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A Reencarnação Está na Bíblia

A Reencarnação Está na Bíblia

Jesus Cristo havia subido ao monte Tabor com três de seus discípulos para
orar: Pedro, Thiago e João. Chegando ao topo, o Mestre se transfigura perante os
apóstolos e eis que aparecem junto deles Moisés e Elias, já falecidos há
centenas de anos, que conversam com o Senhor. Depois, Ele e seus seguidores
desceram da pequena elevação e se envolvem no diálogo que colocamos ao lado.

Nas Escrituras Sagradas, mais precisamente no livro de Malaquias, há uma
profecia afirmando que antes da vinda do Messias, o profeta Elias deveria
novamente retornar. Sem entendê-la direito, os Escribas e os Fariseus,
religiosos da época e inimigos de Jesus, apegavam-se nela para afirmarem que o
Mestre não era o Filho de Deus, pois não tinham visto a Elias.

Indagado sobre a vinda do profeta, Jesus responde que ele já havia nascido, e
que ninguém o tinha reconhecido. Então, os apóstolos compreenderam que se
tratava de João Batista, a quem o Mestre se referia.

Em outra passagem anterior à citada, Jesus também afirma que João era Elias :
…Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E se quereis dar
crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça
(Mateus 11: 13 a 15).

João Batista era primo de Jesus, filho de Izabel e Zacarias. É importante não
confundir este João com o apóstolo do mesmo nome, chamado o Evangelista. O
Batista começou a pregar no deserto, onde morava. Vestia-se de pele de animais e
comia mel silvestre e gafanhotos. Sua pregação era muito enérgica, conclamando o
povo a seguir os ensinamentos morais das Escrituras. Quando alguém se convertia
a sua doutrina, prometia que dali em diante sua vida iria mudar. João mergulhava
esta criatura nas águas do Jordão, num ato simbólico de batismo, para selar o
compromisso. Este ato foi chamado de “batismo pela água”. Daí o nome “Batista”.
Note que na época só se batizavam adultos.

Chegando Jesus à margem do Jordão, foi também batizado por João, “para que se
cumprissem as antigas profecias”. Este acontecimento marcou o início da vida
pública do Mestre e o declínio da pregação do Batista. João foi preso pelo rei
Herodes, por causa das críticas que ele fazia ao adultério do rei com sua
cunhada Herodias, mulher de seu irmão Felipe. No aniversário do rei, Herodias
pediu a cabeça de João. A história dos Evangelhos ilustra a vida de trabalho do
Batista, à causa do Bem.

O Evangelho de Lucas, capítulo I, versículos 36 a 45, pode ser analisado.
Nele, é contada a história da gravidez de Izabel, mãe do Batista, prima de
Maria, a mãe de Jesus. João nasceu de parto normal, como outra criança qualquer.
Conclui-se pois, que se Jesus afirmou que João era o Elias da profecia, deu
inequívoco testemunho de que o Espírito ou a Alma pode entrar no ventre da mãe
para nascer de novo.

Existem outras passagens que mostram que alguns judeus acreditavam na
reencarnação. Muitas vezes perguntavam ao Mestre se ele era um dos antigos
profetas que havia voltado (veja Mateus 16: 13 a 16). Se eles assim
questionavam, é que entendiam que os Espíritos tinham possibilidade de viverem
outras vidas.

Quanto a Jesus não ter utilizado o termo “reencarnação” naquela época, ele
mesmo responde numa conversa com Nicodemos, o fariseu simpático a Jesus:

Em verdade te digo que aquele que não nascer de novo , não pode ver o reino
de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura
pode retornar ao ventre de sua mãe? Jesus respondeu: Na verdade te digo que
aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
maravilhes de te ter dito. Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde
quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai; assim é todo
aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu: Como pode ser isso? Jesus
disse: Tu és mestre de Israel e não sabes disso? … Se vos falei de coisas
terrestres e não crestes, como crereis se vos falar das celestiais? (S. João,
cap.III – vers. 3 a 12).

Jesus deixa claro que nem todos estavam aptos a entenderem a verdade como ela
hoje nos é apresentada pela Doutrina. Afinal, a encarnação do Mestre foi há
quase dois mil anos. Não havia condições intelectuais para se entender as
abstrações da vida espiritual. Por este motivo, o Mestre sempre dizia os que têm
olhos para ver, vejam; os que têm ouvidos para ouvir, ouçam. Não falou
claramente da reencarnação, nem da vida após a morte, mas o fez nas entrelinhas.
As Escrituras Sagradas nos fornecem subsídios importantes para crermos na
reencarnação como dádiva de Deus. BANCO DE DADOS

Publicado no Jornal Entenda a Vida, edição 1