
bem-estar espiritual e necessita de outros estados mentais como: a obediência e
a resignação, devidamente entendidos como forças ativas.

No entanto, a vivência da paciência solicita de você o treino para o
autodomínio. Alguns pontos para esse treinamento podem ser considerados:

  1. Coloque suas emoções negativas para fora: irritação, cólera, ansiedade,
    medo.
  2. Canalize a exteriorização das emoções negativas de forma positiva e
    construtiva: saia para dar uma volta, arrume uma gaveta ou armário, plante uma
    árvore, cuide de um vaso de flores ou folhagem, visite um doente, ouça uma
    música suave.
  3. Não deixe a cólera crescer:
  1. lembre-se de que você é um Espírito eterno e imortal e a cada momento
    tudo se transforma. Por que se agarrar a coisas, situações e pessoas do
    momento?;
  2. você sabe que a impaciência representa um fator de ameaça à sua saúde:
    espiritual e física. Não deixe, então, que essa fagulha emocional se
    transforme em um incêndio avassalador. Claro que você não vai ficar
    friamente assistindo a erros, enganos e falsidades ou sendo por eles
    envolvidos. Mas, tenha em mente que a cólera, a irritação, os gritos, os
    gestos bruscos, as agressões verbais ou físicas nunca resolverão os
    problemas;
  3. errar é humano, faz parte do processo evolutivo. Se você também comete
    erros, por que se enfurecer quando as outras pessoas também o fazem? Pare,
    pense, acalme-se e procure a solução;
  4. o que impacientou você pode ser corrigido? Se pode, por que, então,
    irritar-se ou encolerizar-se?;
  5. se você pode corrigir ou retificar o que o contrariou, não sufoque suas
    emoções. Use-as positivamente. Entusiasme-se na correção do erro em si
    próprio ou no semelhante;
  6. se você se desentendeu com alguma pessoa: no lar, no ambiente de
    trabalho ou em qualquer grupo social e suas emoções se desequilibraram, é
    melhor não falar no momento; se possível sala do local, pois estabelecido o
    debate ao calor da irritação ou da cólera, não chegará a bom resultado.
    Primeiro esfrie a cabeça, reequilibre as emoções após, estabeleça dialogo
    compreensivo e construtivo em busca da solução desejada;
  7. suprima a cólera, tanto quanto possível, no seu início. Uma vez
    instalada, ela pode ser uma centelha, uma chama ou um incêndio destruidor;
  8. não desejamos que você e mine suas emoções. Isso é impossível. Você acha
    que se: bom se nunca se irritasse, mas também nunca sorrisse ou se
    alegrasse? As emoções são básicas em nossas vidas. Por isso, e sua vida,
    elas precisam ser canalizadas construtivamente.

Esforce-se para conseguir autodomínio equilibrado. Co trole as emoções
negativas, m você deve exteriorizar e expandir as emoções positivas.

Construa, com a educação espiritual, um filtro de emoções que permita a
passagem de emoções positivas e retenha as negativas.

CONCLUSÕES

  1. Use a paciência como força ativa na construção do se bem-estar físico e
    espiritual.
  2. Organize uma lista das suas emoções negativas: cólera irritação, medo,
    angústia e, gradativamente, procure diminuí-las.
  3. Organize um plano especifico para desenvolver as sua boas emoções e
    sentimentos, incluindo treino para o exercício da paciência em manifestações
    passivas e ativas.
  4. Cultive o autodomínio Você ampliará o “estado emocional de perseverança
    tranqüila” para a solução dos seus problemas.
  5. Exercite a meditação e a oração. Elas são fundamentais para a vivência da
    paciência.

“Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamado de filhos de Deus.” Jesus
(Mateus, 5:5.)