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Evangelização Infanto-Juvenil – Tarefa Sublime

A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito,
a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na
Terra, reino esse que se inicia no interior de cada um. Nesse aspecto, a tarefa
de evangelização da criança e do jovem assume um caráter da mais alta
importância em todo o movimento espírita. A casa espírita, pois, precisa
preparar-se para essa grandiosa tarefa, a serviço de Jesus. A guisa de
colaboração a esse movimento que se amplia por toda parte, traçamos abaixo
alguns itens que julgamos de grande importância nessa tarefa educativa por
excelência. Precisamos olhar a criança em sua verdadeira natureza de Espírito
imortal, filho de Deus, dotado do germe da perfeição, que renasce para evoluir,
para desenvolver suas potencialidades. Nas obras de André Luiz, especialmente em
Evolução em Dois Mundos e No Mundo Maior, percebemos que evoluímos pelo esforço
próprio, pela ação, pela atividade, interagindo com o meio físico e espiritual,
através de múltiplas experiências. A evangelização, por isso, deve optar por uma
metodologia ativa, dinâmica, onde a criança seja co-participante de seu próprio
processo educativo, vivenciando as experiências, sentindo, compreendendo e
vibrando em cada atividade, desenvolvendo, assim, gradualmente suas
potencialidades, encaminhando-se para a sua autonomia moral e intelectual, como
ser que pensa, sente e age no bem. Ajustamos, assim, o processo educativo a
recomendação de Jesus: “cada um segundo as suas obras” e também “aquele que ouve
minhas palavras e as pratica…”

Nos parece também de grande importância a criação de processos de cooperação
entre as crianças e os jovens, incentivando a ajuda mutua, a colaboração e não a
concorrência. Estaremos, assim, praticando a recomendação de Jesus: Faca aos
outros o que gostaria que fizessem a você.

Precisamos também utilizar a energia criadora do Espírito em todo processo
educativo, propiciando atividades que levem a criança e o jovem a utilizar e
ampliar essa imensa energia propulsora da vida e do progresso, herança de Deus,
Pai e Criador, canalizando-a para os canais superiores da vida. Precisamos,
pois, propiciar atividades dinâmicas, ativas e criativas, em ambiente de
cooperação e ajuda mutua.

Surge também, nesse processo educativo, a necessidade da vivência do amor,
dos laços afetivos que devem existir entre as crianças, jovens, evangelizadores
e coordenadores de estudo, como pratica efetiva da recomendação maior do Mestre:
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei , e a necessidade do evangelizador
exteriorizar esse amor em seus gestos, palavras, ações… Naturalmente que o
amor no sentido das palavras de Jesus deve ser o amor que auxilia, que ampara,
que ajuda o outro a crescer, a evoluir… Destaca-se também a importância do
exemplo, da vivência, da vibração do próprio evangelizador, na maravilhosa
recomendação de Jesus: Brilhe vossa luz…

Percebemos, pois, a necessidade de atividades tanto na horizontalidade de
nosso mundo, desenvolvendo a razão, quanto na verticalidade, desenvolvendo o
sentimento, a sensibilidade que nos propicia sintonia com as esferas superiores
da vida, procurando ampliar a capacidade vibratória da criança e do jovem para
uma sintonia mais elevada. Evangelizar e também um processo natural de
espiritualização do ser, de desenvolvimento das potências anímicas do ser
espiritual que somos todos nos, Espíritos imortais, filhos de Deus, a caminho da
perfeição – em síntese: o desenvolvimento do Reino de Deus dentro de cada um,
atendendo ao fabuloso apelo de Jesus: Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus,
e tudo o mais vira por acréscimo… Para isso destaca-se também a importância da
arte no processo de evangelização, tanto da literatura, das artes plásticas, do
teatro, da dança e da música. Muitas vezes apenas o intelecto, a razão, não
consegue atingir certos estados vibratórios superiores. As artes, em especial a
música, o teatro e a dança, nos permitem oferecer a criança e ao jovem a
oportunidade de ingresso em freqüências de nível elevado. A música, por exemplo,
e vibração e pode nos auxiliar na sintonia com o mais alto.

Piruete-se, pois, o desenvolvimento das potências do Espírito, do intelecto,
da razão, base fundamental da Doutrina Espírita, como do sentimento, do amor,
proposta impar do mestre Jesus., ampliando nossa faixa de freqüência vibratória.
Ao mesmo tempo o desenvolvimento do poder criador do Espírito, com base na
criatividade, propondo assim uma educação para a mudança, para o progresso, para
o evoluir constante, lançando as bases de uma nova civilização para o Terceiro
Milênio, que exigira profundas e amplas mudanças, no modo de pensar, sentir e
agir do homem…. um homem mais espiritualizado, vibrando cada vez mais em
sintonia com Deus, construindo o Reino de Deus na Terra, a partir da construção
do Reino interior de cada um, proposta básico do Cristo que a Doutrina Espírita
vem dar continuidade em suas bases mais profundas.

A evangelização, pois, assume um caráter da mais alta importância no momento
evolutivo que vivemos, como mola propulsora de todo o progresso para uma Nova
Era, que necessita do trabalho, esforço, dedicação e amor de todos nos e de
todos os Espíritos que aqui renascerão e que precisam encontrar apoio e ambiente
necessário nessa fabulosa escola do Espírito: o Centro Espírita.

Necessitamos, pois, prestar toda a colaboração possível nas atividades da
evangelização da criança e do jovem. Estaremos cooperando, não somente com a
campanha permanente de evangelização lançada pela FEB, mas com o próprio Cristo
na construção do Reino de Deus na Terra que se inicia no coração de cada um.

O autor e pedagogo com especialização em filosofia da educação, psicologia da
educação e didática, e autor dos livros EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO E PRATICA
PEDAGÓGICA NA EVANGELIZAÇÃO, editora IDE.

(Publicado no Boletim GEAE Número 287 de 7 de abril de 1998)