Vez por outra flagramos, em alguns periódicos espíritas, a indignação de
algum companheiro que se sentiu incomodado com certas publicações de conteúdo
polêmico…
Ora, o Espiritismo sendo o “Consolador”, prometido por Jesus, a leitura de um
periódico espírita deve – necessariamente – ser portadora de um substrato também
consolador, além de instrutivo. Ao terminarmos de ler um livro ou um periódico
espíritas, nossa alma deve sentir-se leve e refeita. Se isto não acontece é
porque o autor do livro ou o articulista não estão refletindo o “espírito” da
feição consoladora do Espiritismo.
Os chamados “temas polêmicos” hão de ter proscênios intestinos para virem à
baila, ficando portanto, naturalmente, a cargo dos órgãos competentes,
congressos ou encontros promovidos para o levantamento e equacionamento feliz
das pendências, onde as partes terão oportunidade de expor suas razões e o
consenso, o denominador comum virá.
As lavras espíritas devem – obrigatoriamente – estar comprometidas com Jesus
e assim, conseqüentemente expressarão somente a Sua filosofia de Vida, Sua
mansuetude, inteligência, concisão dentro da função regeneradora/consoladora de
corações de que está investido.
A Verdade por si basta!…
O que é verdadeiro, não precisa ser provado e permanece. O falso perece, cai
por si mesmo…
Devemos, com toda firmeza possível, defender os princípios básicos da novel
Doutrina Espírita. Daí a alimentar longas e fastidiosas polêmicas nas páginas
dos periódicos espíritas vai longa distância, pois assim procedendo, estaremos,
na verdade, não só prestando um desserviço ao Espiritismo mas também
intranqüilizando o nosso e os alheios corações.
O Mentor André Luiz legou-nos, através da abençoada mediunidade de Francisco
C. Xavier uma página de peregrina clareza no livro treze de sua série denominado
“Conduta Espírita”, autêntico “vade-mecum” comportamental. Lemos as seguintes e
judiciosas instruções no capítulo quinze, acerca do que deve ser a imprensa
espírita:
“Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade, esforçando-se
pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que
devam ser entregues ao público. O patrimônio inestimável dos postulados
espíritas está empenhado em nossas mãos.
Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não atacando
pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não encontrem
pasto em nossas fileiras. O comentário desairoso desencadeia perturbação.
Selecionar atentamente os originais recebidos para publicações, em prosa e
verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que
apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza de linguagem. Sem o culto
da pureza possível, não chegaremos à perfeição.
Sistematicamente, despersonalizar ao máximo os conceitos e as colaborações,
convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores. O
personalismo estreito ensombra o serviço.
Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das
notícias de caráter mundano. A imprensa espírita-cristã representa um veículo de
disseminação da verdade e do bem.”
Portanto, em atenção às ponderadas advertências do Mentor Amigo, vamos
enobrecer as páginas de nossa imprensa espírita com lavras comprometidas com
Jesus para consolo, instrução, alegria e paz de milhares de corações que carpem
suas dores em seus calvários existenciais.
Não coloquemos espinhos e cardos nos caminhos alheios e tampouco no nosso, já
muitas vezes áspero e difícil por si só.
Caminhemos em paz; na paz do Senhor…
“Seja, pois, divinamente inspirada e proveitosa toda escritura.”
(Jornal Mundo Espírita de Janeiro de 2000)