Mundo Violento
As pessoas honestas e trabalhadoras estão perplexas com a onda de violência
que domina parte da sociedade. Os criminosos se organizaram, os traficantes de
drogas impõem as suas regras, os seqüestradores estão cada vez atrevidos,
malfeitores matam com a maior naturalidade, não poupando inocentes, mulheres
grávidas e crianças. São Paulo tem um recorde de chacinas e todos os finais de
semana as estatísticas dos crimes crescem assustadoramente. Além disso, há uma
desconfiança para com as autoridades, que deveriam manter a paz e coibir o
crime.
Estaria o mundo perdido? Será que o mal superou definitivamente o bem? Não! A
ousadia dos maus supera os bons porque estes são tímidos, e por vezes omissos. O
dia que os bons quiserem, dizem os espíritos, predominarão.
Mas por que pessoas inocentes estão sujeitas à sanha de matadores malvados?
Por que essa luta constante contra a pobreza, a ignorância, a violência e o
medo? Será que estão todos inclusos na lei de causa e efeito? Muitos poderão
estar, mas acreditamos que grande parte estão incursos nas necessidades
evolutivas.
Vejamos o que diz Allan Kardec em A Gênese: “Entretanto, a luta sempre é
necessária ao desenvolvimento do espírito, pois mesmo tendo atingido este ponto
que nos parece culminante, ele está longe de ser perfeito; não é senão à custa
de sua atividade que ele adquire conhecimentos, experiência, e que se despoja
dos últimos vestígios de animalidade, mas, a partir desse momento, a luta, de
sangrenta e brutal que fora, torna-se puramente intelectual; o homem luta contra
as dificuldades e não mais contra seus semelhantes”.
Percebam: a luta é necessária. A luta contra a pobreza, as dificuldades, a
violência, a ignorância e todo o rol de coisas que dificultam a vida, inclusive
a morte, é que faz com que o espírito progrida.
Chegará o dia em que será desnecessária a destruição ou mesmo as situações de
vida tão dolorosas, com extremos de miséria e doenças. Mas para isto é
necessário que os que estão em melhores condições colaborem educando, criando
condições melhores de vida, exercendo a fraternidade e a solidariedade.