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Reciclagem Mediúnica

Reciclagem Mediúnica

36 – Junto ao conhecimento o que mais seria desejável?

 

Como decorrência, aliás, desse conhecimento é imprescindível, prudência,
crivo de um julgamento severo (rejeitar nove verdades a aceitar uma mentira – LM,
Erasto); caminhar passo a passo sem abdicar da razão, do direito de verificação
e exame; buscar aperfeiçoar-se no conhecimento das leis superiores da vida e na
prática das virtudes; ter vida reta procurando a verdade com o coração sincero;
lutar por conduta elevada, simultânea ao cultivo da inteligência, meditação,
desprendimento, e recolhimento “(…) aperfeiçoando-se de dentro para fora”.

 

37 – Haverá situações que não se caracterizando propriamente como perigo,
poderiam significar inconvenientes para a boa prática mediúnica?

 

Sim, há leviandades que se configuram como inconvenientes. Poder-se-ia
recordar:

  • o desenvolvimento mediúnico em crianças onde soma-se ao
    perigo, a imprudência, em razão do organismo débil, imaginação excessiva,
    inexperiência, falta de discernimento, impressionabilidade etc., etc.
  • o estado físico e mental do médium, onde esse esgotamento,
    por debilitar-lhe as energias pode torná-lo não tão vigilante, preparado e
    fragilizado abrir campo a ação de Espíritos inescrupulosos.
  • o estado moral – mediunidade como faculdade independe da
    moral, contudo sob o ponto de vista de frutos resultantes, esse fator
    caracteriza-se como importantíssimo, imprescindível, pois sinaliza abertura de
    campo para sintonizar com Espíritos Bons, devotados ao trabalho do Bem.
  • evocações – porta aberta para que entidades desocupadas,
    zombeteiras, mistificadoras tragam notícias às vezes espetaculosas,
    inverídicas ou mirabolantes.
  • os interrogatórios – o objetivo do trabalho mediúnico é servir com
    abstenção de toda curiosidade. Ao atender os Espíritos que se comunicam
    oferecer amor, tolerância, respeito, compreensão, levando-o a querer refletir
    sobre sua atuação e não, à maneira de cadastristas, fazer inquirições que
    apenas atendem às curiosidades inferiores ou mórbidas.
  • as futilidades – dirigentes, médiuns, cooperadores ligados a
    assuntos banais, não devem esperar a companhia dos Bons Espíritos e por
    conseqüência, bons resultados. Trabalho mediúnico não comporta
    irresponsabilidades, desrespeito, superficialidade, curiosidades,
    comparecimento por obrigação. É um trabalho de amor onde o entendimento leva a
    buscá-lo como “privilégio”; a entendê-lo como bênção. Como tal é ele
    valorizado, sobretudo como oportunidade de aprendizado, de servir oferecendo
    ao semelhante tudo o que em si já tem ou trás de melhor.
  • desarmonias – ocorridas estas no grupo mediúnico, desestabiliza-o
    prejudicando o trabalho. Não se busca o grupo perfeito, mas aquele onde haja
    entendimento, onde se estimem, equilibrados, corretos nas intenções, sinceros,
    apesar dos naturais problemas humanos, que, em surgindo são trabalhados
    buscando o equilíbrio no bem-estar de todos.
  • gratuidade – em função do bem, com total desinteresse pelas coisas
    materiais (entenda-se como interesse qualquer forma de recompensa que abrange
    qualquer coisa em espécie até simples reconhecimentos, elogios, agrados,
    aplausos, referências, etc.). Servir em constante doação, dar de si com
    integral desinteresse.
  • trabalhos isolados em reuniões domiciliares ou recintos estranhos
    ao Centro Espírita. Nos lares apenas o “Evangelho no Lar”, estudos, leituras,
    a prece.
  • médiuns dirigentes – aquele que detém recursos mediúnicos da
    psicofonia, psicografia, etc., não dirige trabalho. Como aliás, fazê-lo e
    simultaneamente abandonar-se ao ato mediúnico? A tarefa do médium é a que
    corresponde à sua própria condição – oferecer sua faculdade aos desencarnados
    para que, através dela possam ser ajudados da melhor forma possível, ou
    dirigir, atento à paz, harmonia tão necessários ao bom desempenho de todos.
  • animismo – fenômeno no qual o médium arroja do passado seus
    próprios sentimentos, ou se expressa como se ali estivesse um desencarnado a
    se comunicar. É comum acontecer, principalmente no início do afloramento da
    faculdade onde o companheiro ainda não tem total discernimento, segurança ou
    confiança em si mesmo. Pacientemente deve ser amparado, ajudado e certamente
    transformar-se-á pelo trabalho conjunto em valioso companheiro.
  • mistificações – onde mentes despreparadas, corações invigilantes,
    propósitos inferiores, cooperam para que as ilusões circulem.

Somar-se-iam ainda várias outras situações que fugindo ao equilíbrio e bom
senso poderiam abrir portas, criar situações indesejáveis que desvirtuariam as
finalidades do trabalho.

André Luiz em “Instruções Psicofônicas ” (46) a respeito das sessões
mediúnicas oferta-nos interessantes apontamento que transcrevemos:

“Amigos, cooperando, de algum modo, em nossas tarefas, registraremos algumas
notas, que supomos de real interesse para as nossas sessões mediúnicas
habituais:

1.° – Acenda a luz do amor e da oração no próprio espírito se você deseja ser
útil aos sofredores desencarnados.

2.° – Receba a visita do companheiro extraviado nas sombras, nele abraçando
com sinceridade um irmão do caminho

3.° – Não exponha as chagas do comunicante infeliz à curiosidade pública,
auxiliando-o em ambiente privado como se você estivesse socorrendo um parente
enfermo na intimidade do próprio lar.

4.° – Não condene, nem se encolerize.

5.° – Não critique, nem fira.

6.° – Não fale da morte ao Espírito que a desconhece, clareando-lhe a estrada
com paciência, para que ele descubra a realidade por si próprio.

7.° – Converse com precisão e carinho, substituindo as preciosas divagações e
os longos discursos pelo sentimento de pura fraternidade.

8.° – Coopere com o doutrinador e com o médium, endereçando-lhes pensamentos
e vibrações de auxílio, compreensão e simpatia, sem reclamar deles soluções
milagrosas.

9.° – Não olvide, a distância, o equilíbrio, a paz e a alegria, a fim de que
o irmão sofredor encontre o equilíbrio, a paz e a alegria em você.

10.° – Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito importante,
recordando que, no socorro prestado por nós a quem sofre, estamos recebendo da
vida o socorro que nos é necessário, a erguer-se em nós por ensinamento valioso,
que devemos assimilar, na regeneração ou na elevação de nosso próprio destino”.

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)