Espiritismo: Doutrina Indestrutível e Reveladora
“Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é necessário para guiar o
homem no caminho da Verdade, mas abstêm-se de revelar-lhe o que pode descobrir
por si mesmo”.
Allan Kardec (1)
O Singular Discípulo de Pestalozzi, prestou o mais eminente serviço à
Humanidade, chamando a atenção e provocando discussões sobre fatos que até então
pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas…
No ano X da era do Espiritismo filosófico, iniciada com a publicação de “O
Livro dos Espíritos”, já suas raízes se estendiam de um a outro polo.
O próprio Kardec, teve oportunidade de testemunhas (2)
“esta circunstância inaudita na história das doutrinas que lhe dá força
excepcional e irresistível poder de ação. De fato, se a perseguiram num ponto,
em determinado país, será materialmente impossível que a persigam em toda parte
e em todos os países. Em contraposição a um lugar onde lhe embaracem a marcha,
haverá mil outros em que florescerá. Ainda mais: Se a ferirem num indivíduo, não
poderão feri-la nos Espíritos, que são a fonte donde ela promana. Ora, como os
Espíritos estão em toda parte e existirão sempre, se, por um acaso impossível,
conseguissem sufocá-la em todo o Globo, ela reapareceria pouco tempo depois,
porque repousa sobre um fato que está em a Natureza e não se podem suprimir as
leis da Natureza. Eis aí o de que devem persuadir aqueles que sonham com o
aniquilamento do Espiritismo”.
Kardec conseguiu concentrar as forças dispersas, erguendo o granítico e
indestrutível monumento, único no mundo, quadro vivo da verdadeira história do
Espiritismo moderno, arquivo precioso para a posteridade, com os inexpugnáveis
testemunhos dos Benfeitores da Humanidade: “O Livro dos Espíritos”.
A Doutrina Espírita é o Cristianismo Redivivo. Veio completar o ensino do
Cristo. Não ensina nada diferente daquilo que o Mestre Maior ensinou; apenas vem
tornar inteligíveis Suas palavras muitas vezes esmaecidas no denso nevoeiro do
parabolismo ou ocultas nos meandros dos sentidos figurados.
O Espiritismo ainda que só fizesse forrar o homem à dúvida relativamente à
Vida Futura, teria feito mais pelo seu aperfeiçoamento moral do que todas as
leis disciplinares, que o detêm algumas vezes, mas que não o transformam.
Segundo Kardec, o que significa dizer, segundo a Verdade (3),
“O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário,
confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza, que revela,
tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros do ensino cristão,
tornando inteligível certas partes do Evangelho que antes pareciam
inverossímeis, fazendo com que qualquer criatura veja melhor o seu alcance,
facultando a possibilidade de insofismável distinção entre a realidade e a
alegoria. Com as lentes da Doutrina Espírita, o Cristo cresce: já não é
simplesmente um filósofo, é um Messias Divino.
Demais, se se considerar o poder moralizador do Espiritismo, pela finalidade
que assina a todas as ações da Vida, por tornar quase tangíveis as conseqüências
do bem e do mal, pela força moral, a coragem e as consolações que dá nas
aflições, mediante inalterável confiança no futuro, pela idéia de ter cada um
perto de si os seres a quem amou, a certeza de os rever, a possibilidade de
confabular com eles; enfim, pela certeza de que tudo quanto se fez, quanto se
adquiriu em inteligência, sabedoria e moralidade, até à última hora de Vida
somática, não fica perdido, que tudo aproveita ao adiantamento do Espírito,
reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessa do Cristo a respeito do
“Consolador” anunciado.
Se a esses resultados adicionarmos a rapidez prodigiosa da propagação do
Espiritismo, apesar de tudo quanto fazem por abatê-lo, não se poderá negar que a
sua vinda seja providencial, visto que ele triunfa de todas as forças e de toda
a má-vontade dos homens. A finalidade com que é aceito por grande número de
pessoas, sem constrangimento, apenas pelo poder da idéia, prova que ele
corresponde a uma necessidade, qual a de crer o homem em alguma coisa para
encher o vácuo aberto pela incredulidade.
São em grande número os aflitos; não é, pois, de admirar que tanta gente
acolha uma Doutrina que consola, de preferência às que desesperam, porque os
deserdados, mais do que aos felizes do mundo é que o Espiritismo se dirige. O
doente vê chegar o médico com maior satisfação do que aquele que está bem de
saúde; ora, os aflitos são os doentes e o Consolador é o médico.
Vós que combateis o Espiritismo, se quereis que o abandonemos para vos
seguir; dai-nos mais e melhor do que ele; curai com maior segurança as feridas
da Alma; dai mais consolações, mais satisfações ao coração esperanças mais
legítimas, maiores certezas; fazei do futuro um quadro mais racional, mais
sedutor; porém, não julgueis vencê-lo com a perspectiva do nada, com a
alternativa das chamas do inferno, ou com a inútil contemplação perpétua”.
(1) – Kardec, A. in “A Gênese” – Capítulo I, item 50
(2) – Kardec, A. in “A Gênese” – Capítulo I, item 47
(3) – Kardec, A. in “A Gênese” – Capítulo I, itens 41 a 44
A Doutrina Espírita é o Cristianismo Redivivo. Veio completar o ensino
do Cristo
(Jornal Mundo Espírita de Dezembro de 1997)