Continuo refletindo com os meus botões acerca da nossa conduta cidadã diante de um novo tempo que surge em cada instante da nossa história.
Observo que a humanidade sempre teve a necessidade de eleger um líder para que este pudesse resolver os seus problemas [ou os seus caprichos] em face de um novo tempo. E, muitas das vezes, os líderes ou os “salvadores da pátria”, ou “bodes expiatórios”, não conseguindo, com o êxito esperado pelos anseios populares, solucionar os desafios da coletividade, diante de um novo tempo, tiveram como prêmio os castigos que os levaram às famosas penas de morte. Assim sempre aconteceu e acontece em nossa caminhada pela história.
Apesar de que já evoluímos bastante no tocante à intelectualidade e à moralidade, parece que ainda somos os mesmos diante dos desafios a serem transpostos em favor de cada novo tempo que surge no decorrer da vida.
A título de exemplo, podemos citar o período eleitoral brasileiro deste ano, onde as divergências de opiniões, que deveriam fazer parte do processo democrático, estando os cidadãos buscando o entendimento uns com os outros para o bem comum, o que na realidade a que estamos assistindo são os reflexos dos comportamentos da “barbárie”, quando o que prevalece é a própria opinião e pronto, sob pena da perda ou bloqueio das amizades, inclusive entre familiares mais próximos.
E o mais grave: cada qual defende a própria opinião, desprezando a do outro, sem formar opinião própria, esperando que determinado líder seja o salvador de sua pátria e que cabe a ele [somente a ele] resolver todos os problemas do seu país.
Diante da exposição acima, qual a verdadeira conduta que cada um de nós, cidadãos, deveria adotar diante de um novo tempo?
Diante do que já evoluímos intelecto e moralmente, seria justo elegermos um salvador da pátria, um “bode expiatório”, um líder, para resolver os problemas e desafios do nosso país, em face de um novo tempo, sem o nosso concurso nas obrigações cidadãs de fazer o bem no bem comum?
Então, caríssimos leitores, que possamos evidenciar a ideia lógica da vida de que as ações dos nossos governantes ou administradores públicos são apenas os reflexos da média do somatório da nossa condição ou maturidade cidadã nas resoluções dos desafios de cada novo tempo.
Não adianta travarmos discussões embasadas na intolerância, no desfazimento de amizades, por causa de um ou outro candidato a cargo eletivo.
Temos, urgentemente, de nos despertar para as ações do bem. Fazer todo o bem ao nosso alcance, cumprindo as nossas obrigações cidadãs:
1) respeitando e cumprindo, de forma autônoma, as leis e as formas de viver de cada pessoa;
2) evitando “tirar vantagens”, por exemplo, na hora da declaração do imposto de renda;
3) procurando sempre dar preferência ao outro, não apenas em relação ao trânsito propriamente dito, mas em todos os trâmites da vida;
4) colocando-nos à disposição do trabalho voluntário em benefício da comunidade onde estamos inseridos, podendo começar pela administração da nossa casa e do nosso condomínio;
5) evitando postar comentários negativos e/ou ofensivos, ou degradantes, à integridade moral dos semelhantes, nas redes sociais e nas conversas informais do dia a dia e outros meios;
6) sendo cordiais, chorando e sorrindo e tocando as flores nos corações em nossa volta, despertando neles a oportunidade de novos tempos melhores e mais felizes;
7) e desenvolvendo em nós o autoamor, para que possamos estar habilitados a refletir tão somente expressões de bondade e de bem-estar para a promoção de um novo tempo que terá como resultado um mundo mais justo, com mais igualdade.
E assim, evitaremos críticas e reclamações inúteis. Trabalharemos mais [e colaboraremos mais] em favor das soluções dos desafios da coletividade, porque já estaremos mais conscientes de que o retorno que tivermos será sempre o decorrente daquilo que dermos causa diante de um novo tempo.
Autor: Yé Gonçalves