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O Passe Espírita

O Passe Espírita

Estas condições que ora abordamos estão profundamente relacionadas com as anteriores,
ou seja, as condições morais do médium passista

Vamos ainda pensar nas condições psicológicas do médium ante o serviço do passe.
Muitas publicações têm surgido em nossos tempos, sobre o poder da mente, com colocações,
diríamos, nem sempre bem ponderadas. Isto porque, na maioria delas, enfatiza-se
o “querer é poder”, mas, atribuindo ao querer a simples repetitividade, até meio
irracional, de palavras ou frases “chaves”. Os médiuns hão de desenvolver condições
íntimas de fé e confiança, que se adquirem com muito labor. A alma exerce sobre
o espírito livre uma espécie de atração ou repulsão, conforme o grau de atitudes
cultivadas existentes entre eles. A mente esta presente como ponto de muita relevância
nas manifestações mediúnicas, pois o cérebro é um aparelho emissor e receptor de
ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual, ou seja,
se não tentarmos manter-nos em um estado constante de reforma mental, na construção
de pensamentos melhores, seguramente estaremos também prejudicando esta manifestação
de amor através do passe. Pois atraímos a sintonia que cultivamos. O Cultivo da
mente pura é nosso dever, já que como vimos, ela é o filtro por onde passam as benesses
que favorecerão nosso próximo e, por conseguinte, a nós mesmos.

A energia transmitida pelos amigos espirituais circula primeiramente na cabeça
dos médiuns (só para recordar, lembremos onde fica o Centro Coronário e qual a sua
importância).

O cérebro é como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento
é um fluxo energético do campo espiritual.

A vibração é um movimento de vaivém, chama-se movimento vibratório.

Sintonia é a identidade ou harmonia vibratória, isto é, o grau de semelhança
das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados,
ou seja, afinidade moral.

Sabemos que o pensamento é um fluxo fluídico, é matéria sutil do corpo espiritual,
logo é concreto e às vezes muito visível, podendo perdurar longamente em dadas circunstâncias.

Portanto o padrão vibratório é uma maneira de definir o padrão moral do espírito.
Atraímos as mentes que possuem o mesmo padrão vibratório nosso, que estão no mesmo
nível moral. A comunicação interespiritual é controlada pelo grau de sintonia, a
qual a seu turno, decorre da afinidade moral. Temos por isso, a companhia espiritual
que desejamos mediante o nosso comportamento, sentimentos, pensamentos e aspirações.
Estão ao nosso redor aqueles que sintonizam conosco ou têm contas a ajustar.

É o caso e a hora de perguntar: como podemos elevar cada vez mais as nossas vibrações
e, assim, aprimorar a capacidade de sintonia e vibração? – Enriquecendo o pensamento
por meio do desenvolvimento da INTELIGÊNCIA; – estudo, conhecimento. SENTIMENTO;
– prática do bem, serviço prestado, moralidade, em suma, auto-aperfeiçoamento pelo
esforço próprio no caminho do bem. Com particular aplicação à Mediunidade, que não
progride sem o aprimoramento do médium.

Em virtude do princípio de sintonia, estabelece-se uma dependência entre encarnados
e desencarnados quando ambos estão perturbados e emitindo vibrações viciadas. A
identidade vibratória inferior, no caso do ódio, ressentimento, tristeza, desânimo,
etc., prende os desencarnados mais ou menos inconscientes do seu estado na aura
magnética dos encarnados.

QUEM RECEBE (O PACIENTE)

Conforme já estudamos, basicamente são dois os personagens que se interligam
no mecanismo do passe: o receptor e o doador.

Por isso, o sucesso ou insucesso de um tratamento fluidoterápico depende, diretamente,
do comportamento deles.

Ë necessário um comprometimento, não somente no momento do passe, todavia um
comprometimento necessário a mudança íntima do ser, em seus atos diários, na forma
de pensar e agir.

