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Técnicas de Curas Espirituais

Técnicas de Curas Espirituais

ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL. Esta técnica pode ser empregada de forma
individualizada, dialogando-se com o paciente sobre seus problemas específicos,
ou em grupo de pessoas, tratando abertamente das dificuldades e dos
desequilíbrios maiores que afetam os indivíduos. Em ambos os casos, não existe
uma regra padrão para se relacionar com os pacientes. Mas, a exigência é que as
soluções propostas e os conselhos espirituais, em quaisquer casos, sejam dados,
rigorosamente e exclusivamente, baseados nos ensinamentos dos espíritos
superiores. Neste processo de cura, destacam-se duas atribuições: a) ao
orientador espírita cabe os trabalhos de conscientização para as realidades da
vida do espírito eterno, de levantamento das causas reais das doenças, e de
apresentação dos conselhos que implicam em mudar para melhor as causas para
conter os efeitos doentios; b) ao paciente cabe ter disposição e vontade firme
para se reequilibrar e pôr em prática os conselhos que concretizarão a desejada
cura.

 

EVANGELIZAÇÃO. Muitas pessoas ficam doentes por ignorarem completamente
os ensinamentos de Jesus, contidos no Evangelho.

Elas deixam de amar a Deus e aos semelhantes; não confiam no Pai e na sua
justiça; esquecem a humildade; relutam em não servir ao próximo; anseiam em
tomar sempre o primeiro lugar; não valorizam a simplicidade e a pureza no
coração; vivem inquietos com o presente e com o amanhã; fazem o bem com
ostentação; cometem adultérios; entram pela porta larga da perdição; deixam sair
pela boca coisas más contidas no coração; provocam escândalos; vivem em cólera
contra os irmãos; recusam-se a perdoar e a reconciliar com os adversários;
julgam e condenam os outros sem misericórdia; atiram a primeira pedra mesmo
tendo pecados; não amam os inimigos, não fazem o bem aos que os odeiam e nem
oram pelos que os perseguem e os caluniam; afadigam-se pela posse do ouro, da
prata e das moedas; não se preservam da avareza; acumulam tesouros só na Terra e
não no Céu; não convidam para o festim os pobres, os estropiados, os coxos e os
cegos; não dão aos mais pequeninos nem de comer, nem de beber, nem hospedagem,
nem vestimenta e nem os visitam quando doentes ou presos; resistem ao mal, não
apresentam a outra face ante a agressão, não entregam a túnica e o manto, nem
caminham além do exigido sob coação, não dão aos que pedem e repelem os que
querem emprestado; não tratam os semelhantes como gostariam de ser tratados.

A evangelização é eficiente meio de cura para as conseqüências doentias
desses comportamentos. E o Evangelho Segundo o Espiritismo, norteando o
trabalho de evangelização nos Centros Espíritas e o culto do Evangelho no
lar, deve ser o instrumento de transformação íntima dos doentes da alma.

 

ORAÇÃO. Quando estamos aflitos, desequilibrados emocionalmente ou
enfermos, devemos orar a Deus, a Jesus e aos bons espíritos rogando a paz
interior, o reequilíbrio e a cura.

Sempre haverá uma resposta à nossa súplica, pois todas as preces são ouvidas,
selecionadas, analisadas e atendidas, fraternalmente, da melhor maneira, pelos
espíritos de diversas esferas espirituais de acordo com os nossos merecimentos e
necessidades.

O poder de nossa prece está na vontade, nos pensamentos e sentimentos
sinceros e elevados e não nos gestos e formalidades exteriores e o nosso
sofrimento decorre de excessos, vícios, crimes e faltas cometidas, a prece
propiciará coragem, força moral, paciência e resignação, mas não dispensará o
arrependimento sincero, a reparação necessária e o retorno às sendas do amor, do
bem e das virtudes, que garantem o restabelecimento físico, moral e emocional
duradouro.

A oração, por imunizar-nos contra o mal pelo halo de proteção que forma; por
atrair ajuda espiritual; por evitar a irritação, a angústia, o ressentimento, a
depressão e outras desvirtudes da alma que levam a muitos males e enfermidades;
por ser valioso recurso no reequilíbrio interior, na mudança de um estado
doentio da consciência e na cura do corpo, deve estar, de modo permanente,
incorporada em nossos hábitos diários.

