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A organização do centro espírita

O centro espírita é um posto avançado da Espiritualidade no planeta. Nele,
encontra-se a Doutrina Espírita, Terceira Revelação de Deus aos homens. Sendo
assim, ele precisa cumprir com as tarefas de consolar o povo sofredor e
esclarecê-lo acerca das verdades relacionadas com o Espírito imortal. Para
tanto, necessita de normas administrativas fundadas no bom-senso e nas
instruções de Allan Kardec. Por isso, necessitará de um programa mínimo, onde
esteja incluída uma reunião pública, com explanação do Evangelho de Jesus e
estudos doutrinários de O Livro dos Espíritos. Deverá ainda fazer parte do plano
de atividades, o atendimento material e espiritual às pessoas necessitadas; um
curso regular para principiantes espíritas; o estudo das Obras Básicas; a
propaganda do Espiritismo e um esquema administrativo que permita aos
dirigentes, criarem fontes de recursos para a sobrevivência do trabalho.

Também são partes essenciais das atividades, as sessões de intercâmbio
espiritual, onde se fomenta o desenvolvimento das faculdades mediúnicas e
atividades desobsessivas. A casa espírita não pode deixar de mover-se pela
trilogia que orienta suas atividades: aprender, ensinar e assistir.

01 – Reunião pública

A reunião pública será feita com a explanação do Evangelho de Jesus à luz da
Doutrina Espírita. Nela, também se colocará ao alcance das pessoas, as preciosas
lições de O Livro dos Espíritos.

Esta reunião é considerada o mais importante trabalho da casa espírita, pois
através dos ensinamentos, as pessoas e os Espíritos desencarnados, encontrarão
alívio para dores e respostas para seus sofrimentos.

É através da compreensão dos ensinamentos do Cristo, que o homem se reforma,
sente a necessidade de promover mudanças morais no seu dia-a-dia e procura os
meios para refazer sua vida. O expositor ou palestrante deverá ser pessoa com
conhecimento doutrinário satisfatório, dotado da autoridade moral, só conferida
por uma vida reta e de bons exemplos.

A reunião pública será iniciada com uma prece breve e objetiva, a fim de
proporcionar a formação do ambiente espiritual adequado. A seguir, se dará
início à explanação que terá uma duração entre 20 e 40 minutos.

Ao término da palestra, o ambiente será colocado à meia-luz, para se iniciar
as atividades relacionadas com os passes, ministrados em sala reservada. A
equipe de passistas se dirigirá a este ambiente, onde se colocará em condições
para o atendimento.

É necessário que os passistas estejam em estado de equilíbrio espiritual,
vibrando por uma mesma comunhão de fins. Como isso, o trabalho dos Espíritos
será facilitado e poderá proporcionar resultados satisfatórios na solução de
vários problemas que afligem os que sofrem.

É bom lembrar que avisos que se costuma dar ao público, tais como mudanças de
horários, novos serviços, informações administrativas, realização de eventos etc,
deverão ser feitos antes da palestra. Qualquer assunto tratado após a exposição,
certamente irá desviar a atenção do público em torno da mensagem, prejudicando o
que acabou de ser explanado.

Nas reuniões públicas deve-se evitar a execução de músicas ou qualquer outro
tipo de apresentação, que leve o indivíduo a distrair-se da mensagem. A música
instrumental, em volume baixo, poderá ser colocada ao fundo, nos momentos que
antecedem a exposição e após a realização da mesma. Ela facilitará a manutenção
da ordem mental dos presentes, em torno do ideal comum. Mas esse não é um
recurso essencial e pode ser dispensado.

Através de avisos regulares, o público poderá ser estimulado a estudar O
Evangelho Segundo o Espiritismo, nos momentos que antecedem a palestra. O
ambiente do centro é muito favorável à reflexão e mesmo ao encontro de soluções
para a problemática que normalmente cerca a vida das pessoas.

O salão de palestras não terá quadros ou inscrições de qualquer espécie,
mesmo sob pretextos aparentemente justos. As reuniões espíritas, orientadas pelo
pensamento do Codificador, deverão apresentar um ambiente de simplicidade e
seriedade.

02 – Serviço de Entrevistas

O Serviço de Entrevistas difere do Atendimento Fraterno, por constituir-se em
processo que envolve o diálogo, apontamentos, investigação e terapêutica
fundamentados nos princípios e metodologias espíritas. É um tipo de serviço que
a casa espírita deve proporcionar às pessoas que a procuram. Essas criaturas
apresentam problemas de toda ordem. Males espirituais, psíquicos, alterações
emocionais e mesmo doenças físicas, são identificadas nas atividades de
assistência espiritual. O Espiritismo possui métodos para tratamento das
anormalidades que atormentam o ser humano. Todos os esforços devem ser enlevados
no sentido de se minimizar a dor e mesmo erradicá-la. Porém, é preciso deixar
claro que a terapia espírita não dispensa nem a consulta, nem o tratamento
médico.

