Carta de Allan Kardec ao senhor Hildebrand
As cartas manuscritas inéditas de Allan Kardec são os rascunhos, escritos de próprio punho, para que, depois de copiadas, fossem enviadas aos destinatários. Recebia a ajuda de secretários e da sua esposa, Amélie Boudet. Ele registrava as cartas recebidas e arquivava com os rascunhos, formando o arquivo do Espiritismo.
Os arquivos foram queimados pelos inimigos, que queriam desviar o Espiritismo de sua proposta original. Todavia, a seleção feita por Kardec para contar a história por fatos escapou dos ataques, e chegou ao Brasil, graças aos esforços do pesquisador Canuto Abreu. Atualmente os manuscritos estão sendo preservados, digitalizados e serão disponibilizados ao público num portal da internet, pela equipe do CDOR (Centro de documentação e obras raras da FEAL – Fundação espírita André Luiz). O trabalho de tradução está sendo feito por uma equipe internacional de acadêmicos e tradutores profissionais. As cartas disponibilizadas em virtude do livro Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo, são acompanhadas de transcrição, tradução e comentários originais elaborados por Canuto Abreu, com a finalidade de documentar a obra. Todos esses documentos receberão uma revisão da equipe acadêmica, para que, catalogadas, sejam oportunamente disponibilizadas em definitivo no Projeto Allan Kardec.
Numa das cartas, Kardec informou que recebia de sete a oito mil cartas por ano. Uma imensa quantidade de correspondência! Ele não conseguia responder a todas, mas, como podemos conhecer na obra Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo, ele respondia regularmente as pessoas em dificuldade, que pediam o auxílio da Doutrina Espírita, na pessoa de Allan Kardec. Ele respondia especialmente a cada um, levando à reflexão para compreender o verdadeiro sentido da vida segundo o ensinamento dos espíritos superiores.
Como foi apresentado na obra Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo, não se pode julgar ninguém associando doença física com desequilíbrio moral. Esse equívoco tem raízes na confusão entre sofrimento físico, consequência fisiológica da condição do corpo material, e sofrimento moral, esse sim, inerente à imperfeição da alma.
Em virtude de sua exaustiva dedicação ao trabalho de elaboração da Doutrina Espírita, o professor Rivail recorrentemente ficava doente. Em 17 de agosto de 1861, numa carta inédita ao senhor Hildebrand, Kardec informa:
“Uma perturbação de saúde me impediu desde mais de um mês de me ocupar com meus trabalhos, eis pela qual não pude responder há mais tempo à carta que o senhor me deu a honra de escrever”.
Confira o restante da análise da carta no livro Autonomia, a história jamais contada do Espiritismo.