Em Deus não há divisões. Deus é Absoluto, o Infinito, o Todo. Quer o
denominemos Espírito, Pai ou Filho, tudo constitui Um, o Único, o Filho
Unigênito de Deus, é a sua manifestação em todos os Universos, é a Força Divina
que tudo impregna. Até o surgimento do Espiritismo, as religiões entendiam ter
Deus a forma humana: um velho de barbas brancas, sentado em um trono, julgando
os homens por suas virtudes e falhas. Sendo homem, onde estariam seus pais? No
Espiritismo, Deus não perdoa, porque não se magoa, Deus é inatingível. Ele não
castiga nem premia. Não é alguém que, caprichosamente, faça isso ou aquilo,
beneficiando uns e condenando outros.
Somos nós mesmos que nos punimos, todas as vezes que transgredimos as leis
divinas; por isso, necessário retornar para repará-las, muitas vezes em corpos
imperfeitos, mutilados, com inúmeras deficiências. Todas as dores e sofrimentos
são opção nossa. Toda carência de hoje significa abuso de ontem; somos nós que
construímos nosso destino. Com a Doutrina Espírita, enxergamos Deus como uma
Força Cósmica infinitamente Boa e Amorosa.
O REINO DE DEUS – Jesus nos mostrou que este não é algo externo a nós nem se
trata de um espaço geográfico, para onde iremos depois da morte física, mas sim,
o que conquistamos interiormente, as conquistas do espírito imortal. Quando
disse que devemos procurar, primeiro, o Reino dos Céus e que tudo mais viria por
acréscimo, quis mostrar-nos a importância de vivermos bem, espiritualmente. Em
suas parábolas, leva em conta coisas que os homens conheciam, admiravam e
gostariam de conquistar, nos fazendo compreender que o Reino de Deus não é um
lugar, mas sim, a evolução do Ser. Portanto, a entrada nesse reino é a
felicidade plena, conquistada, aqui mesmo na Terra.
Vivemos, ainda, um período de esterilidade espiritual, até o dia em que a
consciência despertar para a realidade do Espírito. Esses períodos, ou fases
evolutivas do homem, são bastante longos. Levamos milênios para sair do
primarismo e aprender a viver, plenamente, em Espírito. O homem é imperfeito.
Contudo, existe nele a semente da perfectibilidade. Cabe, pois, a cada um o
dever de desenvolver essa aptidão divina e liquidar todos os carmas individual,
grupal, coletivo e planetário, até não haver mais necessidade de renascimento”.
O Norte – 20/07/03