A entrevista, investigação e orientação dos necessitados é tarefa muito grave
de socorro. E, como tal, deve ser realizada por pessoas devidamente treinadas.
As entrevistas acontecerão em sala reservada, onde se colocará uma mesa e
cadeiras para acomodarem entrevistador e entrevistado. O atendimento será
organizado com fichas de anotações, carteiras de tratamento, arquivos etc.

O controle será importante, tanto para avaliar os resultados do trabalho,
como para diferenciar a qualidade de um atendimento individualizado. O Serviço
de Entrevistas terá duração máxima de 2 horas e antecederá o início da reunião
pública. Este procedimento faz com que os necessitados atendidos possam receber
apoio espiritual já no primeiro dia em que buscam o atendimento.

Os grupos iniciantes, que ainda não tiverem segurança para desempenhar este
tipo de tarefa, poderão iniciar a assistência espiritual através do Atendimento
Fraterno, que não exige procedimentos investigativos ou terapêuticos distintos.
Os pacientes apenas desabafam, falando sobre seus sofrimentos e recebem
orientações convencionais. Mais tarde, o Serviço de Entrevistas poderá ser
introduzido.

Se possível, os responsáveis pelas entrevistas, deverão manter um intercâmbio
regular com grupos espíritas mais experientes, inclusive, trocando informações
sobre casos em tratamento.

03 – Estudo da Doutrina Espírita

Não se pode ensinar o que não se sabe. Todos os trabalhadores do centro
espírita devem se esforçar para conhecer profundamente o Espiritismo, a doutrina
que professam. Isto só será possível através do estudo sério e persistente das
obras da Codificação kardequiana. Um dia da semana será determinado para o
estudo das Obras Básicas. O método empregado deverá ser simples, sem
formalidades e fomentará a discussão e elucidação em torno dos temas em pauta.
Allan Kardec afirmou que um bom método de estudo, poderia ser desenvolvido
através da leitura de um determinado texto dos livros fundamentais, acompanhada
da discussão pelos participantes. Um membro mais experiente coordenaria o
processo. Tal procedimento costuma tornar as reuniões de estudos agradáveis e
contribui sobremaneira para a homogeneização do pensamento dos membros. Se um
grupo de pessoas pensa mais ou menos nos mesmos padrões morais e intelectuais,
certamente estará se constituindo a “força” do centro espírita, aquele feixe de
varas a que se referiu o Codificador. Esta união de vistas facilitará todas as
atividades relacionadas com a administração, mediunidade, tratamentos etc.

04 – Curso para principiantes

No programa de Reformas para centros espíritas, temos evidenciado a
necessidade dos dirigentes fazerem uma distinção entre as pessoas que freqüentam
a sociedade, das que constituem o quadro de seus trabalhadores. É significativo
o número de casas onde freqüentadores são colocados para trabalhar, sem qualquer
procedimento seletivo. Esta é a causa da maioria dos males da administração
espírita. Os critérios acabam tendo o homem comum como referência.

O Curso para Iniciantes é destinado às pessoas que freqüentam a casa na
condição de público, mas que manifestam o desejo de conhecer a Doutrina Espírita
em maior profundidade ou tornarem-se membros do grupo. Cada centro espírita
poderá desenvolver seu próprio curso, mas ele deverá ser rápido, interessante e
de fácil entendimento. As aulas serão ministradas em um dia específico da
semana. Além de estimular as pessoas ao estudo dos princípios fundamentais do
Espiritismo, elas também servirão de porta de entrada aos futuros trabalhadores.
Será uma espécie de laboratório, onde possíveis candidatos a associados serão
avaliados quanto às condições de servir.

Uma propaganda sobre o Curso Básico regularmente oferecido ao povo, deverá
ser fixada em locais estratégicos, de modo que o maior número possível de
pessoas possa tomar consciência de sua realização. Nas casas espíritas de
maiores recursos, essa propaganda poderá ser estendida a programas de rádio ou
coluna de jornais leigos. As inscrições deverão ser abertas na secretaria ou
recepção da sociedade. O curso para iniciantes acontecerá pelo menos de três em
três meses.

Cursos longos, como o ESDE (Estudo Sistemático da Doutrina Espírita), não
deverão ser ministrados a quem está começando. A experiência comprova que os
programas de duração extensa, que envolvem novatos, são improdutivos e terminam
com elevado índice de abandono.

