Luiz Carlos D. Formiga & André Luiz B. Formiga
1. As Cidades Universitárias.
Em 1965, no Anuário Espírita, falando a respeito da Codificação Espírita, Yvonne Pereira diz que “essa obra é imortal como imortal é o Evangelho, uma vez que ambos são revelações divinas e porque sempre existirão cérebros e corações necessitados de renovação e esclarecimentos através deles. Por enquanto é, com efeito, a fonte Kardecista a única habilitada em assuntos de Espiritismo capaz de expandir renovações para o futuro, visto ser o alicerce de quanto existe a respeito, até agora”.
Por intermédio da mediunidade de Yvonne pudemos ler a narrativa sobre a “Cidade Universitária” espiritual, onde ciclos novos de estudo e aprendizagem se franqueariam para espíritos em evolução, segundo seus desejos.” (31)
Uma Cidade Universitária no Além!
Para nós que estamos professor universitário é um bom tema para reflexões. Pena que nossos recursos pessoais sejam tão escassos. No entanto, vamos tentar repassar algumas idéias, mesmo imperfeitas, das dificuldades que encontramos no ensino superior.
Yvonne Pereira afirma que “Allan Kardec é ainda o grande desconhecido, para os espíritas, dado que a minoria é que o conhece plenamente. Ele tratou de Ciência, de Filosofia e de Moral e tais matérias, de suma grandeza, não podem ser apenas lidas uma ou duas vezes, mas estudadas, continuamente, com método analítico, observação acurada, amor e perseverança, a fim de serem bem compreendidas e praticadas”.
Na universidade ou na casa espírita as perguntas são importantes. Recordo-me da questão feita, num estudo da mocidade e que foi respondida por um jovem espírita: “se Jesus já ensinou as Leis de Deus, qual a utilidade do Espiritismo?” (4)
Uma outra dúvida, sobre as condições da vida após a morte, apresentada por um cardiologista nos chamou a atenção. Diversas pessoas já nos fizeram a mesma questão e outros nos confessaram que iriam deixar para ler o livro “Nosso Lar” depois que melhor estivessem inteirados dos postulados básicos da Doutrina Espírita.
Leewenhoek (1632-1723) descreveu, com auxílio de microscópios óticos, o mundo “invisível” dos micróbios: “Recebi em minha casa diversos cavalheiros, que estavam ansiosos por ver os micróbios do vinagre. Alguns deles ficaram tão enojados do espetáculo, que juraram nunca mais usar vinagre. Mas o que seria se se contasse a essa gente que existem mais germes na boca humana, vivendo na escuma junto aos dentes, do que homens em todo o reino?”
Algumas pessoas respondem da mesma forma (nunca mais usar vinagre) diante da realidade do espírito imortal. Admitem a sua existência, mas não querem pensar no “após a morte”.
Se não é como o espírito André Luiz escreve, através do médium Francisco Cândido Xavier, como será? Diversos médiuns descrevem relatos parecidos e coincidentes. Como coincidentes e parecidos são os relatos das pessoas que tiveram a experiência autoscópica. Aparentemente morto o indivíduo chega ao hospital. Algum tempo depois seu coração recomeça a bater. Depois contam as histórias de suas mortes. É a experiência de morte iminente, onde há extraordinária percepção de visões, sons e acontecimentos que a pessoa tem, quando clinicamente morta, próxima ao retorno impossível.
E as materializações de espíritos?
Para onde foi e de onde veio Katie King (espírito) após despedir-se de Florence Cook (médium) nas memoráveis experiências de William Crookes?
Já me disseram que não gostariam que fosse como André Luiz relata, porque é muito palpável, material, muito semelhante ao nosso plano terráqueo. Um pesquisador, Nobel de Física, afirmou que “o mundo que observamos não é senão uma minúscula película na superfície da verdadeira realidade”. A nossa ansiedade nos faz desafiar uma pessoa, que passou pela experiência autoscópica, a provar que a morte do corpo não mata a vida. Por outro lado os que passaram por ela não parecem interessados em fornecer tal prova a terceiros. Um psiquiatra que teve tal experiência fez uma síntese: “pessoas que tiveram experiência sabem. Os outros devem esperar” (13).
Usaremos algumas informações colhidas na “Mansão da Esperança”, situada na Cidade Universitária espiritual. Antes, porém, vamos visitar outras universidades mais próximas de nossa materialidade (2, 7).
