Druidas
O druidismo ocorreu entre o século II a.C. e o século II d. C. Sobreviveu
apenas em algumas regiões das Ilhas Britânicas, que não sofreram a invasão
romana. Foi, mais tarde, suplantado pelo Cristianismo. A influência do
Cristianismo, não do Cristianismo que se dogmatizou mas do Cristianismo
primitivo, foi extremamente valiosa para a organização desta religião. É que a
alma cristã, sendo mais amante, fornecia os elementos básicos para equilibrar
espiritualmente a alma céltica, por natureza mais viril.
O nome, bem como sua origem, tem sido objeto de várias interpretações,
cronológica ou etimologicamente. A sua existência não foi conhecida dos Gregos
senão duzentos anos a. C. César descreve o centro do druidismo nas ilhas
britânicas, donde teria irradiado para as regiões vizinhas da Gália. Plínio, ao
contrário, dá o druidismo como originário da Gália e só depois levado para as
ilhas. Finalmente, há quem pretenda que o druidismo foi encontrado já pelos
Celtas entre os aborígenes da Irlanda e da Grã-Bretanha.
O sistema teológico dos druidas, como todo o sistema religioso, traz
implícito aspectos esotéricos e exotéricos. No âmbito exotérico, ele é
caracterizado pelas figuras, imagens, símbolos e sacrifícios, tudo o que uma
religião popular exige. No âmbito esotérico, é uma doutrina reveladora
das altas verdades e das leis superiores, anunciada apenas aos já iniciados.
Quem nela penetrar, encontrará o maná escondido, e conhecerá a magnitude de sua
filosofia Tríade: a eternidade de Deus, a perpetuidade do Universo e a
imortalidade das almas.
Depois das conquistas romanas, como já foi dito, o druidismo perdeu
totalmente sua força de expansão. Contudo, formaram-se confrarias druidicas como
as ordens dos Bardos e dos Merlins, em 940. Em 1781 foi fundada a ordem dos
druidas de Londres, sociedade secreta que se propunha a fomentar a moral, o
patriotismo, o filantropismo e a fraternidade; em 1903, ordens druídicas também
apareceram em Gales e na Alemanha, mas tendo notoriamente um caráter folclórico.
Os druidas e o druidismo mostram-nos que sempre podemos rever o passado para
melhor aprender o presente. Empenhemo-nos, pois, neste maravilhoso mundo da
pesquisa etimológica e histórica.
Fonte de Consulta
- CASTANHO, C. A. Dicionário Universal das Idéias. São Paulo, Meca,
s/d/p. - AZEVEDO, A. C. Dicionário de Nomes, Termos e Conceitos Históricos.
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990.