 

PASSE MAGNÉTICO. Com base na ampla literatura espírita, eis alguns pontos
que devem ser conhecidos e rigorosamente observados durante a aplicação e a
recepção do passe, tanto pelos passistas como pelos pacientes, para sua maior
eficácia no reestímulo dos centros vitais dos corpos espiritual e físico e no
processo de cura espiritual: a) Deveres do passista: Preparar-se previamente
para o trabalho mantendo domínio sobre si mesmo, equilíbrio nas emoções e
sentimentos, amor pelos semelhantes e confiança no poder divino e na faculdade
de curar. Cuidar-se para manter sempre um bom estado de saúde. Não cometer
excessos na alimentação e dispensar o álcool, tóxicos e cigarros.

Preparar o ambiente com preces, leituras e comentários evangélicos e
doutrinários de paz, alegria e otimismo. Manter sempre um padrão moral, mental e
sentimental elevado para facilitar a sintonia com os espíritos magnetizadores e
técnicos em auxílio magnético. Respeitar o dia e o horário do serviço de socorro
magnético. Colocar as mãos sobre os enfermos para doar os recursos magnéticos.

Não tocar no paciente, pois a energia fluídica penetra o corpo e é assimilada
pelo sangue, provocando mudanças salutares nos órgãos.

Dispensar roupas especiais, gesticulações, respiração ofegante, bocejos,
estalidos dos dedos, tremores, etc. Pode-se diminuir a iluminação para facilitar
a concentração no trabalho de assistência magnética. Manter uma postura
descontraída, para melhor fluir as irradiações magnéticas. Esta, convencido de
que está na força mental o poder de harmonizar-se com os bons espíritos,
controlar c fluido magnético e transformá-lo em recursos estimulantes e
benéficos. Estar ciente de que constitui-se apenas em instrumento de socorro do
plano espiritual ao transmitir, em conjunto com os espíritos, fluidos bons,
salutares e curadores. Estai consciente de que a vontade de ajudar e o desejo e
o pensamento de reequilibrar e beneficiar o paciente atuam sobre os fluidos
espirituais à volta. Estar convicto que sua energia magnética será harmonizada,
modificada e intensificada pelos bons espíritos de acordo com as necessidades e
méritos dos pacientes.

b) Deveres do paciente: Assimilar as instruções contidas nos ensinamentos
espíritas buscando a própria tranqüilidade, o reequilíbrio interior, a superação
das aflições, dores e angústias, o entendimento das leis que regem a vida, o
conhecimento de si mesmo, das causas dos desequilíbrios e das mudanças
necessárias para curar-se. Pedir, humildemente, em prece, a ajuda de

Deus e dos bons espíritos. Confiar na intervenção e socorro do plano
espiritual superior e na conquista da cura. Tornar-se receptivo aos benefícios
do passe magnético pela aceitação, recolhimento, respeito, vontade de sarar, fé
e confiança na obtenção da cura. Estar consciente de que a ajuda divina e o
merecimento da cura decorrem da vontade sincera de reparar excessos, vícios,
crimes e desvirtudes e de conquistar aprimoramento pessoal.

 

ÁGUA FLUIDIFICADA. A água potável, por absorver facilmente as partículas
magnéticas sutis que lhe são projetadas pelo pensamento em prece, pelos
sentimentos de amor, bondade e confiança e pelo desejo de se harmonizar com os
bons espíritos e servir o próximo, pode ser fluidificada, isto é, receber
energias magnéticas e fluídicas e medicação do Céu, adquirindo grande valor
terapêutico. Por isso nos recomenda Emmanuel, através de Chico Xavier: “Se
desejas o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades
fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o
teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia.

O orvalho do Plano Divino magnetizará o líquido, com raios de amor, em forma
de bênção, e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água
pura, abençoado nos Céus.”

 

DESOBSESSAO. A influência perniciosa de espíritos ainda inferiores, sobas
formas de obsessão, fascinação e subjugação, leva certas pessoas a

terem sintomas doentios e a adotarem atitudes extravagantes. A desobsessão é
o processo de cura indicado para esses casos, quando comprovados. Como não
existe lesão orgânica, o afastamento do espírito mau elimina a influência
estranha, promovendo naturalmente a cura.

O espírito ainda imperfeito exerce sua influência em função da similitude de
inclinações, intenções e disposições; do idêntico grau de moralidade; da
fraqueza na vontade própria do obsidiado; da pouca resistência às sugestões
inoportunas; do prazer que o espírito obsessor sente em atormentar a pessoa; do
propósito de desforra e vingança por débitos, ódios e cumplicidades em
delinqüências gravados em vida passada; da fácil combinação de fluidos entre os
perispíritos do encarnado e do desencarnado, permitindo o envolvimento e a ação
do espírito obsessor.

