Questões de Bom Senso e Razão
Há, entre os espíritas que atuam nas casas espíritas, no movimento de
unificação e nas federações, bem como entre os dirigentes e expositores, o
hábito de escreverem artigos para boletins, jornais, revistas, como hoje está na
moda. Criamos coragem de até escrever livros e achamos que é um direito que
todos nós temos. Por que não? Se o que escrevemos ou falamos estiver assentado
nas bases das obras da codificação, ótimo! Não podemos é falar em nome do
Espiritismo colocando nossos pontos de vista pessoais e nem os “ranços” de
outras religiões, provenientes de nossas heranças e/ou experiências.
Hoje, é muito comum oradores espíritas com formação acadêmica, sem um estudo
metódico das obras básicas da codificação. Deveriam centralizar suas conquistas
em virtudes, combatendo o orgulho e o egoísmo pois, como nos diz no “O Livro dos
Espíritos”, na questão 23, “é o espírito o princípio inteligente do Universo”.
Mais adiante na questão 26, pergunta “Podemos conceber o espírito sem a matéria
e a matéria sem o espírito? Sim. Pode-se, fora de dúvida, pelo pensamento”.
Ora, amigos, somos nós, os espíritos, que pensamos e agimos sobre a matéria e
que temos o bom senso e a razão, ao despojarmo-nos da matéria, carregaremos
conosco as virtudes que conquistamos. Assim também é com as impurezas como o
orgulho e o egoísmo, pois, se estas qualidades estivessem nos órgãos, como o
cérebro e o coração, havendo um transplante desses, obviamente o doador
transferiria as suas conquistas e seus defeitos para o receptor e,
desencarnando, as conquistas ou imperfeições ficariam no túmulo ou virariam
cinzas no crematório. Nossas qualidades e deficiências pertencem ao nosso
espírito, e não ao corpo. Pense nisso!
(Jornal Verdade e Luz Nº 192 Janeiro de 2002)