Apesar das dificuldades que enfrenta contra o preconceito e a ignorância, o
Espiritismo triunfará.
Como os Espíritos Superiores disseram a Allan Kardec, o Espiritismo está em a
natureza e nada se lhe poderá opor.
Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, o Espiritismo não logrará a
adesão das massas aos seus postulados, qual se, de um instante para o outro,
todos se lhe rendessem à lógica insofismável.
A conversão à Doutrina Espírita, semelhante ao que aconteceu com o
Cristianismo, acontecerá de maneira individual, subordinando-se ao
amadurecimento de cada alma.
É o que temos visto acontecer em toda parte…
Chegado o momento, mesmo sem terem sequer conhecimento da existência da
filosofia espírita, os homens, intuitivamente, abraçam os seus princípios e
tornam-se partidários da Reencarnação, da Lei de Causa e Efeito, da Mediunidade,
da Pluralidade dos Mundos Habitados…
Acontece com os homens de hoje, em relação à conversão espírita, o que
aconteceu com os cristãos dos primeiros tempos, quando, deixando tudo o que
estavam fazendo, decidiam-se a seguir o Senhor, atraídos pela sinceridade de
suas palavras.
Neste sentido, ainda queremos ressaltar que, embora o fenômeno mediúnico seja
um caminho para a conversão dos homens às realidade do Mundo Invisível, a
conversão genuína que se opera em profundidade é aquela que é fruto da razão. Os
que se convencem porque viram poderão duvidar mais tarde, crendo-se vítimas da
ilusão, mas os que se convertem porque entenderam jamais desfalecerão na fé,
sejam quais forem os motivos à decepção que venham sofrer.
Assim, prossigamos na tarefa da divulgação espírita, sem outra ansiedade que
não seja a de vivenciarmos os postulados da Terceira Revelação.
Preocupando-nos com a construção da Reino de Deus em nós, estaremos dando a
nossa mais efetiva colaboração para a sua edificação sobre a Terra.
Abracemos o Espiritismo com tranqüilidade, sem a preocupação de impormos a
nossa fé aos outros, porque a violência não consta das Leis que regem a Vida.
Enquanto não teve a sua “entrevista pessoal” com o Cristo, na solidão do
deserto escaldante, Paulo não converteu-se ao Evangelho do qual tornou-se fiel
defensor até o fim de seus dias…
Muitos dos que tiveram a abençoada oportunidade de ouvir o Senhor não
aceitaram a Verdade que ele anunciava senão depois de serem chamados a reflexões
mais profundas através da dor.
Semeemos a boa semente e deixemos, com Deus, o seu crescimento.
A nossa tarefa é a de, incansavelmente, semear, na certeza de que as sementes
que caírem em terreno fértil haverão de germinar a seu tempo.
Meditemos que, passados dois mil anos, o Senhor pacientemente ainda espera
que os homens descerrem o coração à Boa Nova, na expectativa do despertar de
cada consciência.
(Do livro “Irmãos do Caminho”, – Carlos A. Baccelli – Espíritos Diversos”