Depois do Curso Básico, o iniciante poderá se tornar um associado em caráter
definitivo ou experimental, conforme as regras da casa. Daí para diante, vai
sendo introduzido nos cursos onde se estudam as Obras Básicas, que lhe darão em
alguns anos, uma formação genuinamente espírita e cristã.

05 – Reunião prática de Espiritismo

O intercâmbio espiritual é fonte perene de aprendizado moral e intelectual
para o verdadeiro espírita. Ele têm importância fundamental para o equilíbrio da
casa e funciona como verdadeira válvula de escape para as pressões espirituais
que normalmente oprimem seus trabalhadores. No entanto, esta atividade precisa
ser orientada com cautela. A lide com os Espíritos desencarnados é coisa muito
séria e antes de ser implementada, exige um minucioso estudo de O Livro dos
Médiuns, a fim de que se saiba em que terreno está pisando. Os grupos novatos
nas práticas mediúnicas deverão efetuar um estudo regular desse manual do
evocador, até que tenham condições de dar início ao intercâmbio propriamente
dito. Nenhuma experiência mediúnica deverá ser efetuada sem um prévio estudo
dessa importante obra.

Um programa mínimo de estudo de O Livro dos Médiuns, desenvolvido pelo
Movimento de Reformas, está ao alcance dos interessados (https://espirito.org.br/portal/artigos/gebm/programa-de-estudos-lm.html).
A reunião para desenvolvimento ou educação da mediunidade, será sempre precedida
de um atencioso estudo do O Evangelho Segundo o Espiritismo, com duração em
torno de 30 minutos. O dirigente escolherá 3 ou 4 participantes para comentar a
lição. Ao final, ele mesmo fará o complemento, harmonizando possíveis
observações conflitantes ou mal explicadas.

Em seguida, se fará a leitura de um tópico de O Livro dos Médiuns, de acordo
com o programa a ser estudado. Este segundo período instrutivo, não deverá
exceder 30 minutos. Após os estudos, o ambiente será colocado à meia-luz. Uma
prece será feita a cada participante, de modo que todos tenham a oportunidade de
ser influenciados espiritualmente.

O coordenador dirigirá a palavra a cada participante, orando por ele e se
inteirando se a pessoa está sentindo algum tipo de alteração emocional ou
física. A manifestação ostensiva dos Espíritos desencarnados, será iniciada
somente alguns meses depois desse exercício primário.

Se houver oportunidade, pode-se contar com a assistência de dirigentes e
médiuns, vindos de sociedades espíritas mais experientes. Os novatos poderão
evitar experiências desagradáveis, causadas pela simples falta de conhecimento
em relação ao aspecto prático das manifestações. As sessões destinadas ao
desenvolvimento da mediunidade serão semanais.

06 – Reunião de desobsessão

A Reunião de Desobsessão só será implantada um ou dois anos depois que o
grupo de iniciantes já estiver trabalhando regularmente nas sessões mediúnicas
de desenvolvimento ou educação da mediunidade. Isso não quer dizer que os
Espíritos amigos, instrutores da casa espírita, deixarão de fazer a desobsessão,
enquanto este serviço não estiver oficialmente funcionando. Alguns casos de
obsessão, em caráter excepcional, poderão ser tratados mesmo nas sessões de
desenvolvimento mediúnico.

Não se pode esquecer, que nas mesas de trabalhos práticos, a desobsessão
também acontece no mundo invisível, independente da manifestação ostensiva dos
Espíritos. Basta que o grupo se esforce para criar um ambiente psíquico salutar,
durante a realização dos estudos evangélicos. Os bons Espíritos terão facilidade
em socorrer e instruir desencarnados sofredores e ignorantes. É muito comum a
realização de esclarecimentos coletivos na espiritualidade.

07 – Assistência social

Toda casa espírita precisa desenvolver um trabalho de assistência social a
pessoas carentes. Ele será uma importante frente de atuação, que deve ser
divulgada nas reuniões públicas, com a finalidade de estimular o povo na prática
da caridade e do amor ao próximo.

Nos centros espíritas que diferenciam os trabalhadores dos freqüentadores,
deverá ser criado o “voluntariado”, uma porta de prestação de serviços, aberta
aos que apenas freqüentam as casas. Serão os voluntários do serviço espírita de
assistência social, caso desejem servir ao próximo carente.

