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Falando sobre drogas

Falando sobre drogas

 

Ao desencarnar, o perispírito mantém integralmente as mesmas sensações
experimentadas na jornada terrena.

Encontra no mundo espiritual inúmeros espíritos, similares, em tendências,
gostos, graus de evolução.

Com eles conviverá, pela sintonia e atração, vibratórias.

O toxicômano, em particular, conviverá com desencarnados viciados.

Verá que seu perispírito (matriz do seu corpo físico), está depauperado,
destrambelhado, cheirando mal, repleto de náuseas e mazelas – frio, fome, dor…

Desgraçadamente, terá consciência desses tormentos, de maneira plena e
permanente: não dorme, não desmaia…

Fica vagando por regiões cinzentas, sem água, sem sol.

Contudo, a Caridade de Deus, permanentemente amparando Seus filhos, também
ali se manifesta, a todos os instantes. Bastará um único pensamento sincero
voltado ao arrependimento, e esse sofredor no mesmo instante receberá ajuda do
Plano Maior, onde operam os Prepostos de Jesus.

QUAIS OS TORMENTOS PROVOCADOS PELAS DROGAS NO PERISPÍRITO?

Com a palavra, Luiz Sérgio – Espírito:

  • Às vezes, os órgãos genitais se deformam e em sei) lugar formam-se
    enormes feridas que corroem”
    (“Mãos Estendidas” -p. 9611 a Ed.);
  • “Às vezes, o perispírito se atrofia e regride a embrião” (“Ninguém Está
    Sozinho” -p. 15413aEd.);
  • “A agulha da fatídica picada permanece irremovível na veia do
    desencarnado”
    (“Os Miosótis Voltam a Florir” -p. 3913aEd.);
  • “O Vale dos Picos: um local sombrio e terrível onde agrupam-se os
    toxicómanos desencarnados empedernidos (ainda sem assistência). O “Vale” é
    comandado por uma entidade perversa, de grande poder sobre a mente de
    toxicómanos, encarnados e desencarnados”
    (“Na Esperança De Uma Nova Vida”
    -p. 6212aEd.);
  • “A overdose provoca a desencarnação e é comparável a uma queda do
    décimo sexto andar de um edifício. 0 cordão fluídico que liga o perispírito ao
    corpo é estraçalhado; portanto, se o corpo físico sofre violência, mais ainda
    o perispírito”
    (“Consciência” -p. 103/1ª Ed.).

O Espírito LUIZ SÉRGIO, nas obras acima, transmitidas pela medi unidade
psicográfica, descreve, com detalhes, inúmeros outros casos de espíritos
toxicômanos atormentados. A linguagem é simples e oferta conhecimentos do mundo
espiritual.

Para os interessados em ampliar reflexões sobre o panorama espiritual dos
toxicômanos recomendamos sua leitura, eis que esse abnegado Espírito aprofundou
estudos a respeito, sendo sua obra a que mais se detém sobre o tema, dentro do
atual panorama da literatura espírita – mediúnica ou não.

 

15. POR QUANTO TEMPO O TOXICÔMANO DESENCARNADO FICA SOFRENDO?

Durante o tempo em que permanecer empedernido no vício.

Contudo, conforme já dissemos, ao menor sinal de arrependimento sincero, ao
primeiro pensamento de prece a Deus, significando o desejo de se corrigir,
recomeçar um novo caminho e uma nova vida de reto proceder, a ajuda divina se
apresentará de imediato, na forma de espíritos dedicados às tarefas socorristas.

Não apenas aos toxicômanos é dado tal auxílio: a todos aqueles que em débito
com a consciência manifestarem sincero arrependimento e enérgica vontade de se
auto-reformar será dada igual ajuda divina. No ato!

Com claridade solar, em todo o Capítulo “Duração das penas futuras”, do “O
Livro dos Espíritos”, o Espírito São Luís oferta-nos pérolas de esperança,
adubando-nos a Fé. Vejamos suas consoladoras respostas:

“Pergunta: 1004 – Em que se baseia a duração dos sofrimentos do culpado?

 

Resposta: No tempo necessário a que se melhore. Sendo o estado de sofrimento
ou de felicidade proporcionado ao grau de purificação do Espírito, a duração e a
natureza de seus sofrimentos dependem do tempo que ele gaste em melhorar-se. À
medida que progride e que os sentimentos se lhe depuram, seus sofrimentos
diminuem e mudam de natureza.

