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Meditando sobre a Terra

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Amilcar Del Chiaro

    As religiões classificam a Terra como um lugar de degredo, de expiação. Marcados pelo pecado original, arrastamo-nos pela vida, e sacerdotes e ministros das diversas igrejas, afirmam ter os meios de se alcançar a salvação para o outro mundo, mas as vezes, com a promessa de uma boa cota de felicidade, ainda para este.  Por outro lado, são muitas as pessoas que ensinam que se pode ser feliz, desde que se queira, bastando pensar positivamente. O pensamento positivo ajuda bastante, contudo, não é o suficiente. Carregando a culpa de um pecado original, e da fragilidade humana, acrescida por um “deicídio”, ou seja, o assassinato de Deus, pois segundo a teologia cristã, Jesus de Nazaré foi a encarnação de Deus na Terra, ficamos sujeitos a mil sofrimentos, desnecessários, por incapacidade de vencer os condicionamentos com os quais reencarnamos, e que introjetaram em nossa mente desde os primeiros dias da nossa vida aqui na Terra. Que bom seria se pudéssemos esvaziar a nossa mente de tudo que ali colocaram, desde que éramos pequeninos, e selecionarmos aquilo que seja realmente útil para a nossa evolução.        Numa linguagem de hoje, precisaríamos deletar os arquivos inúteis, selecionar e criar novos arquivos, usando um bom antivírus, como o conhecimento espírita, para evitarmos a perda ou distorção do aprendizado.  Os espíritos disseram a Allan Kardec, que a felicidade completa, ou permanente, aqui na Terra, é impossível, mas podemos ter momentos felizes.  No entanto os momentos felizes, quando se tem sensibilidade, fraternidade, é empanado pela dor de ver o sofrimento do próximo. Nossas vitórias quase sempre equivalem a derrota de outrem. Um exemplo simples é uma partida de futebol, basquete ou qualquer jogo esportivo. Enquanto uma torcida delira com a vitória, a outra sente a amargura da derrota.  Para cada cidadão que consegue um título universitário, existem milhares de analfabetos ou cidadãos de segunda classe, que mal aprenderam a escrever o próprio nome.  Quantas vezes, alguém está saudável, forte, pleno de alegria, mas tem em sua própria família, um ente querido doente, paralisado, canceroso, mentalmente obnubilado.  Talvez poucos, ao degustarem um prato sofisticado, caríssimo, com nome estrangeiro complicado, feitos por cozinheiros famosos em elegantes restaurantes, se lembram de que existem milhões de pessoas no mundo, e muitas ali por perto, que não comem o suficiente para manter as energias, ou simplesmente não comem.         Não prezado(a) amigo(a), esse artigo não é a exaltação do pessimismo. É apenas uma chamada à consciência, um exame do gozar e sofrer, da felicidade e da infelicidade.  O que queremos dizer é que precisamos ser fraternos, e aplicar aquilo que os espíritos codificadores disseram a Kardec: Do supérfluo dos ricos, muitos pobres se sustentariam.  Mas as riquezas não são apenas valores amoedados, mas também, fé, compreensão, amizade, amor, inteligência.  Nascemos para sofrer? Para pagar nossos débitos perante as leis divinas? Somos réprobos neste mundo que foi classificado por um espírito como penitenciária e hospital? Estamos sujeitos ao pecado original? Afinal, é possível ser feliz aqui na Terra?  Cada uma dessas perguntas suscitariam páginas e mais páginas para análises e respostas. Em síntese, responderíamos que não nascemos para sofrer, mas sofremos! Sofremos porque o nosso mundo é imperfeito. Nós somos imperfeitos. Sofremos porque erramos, mas erramos porque somos ainda ignorantes e temos pouca evolução. As desigualdades são aumentadas pela falta de solidariedade, fraternidade, e pelo império do egoísmo.  A Doutrina Espírita ensina que Deus nos criou simples e ignorantes, e determinou, por meio das suas leis, que o nosso desenvolvimento se faça através das vidas sucessivas, em mundos materiais. Logicamente esses mundos obedecem a uma escala evolutiva: mundos primitivos para espíritos primitivos. Mundos angelicais para espíritos angélicos. Mas todos começaram pelo primitivo. Entretanto, porque Deus quis que fosse assim, ninguém poderá responder.              Porém, prezado leitor, o que queremos dizer realmente nesse artigo, é que a dor, em qualquer uma das suas formas, tem uma mensagem para nós. Decodificar essa mensagem é tarefa de cada um. Talvez possamos decodificar aquilo que é comum em todas elas: Evolua! Cresça! Ame incondicionalmente! Confie na providência divina! Partilhe a sua felicidade, os seus momentos felizes com o seu próximo. Examine o seu patrimônio moral e intelectual, os seus direitos adquiridos, e ensine todos a conquistá-los. Podemos dizer que Deus não castiga, se entendermos as dores do mundo como lições preciosas, aprendizado.         Precisamos compreender que a vida num corpo físico é muito importante e devemos valorizá-la, devemos amar e respeitar esse corpo e não culpá-lo pelos nossos deslizes, pois quem pensa, ama e sente é o espírito imortal, e não a matéria.  Se você está passando por grandes sofrimentos, não se revolte, nem desanime. Não se julgue, também, um grande pecador, mas alguém que batalha para evoluir. O peixe, ao lutar para fugir da rede, perde muitas escamas. Portanto, a rede do sofrimento que te aprisiona, não exigirá menores perdas, mas valerá a pena. E como valerá a pena, quando compreendermos o que disse o Rabi Nazareno: Conhecereis a verdade e ela vos libertará.

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