O contato com a indigência e a pobreza, desperta no homem os valores de
compaixão e do amor ao semelhante. A assistência social na casa espírita é ampla
e abrange, entre outras coisas, os cursos para gestantes, a distribuição de
sopas, de cestas de alimentos, doação de roupas, a Campanha Auta de Souza etc.

A missão do centro espírita é esclarecer o homem a respeito de sua condição
de Espírito imortal. A assistência social espírita deve ser produto da
conscientização em torno dessa verdade. Lembre-se: Não são as boas obras que
fazem os homens de bem, mas os homens de bem, que fazem as boas obras.

08 – Escola profissionalizante

Atualmente, têm-se aconselhado aos dirigentes espíritas, que trabalhem no
sentido de criar nas dependências das casas sob sua responsabilidade, um ou mais
cursos de profissionalização aberto às pessoas em geral. Além de se dar comida a
quem tem fome, é preciso ajudar oferecendo também as condições técnicas aos
homens, para enfrentarem as lutas da vida com dignidade. Dar o pão, sim! Mas,
ensinar a sová-lo, também é importante.

Cursos regulares de computação, cozinha básica, empregada doméstica, corte e
costura, corte de cabelo e outros, poderão ser implementados em uma sala anexa à
casa espírita, dando condições às pessoas pobres e sem recursos, de melhorarem
suas vidas.

A escola espírita de profissionalização é um trabalho urgente e deve ser
implantado, tão logo possível, nas atividades das casas sérias. Os cursos
ajudarão o homem na compreensão de sua cidadania, auxiliando-o a viver com
dignidade, e contribuirão para a erradicar a indigência e a miséria da
sociedade.

09 – Biblioteca e Livraria

O centro espírita deverá manter uma biblioteca e uma livraria para
empréstimos e venda de livros doutrinários. A leitura é uma excelente forma de
divulgação e aprendizado do Espiritismo, que precisa ser estimulada. Para isso,
o grupo se encarregará de comprar obras doutrinárias junto às editoras e
distribuidoras conhecidas, para disponibilizá-las aos trabalhadores e
freqüentadores da casa.

Um Clube do Livro Espírita, poderá ser fundado na instituição. Dele, poderão
participar tanto os associados, como os freqüentadores. A tarefa de divulgação
da Doutrina Espírita ao público interno e externo, ficará a cargo da equipe
responsável pela biblioteca e livraria.

A impressão e distribuição de mensagens, a confecção de boletins e jornais
doutrinários, o envio de matérias para colunas religiosas nos jornais não
espíritas, serão importantes formas de divulgar o Espiritismo e consequentemente
de aumento do público interessado.

Em cada uma dessas formas de propaganda, serão impressos os dias e horários
das sessões públicas disponíveis no centro espírita. Assim, uma pessoa leiga que
estiver necessitada de amparo, saberá como procurar os serviços que a casa
oferece.

10 – Evangelização infantil e Mocidade

A casa espírita, tendo como meta a construção de uma nova sociedade, a partir
da construção de um novo homem, não pode prescindir de um espaço dedicado à
evangelização das crianças e adolescentes. Este trabalho terá de ser executado
por pessoas capacitadas e que tenham em seu coração o desejo de trabalhar com
essas faixas de idade. Não pode ser feito de maneira aleatória, por jovens mal
saídos da adolescência, como se têm configurado ao longo do tempo, dentro do
Movimento Espírita.

Com as crianças, podem ser feitas reuniões de evangelização concomitante aos
trabalhos públicos, enquanto os pais assistem à palestra. Aproveita-se assim a
ida dos pais e dos filhos à casa espírita, promovendo a moralização de toda a
família. Isso resolve também um problema comum existente nas casas que é o caso
das crianças que são levadas pelos familiares à casa espírita e são deixadas à
vontade, promovendo correrias e algazarras (por serem pequenas e muitas vezes
sem disciplina), por vezes atrapalhando sobremaneira a exposição e a compreensão
do assunto por parte de quem está ali para se instruir. O trabalho de exposição
requer um certo recolhimento para quem fala, bem como para quem ouve.

As crianças são reunidas em uma sala onde existirá recursos para o
aprendizado que sejam interessantes para elas, como áudio e vídeo, por exemplo,
além da presença do instrutor que deve ser pessoa com certa maturidade de
espírito para lidar com as várias situações. Se houver espaço, a casa deve
oferecer esse serviço da forma mais organizada possível, separando as crianças
por faixa de idade para melhor realizar o trabalho.