Na universidade, desde 1966, vivenciamos ensino-pesquisa-extensão (20).
O Brasil possui várias universidades. Algumas delas, na realidade, não passam de escolas massificadas de terceiro grau, onde professores dissociam ensino-pesquisa. A produção do conhecimento é cantada, em prosa e verso, mas na prática não se encontra quase nada. Como as pessoas, universidades também podem adoecer. Encontramos enfermidades adquiridas, quando as instituições são atacadas por governos patogênicos “por excelência”. Pode-se adoecer também pelo ataque de pessoas anfibiontes, como aqueles microorganismos potencialmente patogênicos que fazem parte da “flora” humana normal; por motivos políticos diversos, a instituição fica com a resistência baixa e eles as atacam (5,6). Outros, com verdadeiro espírito universitário pesquisam novos antibióticos para combaterem infecções.
Do Sistema Especial de Reserva de Vagas, para estudantes egressos de escolas públicas nas instituições de educação superior, só mais adiante colheremos os frutos, mas certamente alunos serão penalizados pelo mau ensino que o colega recebeu no ensino médio.
No livro de Yvonne (31), pudemos perceber como deve ter sido o critério utilizado para admissão dos novos alunos naquela universidade. Diz o diretor aos calouros: ” – Iniciais neste momento fase nova em vossa existência de Espíritos delituosos, meus caros amigos! Dentre tantos padecentes que convosco chegaram a esta Colônia, fostes os únicos a atingir condições indispensáveis às lutas do aprendizado espiritual que vos conferirá base sólida para aquisição de valores pessoais nos dias porvindouros”.
Hoje há entre espíritas um interesse maior pela universidade. Os que são docentes estão procurando oferecer reflexões, mesmo modestas como essas.
Apesar das inúmeras iniciativas, o preconceito na academia ainda se manifesta quando nos revelamos espíritas. O brasileiro é preconceituoso. Há preconceito com o deficiente visual, com o negro, epilepsia, hanseníase, AIDS (13,21,32).
2. Vinte e Nove de Agosto.
Não é por acaso que, tenho em mãos a tese do doutorando Brasilio Marcondes Machado (27), apresentada no dia 29 de agosto e defendida no dia 26 de dezembro. Brasilio é semelhante ao cego de nascença, que curado por Jesus deu o seu testemunho, diante dos fariseus (16). Na tese, diversos pontos me chamaram a atenção. Um deles, de valor “estimativo”, foi o dia de sua apresentação. Na pós-graduação, também defendemos tese de mestrado no mesmo dia, embora 52 anos depois. O vinte e nove de agosto se repete em 1979, quando defendemos na UFRJ a tese de doutoramento.
Os temas e os resultados são diferentes.
Brasilio traz uma “Contribuição ao estudo da Psychiatria (Espiritismo e Metapsychismo)”, em 1922.
Outro ponto que nos chamou a atenção é a nota, na folha de rosto: “A Faculdade não approva nem reprova as opiniões exaradas nas theses pelos seus autores”. Art. 95 do Regimento Interno da Faculdade de Medicina do Rio de janeiro”.
Um terceiro ponto, encontrado antes das dedicatórias é “Uma Explicação”, oferecida pelo doutorando.
“- Ao apresentar minha these para defesa perante a Faculdade, não cometti a ingenuidade de esperar fosse approvada, não obstante dispor o art. 95 do Regimento Interno vigente que a Faculdade não approva nem reprova as opiniões exaradas nellas pelos seus autores”.
“Temia fosse rejeitada sob a allegação do que dispõe o art. 94: – os alumnos que concluírem o curso médico poderão defender these sobre assumpto à sua escolha dentre as matérias ensinadas no referido curso”.
“Aconteceu, porém que essa allegação não poderia ser feita porque já havia sido defendida e approvada uma these contra o espiritismo”.
“Assim, fui chamado à defesa do meu trabalho a 26 de dezembro, as 13:30 horas”.
“Reprovado”.
“Deste resultado julguem os que me lerem, pois não quero ser juiz em causa própria”.
“Graças a Deus as fogueiras estão extinctas e os Torquemadas fora de moda”
“Le monde marche…”
“Vou esperar o um dia depois do outro para voltar à defesa desta mesma causa que, então, será a de todos nós, na sciencia ou fora dela”.
Vinte e nove de agosto – um dia especial que nos marcou!