Este é um pensamento genérico, haja vista sabermos que vários fatores influem
no processo, os quais nem ao menos se limitam à esfera material. Todavia no momento
veremos quem recebe. Não sabemos de onde veio, por onde veio, que religião tem.
Mas sabemos o essencial: ele é o nosso próximo, e está, ali necessitando de ajuda
e colocando-se na condição de recebedor, que é indubitavelmente condições iniciais
para qualquer tratamento, assim como o arrependimento é indiscutivelmente necessário
para qualquer processo de restabelecimento de contas com a bondade Divina, todavia
deverá vir juntamente com a reparação, para receber algo que esta querendo ou necessitando
e principalmente se propôs a receber algo, que é para nós, os médiuns, os dirigentes
e as Casas Espíritas, um bom caminho para a prática do amor fraternal, desinteressado
e cristão. Portanto, mãos à obra.

Primeiro, nos conscientizemos de que devemos dar ao paciente, além do passe,
tudo o mais que é da maior importância: evangelho, orientação, desmistificação do
tratamento e desmistificação dos ídolos, conclamando-os à reforma interior e à compreensão
dos fatos para, pelo conhecimento, não ser levado a vícios e equívocos que, embora
costumeiros, são injustificáveis.

Como homens, sabemos que a administração do patrimônio orgânico é tarefa pessoal
e intransferível, estando não apenas sua manutenção sobre nossa responsabilidade,
mas, igualmente sua conservação dentro dos padrões de equilíbrio que a própria natureza
nos indica. Emmanuel em o Consolador salienta que: “Quando, porém, o homem espiritual
dominar o homem físico, os elementos medicamentosos da Terra estarão transformados
na excelência dos recursos psíquicos e essa grande oficina achar-se-á elevada a
santuário de forças e possibilidades espirituais juntos das almas”
.

Podemos destacar entre os que recebem o passe os seguintes tipos de pacientes:

Paciente com problemas físicos

Incluem os pacientes que apresentam problemas orgânicos, desprezando qualquer
fator que não seja puramente físico. Subdividiremos este grupo de pacientes em três:

Portadores de doenças contagiosas

O passista não deve negar atendimento a essa categoria por medo de contágio,
todavia devemos ter o bom senso de não expor alguém que venha em busca de auxílio
ao contágio de outro mal. Tal como não será cristão dispor o contagiante que igualmente
busca ajuda, ao ridículo da execração de outrem. A prudência nos sugere discernimento
e tato.

Portadores de doenças não contagiosas

O paciente aqui enquadrado não expõe outros a risos de contágio, seu atendimento
poderá ser feito tanto de forma individualizada quanto em grupo, dependendo do tratamento
e das técnicas a serem usadas.

Pacientes com problemas espirituais

Pacientes nessas circunstâncias sentem com muita freqüência a “influência ou
a aproximação” de entidades espirituais, quando recebem o passe. Deveremos ai utilizar
das técnicas mais designadas a esse tipo de problema, desligando o “plug”, encarnado
– desencarnado para os devidos tratamentos.

Dividiremos também este grupo em três subdivisões:

  • De origem Prispirítica (Cármica)
  • De origem Obsessiva
  • Decorrentes de desvios Morais

Pacientes com ambos os problemas

Verificamos aqui, os pacientes com problemas físicos (orgânicos) e psíquicos
(espirituais)

Mais uma vez nos deparamos com a prudência em analisar e principalmente nunca,
descartar o tratamento da medicina convencional para alguns casos. Através do estudo,
sempre conjugado à intuição espiritual, podemos avaliar a maior valência do problema
do paciente para bem direcionar o tratamento. Caso prevaleça o aspecto físico, recomenda-se
os cuidados descritos para pacientes com estes problemas. Contudo, o bom senso nos
recomenda não fazermos distinção tão marcante, notadamente porque os espíritos serão
os verdadeiros ‘operadores” e, quase sempre, serão eles que encaminharão todo o
processo, abstração feita à responsabilidade dos médiuns.

A paciência também será grandioso instrumento para este tratamento, paciência
esta, por parte do paciente e do passista.

