Todo processo tem seu princípio, meio e fim e o início desta vida está na
fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Ai começa o relacionamento mãe e filho,
aquele que já desde a espiritualidade cumpriu uma programação de reencarne. Com
a fecundação inicia-se a trindade do corpo se desenvolvendo, o espírito se
acoplando à ele, e a mãe promovendo o ambiente ideal para que tudo venha a se
cumprir nesta nova reencarnação. Nove meses… o ser vem ao mundo e é alimentado
por sua mãe. Já aí inicia-se o processo da educação daquele espírito que nos foi
dado à educar e promover, fazer mesmo o impossível para facilitar ou dar
condições para seu amadurecimento no bem e o evoluir constante.
Mas o que poderemos entender por educação? A quem é dada a tarefa de educar,
às mães, às escolas ou a própria vida?
O processo educativo é um trabalho de equipe. A mãe, tem o primeiro de todos
eles que é o de proceder no amor na amamentação. Uma tarefa aparentemente comum,
simples e sem significado, mas que encerra uma comunicação enorme entre o
espírito reencarnante e a mãe, pois que é o primeiro contato físico e a troca de
sentimentos profundos.
A criança cresce e começa a aprender a linguagem da vida e cabe à mãe a
tarefa de ir mostrando o caminho do bem pela orientação e pelo exemplo. A
criança cresce um pouco mais e aquela tarefa passa a ser dividia com a escola.
Os educadores também devem entrar neste processo, complementando a educação
moral com a educação cultural, fazendo com que as crianças que ali estão sob sua
proteção tenham a confiança de que estão aprendendo o melhor para o usufruto
nesta existência e a arrumação da bagagem para a próxima viagem. Aí a
importância do professor ou mestre que tem o verdadeiro sentido e compreensão de
seu papel, este que também é muito importante. Precisa ele antes de tudo, saber
que é auxílio, não carrasco ou benfeitor; que cada ser que ali se encontra tem
seu próprio desenvolvimento espiritual e em razão disto apresenta uma bagagem
diferenciada e precisa ser tratado com adequação, individualmente segundo seu
temperamento e necessidades.
O jovem passa a ser quase adulto e tudo quer, tudo acha que é capaz de fazer
sozinho, em tudo se crê melhor. Aí começa uma nova etapa e um novo
direcionamento educacional onde a firmeza das colocações tem que ser presentes e
a verdade no relacionamento uma confirmação de que todos estão no caminho do
entendimento. O relacionamento franco e honesto cabe sempre, pois que dentro
deste clima torna-se mais fácil estabelecer conversas e solucionar problemas sem
deixar arestas. Não é fácil lidar com jovens neste mundo de hoje, precisa-se ter
consciência disto. Em razão desta dificuldade é que precisamos, cada vez mais,
nos fortalecer no bem e na firmeza de caráter, evitando os próprios vícios,
melhorando a conduta sempre e a cada dia, para que possamos ser espelho e guia.
A mãe sempre como figura central neste processo, pois mais que mãe é a âncora da
família, aquela que faz com que todas as coisas tenham o seu lugar e fim. O Pai
a fortaleza que complementa e protege a família. O filho, o objetivo, a
complementação da família.
E o jovem fica adulto e depois também passa a constituir a própria família. A
mãe muitas vezes é esquecida, os pais passam a ser “os velhos” e, se todo este
processo educativo não tiver sido muito bem feito, haverá uma aberração onde os
filhos passam a ignorar os pais acreditando que já não servem para nada,
esquecendo-se que aos pais é dado cuidar dos filhos até que se tornem adultos e
aos filhos é dado amparar os pais na velhice.
Portanto, alertar sobre a trajetória que é a ciência da vida e da educação,
será, obviamente, a busca de maiores chances de êxito diante dos filhos
recebidos.
Filhos, devidamente instruídos terão bem mais oportunidades de acertarem seus
passos, de retomarem caminhos que por algum deslize tenham sido desviados da
rota, sendo muito mais fácil a compreensão de que as paixões e excessos levam,
muitas vezes, a caminhos sem volta.
Pais e filhos, lado a lado, crescendo juntos e aprendendo sempre, podem
através desta união e da busca da verdade, montar um exército de PAZ.
Filhos acertados, tarefa cumprida, consciência livre para o amor.
(Publicado no Boletim GEAE Número 454 de 29 de abril de 2003)