 

Pergunta: 1006 – Poderão durar eternamente os sofrimentos do Espírito?

 

Resposta: …Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados
perpetuamente ao mal. …Cedo ou tarde o Espírito tem vontade de se tornar
feliz.

 

Pergunta: 1008 – Depende sempre da vontade do Espírito a duração das penas?

 

Resposta: Sim, ao Espírito podem ser impostas penas por determinado tempo;
mas, Deus, que só quer o bem de suas criaturas, acolhe sempre o arrependimento e
infrutífero jamais fica o desejo que o Espírito manifeste de se melhorar”.

 

O QUE LEVA UM ESPÍRITO DESENCARNADO TOXICÔMANO AO ARREPENDIMENTO?

A dor, mestra maior e último recurso natural para reconduzir o homem ao
caminho do Bem.

O viciado, ao desencarnar, percebendo que agora tudo está mais difícil, pois
além de não poder satisfazer a ânsia da droga, ainda está doente, fraco, faminto
etc., mais do que nunca, desejará as drogas.

· E aí?

· Onde buscá-las?

· Como consegui-las?

Carente, e sem nenhuma proteção, ficará a mercê de legiões de malfeitores
espirituais.

Será sim, admitido nessas legiões, mas como elemento escravizado,
desprezível, inferior…

Aprenderá, rápido, que só no plano material poderá dar vazão ao vício.

Qual vampiro, poucas vezes sozinho – quase sempre em bandos – acorrerá aos
locais de freqüência dos toxicômanos encarnados (às vezes até mesmo em seus
lares), aderindo-se a eles, mente a mente, induzindo-os ao consumo das drogas,
ou assediando criaturas invigilantes, ainda não viciadas, para que o façam. Sem
nenhuma reserva moral, em troca de alguma satisfação do vício, será submetido a
uma série de perversidades.

Com o tempo, poderá, pelo livre-arbítrio, tomar duas atitudes:

1a – arrepender-se do mal praticado, do desrespeito às leis naturais,
almejando melhorar de vida. O nível de sinceridade desse arrependimento
determinará a ajuda celestial que virá em seu socorro;

2a – revoltar-se ainda mais e tornar-se desejoso de vingança contra seus
algozes. O desejo de vingança lhe dará forças para desencadear uma fieira de
maldades.

Seu poder, ampliado, atingirá um ponto em que a Justiça Divina considera como
saturação, dando um basta: compulsoriamente retornará à carne.

Só que em tristes condições…

Nem poderia ser diferente!

A dor física e moral, num corpo deformado e sem defesas orgânicas, será
constante na sua vida, como inigualável recurso educador.

COMPULSORIEDADE COMO RECURSO EDUCADOR MORAL

A compulsoriedade das infelicidades terrenas, atingindo inexoravelmente
pessoas, famílias, grupos sociais, ou mesmo cidades, e até países, quase sempre
põe à prova a confiança do homem no Criado, que só quer o bem dos Seus filhos.

Particularmente, quando inevitáveis mazelas se apresentam no corpo físico, em
multiplicados casos já a partir do nascimento do ser, fica difícil, senão
impossível, a aceitação disso como sendo um benefício, não só para o atingido,
como também para os demais integrantes do seu circuito existencial.

Mas é exatamente ISSO é o que é: uma bênção!

Difícil de acreditar ou compreender, mas verdadeiro!

Somente as luzes espirituais dos ensinamentos evangélicos, energizadas pelo
Evangelho de Jesus e com o foco dirigido à razão, poderiam mesmo trazer-nos tão
intricados acontecimentos que se repetem na humanidade.

– Reencarnação… reencarnação: quando será que os homens, todos, vão
compreender que és mensageira da Justiça Divina?

– Espiritismo, Espiritismo: Ciência, Religião e Filosofia profunda, por isso
mesmo de singular simplicidade, ofertando esperanças em taças cheias da “água
viva” aos sedentos de justiça – aqueles que se sentem vitimados pelo “destino
cruel”. Sim: derramando lógica, bom senso, e mais que tudo entendimento, vêm
Espíritos prepostos de Jesus dizer aos que sofrem:

