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Chico Xavier – A Face Luminosa do Espiritismo

Chico Xavier – A Face Luminosa do Espiritismo

É costume ver pessoas perguntando-se sobre as maiores personalidades do
século, os maiores livros, os grandes acontecimento. Os espíritas também, até
mesmo inconscientemente, procedem às suas classificações. Podendo variar o livro
de preferência, o romance mais comovente, o estudo mais profundo e penetrante,
não variam, no entanto, certas referências. Chico Xavier é um desses
referenciais maiores do Espiritismo, em qualquer nível intelectual.

Como ninguém põe em dúvida a importância de Kardec, também ninguém se esquece
de reconhecer a importância de Chico Xavier. Dos dez maiores livros espíritas do
século XX, sete são da lavra mediúnica desse mineiro de Pedro Leopoldo, que está
acompanhado nesta lista de outros três grandes personagens da história do
Espiritismo: a formidável médium Yvonne Pereira e os dois grandes filósofos da
história de nossa Doutrina: Léon Denis e Herculano Pires. Chico Xavier, além de
respeitado e reconhecido, podemos dizer também: é a mais nítida face do
Espiritismo, é o seu melhor modelo que temos dentre nós, os encarnados.

E vale lembrar, nestes noventa anos de vida terrena de Chico, a propósito de
Herculano Pires, a alcunha que este grande filósofo deu ao nosso principal
médium: o “interexistencial”. Quem mais, neste mundo do século XX, bombardeado
pela informação rápida, pelos computadores, pela Internet, pelo rádio e a
televisão, pela vida apressada e sem tempo, pela cultura de massa, quem mais,
neste século de tantos homens, tantas guerras, tantas experiências marcantes,
pôde viver tão serenamente, e com tanta certeza e plenitude, uma vida material
intensa ao lado da maior naturalidade possível na convivência com o plano
espiritual? Só Chico Xavier soube, como nenhum outro, ser cidadão deste mundo,
ao mesmo tempo que foi cidadão ativo e participante dessa outra realidade que
para ele está tão próxima, o plano espiritual!

Centenas de livros, milhares de espíritos psicografando páginas, consolando e
ensinando. O Espiritismo, se precisasse se resumir em uma pessoa, sentiria folga
em se encerrar no exemplo deste humilde cidadão de Minas Gerais, que passa os
noventa anos de sua vida podendo ser rico e poderoso, mas sendo criatura humilde
e um irmão, dizendo-se um cisco, lembrando-nos a todos das virtudes puras do
cristianismo, que ainda nos dias de hoje puderam ser vividas.

Alguém disse, certa vez, que alguns homens, com o passar dos séculos, de tão
incríveis, com vidas tão extraordinárias, deixariam de ser considerados como
história, para virar lenda. Nós, brasileiros, espíritas ou não-espíritas, que
vivemos o século XX, tivemos a honra de abrigar neste nosso século, de
presenciar e confirmar, ao nosso lado, uma das maiores lendas vivas da história
da humanidade, um homem que psicografou livros de centenas de autores e estilos,
que escreveu versos, em línguas diversas, falou da ciência, de filosofia e fé,
um homem que, honestamente e sem ser vencido, soube ser cristão dois mil anos
depois do Cristo ter vindo à nossa Terra. Se há pessoas na face da Terra mais
próximas do Cristo, podemos ter certeza, de que um desses é Chico Xavier.

(Revista Candeia Literária – Nº 18 – Janeiro/2000)