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O dever da propagação

O dever da propagação

Entre tantos chamamentos ao trabalho de divulgação espírita, há uma mensagem
inserida por Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo com o título A
felicidade não é deste mundo (capítulo V, item 20), que chama a atenção pela
força de expressão em determinado trecho. Solicito ao leitor ler e reler com
muita atenção o trecho referido, que transcrevemos: “Deveis todos consagrar-vos
à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração.
Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada
luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos!”.

Que belo trecho! Que convite mais direto! Que sagrada luz realmente a
Doutrina dos Espíritos! Quantas vezes já não repassamos os olhos por aquela
mensagem e não havíamos notado nas “entrelinhas” esta bela expressão assinada
pelo espírito François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot, em mensagem ditada em
Paris em 1863.

As alegrias e o bem que nos têm proporcionado o Espiritismo poderão
igualmente iluminar os lares e os corações de nossos irmãos que ainda não
tiveram acesso ou ainda não conhecem esses ensinamentos. E a quem cabe o papel
da distribuição dessas luzes, senão aos próprios espíritas em nossos grupos?

Estas considerações todas surgem em virtude da oportunidade da campanha
lançada pela Associação dos Divulgadores do Espiritismo no Estado do Paraná –
ADE-PR – em favor da imprensa espírita. Objetivando estimular a leitura,
distribuição, comentário, divulgação e inclusive assinaturas de nossos veículos
de imprensa espírita (e claro visando também a viabilidade, manutenção e
sobrevivência desses órgãos), a campanha lançada no Paraná no último 29 de julho
espera contagiar o país. Afinal, é ela, a imprensa, que leva a informação, a
conscientização e forma – ao lado do estudo doutrinário – o espírita consciente
e participativo.

Já não é hora de nossas Instituições Espíritas voltarem seus olhos para os
jornais e revistas espíritas em circulação – distribuindo-os e comentando o
conteúdo dessas publicações -, estimulando o público a assinar revistas e
jornais espíritas, ao invés de relegá-los ao abandono e ao mofo? Quantas
informações preciosas não estão lá, nas páginas idealisticamente elaboradas e
mantidas a custo de sacrifícios…

Como desprezar isto? Como esquecer o esforço da imprensa?

Surgem inúmeras desculpas: o povo não lê, o povo não tem dinheiro, estamos
distribuindo cestas básicas. Tudo muito certo e coerente. Mas… A divulgação, o
estudo e a participação precisam ser estimulados. O público frequentador fará o
que for estimulado pelo dirigente. Se for valorizado na Casa o jornal, a
revista, o público ou o grupo trabalhador dará a estes órgãos a atenção e
consideração que eles efetivamente merecem.

Apenas isto está faltando: a adesão do dirigente.

Não veja o jornal ou a revista como algo dispensável. Pense no valor das
publicações, nas jóias que estão em suas páginas. Pense nos caminhos que eles
vão abrir… Isto tornará o espírita consciente, participativo…

É notável a iniciativa da ADE-PR! Nossos cumprimentos aos companheiros!

Vamos prestar atenção nela. Vamos reler o conselho do espírito acima citado e
começar a olhar com mais amor o apoio que todos devemos aos nossos órgãos de
imprensa, como este jornal, por exemplo…

(Jornal Mundo Espírita de Setembro de 2001)