  1. Emmanuel, à questão n° 336 de “O Consolador”, registra que é ato de
    misericórdia divina a oportunidade de resgatar culpa, pelo que o culpado
    arrependido terá mesmo que passar por determinadas provas;
  2. André Luiz, no Cap. 19 de “Missionários da Luz”, informa que após ser
    atendido por dez vezes, determinado paciente, colérico e invigilante, ficaria
    entregue a si mesmo, aguardando que a dor o instruísse e o ajudasse a
    transformar-se para o bem;
  3. André Luiz, ainda, no Cap. 17 “Forças Viciadas” de “Nos Domínios da
    Mediunidade”, transcreve ensinamentos do Mentor Áulus, segundo os quais há
    dolorosas reencarnações, de viciados, a bordo de corpos apresentando o
    mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o
    idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos
    embora, mas necessários
    , que funcionam, já a partir do berço, em benefício
    de mentes em desequilíbrio, através dessas provações obrigatórias
  4. Manoel P. de Miranda, no Cap. 12 de “Nos Bastidores da Obsessão”,
    contempla nosso entendimento de como nesses terríveis sofrimentos há a Bondade
    Divina: esclarece que há casos em que a enfermidade e a dor são medidas que
    impedem danos maiores na evolução moral do devedor; e é por amor que
    determinados pacientes da alma ficam impossibilitados de caírem em danos mais
    graves, e nesse caso, a doença, o agravamento da saúde e a prisão ao leito
    ser-lhes-á melhora das suas aquisições… tamanha é a rebeldia de determinados
    pacientes que para eles o melhor remédio para sua saúde será a continuação do
    sofrimento em que se encontram…
  5. o Espírito identificado como Irmão João, no Cap. III da 2a Parte de
    “Memórias de Um Suicida”, é enfático quando leciona que a reencarnação
    punitiva
    é por vezes imposta a determinados suicidas, como tratamento
    médico hospitalar, numa espécie de tratamento que a urgência e a gravidade do
    delito impõem ao enfermo… acrescenta que embora dolorosa aos Espíritos
    atendentes, somente tal providência proporcionará convalescença àqueles
    pacientes… (Grifamos)

De nossa parte, pobremente, comparamos figurativamente a compulsoriedade
divina impondo expiações e resgates qual rede providencial que impede a queda de
alguém em queda livre rumo a um abismo infinito: estancando a queda, cessa o
mergulho infeliz e o freio abrupto causará mesmo “luxações aqui”, “distensões
ali”, “eventuais pequenas fraturas acolá”, mas o mergulhador estará a salvo,
após períodos de atendimento hospitalar.

Os sofrimentos, no citado período serão de inigualável valor para reflexões.

E como a inteligência é patrimônio intocável, logo o paciente decidirá que
não deve retornar àquele mergulho…

VAMPIRISMO: COMO O VICIADO-ESPÍRITO ACHA O VICIADO-ENCARNADO?

Altamente esclarecedor é o capítulo “Vampirismo”, do livro “Missionários da
Luz”, ditado pelo Espírito ANDRÉ LUIZ, psicografia do médium Chico Xavier –
edição da FEB (Federação Espírita Brasileira, 1945).

Diz, em síntese:

 

“A cólera, o ódio, os desvarios do sexo e os vícios, oferecem campo a
perigosos germes psíquicos na esfera da alma. Paralelamente aos micróbios
alojados no corpo físico há bacilos de natureza psíquica, quais larvas,
portadoras de vigoroso magnetismo animal. Essas larvas constituem alimento
habitual dos espíritos desencarnados e fixados nas sensações animalizadas. A
indiferença à Lei Divina determina sintonia entre encarnado e desencarnado
viciados, este agarrando-se àquele, sugando a grande energia magnética da
infeliz fauna microbiana mental que hospeda, em processo semelhante às ervas
daninhas nos galhos das árvores sugando-lhes substancia vital”.

 

Os vapores subtis das drogas, ao se volatilizarem são facilmente detectados
pelos espíritos-viciados, os quais sorvem esses vapores, deles se apropriando e
incentivando o encarnado a consumir mais e mais…

LUIZ SÉRGIO, já citado, em “Consciência”, p. 961 1aEd., conjectura que o
toxicômano encarnado sustenta o vício próprio e de mais ou menos dez outros
viciados desencarnados!

§ Fácil entender porque o viciado-encarnado cada vez quer mais. O fato mais
grave do vampirismo é que as larvas psíquicas, consignadas por ANDRÉ LUIZ, são
contagiantes: havendo campo próprio, transferem-se para novos hospedeiros, onde
proliferarão. A esse infeliz processo o Espiritismo denomina obsessão.

COMO SE INSTALA A OBSESSÃO?

