Chico Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no dia dois de abril de 1910. Seu pai, João Cândido foi operário da fábrica de tecidos e vendia bilhetes de loteria para completar o orçamento da família. Maria de São João de Deus também trabalhava na fábrica e lavava roupa para famílias. Mas Chico tinha apenas cinco anos, ela deixou os dez filhos órfãos. Muito novo, precisou trabalhar na mesma fábrica, depois atendia no balcão de um bar, um armazém, até conseguir um emprego na Fazenda Modelo, onde se aposentou em 1961, por invalidez, depois de trabalhar vinte e cinco anos seguidos.
Quando Chico Xavier publicou sua primeira obra, Parnaso do Além-túmulo, pela Federação Espírita Brasileira, era o ano de 1932, ele tinha apenas 22 anos. O pesquisador espírita Canuto Abreu estava na reunião na FEB, quando se decidiu pela publicação dessa coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses. Tornaram-se amigos e confidentes. Em 1937, Chico esteve em São Paulo num evento, quando se encontrou com Canuto e também com Cairbar Schutel, de Matão. Nessa época, Canuto Abreu já havia escrito uma extensa crônica recuperando a verdadeira história do Espiritismo, depois de ter acesso a documentos inéditos manuscritos de Kardec, das bibliotecas de Leon Denis, Camille Flammarion, Gabriel Delanne, Henri Sausse e muitos outros pioneiros fieis ao trabalho de Allan Kardec. Todavia, tudo o que tinha eram anotações em centenas de cadernos, mas nenhum original para atestar os fatos surpreendentes que citava.
Canuto voltou à França e, depois de conhecer uma grandiosa saga, quando os documentos originais de Kardec, em parte queimados, roubados por nazistas, desviados, mas, por fim, chegaram às mãos do pesquisador. Essa trama, em detalhes, está narrada na obra Autonomia – a história jamais contada do Espiritismo.
Quando voltou ao Brasil, narrou todos os fatos surpreendentes, a notícia do desvio do movimento espírita arquitetado pelos espíritos inimigos, a recuperação da mensagem original. Chico desejava a completa divulgação dos fatos, para que o movimento espírita pudesse conhecer sua verdadeira história. Mas os espíritos aconselharam que os tempos ainda não haviam chegado. Agora, em 2019, a hora chegou!
A foto em anexo refere-se à visita de Canuto Abreu e sua esposa, que está ao seu lado esquerdo, à casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo, em outubro de 1954.