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A mente é eterna, o cérebro não

A palavra de ordem, hoje, na psiquiatria são os transtornos, informa Clóvis,
concluindo, portanto que a mente independe dele. “O autista, que era chamado de
enfermo mental, não tinha nenhum sintoma que caracteriza qualquer doença e no
passado eram considerados deuses. Na Idade Média eram levados à fogueira como
endemoniados e hoje se trata com medicamentos, mas não têm doenças. Os autistas
são absolutamente normais, têm uma saúde de ferro e erroneamente classificados
de doentes mentais. Hoje o fenômeno do autista é chamado de transtorno do
desenvolvimento psicológico, numa classificação mais digna. Existem psiquiatras
desatualizados que continuam utilizando conceitos antigos, mas a própria
psiquiatria já mudou até o cid (código internacional das doenças), com a nova
nomenclatura, trazendo para a prática médica esta independência dela com o
cérebro”.

Questionado se faz muita diferença, ele respondeu: “Bem, isso legitima muita
coisa de nossa indestrutibilidade, porque se a nossa mente independe do cérebro,
então a mente sobrevive ao cérebro. A neurologia profunda também sabe disso e se
a tomografia computadorizada não apontar nada e mesmo assim o paciente tem
problema psíquico, manda procurar o psiquiatra porque escapa do seu controle
para tratar a mente. Pesquisadores concluíram que o cérebro não gera pensamento
e não explica a mente. O pensamento ocorre no cérebro, mas não pertence a ele,
da mesma forma que a fala acontece ao telefone e não é o telefone que fala. A
fala é que fala pelo telefone. Então, não é o cérebro que pensa. O pensamento é
que pensa pelo cérebro. Portanto, a mente, consciência, o espírito hoje são
palavras quase sinônimas no campo da ciência moderna”.

– Sobrevivem à morte física?

– O cérebro não. Porque a morte física pertence ao cérebro, mas não alcança a
mente. A mente pré-existe ao nascimento do cérebro, comanda todo cérebro, mas
sobrevive à dissolução cadavérica do cérebro. Portanto, ela é a contraparte
imaterial de todos os seres. É a força criadora e responsável pelas funções dos
órgãos. O cérebro está para os órgãos do corpo como um grande computador, no
entanto, a capacidade mental é a entidade extra-corpórea, o princípio espiritual que habita
os corpos. Conclusão: a mente é eterna, o cérebro não. O cérebro nasce, cresce,
atinge a sua plenitude, entra em decadência, degenera e morre.

O Norte – 27/07/03