“O progresso intelectual dá ao homem a compreensão do bem e do mal,
possibilitando-lhe o progresso moral” (Allan Kardec, em “0 Livro dos Espíritos”,
questões 780 e 780.a).

Contudo, e infelizmente, nós, criaturas ainda arraigadas ao egoísmo e ao
orgulho, preocupamo-nos, o mais das vezes, em adquirir cultura, esquecendo que
os conhecimentos envernizam o espírito mas só a prática das virtudes ilumina a
alma. Preocupamo-nos muito conosco mesmos e com isso, do confronto no Bem, entre
o saber e o fazer, o primeiro sobressai, gerando oportunidades perdidas e
defesas morais desguarnecidas.

Aí, surgem as enfermidades do corpo e da alma… Assim, culto e imprevidente,
o homem colérico, vingativo, egoísta, orgulhoso, imoral, viciado etc. atrairá
espíritos afins, em aflitivo processo de obsessão, funcionando tal conjunção em
todos os sentidos, isto é:

  • de desencarnado para encarnado;
  • de encarnado para desencarnado ;
  • de desencarnado para desencarnado;
  • de encarnado para encarnado.

Ainda como processo obsessivo, temos a auto-obsessão: por exemplo, as
criações mentais dos hipocondríacos.

Por tudo isso, podemos afirmar que ninguém está só, no Bem ou no Mal: as leis
da atração e de sintonia funcionam invariavelmente em ambas as situações,
independentemente dos agentes ou pacientes estarem no plano material ou no plano
espiritual.

Os toxicômanos, em particular, geralmente desconhecem tais mecanismos
espirituais. Informá-los a respeito é tarefa primeira e prioritária para a sua
recuperação.

 

O QUE PODEM FAZER OS ÓRGÃOS FEDERATIVOS ESPíRITAS EM FAVOR DOS TOXICÔMANOS?

Visão Espírita da Toxicomania

(E de todos os demais vícios)

Muito lucraria toda a humanidade se incluísse o Espiritismo no contexto das
drogas. E isso não é exuberante devaneio de alguém fanático, mas sim refletida
análise da conjuntura mundial, na qual o tóxico legal já se enraizou e o ilegal
se insere e reafirma que “veio para ficar”, desencadeando, ambos, pandemia de
acontecimentos cruéis.

– Por quê o Espiritismo? E o que pode ele fazer, a respeito?

Muitas pessoas experimentaram drogas e as rejeitaram.

Mas, os indomáveis impulsos dos toxicômanos apontam para condições
determinantes preexistentes à própria gênese de tais indivíduos.

Isso é fácil de ser comprovado, se compararmos, num exemplo simplista, que há
casos de famílias numerosas, com problemas morais graves e no entanto, nelas,
nem todos são alcoólatras ou toxicômanos, nem todos são ladrões; noutro exemplo,
famílias há em que há gênio(s), mas nem todos são tão inteligentes…

Verifica-se que conquanto sua herança genética (genótipo) seja idêntica,
vivendo e sendo criados todos no mesmo meio ambiente (fenótipo), haverá
discrepância de personalidade.

– O que explicaria tal diversidade, senão vidas anteriores?

Precisamente aqui o Espiritismo desata o nó: dentro do conceito lógico de
que, se no presente há fatores-reflexos (causas catalisadoras indutoras ao
tóxico, a outros vícios ou a outros desajustes, bem como se há superdotados)
tais aspectos, não tendo sido adquiridos nesta vida, sua origem só pode estar
num lugar: em outras vidas e nesse caso, no passado!

– Simples, lógico, racional, não é mesmo?

Mas é assim mesmo o Espiritismo, codificado por Allan Kardec1804-1869), em
cinco obras básicas, fruto de um monumental trabalho de bom senso, onde
filosofia, ciencia e reliqião se acoplam.

Não se diga que ao espírita foge o entendimento de que o combate (cura) da
toxicomania inicia pela prevenção, através a educação, a partir do lar, em
caráter permanente, transitando após pela escola e desaguando na convivência
social, observados todos os níveis de faixas etárias.

Não, não se diga tal impropério!

Ninguém, mais do que os espíritas, compreendem os desvios de personalidade,
gerados por distúrbios psíquicos. Tanto isso é verdade que é na singeleza dos
Centros Espíritas, cujas paredes, por vezes, nem são rebocadas ou há tempos
carecem de pintura, justamente ali, dizíamos, nas suas humildes reuniões
mediúnicas – no mínimo, semanais – são evangelicamente socorridos Espíritos que
desencarnaram por ação dos tóxicos.

