Bem oportuna a decisão do Ministério Público Federal de iniciativa com dez medidas de combate à corrupção. O processo de aprovação assemelha-se ao recente “Ficha Limpa”, que impede candidatos de serem eleitos, caso comprometidos com a justiça, e requer lista de assinaturas com essa solicitação, para seguir adiante para votação. Fala-se da necessidade um milhão e meio de assinaturas, com identificação do cidadão e eleitor, inclusive com número do título de eleitor.
Com a drástica situação moral do país, em termos do comportamento político de um bom número de eleitos que se desviam dos objetivos dos cargos que ocupam, a mobilização popular é mesmo um recurso útil e necessário.
Incrível a democracia: todos queremos a liberdade, mas ela leva a situações como a que aqui comentamos, chegando ao ponto de exigir mobilização para impedir atos lesivos à própria liberdade.
Como cidadãos temos o dever nesse sentido. Os abusos extrapolaram os limites da decência e da dignidade, com prejuízos sociais coletivos de expressão e a iniciativa, que não tem vinculação partidária, merece nossa atenção nesse momento conturbado do país.
Não há como se omitir com a iniciativa. Todos estamos sentido na pele as irresponsabilidade de atuação política e administrativa, face à corrupção e seus lamentáveis desdobramentos.
Desejo sugerir ao leitor acesse a página específica do MPF na internet para imprimir a lista e mobilizar conhecidos para juntarmos forças em favor da causa. A página é rica de informações e já mobiliza grupos em todo o país.
Para quem não está habituado à net, basta pesquisar com a seguinte expressão: 10 medidas de combate à corrupção ou acessar diretamente pelo site: 10medidas.mpf.mp.br
Sob a visão espírita a questão merece ampla consulta nas obras básicas e mesmo nas valiosas considerações de Emanuel e André Luiz, vastos arsenais de conhecimento e pesquisa. Podemos estudar o assunto à luz dos estados de consciência, ou mesmo debater sob o ponto de vista da lei de causa e efeito, do nível de maturidade dos espíritos encarnados no planeta, buscar embasamento nos ensinos claros de Jesus no respeito à vida e ao próximo e mesmo aprofundar pesquisa nas Leis de Liberdade, Trabalho, Sociedade, Progresso, Igualdade, entre outras. O assunto é vasto, o material disponível é inesgotável e abre perspectivas imensas no entendimento da grave questão vivenciada no momento do país e o barulho provocado pela corrupção.
Desejamos, todavia, utilizar magnífico trecho da resposta à questão 860 de O Livro dos Espíritos. Informam os espíritos que “(…) para fazer o bem, como o deve ser, e como isso é o único objetivo da vida, pode impedir o mal, sobretudo aquele que poderia contribuir para um mal maior.”
Notemos o detalhe embutido: o bem pode impedir o mal. E mais: sobretudo aquele que poderia contribuir para u mal maior. O mal que vivemos atualmente é fruto de nossa omissão social, que permite os abusos em andamento, mesmo a lentidão e empecilhos quase insuperáveis. É fruto sim de nossa ausência de cidadania ou indiferença política. Essa noção enquadra-se em outro pensamento expresso na citada resposta: Fazer o bem é o único objetivo da vida. E isso requer nossa participação na vida social, inclusive para impedir o mal.