Assim o passe é destinado a:

  • Alguém que procura, solicita, se esforça ou requer emergência;
  • Alguém que se encontra hipnotizado magneticamente, quer por força material
    ou por força espiritual;
  • Alguém que necessita de recursos terapêuticos complementar, reparatório ou
    preparatório;
  • Alguém que está sob influencia obsessiva, como parte do tratamento obsessivo.

PREPARO DO PASSISTA E DO PACIENTE

Kardec ( obras póstumas ) nos informa que “A força magnética é puramente
orgânica; pode, como a força muscular, ser partilha de toda gente, mesmo do homem
perverso; mas só o homem de bem se serve dela exclusivamente para o bem… mais
depurado, o seu fluido possui propriedades benfazejas e reparadoras, que não pode
ter o homem vicioso ou interessado.

Analisando esta assertiva, concluímos que, para que exista um perfeito entrosamento
Espírito protetor – passista, e para o Espírito que vem auxiliar possa realmente
combinar o seu fluido com o fluido humano, lhe imprimindo qualidades de que ele
carece, é necessário que o passista dê condições para que esse intercâmbio se faça,
condições essas de natureza física e espiritual.

A saúde do passista é uma condição primordial para a realização de um bom trabalho.
Assim, como a qualidade do fluido está na razão direta do estado de evolução da
alma, assim também, a maior ou menor eficiência da magnetização, depende da saúde
do corpo físico; a razão é clara: um corpo sem saúde não pode transmitir aquilo
que não possui.

Quanto mais equilibrado o organismo, maior o rendimento de suas energias, que
serão partilhadas. De um modo geral, deve-se evitar tudo quanto implica em desgaste
ou perda de energia: Excessos sexuais, trabalhos demasiados, alimentação imprópria,
hiperácida, bem como o álcool, a nicotina e os entorpecentes de toda a espécie.

Para o passista, na execução da tarefa que lhe está subordinada, não basta a
boa vontade, como acontece em outros setores; é necessário revelar determinadas
qualidades de ordem superior, apresentando grande domínio de si mesmo, espontâneo
equilíbrio de sentimentos, acentuado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida,
fé vigorosa e profunda, confiança no poder divino.

Semelhantes requisitos constituem exigências a que não se pode fugir, mas a boa
vontade sincera, em alguns casos pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se
justifica em virtude da assistência prestada pelos benfeitores espirituais aos servidores
humanos, ainda incompletos no terreno das qualidades desejáveis.

A prece representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça
comunhão direta com as forças do bem, favorecendo assim, a canalização através da
mente, dos recursos magnéticos necessários das esferas elevadas.

Não se deve também abusar da magnetização, com processos prolongados ou em grandes
quantidades, o que ocasiona dispêndio de fluidos, e conseqüentemente, a fadiga.
Não se deve transmitir uma força já em grau de esgotamento, a qual não beneficia
quem recebe, e prejudica quem transmite.

Resumindo, vida sóbria e moderada, sem abusos, desequilíbrios, sem excessos e
desvios, é o que se prescreve ao magnetizador.

Existem doentes, em que o magnetismo nenhuma influência exerce, e outros em que
a ação desde logo é evidenciada e decisiva, por fatores devido ao magnetizador,
ao magnetizado, ou a ambos.

Preparar um doente para aplicação do devido tratamento espiritual, é colocá-lo
em estado de perfeita harmonia com a fé em Deus.

Alguns itens deverão ser observados para a preparação do paciente, tais como
o ambiente familiar, a sua posição mental e o estado espiritual.

O principal agente de cura, reside no próprio doente: é o desejo de transformação
interior, e a elevação mental. Com isso, muito mais eficiente será a ação da magnetização,
e do auxílio do mundo espiritual superior, far-se-á mais naturalmente.

O magnetismo, em certos estados de ordem psíquica ou espiritual, basta e pode
ser o melhor agente corretivo. Porém não se pode ter o magnetismo, como agente curador
exclusivo, para a maioria dos casos e dos indivíduos. É preciso atentar para o corpo
já afetado, e principalmente, para problemas cármicos, quando então o magnetismo
atuará como renovador de energias, para que possa se suportar com fé e equilíbrio,
as expiações de vidas pretéritas.