Não conhecemos o Dr. Machado, mas parece não haver dúvida de sua condição de médico e espírita verdadeiro (22).
3. Pessoas e Números Estimulantes.
Uma questão, ainda, não resolvida pelas universidades é a do tempo integral e dedicação exclusiva. Alguns professores preferem o horário parcial, para chegarem a um salário melhor na iniciativa privada, o que não conseguiriam com a dedicação exclusiva. Encontramos os que optaram pelo horário integral, mas não o cumprem. Isso cria um problema. É através do processo de socialização que ideais, valores e crenças passam a ser entendidas e visualizadas como referências importantes para o desenvolvimento da ciência e do saber (28,29).
A relação professor-aluno, na Cidade Universitária descrita pela médium Yvonne, é logo de início uma atitude de transparência. Narra um dos calouros: – “Participou-nos, em seguida, que sua primeira aula consistiria na apresentação de sua personalidade a nós outros, seus discípulos”.
A atitude do instrutor não era de mera formalidade; apresentação de sua linha de pesquisa; listagem de seus trabalhos publicados em revistas de renome internacional “espiritual”, mas na “apresentação de sua personalidade”.
Continua narrando o aprendiz: – “Que necessário seria que o conhecêssemos intimamente, a fim de que seus exemplos nos estimulassem na senda espinhosa em que seríamos chamados a solver vultosos débitos, porquanto será sempre de boa pedagogia que o mentor apresente seus próprios exemplos aos alunos, a quem inicie, e também para que aprendêssemos a amá-lo, e nele confiar, tornando-nos seus amigos, considerando-o bastante digno de ser ouvido e acatado”.
Esses calouros são espíritos que carregam grandes débitos e, portanto, iniciam a vida universitária com algumas dificuldades. Teriam eles liberdade total no campus universitário?
O primeiro dos direitos naturais é o de viver. Um dos princípios fundamentais da justiça é a liberdade. Determinadas ações, desenvolvidas por uma pessoa podem restringir a liberdade da outra. Este princípio não pode exigir a oferta incondicional da liberdade total a todos. Esta deve ser contida pela necessidade de proteger a do próximo. Um outro princípio é o da “diferença”. Com base neste princípio, é que as desigualdades sociais e econômicas devem ser organizadas, da forma que tragam os maiores benefícios aos menos favorecidos e possam propiciar funções e posições acessíveis a todos, em condições de uma justa igualdade de oportunidades (13).
Mello (30) diz que “a igualdade”, princípio jurídico-filosófico é base dos direitos humanos. Mas, não existe igualdade jurídica, quando há uma desigualdade de fato. A ação afirmativa visa corrigir a distorção. Desenvolvida nos EUA, é ação necessária para proteger aqueles que iniciam a sua “corrida” na sociedade em condições desvantajosas.
Faz-se necessária uma ação afirmativa (descriminação positiva), no ensino superior, protegendo aqueles universitários que demonstram maior potencial para o ensino superior, para a produção do conhecimento. No entanto, estes alunos podem iniciar sua “corrida”, em condições desvantajosas, numa universidade eventualmente agredida por um governo inábil ou populista. A discriminação positiva poderá oferecer melhores resultados, se os responsáveis pela educação superior perceberem que esses alunos diferenciados (o que a universidade tem de melhor), não pertencem a uma classe social, mas também oferecerem, em contra-partida, as condições reais para sua formação. Muitos destes alunos e professores, mesmo na adversidade, conseguem produzir conhecimento, aceito pelos pares em revistas de impacto. O que eles não fariam se as condições fossem outras?
Imaginem a produção de um professor universitário, que viesse de um país desenvolvido para trabalhar numa universidade brasileira? Sua condição – ser “resiliente”.
Recentemente a UFRJ divulgou os resultados com um novo curso de graduação, voltado para a pesquisa e o ensino. No final, 17 alunos, “resilientes”, haviam apresentado 153 comunicações; 14 delas em Congressos Internacionais; 13 alunos assinavam trabalhos publicados em revistas internacionais. No ano seguinte, encontramos 18 aprovações em concursos públicos para a pós-graduação (2,24).
Em 1980, divulgamos os resultados do acompanhamento de 255 biomédicos formados pela Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Olhando as turmas, de 1968 a 1978 encontramos números estimulantes e motivos para uma ampla discussão sobre ensino-pesquisa. Professores universitários eram = 80; Mestres ou mestrandos = 103; doutorandos = 6; doutores = 8, em apenas 11 anos (7,8,10,11).