Quanto à Mocidade, achamos que os grupos de jovens não podem se isolar dentro
do centro espírita como um grupo à parte, alienando-se do restante das
atividades, como se o jovem não tivesse condições de dar sua contribuição ao
trabalho. O Movimento Espírita tem dado, em todos esses anos, uma conotação
especial ao trabalho das mocidades, de uma maneira geral, porém dentro de um
espírito irreal, não preparando o jovem para viver no mundo. Geralmente são
grupos dirigidos por outros jovens, que igualmente ainda não tem a maturidade
suficiente para atuar entre eles, deixando a instrução dessas criaturas ansiosas
e desejosas do saber, muito aquém em termos de produzir algo útil. Dedicam-se
geralmente às companhas de arrecadação de alimentos e às artes, como teatro e
música, e lá permanecem por anos a fio, alguns até o branquear dos fios dos
cabelos. Nunca amadurecem.

Em nossa visão, os grupos de jovens devem existir dentro das casas espíritas,
produzindo algo para o próprio trabalho, aprendendo lições de educação e
moralidade. Devem sempre ser conduzidos por pessoas sérias e maduras o
suficiente para discutir os problemas e dúvidas eu surgem nas reuniões de
estudos, de maneira a dirimir dúvidas e orientar dentro de um espírito de
equilíbrio e serenidade. Quando atingirem a maioridade civil, poderão entrar nos
cursos de iniciação ao conhecimento da Doutrina dos Espíritos e ingressar nas
fileiras de trabalhos da casa, como qualquer pessoa. A força de trabalho do
jovem é de muita importância dentro da casa espírita. Não se pode tratar o jovem
nos núcleos de maneira alienante, como se só servissem para tocar vilão e fazer
campanhas.

11. As fontes de recursos

 

O centro espírita deverá criar e manter em ampla atividade, uma fonte de
recursos financeiros, destinada ao pagamento dos gastos comuns, tais como
impostos, taxas de energia elétrica, água e esgoto, guarda-noturno, impressão de
mensagens e confecção de boletins ou jornais. A verba arrecadada, também poderá
ser utilizada na assistência social e mesmo para cobrir despesas relacionadas
com as viagens de possíveis expositores que visitarão o grupo.

Uma das primeiras providências a serem tomadas é a de definir o corpo de
associados que constitui o centro espírita. Depois, se definirá uma taxa mensal,
que cada um dos membros recolherá junto à secretaria da sociedade, destinada a
formar o Caixa Espírita.

A casa espírita terá em suas dependências ou anexo, uma cozinha que
facilitará a realização de eventos beneficentes, tais como almoços, pizzas,
bazares de tortas etc.

Em todas as promoções de caráter espírita, deve-se observar a ética moral da
doutrina. Não será permitida a venda de bebidas alcóolicas nos almoços ou
jantares da sociedade. A Equipe da Cozinha será formada entre os associados. Ela
será encarregada de planejar e executar os eventos beneficentes. Importante
observar certa regularidade nas realizações, pois essas atividades serão
ocasiões para o entrosamento dos membros. Todos os recursos oriundos desses
trabalhos serão destinados ao Caixa Espírita da sociedade.

Os gastos do centro espírita, assim como o controle de verbas, aplicações etc,
deverão ser demonstrados em relatórios mensais, afixados em lugares de acesso
aos membros associados. Uma parte da verba arrecadada mensalmente, poderá ser
separada para a aquisição de terreno destinado à construção da sede definitiva,
posto de assistência ou mesmo ampliação ou reforma de salas já existentes.

Conclusão

 

O centro espírita deve funcionar com simplicidade, objetividade e
harmonia, buscando bons resultados, tanto nos efeitos internos, quanto nos
efeitos externos. Isso só será possível se os associados se conduzirem por uma
política administrativa pautada em boa organização, disciplina e cordialidade
mútua.

As pessoas, quando procuram uma casa espírita, esperam encontrar nela a
solução para muitos dos seus males. Se logo no primeiro contato não se sentirem
bem, é quase certo que não retornarão.

Os núcleos que trabalham sem harmonia, baseados exclusivamente no empirismo,
trazem muito mais prejuízo á causa do que benefícios. Com suas ações
fundamentadas no misticismo e fantasias, afastam da Doutrina Espírita as pessoas
sérias e bem intencionadas.

Sabe-se das dificuldades vivenciadas por bom número dos centros espíritas
existentes. Porém, muitas melhorias podem e devem ser implementadas, no sentido
de tornar a casa de caridade um ambiente organizado e produtivo, onde os
resultados são conseguidos pelo esforço do conjunto e não por individualidades.
Mais escola, do que templo; mais sociedade constituída, do que agrupamento
aleatório. Deus é sabedoria, razão, bom-senso, ordem e harmonia. Eis as metas a
serem seguidas por quem divulga sua mensagem.