Perseguição
Na Revista Espírita de fevereiro de 1862, encontramos uma séria advertência
de Santo Agostinho aos espíritas, no seu comentário sobre Os Ataques à Idéia
Nova.
Conquanto os Espíritos Superiores tenham buscado, ao longo do tempo,
alertar-nos quanto aos riscos de perseguições e tentativas de fazer ruir o
edifício da Doutrina Espírita, ainda hoje nos debatemos por não lhes darmos
ouvidos.
No alerta acima destacado, Santo Agostinho, Espírito, enfatiza que é ao homem
velho que farão sofrer, pois é o homem velho o suscetível de se deixar enredar
nas malhas do sofrimento.
Quantos companheiros sofrem pelo simples fato de não serem convidados à
composição de mesas, nos eventos de que participam, por entenderem que não estão
sendo valorizados como deveriam.
Quantos melindram-se por não verem seus nomes estampados nos jornais e
revistas para os quais enviam artigos ou reportagens sobre seus feitos, por
considerarem-se menosprezados em seus valores.
Quantos irritam-se porque não vêem suas opiniões e pontos de vista acatados
pelos demais, dizendo-se desvalorizados ou perseguidos pelos que julgam serem a
oposição.
Quantas vezes temos ouvido dos perseguidores invisíveis, que buscam
disseminar a desunião e as indecisões entre os membros da grande família de
lidadores do Espiritismo, que têm logrado seus intentos, graças às trevas que
colhem em nossa própria intimidade.
Em outras palavras, vem lembrar-nos de que “somente lobos caem em armadilhas
para lobos”.
Assim, vale a pena pensarmos, com seriedade, a respeito dessas questões que
tanto nos infelicitam e nos impedem vôos mais altos.
Vale a pena deflagrar uma guerra sem tréguas contra esses inimigos que ainda
agasalhamos em nossa intimidade, chamados: orgulho, egoísmo, vaidade, presunção,
soberba, entre outros.
Nosso Modelo Maior, Jesus, legou ao mundo a receita infalível para quem
deseja destacar-se no reino dos céus: “seja o servidor de todos, na Terra” (Mt,
23:11).
Assim, quando nos dispusermos a fazer com que o homem novo sobrepuje o velho
e, por conseguinte, liberte-se das amarras da imperfeição moral que o
infelicita, basta ouvir as recomendações daqueles que, há muito, nos indicam por
onde começar.
Pensemos nisso!
(Jornal Mundo Espírita de Julho de 1998)