4. Para Sobreviver.
Em 1994, comentamos a necessidade dos governos estarem alertas com relação às doenças transmissíveis (6). Posteriormente, ressaltamos a importância da vacinação (26), contra as doenças microbianas. Quando os governos não realizam ações preventivas, os surtos epidêmicos reaparecem ocasionando perdas e danos. Com relação à universidade de qualidade podemos encontrar a iatrogenia “da omissão” e “intromissão”. As universidades e seus docentes-pesquisadores adoecem.
A professora, Fátima Araújo de Carvalho (3), que realizou seus estudos de pós-graduação estudando um tema “em alta”, nos diz que “a resiliência é caracterizada por um conjunto de atitudes adotadas pelo ser humano para resistir aos embates da vida. O ser resiliente não foge das opressões e consegue neutralizar seus efeitos, sem que necessariamente as mesmas sejam afastadas ou diminuídas”.
A professora, Fátima, de São José dos Campos, nos remete ao texto de Heloisa Helvécia – “Resiliência em Alta”.
Heloisa, na Folha de São Paulo, destaca o termo deslocado da Física: “este conceito nomeia a propriedade de alguns materiais de acumular energia, quando exigidos e estressados, a voltar ao seu estado original sem qualquer deformação”.
A articulista da Folha diz que “essa característica vem contando pontos como competência humana”. Seria a mesma “habilidade do elástico, ou da vara do salto em altura – aquela que enverga no limite máximo sem quebrar, volta com tudo e lança o atleta para o alto”.
Procurando elucidar o tema, Fátima enviou carta para a seção do leitor, com o seguinte comentário: no texto “Resiliência: um conceito em alta” há falha em fazer a simples transposição do conceito de resiliência da Física para a psicologia. Na Física, a resiliência, refere-se à propriedade que os corpos têm de voltar à sua forma original sem deformação. Aplicada aos seres humanos, é a capacidade do indivíduo de superar situações de risco e voltar transformado, crescendo com a experiência. Assim, diz-se, que um indivíduo é resiliente quando consegue superar as adversidades, encontrando forças para aprender com elas. É preciso tomar cuidado, para que não façamos como nos EUA, atribuindo a tudo o conceito de resiliência, de meias de seda a comida para cachorro, só para usar um conceito “da moda”.
Não duvidamos da existência de pessoas com alto índice de resistência à frustração, no entanto as agressões podem ocorrer até em pessoas (universidades) “vacinadas” (26). São muitos os que solicitam aposentadoria após acontecimentos angustiantes. Por esse motivo, é necessário ressaltar a importância da angústia na determinação de doenças orgânicas. O estresse pode ser causado por qualquer tipo de situação, que exija uma fase de adaptação orgânica e/ou emocional, com gasto de energia superior àquele a que o organismo está acostumado. O estresse pode ser físico, psíquico ou misto. Um exemplo é internação hospitalar, que induz a estados emocionais intensos. Há momentos, em que encontramos a universidade na porta da UTI.
Os fisiologistas demonstraram que, nos estados de estresses, há liberação de determinadas substâncias de grande importância durante a “síndrome geral de adaptação”, mas que, em longo prazo, têm certo efeito destruidor sobre tecidos, inibindo o crescimento somático e a formação óssea.
Em pessoas estressadas é comum o relato da perda do sono. Períodos curtos de sono ou insônias causam déficit na capacidade de síntese molecular do cérebro, tão necessária à estruturação da memória. Os estressados, podem apresentar um número variado de distúrbios como infarto do miocárdio, úlceras pépticas, doenças circulatórias e outras.
Pode-se fazer uma ligeira comparação, com os princípios relacionados com os “estados excitados”, amplamente utilizados no estudo dos fenômenos atômicos e moleculares, na física quântica. No estresse, o organismo se mantém fora do seu “estado fundamental, estando em níveis mais altos”. Mesmo, numa vida sem grandes novidades não é possível a manutenção constante deste estado fundamental.
O organismo está realmente oscilando o tempo todo em torno desde estado, sendo até possível que o envelhecimento e o tempo de vida estejam relacionados com a intensidade dessa oscilação. Isto exige um processo, quase contínuo, de adaptação às condições oferecidas pelo meio, aquilo que o afasta do seu estado fundamental a todo instante. Surge o paradoxo: para sobreviver, os seres vivos encurtam o seu tempo de vida, envelhecendo (13,14).
