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Autoestima – Parte II

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Podemos falar de problemas de autoestima na vida pessoal e familiar? E nas relações afetivas, também aparecem dificuldades relacionadas à autoestima?

Aquelas frases que ouvimos e que parecem inconseqüentes, são mais graves do que podemos supor. “Você é burro mesmo!”, “Você é cabeçudo!”, “Desse jeito você nunca vai achar quem goste de você!”. Mais prejudiciais ainda são as comparações de que somos alvo quando ainda crianças, e também depois de adultos: “ Você não tem jeito mesmo, veja o seu irmão como é bonzinho!”, “O menorzinho não me dá trabalho nenhum mas o mais velho é um problema!”. Com essas comparações, não é de estranhar que entre irmãos ou irmãs existam tantas dúvidas e inseguranças. Quando pequenos, sempre somos atormentados pelos fantasmas de termos sido adotados e que o nosso irmão é filho legítimo, portanto mais amado e querido.

Não é também sem razão que na idade adulta, e ao iniciarmos as nossas relações afetivas, estas inseguranças apareçam novamente como fantasmas vindo do nosso passado e da maneira como fomos educados. É o preço que pagamos pelos medos que foram sendo colocados dentro de nós.

Como podemos evitar que a nossa autoestima seja afetada? Que cuidados ou que coisas devemos fazer?

Basicamente é a maneira como educamos nossos filhos que fará o grande diferencial para que venham a ser pessoas melhores e mais livres de muitos dos problemas da baixa estima.

Quanto a nós, adultos formados, com nossos “olhares internos” viciados em enxergar o nosso modo de ser sempre da mesma maneira e com atitudes e hábitos consolidados, precisamos fazer uma espécie de revisão ou incursão pela nossa auto consciência. É ela que vai nos salvar, pelo menos em parte, de nossa baixa estima.

A transparência e a honestidade com que, desde cedo, tratarmos nossas próprias limitações, falhas, sentimentos bons ou maus e nossas incoerências, farão com que sejamos o mais verdadeiro possível perante nós mesmos. Devemos reaver um modo próprio de sermos nós mesmos. Isso nos fará seres humanos mais transparentes e mais íntegros. Não podemos continuar a olhar para dentro de nós mesmos apenas como se estivéssemos frente ao espelho. O espelho apenas reflete o que mostramos a ele. O que permitimos que seja refletido. Por isso o olhar interno é mais eficiente pois pode nos ver também pelas costas e por todos os lados. Se viajarmos para dentro de nós poderemos percorrer os nossos cantos e entrar por frestas que nem sempre visitamos.

Como escreveu o poeta Rilke: “Se imaginarmos a existência do indivíduo como um quarto mais ou menos amplo, veremos que a maioria não conhece senão um canto do seu quarto, um vão de janela, uma lista por onde passeiam o tempo todo, para assim possuir certa segurança.” Este é o exame da auto consciência.

Kardec em o “Livro dos Espíritos”, nos convoca a um empreendimento individual e solitário, que exige a nossa vontade: “O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual” (…) aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência (…) formulai, portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las”.

Tais atitudes talvez não nos façam modelos de excelência, mas certamente nos farão pessoas capazes de viver uma existência mais íntegra e centrada no auto conhecimento. Assim, afastaremos de nós, cada vez mais, o “velho ser” que fomos e talvez sejamos capazes de inspirar os nossos semelhantes.

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