– Quantos os encarnados que, crendo na imortaiidade do espírito, pararam para
pensar em que situação ficam aqueles que o tóxico leva à desencarnação
prematura?

É óbvio que muito mais proveitoso do que aguardar a desencarnação, para
descobrir a resposta, os Centros Espíritas também vêm atendendo toxicômanos
encarnados, esclarecendo-os, sem fantasias ou ameaças infernais, quanto ao
futuro “do lado de lá”…

Com base no relato dos que antecederam, diz-lhes do futuro difícil que os
aguarda, penoso, reclamando nova reencarnação, para reencetar a caminhada
evolutiva, no ponto em que o tóxico interrompeu. Só que, pela Lei Divina de Ação
e Reação, agora, nessa nova re.encarnação, será portador de seqüelas orgânicas e
fortes tendências ao vício.

Seqüelas orgânicas porque o tóxico, pelo qual desencarnou, terá
necessariamente alterado o equilíbrio físico, com danos em um ou mais setores do
corpo material, imprimindo desarranjos no molde, perispiritual.

Já as tendências, tentando arrastá-lo de volta ao tóxico, são reflexo
psíquico do estado mental em que desencarnou e no qual permaneceu no mundo
espiritual, no espaço intermediário entre aquela desencarnação e a atual
existência.

Tais as verdadeiras matrizes psíquicas que todos trazemos ao reencarnar,
impondo-nos enérgica vontade para domar o atávico e por isso mesmo oculto
chamamento-retorno aos equívocos do passado.

No caso dos toxicômanos, em particular, ao vício.

Essas matrizes psíquicas são, nada mais, nada menos, do que aquele elemento
que a Psicologia atual, à falta de outra explicação, denomina de determinismo,
por excluir as vertentes psicológicas, sociológicas, de criação e principalmente
as reencarnacionistas. Tal diagnóstico não explica o caso de irmãos criados
juntos e cujos comportamentos, completamente diferentes, desafiam os postulados
oficiais.

Tal desafio sequer ronda o Espiritismo!

Nos Centros Espíritas, a bordo da lógica das vidas sucessivas, o atendimento
aos viciados encarnados, inteiramente gratuito, conjuga esclarecimento,
compreensão, amizade. Além disso, passes magnéticos são benéficos para
energizá-los psicofisicamente, ofertando-lhes água fluida e convidando-os a
assistirem palestras evangélicas públicas, ao tempo que podem engajar-se em
atividades assistenciais junto a famílias pobres.

Tudo isso para que o viciado proceda à auto-reforma. E mude de costumes!

O Centro Espírita atende igualmente ao viciado desencarnado.

Para todos, porém, preconiza que o remédio ideal é a VONTADE de
auto-reformar-se. Uma vez tomada essa feliz decisão, o Evangelho de Jesus age
como poderosíssimo guindaste, reerguendo o Espírito equivocado e infeliz às
alturas da reconstrução moral, patamar ao qual o vício não alcança.

Tais são vetores de sublime empuxo para afastar o viciado das drogas.

Obs: Nos Centros Espíritas são atendidos da mesma forma fraternal muitos
espíritos sofredores, senão desencarnados pela toxicomania, por outros problemas
igualmente graves…

Talvez pudéssemos, de dentro dos Centros Espíritas, tal como em dezenas de
“clipes” na mídia, conclamar (àqueles que se aprisionaram nos vícios) :

“- Vem pra cá, meu irmão. Experimente Kardec!”

– E os traficantes?

Esses também filhos de Deus, conquanto em gravíssimo descaminho quanto às
Leis Morais, esculpidas na consciência do ser humano, também eles encontrarão
nos Centros Espíritas apoio espiritual para correção de rota, que se faz
urgente, desde que a isso voluntariamente decididos.

Assim, sem homologar a legalização de quaisquer vícios, embora aqui só fossem
citados particularmente aqueles ligados às drogas ilegais, o Espiritismo está
sempre de portas abertas a cumprir sua tarefa de auxiliar Espíritos em busca de
alívio para suas aflições, réprobos conscientes ou inconscientes, encarnados ou
desencarnados.

Que afinal, somos todos nós, em maior ou menor escala…

“TÓXICOS – Duas Viagens” cap. 17, págs. 136-160. Editora Espírita Fonte Viva