5. Pires na Mão.
Professor “caixeiro viajante” é um poli-traumatizado que despencou da ponte entre a pesquisa e o ensino. Muitos ainda não caíram dela, mas é bom lembrar que as exigências são grandes (9) e a resiliência é muito mais freqüente do que se pensa. Hoje há um impasse para todo docente-pesquisador que é a subdivisão de seu tempo em cursos de graduação, pós-graduação, orientação de teses, funções administrativas e/ou executivas, reuniões, contatos, viagens, atividade clínica, atividades diversas, e ainda em conseguir que financiamentos para pesquisa lhes sejam concedidos uma vez que até as lâmpadas do laboratório hoje são compradas desta forma. Nessa correria pelos corredores das financiadoras de projetos, “com o pires na mão”, é que vamos encontrar a origem da visão distorcida de que ensinar e pesquisar são atividades que concorrem entre si. Na Universidade o professor vai se deparar com o binômio, que é questionado apenas quando nos sentimos incapazes de bem realizar “o momento” de uma ou outra atividade. Outros, sob pressões diversas, passam a acreditar que o aluno de graduação é anexo incômodo, que apenas rouba o tempo de pesquisa do professor (8). Mas a função da universidade exige a produção do saber, ou seja, a superação de um saber anterior, na negação de um saber passado para a construção do novo. Neste momento é que surge, latente, a indissociabilidade do ensino e da pesquisa. A pesquisa científica é que move esse processo de superação.
Hoje ainda escutamos as palavras do diretor da Royal Gramar School de Shrewsbury ao jovem que fazia experimentos químicos por sua conta: “Darwin, você está perdendo tempo com coisas inúteis. Cuida da gramática grega e da literatura latina. Elas são as marcas infalíveis de um cavalheiro inglês”.
Darwin, hoje, anda sem prestígio no ensino religioso no Rio de Janeiro. A questão do ensino, em qualquer nível, tradicional ou novo, é como a questão da pesquisa: deve ser vista como um problema conjuntural (9).
6. Umbigo na Bancada
Encontramos também o imobilismo dos professores que adquiriram a estabilidade e estão definitivamente agregados à universidade. A Instituição não encontra uma forma de estimulá-los ou mesmo não consegue oferecer condições mínimas de trabalho. Quando a universidade atinge desenvolvimento adequado ela começa a exigir um bom doutoramento dos candidatos quando existem concursos. “Bom doutoramento” não significa apenas trabalhos publicados no exterior, mas é quando percebemos que o “recém-doutor” deixa de “pegar carona” e demonstra capacidade de dirigir uma linha de pesquisa própria. Afinal, a influência da pesquisa na renovação do ensino não se realiza apenas pela atividade estrita de pesquisa de cada professor, mas também pela comunicação da pesquisa, pelo clima de indagação e efervescência intelectual que ela deve gerar.
A universidade deve trilhar o caminho da pós-graduação (11) e certamente necessita fugir do isolamento trazendo professores visitantes, que não precisam ser todos do exterior. O ethos da ciência é um conjunto de crenças acerca do próprio papel do cientista. A internalização de valores e crenças se dá ao longo do processo de socialização. A integração entre o ensino e a pesquisa está vinculada a experiências que são transmitidas por nossos antecessores, as quais, na forma de um fundo comum de alternativas possíveis funcionam como um código de referência ou orientação. Uma prática que tomou conta da maioria das instituições brasileiras, incluindo a universidade, é a burocratização. Contra ela será necessário lutar, pois reduz o tempo do professor universitário, tempo que poderia ser utilizado encostando o “umbigo na bancada”, junto a seus alunos. Nos países em desenvolvimento a socialização para a pesquisa ocorre tardiamente, isto porque a ciência não é um valor nesta sociedade, o cientista não goza do prestígio social que lhe é conferido nos países onde o desenvolvimento da pesquisa científica é parte fundamental do projeto global da sociedade (28,29).
