Esta coluna completa a anterior de igual título.
Nos tempos bíblicos, o significado de demônios (“daimones” em grego, no singular “daimon”) era de espíritos da mesma categoria humana. Esse é também o mesmo significado nas obras dos autores gregos contemporâneos aos da Bíblia. E a hermenêutica nos ensina que os textos antigos devem ser interpretados de acordo com o sentido das palavras na época em que eles foram escritos.
A degeneração do significado dessa palavra e seu ensino errado, ainda hoje, por líderes religiosos é um dos grandes erros de teólogos e exegetas cristãos, o que, inclusive, no decorrer dos séculos, levou e leva muitos deles à descrença na existência dos demônios. Aliás, a doutrina de que os demônios não são espíritos humanos cheira muito maniqueísmo, crença em um Deus do bem (Mazda) e outro do mal (Ariman), que defende a existência desses dois reinos em luta, o do bem de Deus com seus anjos, e o do mal do chefe dos demônios com seus espíritos auxiliares.
O espiritismo vem ensinando, desde meados do século dezenove, a interpretação correta da palavra demônio, o que está comprovado por essa doutrina científica empírica e racional, principalmente, através das experiências mediúnicas, de que a própria Bíblia está cheia, o que nela é chamado de profetismo. Assim é que, no Judaísmo, quando um espírito fala, escreve e gesticula através de um profeta (hoje se diz médium), esse profeta é denominado de Nabi. E há manifestações de anjos (mensageiros) bons e maus. Daí o evangelista João nos ensinar que devemos examinar os espíritos para sabermos se são bons ou maus. (1 João 4: 1). E uma grande verdade surge dessa importante instrução joanina: para conhecermos mesmo os espíritos, temos que praticar o espiritismo, ou seja, a comunicação com eles. E quando um católico pede ajuda de um santo, ele a pede ao espírito santo do santo e não ao seu cadáver!
Já vimos que os demônios são mesmo espíritos humanos atrasados. Agora, vamos ver que, também os anjos são espíritos humanos, só que de alto nível de evolução. Aliás, entre eles mesmos há diferenças de níveis evolutivos. Daí os anjos querubins, serafins e arcanjos (os mais elevados). E um detalhe: Todo anjo, em grego “aggelos” (enviado, mensageiro, “office-boy”, anunciador), é um espírito humano bom ou mau, mas nem todo espírito é anjo (mensageiro ou anunciador).
Um dos anjos mais falados é o Gabriel, e essa palavra “Gabriel”, em hebraico, significa “Homem de Deus”, “Homem Iluminado”, ou seja, já adiantado, já santo. Também o próprio nome do profeta Malaquias, em hebraico, quer dizer mensageiro, anjo, pois ele foi igualmente um anunciador de que Elias viria como o Precursor do Messias, que, como se sabe, é João Batista, cujo espírito é o mesmo que vivificou o corpo de Elias, no tempo do rei Acabe, no século IX a.C. (Malaquias 3: 23, da Bíblia Católica; da Protestante 4: 5; e Mateus 11: 14; e 17: 13).
O anjo Rafael se materializou para Tobias (Tobit) pai e para o Tobias filho, que foi orientado e protegido por esse anjo numa longa viagem. E esse anjo se identificou para os dois Tobias como sendo Azarias, filho do grande Ananias. (Tobias 5: 13).
Como se vê, o Anjo Rafael nos prova que anjo é também um espírito humano!
Recomendo “O Despertar da Consciência – Do Átomo ao Anjo”, de Sebastião Camargo, sob a orientação de Léon Denis e Miranez. Instituto O Despertar da Consciência. (34) 3671-2237 / 9006-3179. www.sebastiaocamargo.com.br