Para se obter sucesso pleno no trabalho de desobsessão, torna-se
imprescindível: a) fornecer ao paciente, através de passe magnético, recursos
fluídicos de natureza elevada e contrária à do espírito obsessor, visando cortar
as ligações mentais telepáticas ou hipnóticas; b) utilizar a prece para atrair a
ajuda de Deus e dos bons espíritos, para elevar o padrão vibratório da vítima e
para sensibilizar o espírito mau para a mudança de propósitos e de sentimentos;
c) contar com o auxílio e o trabalho dos bons espíritos no plano espiritual; d)
evocar o espírito obsessor para, numa conversa fraterna e franca, procurar
aconselhá-lo para o bem e convencê-lo das conseqüências da prática do mal e da
importância do perdão e da renúncia aos maus propósitos; ei que a pessoa
atormentada tenha força de vontade para opor resistências às más sugestões e se
renove moralmente para afastar o obsessor e eliminar os fluidos malsãos que a
envolvem; f) que o orientador dos trabalhos tenha amor, paciência, fé,
perseverança, modéstia e completo desinteresse moral e material; g) que o
espírito obsessor se afaste espontaneamente pela renúncia do mau propósito, pela
transformação em amigo e pelo desejo de moralizar-se e de mudar para melhor os
sentimentos e as imperfeições.

 

OPERAÇÕES ESPIRITUAIS. As cirurgias feitas por espíritos abrangem quatro
tipos:

a) Operações e aplicações de recursos do magnetismo curador no perispírito,
com reflexos patentes, imediatos ou não, nos órgãos doentios do corpo físico,
sem a presença de um médium no loca1. Essas intervenções se dão na própria
residência ou local de internação do paciente, enquanto geralmente este dorme.
Elas decorrem do merecimento, da fé e das preces do próprio doente ou dos
dirigentes de Centros Espíritas ou de outros cultos religiosos. A presença dos
bons espíritos, às vezes, é sentida pelo doente. Estas são as conhecidas curas à
distância.

b) Operações no corpo espiritual e aplicações de recursos energéticos
curadores sutis, com o espírito de um médico incorporado em um médium.

A cura dos órgãos doentes é imediata ou a médio prazo. O médico espiritual
faz o diagnóstico, a intervenção no perispírito, a aplicação de passes
magnéticos, e dá as orientações necessárias à concretização da cura. Este tipo
de operação está se tornando comum nos Centros Espíritas.

c) Operações com o uso de instrumentos cirúrgicos para realizar raspagens,
cortes e extrações de órgãos doentes do corpo material. O espírito do médico
utiliza-se de um médium inconsciente para evitar interferências. O controle
pleno está com os seres espirituais que tomam decisões quanto a anestesia, o
tipo e o modo de operação e os cuidados pós-operatórios. O exemplo mais
expressivo foi o do médium Arigó (José Pedro de Freitas), cujo trabalho foi
estudado pelo professor José Herculano Pires e publicado pela Edicel em 1966.
Atualmente, alguns médiuns servem de instrumento para a realização de trabalhos
idênticos.

d) Operações, na presença de um médium em transe que fornece uma substância
chamada ectoplasma, feitas pelo espírito de um médico materializado. A
intervenção cirúrgica é feita com materiais e instrumentos materializados sob o
controle do plano espiritual. Um caso típico, de grande repercussão, encontra-se
documentado no livro “Operações Espirituais” de autoria de Urbano Pereira,
reeditado pelo (IDE de Araras-SP).

 

CONCLUSÃO: Cada paciente apresenta-se com particularidades próprias.
Portanto, só a avaliação caso a caso pode indicar a melhor técnica de terapia.
Mas, o restabelecimento da saúde física não depende só da precisão do
diagnóstico e do emprego da técnica de cura mais apropriada; depende também do
poder das energias curadoras atuarem nos corpos espiritual e material sob o
comando dos dirigentes, médiuns e espíritos socorristas; das mudanças para
melhor que o doente consegue realizar nos sentimentos, pensamentos e atitudes;
da reabilitação íntima, do reequilíbrio, da renovação interior por parte da
pessoa enferma pela eliminação das tendências infelizes, pela prática do amor e
pela construção do bem de todos; das provas, expiações, experiências e resgates
de débitos passados que o paciente tem que passar nesta vida; e das concessões
da misericórdia divina decorrentes dos méritos e das conquistas espirituais do
enfermo.

Retirado de “Doenças – Cura e Saúde à Luz do Espiritismo” – Ed. EME