Não estamos querendo justificar a pobreza de nossas publicações (23) quando lembramos os diversos conflitos que tivemos por melhores condições de pesquisa-ensino, o que na realidade se encontra na lei. Possuirmos alguns artigos publicados em revistas extranacionais, mas isso não impede a autocrítica, através de diversos instrumentos, incluindo seus índices de impacto. No entanto, a autocrítica não estimula nossa frustração, porque talvez em outras condições tudo fosse diferente. O depoimento do campeão olímpico brasileiro é tranqüilizador: “nas condições oferecidas aos atletas no Brasil, só o fato de competir já os torna campeões”. O docente-pesquisador brasileiro também se depara, na olimpíada laboratorial, com atletas de paises desenvolvidos, que não estão “de pires na mão”. Governos devem estimular as ilhas de competência, porque a colonização intelectual é tão cruel como a econômica (9).
7. Imaturos e Semiletrados
A interação social de forma ampla na aldeia global parece apontar para os departamentos estanques como espécies em extinção. Mas como transitar nos caminhos da transdisciplinaridade que é transcultural? A ética transdisciplinar recusa toda atitude que não aceita o diálogo, a discussão, seja qual for a sua origem (18).
Um outro problema é a onda populista, a localização e a dimensão da universidade. Ela pode ficar numa ilha cercada de violência por todos os lados, os governos fazendo pressão para que se aumente o número de vagas, cursos noturnos apontados como alternativa viável e o oferecimento de adicionais por aula dada. Se durante o dia, já nos sentimos inseguros imagine como será à noite com as balas perdidas! Mas, a este se soma outro problema. A nova dimensão certamente afetará a qualidade. Ofereceremos cursos de valor cultural duvidoso? Os alunos sairão imaturos e semiletrados, sem o mínimo de reflexão?
Vamos começar a diplomar os que são capazes de repetir o que já se sabe, reproduzindo de forma estéril os mesmos processos ou métodos que outros produziram ou descreveram. Alguém já lecionou como se fundam e se preservam as universidades. Precisamos de cérebros, depois de cérebros e depois ainda de cérebros em tempo integral e dedicação exclusiva (15). Atividades de pesquisa desenvolvidas por professores não são percebidas por eles apenas como o cumprimento de um preceito de lei, mas como uma prática que pode ser melhor compreendida como a expressão de um ethos e de visão de mundo, internalizadas através de símbolos e processos socializadores, cuja base principal, na grande maioria dos casos, foi a relação tutorial professor-aluno (28,29).
8. Salto de Qualidade
Uma instituição tão importante ainda poderá sofrer o problema do corporativismo interno e aí é bom pensar nas alternativas: lista tríplice elaborada pelo Conselho Universitário para a escolha do Reitor; sufrágio universal ou Comissão constituída por intelectuais externos à universidade.
Imagine-se numa universidade espírita. Aí teremos forçosamente que encontrar Espiritualidade, Transparência e Consciência. Quando desenvolvemos o intelecto somos capazes de saber se uma ação é boa ou má, mas a escolha do caminho a tomar depende do desenvolvimento de outro domínio. Domínio cognitivo e domínio da inteligência ética-emocional são duas asas simbólicas já bem conhecidas. Nossos candidatos deverão demonstrar respeito pela autoridade, pela manutenção da ordem social, pelos direitos individuais. Deverão ser guiados por princípios éticos, como justiça, reciprocidade, igualdade e respeito pela dignidade do ser humano (17,19).
Essas são condições necessárias que aliadas a outras geralmente são apontadas pela “Comissão de Notáveis”.
O professor Carneiro (1) começa seu artigo com uma frase de Bukharin (1888-1937): “sustento que nenhuma pessoa que pense e seja culta, pode manter-se alheia à política”. Carneiro afirma que “acirra-se o preconceito e a discriminação contra o nordestino, agora formalizada contra o médico graduado por universidade do nordeste. A reserva de cotas de vagas para Residência Médica para nordestinos, nas universidades, da região leste e sul do Brasil. A proposta foi divulgada pela atual Secretaria Executiva da Comissão de Residência Médica do Ministério da Educação (MEC)”. Carneiro comenta que “médicos nordestinos não precisam de privilégios, nem de esmolas, mas de eqüidade e justiça, já que as discriminações subliminares e, às vezes explícitas, persistem em nossa sociedade do século XXI”.
Pelo andar da carruagem, será que chegaremos a discutir um sistema de cotas para os adeptos da Doutrina Espírita? Enfermidades adquiridas pela universidade foi um breve esboço, resta discutir as doenças congênitas, aquelas detectáveis no período de gestação..
