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Divulgação

A tarefa na divulgação da Doutrina Espírita, explicando os ensinamentos de
Nosso Senhor Jesus Cristo, deve merecer maior entendimento e nosso melhor
carinho. É verdade que o pão material remove a fome agressiva do corpo, no
entanto, que agente suprimirá a fome da alma, acalentada, muitas vezes, na
sombra da inércia ou no fogo da prova, senão o esclarecimento espírita,
suscetível de asserenar as forças desgovernadas do coração?

Vemos, naturalmente sensibilizados, as multidões dos necessitados de recursos
físicos, agitando-se em toda parte, a requisitarem medidas que o trabalho e a
assistência podem promover com a segurança do comando administrativo, orientado
com o necessário equilíbrio no senso das responsabilidades triviais que conduzem
a vida, contudo, amarga-nos o sentimento contemplar aquelas outras fileiras de
necessitados da alma, reunindo, muitas vezes, os que se verticalizam no traje
distinto e na higidez orgânica impecável, mas que se estiram por dentro nas
trevas da revolta e do desespero, da tristeza e da negação, absolutamente
desprevenidos de qualquer imunização contra criminalidade e a bancarrota de
espírito, nos domínios da saúde moral.

Divulguemos, sim, a instrução e o consolo, a paz e o aviso da Doutrina
Espírita em favor dos que jazem fronteiriços à delinquência e à loucura, à
enfermidade e à morte, sem razão de ser. Em muitas circunstâncias, a criatura
não espera senão uma frase, um apontamento, uma elucidação ou uma benção verbal,
de maneira a forrar-se contra a queda em precipícios fatais. Trabalhemos pela
distribuição organizada e metódica do conhecimento espírita-cristão, com o mesmo
devotamento com que se procura estabelecer um serviço de água e luz. Água viva
das verdades eternas que refrigere o coração humano e lhe restaure as energias;
luz da vida imperecível que arrebate a criatura humana ao círculo de trevas em
que tanta vez se compraz, por ignorância ou desorientação.

Recordemos as palavras do Cristo de Deus: “Brilhe vossa luz diante dos
homens, para que os homens conheçam as vossas boas obras, glorificando o Pai que
está nos Céus”.

Capacitemo-nos de que ninguém consegue realizar algo de bom sem oferecer algo
de si para que se faça o melhor ao nosso alcance e trabalhemos com Jesus
constantemente.

(Recebido por Francisco Cândido Xavier)

Correio Fraterno – Fevereiro de 1968