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Pensamento e Perispírito

Pensamento e Perispírito

Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as
ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age,
estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por
automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.

Corpo intermediário entre o ser pensante, eterno, e os equipamentos físicos,
transitórios, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os
efeitos dela em retomo à causa geratriz.

Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se
incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos
porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os
erros e reparados os danos destes últimos derivados.

Constituído por campos de forças mui especiais, ele irradia vibrações
específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com
energias semelhantes, estabelecendo amas de afinidade e repulsão de acordo com
as ondas emitidas.

Assim, quando por ocasião da reencarnação o Espírito é encaminhado por
necessidade evolutiva aos futuros genitores, no momento da fecundação o gameta
masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do perispírito do
reencarnante, que naquele espermatozóide encontrou os fatores genéticos de que
necessitava para a programática a que se deve submeter.

A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em
consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão
organizando o corpo que o Espírito habitará.

Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para
o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de
Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso.

Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela
sua constituição.

Espermatozóides e óvulos, em conseqüência, possuem campo de força especifico,
que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento
da célula ovo.

Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade
biológica, na programação genética de que se faz portador.

Desse modo, o perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do
espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, sobre ele incidindo e
passando a plasmar no óvulo fecundado o como compatível com as necessidades
evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritos. Equilíbrio da
forma ou anomalia, habilidades e destreza, ou incapacidade, inteligência,
memória e lucidez, ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia serão
estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o
embrião em desenvolvimento.

Sem descartarmos a hereditariedade nos processos da reencarnação, o seu
totalitarismo, conforme pretendem diversos estudiosos da Embriogenia e outras
áreas da ciência, não tem razão de ser.

Cada Espírito é legatário de ú mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os
plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de
reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os
critérios da Divina Justiça.

Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais
resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de
natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da
evolução.

Saúde e enfermidade, beleza e feiúra, altura e pequenez, agilidade e
retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que
vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências
pretéritas.

Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais,
emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de
volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.

As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades
físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas,
são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a
vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconseqüência.

A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção moral atuante
em determinado indivíduo, fazendo recordar algum ancestral, explica-se em razão
de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar prosseguimento a
realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram perniciosas. Motivo
este que libera “o filho de pagar pelos pais” ou avós, o que constituiria, se
verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça que, mesmo na Terra,
tem código penalógico mais equilibrado.

Os pensamentos largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas,
como decorrência da adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os
efeitos serão incorporados ao modus vivendi posterior da criatura.

E mesmo quando não se convertem em atitudes e realizações por falta de
oportunidade, aquelas aspirações mentais, vividas em clima interior,
apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídos por meio de
reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do conjunto
espiritual.

Conforme a constância mental da idéia, aparece uma correspondente necessidade
da emoção.

Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e moral
da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter, ante o
fatalismo da evolução.

O conjunto – Espírito ou mente, perispírito ou psicossoma e corpo ou soma – é
tão entranhadamente conjugado no processo da reencarnação que, em qualquer
período da existência, são articulados ou desfeitos sucessivos equipamentos que
procedem da ação de um sobre o outro. O Espírito aspira e o perispírito age
sobre os implementos materiais, dando surgimento a respostas orgânicas ou a
fatos que retomam à fonte original, como efeito da ação física que o mesmo corpo
transfere para o ser eterno, concedendo-lhe crédito ou débito que se incorpora à
economia da vida planetária.

O mundo mental, das aspirações e ideais, é o grande agente modelador do mundo
físico, orgânico. Conforme as propostas daquele, têm lugar as manifestações
neste.

Assim se compreende porque a Terra é mundo de “provas e expiações”,
considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande
generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.

À medida que o ser evolve, melhores condições estatui para o próprio
crescimento, dentro do mesmo critério da lei do progresso, que realiza com mais
segurança os mecanismos de desenvolvimento, de acordo com as conquistas
logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e variados são-lhe os
recursos para o seu avanço.

O pensamento, desse modo, é um agente de grave significado no processo
natural da vida, representando o grau de elevação ou inferioridade do Espírito,
que, mediante o seu psicossoma ou órgão intermediário, plasma o que lhe é melhor
e mais necessário para marchar no rumo da libertação.

Divaldo P Franco / Manoel P Miranda – em Temas da vida e da morte -FEB