Mas e agora que nos deparamos com diversos problemas que uma “cidade universitária” pode ter aqui na Terra, qual é o papel do espírita quando presente nela? Deve ele se preocupar com o Espiritismo no seu ambiente universitário, ou serão antagônicas a universidade e a Doutrina dos Espíritos e, por isso, seja melhor escolher a neutralidade?
O espírito científico, entenda-se espírito como ânimo ou índole, é uma capacidade inerente ao ser humano, ele jaz, latente, e pode ser educado, potencializado de diversas formas e é comum a todas as ciências, desde as exatas até às sociais. Uma das suas principais características é provocar no homem uma inexorável vontade de entender as coisas. A busca do conhecimento não é uma meta, mas uma prioridade, uma condição a ser superada (33).
O leitor atento poderá perceber que a Introdução de O Livro dos Espíritos narra um trabalho de classificação feito por Kardec, na tentativa de entender os fatos, que culminou no surgimento daquilo que chamamos de Doutrina Espírita ou Espiritismo.
A preocupação de codificador e o seu espírito científico podem ser observados nas seguintes sentenças (34): “Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis. (…) O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”.
Percebe-se que Kardec não falava somente da Doutrina Espírita mas de toda e qualquer doutrina e, como tal, sua codificação deveria seguir os critérios desenvolvidos e discutidos ao longo da História da Ciência. O estudo aprofundado das obras escritas pelo codificador (que contêm todos os seus verdadeiros princípios) mostra que como tal ela surgiu da observação metódica e criteriosa de fatos, o que a torna de bases científicas. O levantamento de hipóteses para a explicação destes fatos (movimentos de objetos e comunicação com supostos “mortos”) foi feito de forma sistemática e lógica, o que a torna de desenvolvimento filosófico no âmbito das idéias. Esses dois aspectos da Doutrina já servem de base para justificar que o ambiente universitário é extremamente propício à difusão das idéias espíritas.
Por fim, e como objetivo maior, as implicações acarretadas da inferência dos postulados da nova Doutrina exigem (no sentido de ser inegável) uma transformação moral de todo indivíduo que a aceite como verdade, por isso ela é tida como tendo finalidade religiosa. Além deste último fato, quem examina a obra de Kardec verifica logicamente que os ensinamentos de Jesus apresentam total analogia com os da Doutrina. Como a figura do Cristo foi vinculada ao conceito de religião desde o início dos tempos, fica claro que o aspecto religioso seja uma das faces do Espiritismo.
Mas como classificar a Doutrina? É ela uma ciência, uma filosofia ou uma religião? Você, leitor, em qual prateleira colocaria os livros espíritas? Há muita controvérsia acerca da natureza (ou classificação) que se pode dar da Doutrina, já na época de Kardec a confusão estava estabelecida e o próprio sentiu a necessidade de manifestar-se e esclarecer o que é o Espiritismo, na Revista Espírita.
O tríplice aspecto da Doutrina estava claro para o jovem na mocidade espírita (4). Ele funciona como um tripé. A máxima sustentação do objeto só pode ser alcançada se os pés tiverem o mesmo tamanho e sejam capazes de sustentar a mesma massa. A simetria deve ser máxima, o triângulo formado pelos pés no solo deve ser equilátero, ou seja, lados iguais, ângulos iguais e o centro de massa deve estar perfeitamente direcionado para o baricentro deste triângulo. Caso contrário, um dos pés pode ceder e o objeto cai por terra. O Espiritismo necessita das três sustentações, todas com a mesma importância, se uma delas fracassar ele cai por Terra. Talvez por isso Dr. Bezerra de Menezes tenha se esforçado tanto na unificação do movimento espírita no Brasil do início do século XIX.
O Espiritismo é ao mesmo tempo todas as três e não é nenhuma em separado. O Espiritismo é uma coisa nova. Da citação anterior ressaltaremos que esta Doutrina nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande que Kardec preocupou-se em criar um neologismo, inventar uma palavra que não existia para designá-la, Espiritismo (Espiritisme, no original francês). O que fazer, então, na universidade? Devemos privilegiar um ou outro aspecto da Doutrina?
Os jovens precisam conhecer uma ordem de idéias que leve a um comportamento ético perante a vida (36). Esse é o objetivo da fé raciocinada, ou seja, quando o indivíduo compreende o verdadeiro valor da vida passa a ter uma atitude mais séria perante ela, amadurece. Essa compreensão pode vir através do estudo do Espiritismo e nesse ponto, a educação espírita tem um papel fundamental.
