Refletindo sobre o que os Espíritos mais elevados escrevem sobre o amor, na literatura
espírita, percebemos o quanto nossa imperfeição espiritual nos impede de compreender,
em profundidade, esse sentimento ensinado e vivenciado por Jesus.
Espírito puro, veio à Terra viver em um mundo de expiações e provas, tão material
e grosseiro à sua sensibilidade, conviver com homens ainda rudes e pobres em conhecimento,
inteligência e sensibilidade, para mostrar a toda humanidade como é um Espírito
que já venceu a matéria; tornou-se divino pela perfeição alcançada, que lhe permitiu
dizer: “Eu e o Pai somos um”, na medida que trazia em si a sabedoria e o amor desenvolvidos;
vivendo exclusivamente a vida do Espírito, sentindo, pensando e agindo de acordo
com a vontade do Pai, porque trazia o código divino inserido em si, na sua individualidade
espiritual, totalmente desenvolvido.
Viveu entre os homens de sua época, sem quaisquer concessões aos princípios humanos,
sem impor-se em nenhuma situação, nem a ninguém; escondeu sua luminosidade irradiante,
que tornou cego Saulo de Tarso, na estrada de Damasco.
Integrado em sua classe social, vestia-se como os outros, alimentava-se do que
os outros se alimentavam, compartilhou da vida de seus conterrâneos, sem gestos
ou atitudes de superioridade. Tinha a simplicidade da sabedoria!
Conversava com as pessoas da maneira como elas falavam, fazendo-se igual a elas.
Amava e compreendia seus irmãos ainda inferiores na escala evolutiva, mas filhos
de Deus como ele.
Nada mudava em sua atitude e comportamento, ao conversar com pessoas de outro
nível social. Era sempre simples e natural, qualquer que fosse seu interlocutor.
Dava a todos a mesma atenção, a mesma deferência, ouvia-os, atendia-os nas suas
necessidades.
Andava com seus discípulos, Espíritos de certa evolução espiritual, que mais
o amaram do que compreenderam a extensão e profundidade da sua missão, enquanto
ele estava com eles. Amaram-no muito e foi esse amor que, após o sacrifício na cruz
e o seu aparecimento, demonstrando a não existência da morte para a individualidade
espiritual, numa confirmação da veracidade dos seu ensinos, os impulsionaram a dedicar-se,
inteiramente, à prática do amor que Jesus exemplificara.
Seus discípulos então, agigantaram-se no amor a Deus e ao próximo, sendo também
capazes de dar a vida terrena para testemunhar sua fé nos seus princípios.
A mulher subjugada ao homem, considerada ser inferior, existindo para servir
ao homem e à reprodução da espécie, Jesus a exaltou em palavras e ações, num comportamento
inusitado aos costumes e usos da época.
E as mulheres o amaram, acompanharam-no, choraram por ele e aprenderam o exercício
da dedicação, da renúncia, do amor ao próximo.
Jesus iniciou o verdadeiro feminismo, o que coloca a mulher em igualdade ao homem,
nos deveres e nos direitos, com possibilidades intelectuais iguais, visto serem
ambos criados por Deus da mesma maneira e com o mesmo destino.
Jesus foi o Mestre dos mestres. Nada escreveu e seus ensinos chegaram até nós.
Pais e professores, temos muito que aprender com ele, que dialogava, sabia ouvir
e exemplificava o que ensinava.
Suas parábolas simples, com vocabulário, usos e costumes da época, facilmente
compreensíveis, guardaram seus ensinamentos, nelas inseridos, a fim de que não se
perdessem e permanecessem para sempre.
É por isso que ainda hoje, graças aos cristãos de sempre e ao espiritismo que
os tornou mais claros e mais compreensíveis para a sua vivência, estamos no esforço
de aprendê-los, de desenvolvê-los em nós e vive-los no dia-a-dia.
O que nos parece admirável é que quanto mais os estudamos, mais eles se nos apresentam
atualizados, endereçados a nós, aplicáveis como soluções aos nossos problemas, às
nossas dificuldades.
Jesus, neste mês em que a humanidade cristã comemora a sua vinda na Terra, receba
Senhor, Nosso Amigo, Nosso Irmão Maior, nossa gratidão! Abençoai-nos sempre e a
toda a humanidade, para que estimulados pelo vosso amor, possamos, todos nós, aprender
o verbo amar como nos ensinastes há dois mil anos!
Obrigada Jesus, muito obrigada!
(Jornal Verdade e Luz Nº 191 de Dezembro de 2001)