Carlos Alberto Tinôco, professor da Universidade do Amazonas e ativo
colaborador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiológicas, enfoca em
livro os fenômenos de efeitos físicos que têm sido qualificados como fenômenos
sobrenaturais ou milagres, e que a Ciência Espírita revela serem produzidos
dentro das próprias leis naturais e que têm despertado a atenção tanto de
curiosos, como de eméritos cientistas. Estes últimos, como pesquisadores, tem
estudado com imparcialidade e seriedade, procurando dos efeitos remontar às
causas desses fenômenos, em busca de explicações lógicas e racionais.
O professor Tinôco informa na página 62 de seu livro:
“… Há outro fenômeno paranormal conhecido pôr Materialização. Neste
caso, os chamados médiuns de efeitos físicos liberam uma substância chamada pôr
Charles Richet de ectoplasma. Em meio a essa substância, que é uma massa de cor
clara retirada do corpo do médium, surgem partes de corpos humanos como, pôr
exemplo, mãos, rostos, cabelos e até mesmo corpos humanos parcialmente
completos. Essas formas têm vida autônoma, funções vitais próprias e
independência em relação ao médium e aos circunstantes. Algumas vezes, essas
formas humanas, surgidas em meio à massa de ectoplasma liberado pelo médium,
conversam, dizendo-se espíritos de pessoas mortas, transmitem informações,
sentem emoções, etc. É o que se deduz das experiências de William Crookes,
Albert Von Scherenk Notzing e muitos outros pesquisadores. Nestes fenômenos não
ocorre propriamente uma materialização na acepção pura do termo. O que ocorre,
de fato, é uma moldagem do ectoplasma. E tanto é assim que o peso da forma
ectoplasmada, somado ao peso do médium doador do ectoplasma, é aproximadamente
igual ao peso do médium fora do transe. Portanto, achamos conveniente o uso de
ectoplasmia, em substituição ao termo materialização.”
Como sugestão o professor Tinôco define alguns fenômenos paranormais, entre
eles:
- “Ectoplasmia: quando o ectoplasma é moldado de modo
que surjam partes do corpo humano ou até corpos humanos completos. Nesse caso,
a ação plasmadora seria do psicossoma de um agente desencarnado.”‚
É fato incontestável que em todos os tempos existiu intercâmbio entre o mundo
espiritual e o mundo físico, entre a humanidade invisível e a humanidade
encarnada. Se consultarmos os textos bíblicos, constataremos como eram
freqüentes as intervenções do plano espiritual nas atividades dos homens.
Especificamente, referindo-nos aos fenômenos de ectoplasmia vamos encontrar
no Novo e Velho Testamento:
“…Materialização sem ação física sobre o meio ambiente: ƒ
Deus aparece a Abraão (Gênesis, 12-7);
Dois anjos na casa de Loth em Sodoma (Gênesis, 19:1-3);
Um anjo apareceu a Josué (Josué, 5:13-14);
Materialização de uma pomba no batismo de Jesus (Lucas, 3:21-22);
Jesus na estrada de Emaús (Lucas, 24:13-35);
Transfiguração de Jesus no Monte Tabor, e materialização de Elias e Moisés
(Mateus, 17:1-9);
Jesus aparece aos apóstolos reunidos no Cenáculo (Lucas, 24:36-43).
Materialização com ação física sobre o meio ambiente:
Daniel na cova dos leões – entidades dominando os leões, mediante forças
magnéticas (Daniel, 6:16-22 );
Materialização de uma árvore junto a Jonas (Jonas, 4:6);
Prisão de Pedro e João (Atos, 5:19-20).(…)”
Há uns cinqüenta e tantos anos os ditos fenômenos passaram a se produzir
simultaneamente, pode-se dizer, em todos os pontos do Globo.
Surgiram na Europa e na América nomes de responsabilidade como Crookes, Gully,
Elliotson, Lodge, Chalis, Morgan, Wallace, Varley, Lombroso, Zöllner, Carl du
Prel, Charles Richet, Aksakof, Rochas e outros.
São célebres as sessões da Sra. Esperance, nas quais, entre numerosos
Espíritos, materializava-se o de Iolanda, que operava também a materialização de
vegetais. (Vide “Animismo e Espiritismo“, de Alexandre Aksakof).
Não são menos célebres as sessões procedidas, durante três anos consecutivos,
pelo grande cientista inglês Sir William Crookes membro da Sociedade Real de
Londres, no período de 1870-1873, que, com o auxílio da médium Florence Cook,
estudou os fenômenos de materialização do Espírito Kate King, uma jovem indiana
que, materializada, conseguiu conviver com a família do ilustre sábio britânico
pelo espaço de várias semanas, materializando-se e desmaterializando-se
consecutivamente. Este eminente sábio, que, estudando o Espiritismo para saber
de que lado se achava a verdade, se com os espiritualistas ou com os
materialistas, não temeu, achando-a com os primeiros, tornando públicas as suas
conclusões.
Aqui no Brasil fenômenos importantes foram constatados, tendo sido publicados
nos livros: “O Trabalho dos Mortos“, de Nogueira de Faria; “Materializações
Luminosas“, de R. A Ranieri, e “Forças do Espírito“, de Luiz da
Rocha Lima e Lauro Neiva, dos quais destacamos em síntese, pôr ordem
cronológica:
- Em Belém (PA), 1918/1921, Médium: Ana Prado; (4)
- Rio de Janeiro (RJ), 1947/1981. Centro Espírita Irmãos Frei Luiz, Tv.
Martinha, 170 – Abolição; (3) - Pedro Leopoldo (MG) e Rio de Janeiro (RJ), 1948/1953, Médium: Francisco
Lins Peixoto (Peixotinho) e Fábio; Grupo Scheilla – Pedro Leopoldo (MG) (5).
Bibliografia:
- Tinôco, Carlos Alberto – “Poltergeist – Fenômenos paranormais de
psicocinesia expontânea” 2a. edição São Paulo: IBRASA, 1989 (os
direitos autorais foram cedidos pelo autor à Federação Espírita Amazonense). - Tinôco, Carlos Alberto – “O Modelo Organizador Biológico”; Fundação
Cultural do Amazonas, 1977, págs. 135 a 142. - Lima, Luiz da Rocha/NEIVA Lauro – “Forças do Espírito” – 4ª. Edição,
Educandário Social Lar de Frei Luiz, Rio de Janeiro, 1981. - Faria, Nogueira de – “O Trabalho dos Mortos” (Livro do João), 5a.
edição, FEB, Rio de Janeiro. - Ranieri, R. A – “Materializações Luminosas”, 1a. edição da
FEESP, São Paulo.
Obs.
Artigo Publicado em Manaus, em O Mensageiro (FEA) de Junho de 1991, no
jornal Folha Popular de 27.01.1995; no Rio de Janeiro, em O Reformador de
Outubro de 1995.