O Espiritismo na universidade não é idéia nova. O registro mais antigo que temos conhecimento é que o Primeiro Seminário de Estudos Espíritas da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil, ocorreu em 23 de maio de 1984. Nestes vinte anos, o Núcleo Espírita Universitário de Londrina vem desenvolvendo excelentes atividades (37). A iniciativa paranaense parece ter estimulado grupos de outros locais do país e em 1992 foi criado o Núcleo Espírita Universitário do Fundão. Levou esta denominação porque estava situado na Ilha do Fundão, local da maioria dos edifícios da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esse grupo foi um foco de divulgação da idéia espírita na universidade. Em pouco tempo, estávamos trabalhando em conjunto com o NEU Fundão e dessa união percebemos que era necessário criar o Núcleo Espírita Universitário do Rio de Janeiro (NEU-RJ), onde diversas equipes de universidades do Estado estariam trabalhando em conjunto. Com o auxílio da Internet, a chama se espalhou e em dois anos, foram criados Núcleos Espíritas Universitários em outras universidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Universitária Augusto Motta (SUAM), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO). A partir deste trabalho, outro grupo se formou na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
Mas qual é a importância de um núcleo espírita na universidade?
Para a comunidade do NEU-RJ, sua importância é abrir “mais um espaço de sensibilização individual e coletiva para questões complexas como violência, pobreza, exclusão social, corrupção, entre outros. Também tem como objetivo desenvolver a espiritualidade do ser, a sua inteligência cognitiva, afetiva e principalmente emocional-moral. Procuramos contribuir no desenvolvimento da fé, da esperança e da caridade” (38). O exemplo continua sendo a melhor forma de divulgar o Espiritismo.
Já que o Espiritismo é uma doutrina de bases científicas, desenvolvimento filosófico e conseqüências morais, por que não ter um espaço aberto para estudo desta na universidade. Por que não divulgá-la entre aqueles que procuram uma formação profissional? Não se trata de uma tentativa de elitizar a Doutrina, mas de abrir mais um espaço de divulgação, especialmente porque se direciona para uma Instituição onde, na maioria das vezes, o materialismo prevalece. Já podemos perceber diversas iniciativas da comunidade acadêmica para moralizar as atividades universitárias, por que não contribuirmos para a concretização desses esforços?
A compreensão dos postulados espíritas auxilia na formação do profissional, pois acima de tudo contribui para a formação da consciência-cidadã, para o bem coletivo. No momento em que isso estiver acontecendo, e já está, a universidade estará contribuindo para a causa espírita e, acima de tudo, o Espiritismo estará contribuindo com a causa da universidade. Se a mensagem espírita for lançada no ambiente universitário, mais uma contribuição da Doutrina estará sendo feita para modificar as bases da sociedade. Esse trabalho sinérgico é a proposta do Núcleo Espírita Universitário do Rio de Janeiro.
“Se a Doutrina Espírita chegasse à universidade, iluminaria consciências e o panorama seria outro.
Chegar à universidade! Aí está o nó da questão! ”(13)
Com certeza, a citação anterior encontra analogia nas palavras de Kardec: “Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceitas pelas massas humanas (e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as idéias novas que hão encontrado oposição: os sábios se renderão à evidência. Lá chegarão, individualmente, pela força das coisas” (35).
Retornemos a “Mansão da Esperança”, lá na “Cidade Universitária” espiritual:
“Outros cursos fazíamos, não menos importantes para a nossa reeducação, alternadamente com o da Moral estatuída pelo insigne Mestre Nazareno. Um deles prendia-se à Ciência Universal, cujos rudimentos nos deram, então, a conhecer – dois anos depois de iniciados no curso de Moral Cristã – através de estudos profundos. Análises tão penosas quão sublimes! E nestas mesmas análises entrava a necessidade de estudarmos a nós próprios, aprendendo a nos conhecermos intimamente!”
O Espírito fez destaque: – “Ninguém entrará no reino de Deus se não nascer de novo”. Nascer de novo é tão difícil de explicar, quanto conciliar a bondade de Deus e o nascimento de crianças cegas (16,25).
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Nota.
Diversos artigos, das referências bibliográficas, podem ser encontrados nos endereços eletrônicos:
- https://espirito.org.br/
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- http://www.cefamiami.com/
- http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/
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- http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/LIHPE/historia01.html
(Retirado do Boletim GEAE Número 478 de 15 de julho de 2004)